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Parque Nacional de Sete Cidades


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  • Membros de Honra

Parque Nacional de Sete Cidades

 

 

Criado em 1961 para proteger um dos mais importantes sítios arqueológico e geológico brasileiros, o cenário no mínimo leva a comparação dos monumentos a seres e coisas que temos contato cotidianamente.

Mas, se observado mais amiúde deparamos com formações moldadas pela ação do vento e da água há 400 milhões de anos, o que nos remete a uma reflexão sobre a origem da vida na terra, o dilúvio tratado no livro sagrado dos cristãos, enfim uma reflexão sobre nossa origem.

Para se chegar a Sete Cidades é preciso um pouco de coragem. A viagem a partir de Fortaleza é de judiar os ossos. De ônibus, são de 8 a 10 horas de viagem. De fortaleza a Sobral, pela BR 222 não tem pista, só buracos. Depois a viagem rende, para se vencer os 480km. De ônibus, o ideal é fazer a viagem pela noite. Assim chega a Piripiri, no Piauí no amanhecer do dia.

Curiosamente o Parque não está situado em Piripiri, mas sim em Piracuruca e Brasileira, cidades vizinhas a Piripiri. Mas esta é o principal centro comercial do Norte do Piauí.

Apesar de ser cidade de apoio do PARNA, em nada apóia os viajantes. Ao chegar à rodoviária a recepção não é nada agradável. Os trabalhadores Dalí demonstram medo de dar informações de como chegar ao Parque pois serão “açoitados” pelos moto-taxistas ávidos para venderem seus serviços.

Um ônibus do IBAMA sai toda manhã por volta de 7:00 hs da praça central com destino ao Parque e retorna às 17:00 - e leva gratuitamente quem for visitar o Parque.

No Parque não é cobrada taxa de entrada, mas é obrigatória a visitação acompanhada de um guia local. O que é perfeitamente justificável pela riqueza existente em material geológico e pelas pinturas em seu interior.

Porém, dá pra se notar logo de cara, que os guias não são muito bem preparados para a tarefa. Na minha visita dei muita sorte, fui acompanhado por um dos mais experientes e, principalmente, por ser uma pessoa nascida dentro do Parque e que tem no Sete Cidades sua razão de vida. O Curiólogo, como Osiel Monteiro gosta de ser chamado respira e conhece cada pedacinho de ar e de chão daquela Unidade de Conservação.

O Parque é bem estruturado. Tem uma boa área de recepção aos visitantes, chamada de “centro dos visitantes” e possui um hotel interno com área para camping e restaurante. Poderia ter bicicletas para aluguar em condições de serem utilizadas.

Fiz a visita a pé. Ao todo 20km. A trilha em anel do Parque, saindo pela sexta e terminando na sétima cidade, voltando ao centro de visitantes soma 18,5km. Do centro de Visitantes ao Hotel interno – de onde sai o ônibus de volta para a cidade, 1,5km.

O que se observa na trilha é no mínimo de encher os olhos. A ação do vento e principalmente da água em 400 milhões de anos transformou o lugar em um verdadeiro paraíso.

A caminhada é tranqüila. A maior elevação que se passa é de somente 200m de desnível, na segunda cidade, no alto de uma formação denominada biblioteca. Alí há um mirante do qual pode ser observado todo o Parque.

As pinturas estão protegidas para evitar contatos físicos dos visitantes. Realizadas em “tinta vermelha”, provavelmente o dióxido de ferro existente na região, que pode ser visto sedimentado no pequeno riacho que corta o parque evidenciam a presença humana na região no período pré-histórico.

Mas o que mais impressiona é observar que aparentemente houve uma elevação muito grande de água, que inundou toda aquela região, e depois essa água foi embora, levando parte do solo e deixando as formações que foram lapidadas mais finamente com a ação do tempo. Nessa hora é inevitável lembrar do texto bíblico que trata da Arca de Noé e o Dilúvio.

Numa região de Cerrado, com presença de agreste, o calor e a conseqüente necessidade de hidratação é o único ponto a se preocupar.

Da quinta cidade pra frente, só se caminha no agreste. Portanto não há vegetação que proporcione sombra. E pelo avanço da hora, o sol está a pino e a temperatura rompe os 40 graus facilmente.

O único ponto refrescante é ao redor de uma nascente, que forma um pequeno lago. Para os nativos, um local sagrado, mesmo nos anos mais secos essa nascente nunca falhou.

Uma pequena sombra refresca o organismo. Mas ainda falta uma cidade a ser visitada e voltar ao centro de visitantes. É o momento mais crítico da caminhada sob o escaldante sol do sertão nordestino.

 

 

(fotos no blog da assinatura)

Editado por Visitante
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  • Membros de Honra

Cacius.

 

Tudo bem colega?

