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Trêm do Pantanal: Expresso da natureza


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http://viajeaqui.abril.uol.com.br/vt/materias/vt_materia_486956.shtml

 

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Num lugar onde a densidade demográfica beira os cinco habitantes por quilômetro quadrado (na cidade de São Paulo, segundo o IBGE, esse número chega a 7 148 pessoas), a agenda do Pantanal é ditada pelo clima, as maritacas são o despertador e o celular não sabe o que é sinal. Novidades são tão raras quanto avistar onça bebendo água - e isso é uma boa notícia. A última aconteceu em 2000, quando a Unesco concedeu o status de Patrimônio Natural da Humanidade. Mas agora uma boa nova anima a região. Trata-se do Trem do Pantanal. Reativado graças à parceria entre os governos federal e do Mato Grosso do Sul e as empresas ALL e Serra Verde Express, o Pantanal Express percorre os cerca de 220 quilômetros que separam a capital Campo Grande da cidade de Miranda a uma velocidade de 30 quilômetros por hora. É, é tempo sufi ciente - quase 11 horas - para deixar o estresse para trás e começar a acostumarse com a cadência da vida pantaneira.

A linha, famosa (e eternizada na música Trem do Pantanal, de Paulo Simões e Geraldo Roça) por ter integrado o trajeto do Trem da Morte, entre Bauru e Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, ficou quase 20 anos sendo usada apenas para transporte de carga. O projeto para que ela voltasse a ter passageiros a bordo começou em 2007, e a previsão é que até o início de 2011 a viagem se estenda de Miranda a Corumbá. "A primeira barreira que precisamos quebrar é que as pessoas entendam que não se trata de nenhum trem de transporte. É um trem turístico, um passeio", afi rma Adonai Aires de Arruda, presidente da Serra Verde Express, responsável pela operação da linha. Conceito que logo compreendi ao olhar o itinerário recebido com a passagem: a partida é às 7h30, em Campo Grande, e a chegada, às 18 horas, em Miranda.

 

Para sair da mira do potente ar-condicionado, logo depois do embarque mudei de poltrona. Sem dificuldade, já que metade dos 64 lugares do vagão turístico estava vaga. Ao longo das duas primeiras horas de viagem, pairava um ar de desbravamento entre os passageiros. Os olhares estavam atentos; as câmeras, a postos; todo mundo voltado para as janelas (do lado esquerdo do vagão, por indicação do guia) para avistar animais e admirar a paisagem. Só que o que ninguém ali parecia esperar aconteceu. As horas passaram, e nenhum bicho deu as caras. Não que eu achasse que veria um tamanduá-bandeira, uma onça na beira da estrada de ferro, mas, no mínimo, uma capivara. Nadinha apareceu, e tive um pouco de pena de meus colegas de jornada. Aqueles com quem conversei vieram ao Mato Grosso do Sul apenas para conhecer o Pantanal Express e acreditavam que veriam animais da região durante o percurso. Fizeram o trecho de ida no sábado e voltariam de trem para Campo Grande já no domingo. Ah, sim, como a maioria das 19 linhas turísticas autorizadas a funcionar ao longo da parca malha ferroviária do país, a do Pantanal só opera nos fins de semana e feriados.

 

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