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Cicloviagem Litoral Norte SP - De Bertioga até Ilha Bela (lado sul)


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Como foi o planejamento?

Apenas nos demos conta de que o melhor era anotar a distância em km entre as praias e deixar a viagem flexível, pois sem conhecer bem as subidas e como seria o desempenho de todos não dava pra marcar locais certos pra chegar, pararíamos onde desse vontade e calcularíamos o tempo até a próxima praia, o importante era chegar antes de escurecer para procurar um local onde dormir, preferencialmente um quintal para acampar.

Levamos comida para pelo menos 4 jantas e 2 almoços fora as bolachas e bisnaguinhas do café, ainda gás e fogareiro +panelas, foi um peso quase desnecessário, pois pedalando com rota que chegava ao centro das praias, poderíamos ter deixado pra comprar tudo na hora e cozinhamos só 2 vezes na viagem toda, nos demais dias comemos pão com atum demais ou açai na janta e a noite estávamos sem fome, houve o dia em que comemos o belo caranguejo Guaicá e a lasanha de abóbora que o Sr. Esteferson que nos hospedou em São Sebastião fez e nos ofereceu, muito bom!

 

Problemas técnicos?

Apenas 1 pneu furado sem motivo aparente, de velhice mesmo, desidratado eu arrisco dizer do Véio, antes de chegar ao centro de São Sebastião; a corrente do Rapha estourou na volta de Ilha Bela, bem no início, sorte ele viu antes daquela descidona a noite, os meninos arranjaram um martelo e arrumaram rapidinho, o Vagner tem know how nisso rs. - E um problema extra, perdi a chave da minha corrente, só percebi na hora de abrir na volta da cachoeira da bexiga, minha roda presa na roda do Rapha e o capacete junto, por sorte havia uma casa bem ao lado, pedimos um "alicate" e cortamos fio a fio do aço em 20min estouramos e tudo certo, mas estou sem corrente :(

 

- Dia 20 quarta-feira fomos as 22h30 para a casa do meu amigo José Agnaldo em Mogi das Cruzes, ele mora bem perto da rodoviária e as 6h partiríamos no primeiro ônibus para Bertioga. Fomos muito bem recebidos com pizza e cerveja rs! Muita hospitalidade logo na primeira noite! E uma boa conversa sobre aventuras antes de dormir. Muito gratos!- Não descemos a Serra de Mogi de bike pois achamos que levaria o dobro do tempo do ônibus, já descemos ela antes e na verdade não é só descida né rs! então já chegaríamos bem desgastados para iniciar o pedal na BR 101.

 

- Dia 21 - Dia 1 de pedal

Primeiro contratempo da viagem acontece antes de pegar o bus para Bertioga o Vagner não encontra seu RG e agora? Desistimos? Ele vai em casa e volta? Faz B.O.? Ele mostrou tudo o que tinha com foto e número de doc na carteira, até a carteirinha do SESC rs e a moça autorizou o embarque. Ufa! Agora era pensar como fazer na volta... mas isso deixa pra pensar depois. - Não tivemos qualquer problema com a Breda e nem com a Litorânea para levar as bikes, nós mesmos desmontávamos as rodas apenas e encaixávamos uma bike na outra no último bagageiro. Chegando umas 07h30 em Bertioga o motorista muito gentil nos deixou já na guarita de Riviera de São Lourenço,

economizamos alguns km de pedal, descemos do bus fomos montar nossas bikes, colocar os alforjes eu e o Raphael (Samurai rs) e o Vagner e o Eder (Véio) prender suas mochilas no bagageiro da melhor forma - O Vagner arrumou duas madeiras pra fazer uma "extensão" de bagageiro e colocar sua cargueira, não veio com seus alforjes pois o eixo da bike era pequeno para encaixar o bagageiro (que instalou na última hora) e teve medo de escapar a qualquer momento, com a mochila, se escapasse poderia levar nas costas. Detalhe: não escapou até o fim da viagem :)

 

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Neste dia paramos em Bora-Bora (praia grandona, porém,comum) , Barrado una (o rio Una ao lado da praia nos deu sombra e água fresca após pedalar num sol já bem quente na BR - e lá o pessoal pratica todo tipo de esporte aquático), Barra do sahy, Praia da Baleia (muito burguesa, não me senti muito bem lá) e por fim Boiçucanga.