 

OLha fiz tudo batidão. Saí na quarta 20:30 de Fortaleza de Busão (pela Guanabara). Cheguei 4:30 da madrugada em Piripiri....umas 6:30 fui de mototaxi para o Parque. Fiz a visita....e voltei pra cidade com o ônibus do Ibama mais ou menos umas 5 da tarde). E às 22:30 pegeui outro busão pra Fortaleza.

Poderia ter acampado no Parque. Lá dentro tem até hotel... e área pra acampar....mas optei por esse desgaste todo pra depois curtir as Praias e as Baladas de Fortaleza.

 

Não foi cansativo assim. O maior inimigo mesmo foi o calor escaldante. Levei um litro de água mais guas garaffas de isotonico (1L) e ainda bebi água de um rio na caminhada (o oxido de ferro estava bem sedimentado).

 

Ainda tenho muita foto que não deu tempo de publicar. O lugar é maravilhoso...e conhecer a cultura totalmente diferente da nossa...é o melhor.

 

Abração

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  • 2 semanas depois...
  • Membros

piacitelli só fiquei curiosa com a data da tua viagem...

 

Não aconselho fazer essa aventura de conhecer as 7 cidades a pé no "verão" daqui (agostro a novembro) pq a sensação térmica chega a uns 45 ºC a mais e o risco de insolação é grande... é calor muito, mas quem quiser arriscar, se proteja bem e leve muuuuita água...o clima daqui é quente e seco, no mais já foi bem descrito acima pelo piacitelli!!!

 

No Parque tem bikes a disposição (o que facilita o percurso), só que da ultima vez que as vi, elas não estavam muito boas...mas dão pro gasto

Na época das águas, é mais bacana, as cachoeiras são mui belas, os olhos d'água também!!! E se tiverem sorte podem até pegar um lual!! hehehe

 

O PARNA é realmente lindo!!!

 

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  • Membros de Honra

Bia

 

Fiz em 16 de julho desse ano.

 

As épocas mais quentes por lá (ou aí..de onde vc é?) é em julho e outubro/novembro. Quando a temperatura rompe facilmente os 40 graus.

 

Me desculpe, mas a informação das bikes não procede. Antes de ir, liguei para o Parque e fui informado que haviam bikes para alugar. Chegando lá só haviam duas. Ambas sem nenhum dos freios. Pela topografia do terreno isso não seria problema. Mas uma delas com pneus furandos (em ambas), ficou impossível de faze-las rodar.

 

Para o início da vistação a bike não ajudaria muito. Mas na parte final, justamente quando o calor é mais intenso, valeria muito o uso da "magrela".

 

Ah. Em épocas de chuva não aconselho "colher" água do riacho para beber. Com a chuva, o dióxido de ferro que está sedimentado tende a "levantar" e misturar-se com a água.

 

Abraços

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  • Membros

Olá... sou de Teresina-PI, e sempre visito o PARNA pois realizo pesquisa arqueológicas...

Sobre as bikes, é realmente como imaginei da ultima vez que as vi, já estavam mais pra lá do que pra cá..., mas anteriormente elas eram mais bem cuidadas e facilitam bastante de acordo com o percurso que você adota...

 

E pegar água dos riachos pra beber não, jamais, mas dá pra banhar nas cachoeiras sem grilo nenhum!

 

Sobre os meses mais quentes aqui são conhecidos como B-R-O BRÓ, os meses de setemBRO, outuBRO e novemBRO... mas o calor já começa em agosto...

 

abraços e seja bem vindo mais vezes!!!!

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  • Membros de Honra

Bia.

 

Pelo que sei..as médias variam muito pouco de um mês a outro...e agosto é o mais seco. Confirma? nesse caso. para fazer a caminhada é o um período crítico.

 

Por que vc recomendou "não berber água do rio"? somente pelo dióxido de ferro? sem chuvas..com ele sedimentado não mata ninguém ...rs

 

Estou recomendando o 7 Cidades para meus contatos. Alguns colegas daqui logo logo devem passar por lá.......

 

Abraços

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  • Membros

Piacitelli

 

Confirmo que agosto é muito seco mesmo (mas suportável - o negócio tá só começando ainda), é prefirível fazer a visistação no mês de agosto, do que em setembro ou outubro ou novembro (acho que até setembro nesse ano, ainda rola, pq esse ano o periodo das chuvas terminou mais tarde)

 

Outubro e Novembro, esses sim é que o negócio piora, a umidade fica muuito baixa... até os caldeirões ficam em nível crítico...

 

Não aconselho beber água dos rios, pq enfim, não é água tratada (ai é melhor evitar, vai que acontece algum imprevisto)... dos olhos d'aguas é mais tranquilo, além do mais é nascente (mas na dúvida é melhor evitar - e eu nunca aconselho a beber por precaução mesmo)... sobre o ferro, um pouquinho de ferro realmente não faz mal a ninguem, ainda mas anêmica como eu... ::lol4:: hauhauhauhua

 

Os colegas serão muito bem-vindos, e espero que curtam bastante!

Só não esqueçam da água e de se proteger do sol!!!

 

Abraços

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  • 1 ano depois...

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