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POKHARA NEPAL


Oswaldo Bak

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Nas alturas em Pokhara

 

 

Ir para o Nepal e não curtir as belíssimas vistas do Himalaia, a maior cadeia de montanhas do planeta, é um desperdício. O país preserva tradições antigas e outras características rurais que se diluem no caos de Kathmandu. Para pegar o espírito do país e entender melhor como eles vivem, decidimos passar quatro dias em Pokhara, que fica a 200 Km da capital. Embora pareça perto, a viagem de ônibus entre as duas cidades leva cerca de oito horas. O motorista dirige devagar quase parando, numa média de 30 km/hora por conta da péssima conservação da pista, que só tem duas faixas e da enorme quantidade de caminhões, ônibus, carros e motos. A viagem não é fácil. De VIP, os ônibus só têm o nome... As curvas sinuosas recortam as montanhas e cada ultrapassagem é uma façanha, mas a emoção de estar no topo do mundo é imensa. A vista dos maiores picos do planeta é lindíssima e compensa o risco da viagem. Lá, o rio Bagmati – o mesmo que passa por Kathmandu – não parece poluído, é mais selvagem e suas águas correm livremente, sem barreiras ou dutos de concreto, construídos pelo homem. Os terraços verdes dos campos de arroz e as casas simples das vilas de camponeses completam o cenário bucólico tornando a viagem, que poderia ser maçante, bem mais leve e agradável. Há quem escolha ir de avião, mas viajar por terra e observar tudo isso não tem preço nem comparação. Depois de oito horas na estrada, finalmente chegamos em Pokhara. Pegamos um táxi e seguimos para o nosso hotel na região central.

 

Da janela do quarto, a vista das montanhas era deslumbrante: céu azul, picos nevados e dezenas de paragliders coloridos suspensos no ar. A vontade de ir ao topo era enorme. Muita gente sobe as montanhas a pé ou de bike, mas o caminho é bem íngreme e pode levar muitas horas. Pegamos um táxi e subimos até Sarangkot, uma pequena vila de onde a vista do vale de Pokhara é sensacional e o estilo de vida das pessoas muito diferente do resto da cidade. Lá, eles são bem mais rurais e pacatos, vivem em contato com a terra e parecem viver em outro mundo, mais perto do céu. Cada casa possui sua própria horta no quintal. Fomos de manhã bem cedo para ver o nascer do sol, que foi um dos mais lindos que já vimos na vida!

 

Mais tarde fomos conhecer o Phewa Lake, que fica no centro, perto da avenida mais turística da cidade. Alugamos dois caiaques que eram péssimos, antigos e quase viraram, mas foi bem divertido e um jeito diferente de chegar a uma ilha, onde existe um pequeno templo budista, uma das principais atrações da cidade.

 

Quem não quiser remar pode contratar um barqueiro que cobra R$ 6,00 a hora. Gostamos tanto do clima sereno daquele lugar, que no dia seguinte voltamos e alugamos um barco a remo pelo dia todo para explorar melhor a região do lago. Cruzamos remando até a outra margem, estacionamos o barco e começamos uma trilha que durou três horas até o topo de uma das montanhas. A subida foi dura, mas muito recompensadora. A cada mirante alcançado ao longo do caminho, a vista da cidade se tornava mais deslumbrante, com casas coloridas ao redor do lago e muita mata fechada.

 

Enfim, chegamos ao topo da montanha e encontramos o Peace Temple. Valeu muito a pena o esforço. A trilha era só nossa, pouca gente se aventura na escalada. Além de ser um belo exercício para pernas e mente, o lugar é uma paz total. Iluminado e com uma vista lindíssima do vale de Pokhara. Imagens de Buda ao redor do templo formam um circulo religioso por onde as pessoas passam em clima de meditação.

 

Peace Temple

Também conhecido como Peace Pagoda, o templo foi erguido no Nepal por monges japoneses para promover a paz mundial e a não violência. Depois da Segunda Guerra, a Organização Budista japonesa Nipponzan-Myōhōji-Daisanga construiu vários templos similares ao redor do planeta.

Como explorar a região

 

Pokhara é a segunda maior cidade do Nepal e tem três das dez maiores montanhas do mundo (Annapurna I, Dhaulagiri e Manaslu). É o lugar perfeito para praticar esportes radicais e de aventura em lugares exóticos, com natureza intocada. Várias agências especializadas organizam grupos de trekking, rafting, caiaque, bike, tirolesa e, claro, de montanhismo e alpinismo. Para quem gosta de voar de paraglider, Pokhara é um lugar fascinante. Nós resolvemos fazer um tour de bicicleta com guia local que durou o dia todo. Pedalamos 50 Km entre os dois lagos principais de Pokhara. Foi uma maneira bem interessante de explorar as montanhas da região. A parada para o almoço foi numa casa simples de uma família local na beira do segundo lago. O prato principal foi um peixe pescado na hora. Nós nos sentimos parte da família e pudemos perceber traços da cultura e comportamento de uma família rural nepalesa. Todos foram muito dóceis e receptivos.No fim da tarde pegamos uma canoa para fazer parte do caminho de volta para o hotel. Nós, o nosso guia e as bikes cruzamos o lago e de volta à estrada, encaramos mais alguns quilômetros de aventura, entre caminhões, ônibus e bastante fumaça. Foi um dia intenso que valeu muito a pena.

 

Quem não curte esportes radicais, pode fazer os passeios de táxi tranquilamente. O preço é razoável e é bem melhor que o escasso transporte público local. A rua principal de Pokhara é bem animada, com muitas lojas, restaurantes, hotéis e clínicas de massagem. A melhor que nós fizemos na viagem foi por lá. Escolhemos a Ayurvédica, baseada na ciência indiana, que abrange o corpo inteiro.Uma massagem de uma hora custa cerca de R$ 10,00! Tudo é muito barato no Nepal. Os restaurantes seguem a mesma linha. O mais bacana que encontramos e recomendamos é o Byanjan, na beira do Lago Phewa, com uma área externa muito aconchegante. Bom, bonito e barato! Se for ao Nepal e tiver tempo, não deixe de incluir Pokhara no seu roteiro. É uma cidade agradável, com forte potencial turístico de povo tranquilo e hospitaleiro. O Nepal é mesmo o que nós ouvimos por aí um dia desses...Um país pobre, de grande beleza natural e força religiosa com gente muito pacífica e rica de espírito.

 

De onde viemos: Kathmandu, Nepal (de ônibus)

Para onde vamos: Bhaktapur, Nepal (de ônibus)

 

Pokhara, Nepal

Hospedagem: 33 dólares/dia - Hotel Trekkers Inn

Transporte: a pé, de táxi e de bike

Culinária : 3 dólares por prato -

Hospitalidade do povo local:

Pontos Turísticos:

Preços:

Clima Local (média 28 graus): Fuso Horário: 09 horas a mais em relação ao Brasil

Distância Percorrida desde o último destino: 200 km

Distância Percorrida desde o ponto de Partida (Lisboa): 22.606 km

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