 

Bora- Bora, uma praia comum, mas com vasta extensão onde descansamos os olhos da BR um pouco

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Barra do Una, Rio Una

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Sobre Boiçucanga: chegamos da descidona da serra e paramos num barzinho/lanchonete beira-mar, ficamos conversando se o pessoal sabia de camping por ali, qualquer lugar que pudéssemos acampar, alguns indicaram um caminho e após algumas cervejas e um lanche rápido pra descansar fomos procurar no bairro o camping... não achamos, na avenida o Rapha viu ciclistas do outro lado da rua prontos pra sair e fomos pedir informação, eles sabiam que havia um camping por ali, perguntei se o preço era muito caro, pois onde li dizia que a média era 40 reais e então o Sr. Juvenal Júnior perguntou quantos dias iríamos ficar, dissemos 1 noite só, ele ofereceu ali mesmo o seu quintal, com gramado e até uma mini floresta onde os seus cachorros o "cão" e a "quinha" brincavam felizes, muitíssimo agradável mesmo, nos mostrou tudo, havia até um banheiro do lado de fora com água quente, que mais poderíamos querer nessa vida? rs. Ele então foi para seu pedal e nós enquanto isso deixamos tudo no quintal, fomos tomar um açai e ver a praia, deitamos na areia olhamos as estrelas, a bela lua cheia e tiramos um cochilo.

 

Quintal do seu Júnior em Boiçucanga:

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Dia 22 - dia 2 de pedal

Pela manhã saimos as 7h já carregados para as cachoeiras Ribeirão de Itu, lá deixamos no estacionamento as bikes e tudo e fomos para a trilha, uma trilha bem demarcada, limpa, vi apenas 1 latinha que recolhi e as quedas que visitamos que foram 2 eram espetaculares! Superaram as expectativas, trilha simples que leva a paraísos. Com alma lavada deixamos a terceira queda pra próxima pois o sol apertava e tínhamos muito pedal naquele dia, já 9h da manhã.

 

Cachoeiras Ribeirão de itu - Queda 1

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Nesse dia passamos pela Meu Deus do céu: Serra de maresias, o Raphael foi que foi, menino nem descia da bike e nem vi parar pra descansar; o Vagner, o Véio e eu seres humanos mais normais (kkk) hora tínhamos que empurrar por que ficava muito íngreme, essa serra me bateu forte heim... realmente o sol estava escaldante e eu pedalava com toda minha força, aqueles alforjes tinham uns 10kg ou mais que pesei na casa do José Agnaldo, logo tinha que parar pra respirar, foi quando vi a placa: NUNCA PARE NA PISTA, lembrei da música do Raul, os carros respeitavam mas passavam a poucos centímetros e segui em frente, depois da metade da serra parei com o Vagner num acostamento do outro lado (motivo: tinha sombra do outro lado!) e ali não vou mentir esgotada eu demonstrei a ele que estava meio em choque, procurei meu carbo pra tomar, comemos, lembramos que era seu aniversário rs, me acalmei ao parabenizar, que bela forma de comemorar heim! e seguimos em frente.

 

Paramos em Maresias só 5 minutos pra descansar, depois Paúba (bonita demais, mas foi coisa rápida e disseram que o rio era impróprio para banho), depois vimos de cima Calhetas onde eu queria parar, de cima já parecia paradisíaca, seguimos um pouco e encontramos a entrada do condomínio, um menino disse: Pai eles vão descer de bicicleta? rs - E sim era um boa descida, mas asfaltada do condomínio, soltamos os freios e não deu 5min estávamos na praia, mar dos dois lados, areia, sombra, cheia de árvores... o paraíso mesmo, um mirante... o único problema ali era, não tínhamos água, bebemos tudo no sol que fazia e descobrimos que ali não se vendia água e não tinha água doce que pudesse consumir... fui pedir nas mansões que ficam ao lado do mar, o moço na piscina disse não tem! Na outra casa nem nos atenderam... insisti indo procurar no canto da praia onde um surfista falou que tinha... veio o cara da mansão com dor na consciência e deu uma garrafa de 500ml, disse que se pegasse do rio ia passar mal, o surfista indicou subir na primeira casa abandonada do condomínio onde tinha uma torneira, lá fomos nós, pegamos água com medo de ser realmente imprópria, mas tínhamos sede, sim bebemos, fizemos arroz e macarrão com ela e estamos vivinhos da silva!

