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Madagascar cria 1 milhão de hectares de áreas protegidas


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Madagascar cria 1 milhão de hectares de novas áreas protegidas

 

 

Pela segunda vez em dois anos, o governo de Madagascar criou mais de um milhão de hectares de novas áreas protegidas, seguindo uma política visionária para conservar as florestas intactas restantes no país.

 

As 15 novas áreas protegidas compreendem um total de 1.071.589 hectares - área equivalente à do município de Goiânia -, e incluem floresta tropical, floresta seca decidual, lagos, rios, cavernas de pedras calcárias e outros ecossistemas que abrigam espécies ameaçadas, tais como o rato-saltador-gigante (Hypogeomys antimena). Madagascar tem somente uma pequena fração de sua cobertura florestal original, mas continua sendo uma das regiões biológicas mais ricas do mundo, com muitas plantas e animais não encontrados em outro lugar.

 

O Fundo Global para Conservação (GCF), criado pela Conservação Internacional (CI), contribuiu recentemente com US$ 1 milhão para a Fundação Madagascar para Áreas Protegidas e Biodiversidade e planeja aportar outros US$ 2 milhões este ano para ajudar na implementação das novas áreas protegidas. Estas áreas foram criadas no escopo da ‘Visão de Durban’, como ficou conhecido o compromisso assumido pelo governo do presidente Marc Ravalomanana durante o V Congresso Mundial de Parques, na África do Sul em 2003. No evento, ele prometeu triplicar o território protegido no país para seis milhões de hectares.

 

Seu governo criou um milhão de hectares de áreas protegidas em dezembro de 2005, seguidos pela adição mais recente de mais outro um milhão de hectares para aumentar o território total protegido de Madagascar para 3,7 milhões de hectares.

 

“Quem quer que diga que a conservação e o desenvolvimento não podem andar de mãos dadas está errado,” diz o presidente Ravalomanana. “É importante enfatizar o impacto positivo que a conservação da biodiversidade tem no desenvolvimento econômico e na qualidade de vida”.

 

As novas áreas protegidas compreendem três grandes trechos - o Corredor da Floresta Fandriana-Vondrozo, no sudeste, de 499.598 hectares; o Complexo de Áreas Alagadas Mahavavy-Kinkony que contém lagos, rios e floresta na costa noroeste, com 276.836 hectares; e a Floresta Central de Menabe, de floresta seca decidual no sudoeste, com 125.000 hectares. As áreas protegidas adicionais incluem os notáveis pântanos do lago Alaotra – habitat do único primata no mundo que habita áreas de junco: o Lêmure-de-bambu-do lago-Alaotra (Hapalemur alaotrensis) - assim como áreas menores que objetivam impedir extinções de espécies locais endêmicas e criar corredores de ligação com outras regiões protegidas, além de proteger nascentes de água e territórios sagrados das comunidades locais.

 

Muitas espécies ameaçadas de extinção ocorrem quase exclusivamente nas novas áreas protegidas, inclusive um dos primatas mais ameaçados do mundo - o grande lêmure-de-bambu (Prolemur simus), classificado pela IUCN como ‘Criticamente em Perigo’ - junto com o sifaka-de-coroa (Propithecus coronatus), o lêmure-dourado-de-bambu (Hapalemur aureus), o sifaka de Milne-Edward (Propithecus edwardsi), o mangusto-de-dez-listras (Mungotictis decemlineata), o guará-sagrado de Madagascar (Threkiornis bernieri), o jabuti-de-casca-chata de Madagascar (Pyxis planicauda) e o cágado-de-cabeça-grande de Madagascar (Erymnochelys madagascariensis).

 

O programa de Madagascar é um modelo para governos das nações em desenvolvimento que se deparam com a escolha entre a possibilidade de explorar os recursos naturais de forma a esgotá-los ou a opção pela conservação destes, de forma que a economia e as comunidades locais possam beneficiar-se dos bens naturais em caráter perpétuo. Outras nações que optaram pela conservação e os benefícios a longo prazo são a Costa Rica e a Libéria.

 

“Madagascar é, na opinião de muitos, o hotspot de biodiversidade de maior prioridade na Terra”, afirma o presidente Russell A. Mittermeier, da CI. “O compromisso do presidente Ravalomanana com uma ampla cobertura de área protegida é histórico e tem significado global. Esperamos que outros líderes na África e em outras partes do mundo sigam seu exemplo e tomem atitudes decisivas similares”.

 

Por décadas, a biodiversidade única de Madagascar esteve sob a ameaça de destruição da floresta, comércio ilegal de animais silvestres e outros problemas. Cientistas estimam que 90% da cobertura florestal original já desapareceram.

 

As organizações que apóiam o programa de áreas protegidas do governo incluem: CI, Associação Fanamby, Wildlife Conservation Society, WWF, Durrell Wildlife Conservation Trust, Missouri Botanical Garden, USAID, Agence Française de Développement, Fonds Français pour l’Environnnement Mondial, KfW e Banco Mundial.

 

A próxima fase do programa irá enfocar os benefícios econômicos para as milhares de pessoas que vivem dentro e no entorno das áreas protegidas, por meio de ecotourismo, contratos de serviços ambientais e iniciativas de monitoramento ecológico.

 

Ao todo, o GCF já concedeu US$ 2,2 milhões para apoiar projetos de áreas protegidas em Madagascar. O GCF e o CEPF (Fundo de Parcerias para Ecossistemas Críticos) também contribuíram significativamente com o planejamento e o desenho das novas áreas protegidas no país.

 

(Fonte: Assessoria Comunicação CI-Brasil)

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