 

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Saindo de calhetas, atravessamos a rodovia pra pegar outra água na cachoeira toque toque que fica ali na BR, o guarda da guarita de calhetas falou que era boa... Fiquei olhando as bikes enquanto os meninos pegavam água, eis que sai um senhor com sua família e começamos a falar do pedal, falo que vínhamos de Bertioga, que queríamos chegar no centro cedo, antes de anoitecer para arrumar abrigo...e ele diz, podem ficar na minha casa, de coração, tenho um quintal grande... minha casa fica a 3 subidas e 2 postos de gasolina daqui, pronto! peguei o fone, apresentei os meninos e já tínhamos onde ficar dali 2h de pedal =D Tudo flui!!

 

Ainda paramos numa caverninha, toca do buraco do bichona beira da estrada.

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Nesse dia aconteceu o primeiro problema técnico da viagem, furou sem motivo aparente o pneu do Véio antes da última descida, já era noite álias ( eu pedalava com duas luzes sinalizando uma presa atrás do capacete e uma no guidão) muito tensa de pedalar na BR 101 de noite, trocamos o pneu em frente um centro de estudos, que sorte, pois não havia acostamento suficiente ali... Dali uma descida e um pouquinho mais já chegamos na casa do seu Esteferson, nos recebeu, mostrou os chuveiros, apresentou seu pitbull de 13 anos bem tranquilão, montamos as barracas e ficamos bem á vontade conversamos com ele sobre onde ir no dia seguinte, percebemos que passar correndo por toda caraguá só pra chegar em Ubatuba seria ruim e pedalaríamos horas sem poder parar, então, sabendo que estávamos do lado da balsa foi decidido ir passar o dia pedalando pelo lado sul de ilhabela, dormir mais uma noite na casa do Sr. Estéferson e pegar o ônibus de volta domingo cedo em são sebastião mesmo, já prevendo o trânsito, só havia lugar em 1 ônibus com 4 lugares.

 

Dia 23 - dia 3 de pedal

Acordamos e fomos direto na rodoviária comprar passagens, o Vagner sem RG já perguntamos se autorizariam ele embarcar sem, com resposta negativa, seguimos para a delegacia fazer o B.O. antes de pegar a balsa pra Ilha Bela, foi tudo rápido, o policial foi amigo e quando tomávamos café de frente a delegacia veio nos trazer o capacete que o Rapha esqueceu lá... No café a coincidência reinou, o café era da família do seu Estéferson, estavam lá seus sobrinhos que nos atenderam, vou adiantar que a noite ao chegarmos na casa, acharam estranho termos ido na polícia...pensaram que havia acontecido algo mais sério, explicamos que era só o RG do Vagner, não dei importância a preocupação deles, achei comum, afinal esquecemos mesmo de contar sobre nosso problema do RG... Ele disse que cidade pequena, poderia ter resolvido com uma ligação.

 

Ilha Bela

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Bom, Ilha Bela! Levamos pão e atum! Umas 10h/11h saímos da balsa começamos a pedalar para o lado sul da ilha... de cara depois dos primeiros sobe e desce, passar em frente a ilha das cabras e deixar o mergulho pra volta (não faça isso rs voltamos a noite) - mas já avistamos um belo píer á frente na Praia do Portinho! Demorouu, saímos pedalando já pra encostar lá e pular, nadar como se não houvesse amanhã! Conhecemos um homem mergulhando com seus 2 filhos, ficamos amigos, emprestou seu snorkel pra nós =D Quem sabe se estivéssemos carregados ele não nos dava abrigo na ilha rs, gente boa tem de monte, eu digo e reafirmo, encontrei muitas nessa viagem.

 

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Depois seguimos em frente com o objetivo de ir nas cachoeiras, que subidaaa enfrentamos pra ir na cachoeira dos três tombos, refrescante, porém não tem muito poço pra nadar, só na queda 1, e é muito pequena pra muita gente, ali comemos nossos pães com atum, bolachas e almoçados seguimos para a cachoeira da bexiga... essa sim, um tremendo poção cristalino, deixamos a bikes presas em árvores no início da trilha (após outra subidona característica de ilha bela) e andamos cerca de 20 min até o primeiro poço, depois de nadar bastante, subimos mais até o segundo muito bonito com um paredão, daí não subimos mais, nadamos ali também, aguá geladinha... os borrachudos da ilha já atacando rs

Voltamos e na trilha muito bem preservada vimos um lindo castor roendo alguma coisa pra comer, lindooo, ao chegar nas bikes percebi que perdi minha chave na descida da cachoeira anterior... por sorte o Rapha correu na casa mais próxima e tinham um belo "alicate" que os meninos arrebentaram os cabos de aço em 20 min e lá se foi minha corrente :( tudo resolvido, partimos, paramos na praia do julião pra ver o pôr do sol, lindo por sinal, um presente!

 

Cachoeira três tombos

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Cachoeira da Bexiga

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E lá vamos nós pedalar a noite na BR de volta, segundo problema técnico da viagem, logo de cara estoura a corrente do Rapha, o Vagner arruma direto a dele da BMX, já arrumaram um martelo... tudo que precisavam e arrumam a corrente. Queria que tivesse demorado mais, queria ficar ali, no barzinho rolava um dedilhado de guitarra tocando um rock/blues espetacular kkk. Pedalar a noite ali, cheio de carros indo pra balsa, foi meio tenso, tentava ir pela direita me fechavam, ia pela esquerda as motos respeitavam, mas eu tinha medo, e ficava revezando, deu tudo certo...

 

Chegamos e pra fechar a noite nos foi oferecido um belo caranguejo de jantar, a família do seu Estéferson, o Luciano,

todos nos fizeram sentir em casa mesmo, eu não vou ouvir ninguém me dizer que esse mundo é perigoso que é pra eu tomar muito cuidado, eu só encontro pessoas boas em meu caminho, ando de coração e alma abertos, o dono da casa falou que tenho uma "boa energia" rsrs, não sabemos o que é isso, como acontece a mágica de achar gente tão de bem na estrada, mas estamos abertos e eu acredito no bem!

 

O que levei nos alforjes para 4 dias?

1 short para pedal

2 regatas para pedal

1 regata extra para a volta

2 Tops

1 biquini

4 roupas íntimas

3 meias

1 short e 1 mini blusa pra dormir

chinelo

boné

1 fleece e 1 calça legging caso esfriasse

1 canga

 

isolante térmico

saco de dormir de 20 graus (desnecessário, passei calor rs)

barraca para 3 pessoas (para caber eu, o vagner e as mochilas/alforjes)

fogareiro

panela pequena

talher e e pratos de plástico

caneca

Comida arroz em saquinho já molhado e escorrido pronto pra fazer, temperos meu arroz, sal, óleo numa garrrafinha, feijão camil de caixinha, macarrão, linguicinha, batata palha, atum e sardinha. (tinha mais coisas) Sobrou! Se for pedalar onde tem mercado nem leve nada, compre na hora.

 

kit primeiros socorros básico (esqueci o clorin e fez falta em calhetas)

sabonete

óculos de grau

repelente

mini protetor solar, mini shampoo em embalagem daquelas tipo de hotel ou que vende na perfumaria pote mini.

escova e pente

lenços umedecidos

hipoglós (sim, pedalar com qualquer areia no short pode dar ruim)

papel higiênico

 

silver tape

cordinha

kit reparo pneu bike (espátulas, cola, remendo)

chave para tirar roda traseira caso preciso

outras ferramentas (os meninos levaram)

capa de chuva

 

saco estanque em um dos alforjes com a roupa e o saco de dormir, feito pela amiga Abiqueila (dica:

http://www.pedarilhos.com.br/blog/organizacao-dos-alforges/)

 

 

Gastos?

Passagem SPxBertioga: R$23,50

Passagem São Sebastiãox SP: R$56,30

Comida de acampamento levada, comprada antes: cerca de R$40,00

Gastos meus na viagem, com padaria/açai e sorvete: R$20,00

Os meninos gastaram também com cerveja :)

 

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