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Como fui parar na Espanha


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Bem, vamos aos princípios: em fevereiro e março de 2016 eu programei as minhas férias do trabalho para terem início no final de abril. A partir daí comecei a buscar opções em diversos países – sim, estava aberta a tudo – para passar três das minhas 4 semanas de férias viajando. Em dúvida entre passar o tempo todo mochilando ou me fixar em algum lugar, resolvi fazer um curso de espanhol que ocuparia 12 dias (2 semanas úteis mais o final de semana) na pequena e maravilhosa cidade de Sitges (Catalunya). Antes de chegar e depois que saí tive outros 10 dias para conhecer Barcelona, Valência, Girona, Vilanova i la Geltrú e o Monastério de Montserrat.

 

Seguem aqui estão algumas fotos só para mostrar um pedacinho das 3 semanas mágicas.

 

Em Valência:

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No Monastério de Montserrat:

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No Camp Nou:

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Mas a verdade é aí que a minha história na Espanha começou! Voltando à minha rotina de trabalho e faculdade (segunda graduação no curso de contábeis), algumas semanas depois apareceu um edital do Santander Universidades. Minha faculdade tinha um incentivo a 10 alunos (cujo edital anual você pode ver aqui - https://www.santanderuniversidades.com.br/bolsas/paginas/bolsas-ibero-americanas.aspx).

Participei do processo seletivo com poucas expectativas – afinal minha faculdade está presente no Brasil todo. Como as pessoas poderiam não se interessar? Então enviei os documentos para participar, fiz uma prova de espanhol (tinha recém chego do curso de Sitges, estava fresco! Mas confesso que a prova estava bem ‘’básica’’), e por fim uma entrevista por skype com responsáveis da área internacional. O objetivo dessa última fase era entender se eu apresentava aspectos psicológicos, financeiros (adicionais à bolsa se fosse necessário) e como seria em relação à minha família, emprego e relacionamentos.

 

Grande e feliz foi a surpresa ao receber o SIM da faculdade (obs: isso foi em julho/2016). Mas eu ainda não estava segura... tinha medo de deixar meu trabalho, o dinheiro da bolsa não cobriria tudo (teria que guardar o máximo até a viagem). O apoio da minha família foi imprescindível ao dizer que a minha decisão seria a deles, e que estavam junto comigo. Duas coisas ajudaram a eles me apoiarem: eu pesquisei tudo sobre o custo de vida de Málaga (que acabou sendo a cidade escolhida), e felizmente é uma das mais baratas da Espanha. A segunda foi que tive incentivo de profissionais da minha área que me incentivaram e deixaram uma ''porta aberta'' para quando voltasse. Sobre os custos, apenas para efeito comparativo: dividir um apartamento (ou seja, ter um quarto e acesso nas áreas comuns) em Barcelona ou em Montpellier (França) é entre 350€ e 500€, enquanto em Málaga eu via anúncios entre 200€ e 250€ em apartamentos bem aconchegantes.

 

Então após resolver que sim, EU IRIA!, faltava uma parte (bem) importante: escolher o destino (por que ainda não estava totalmente certo). Havia algumas faculdades da América Latina disponíveis, Portugal e Espanha. Minha primeira opção seria Portugal (devido à facilidade da língua para estudar), entretanto havia apenas uma faculdade politécnica (ou seja, para o meu curso da área de econômicas), o que não seria possível. Então haviam duas disponíveis na Espanha: coloquei a de Málaga em primeiro e as outras duas da América Latina em ordem de preferência. Os estudos seriam para um semestre, fevereiro ou setembro de 2017.

 

Contrato com a faculdade assinado, bolsa caiu na conta bancária e.... cadê a carta de aceite dizendo quando eu deveria estar lá? Infelizmente ela só foi chegar no início de dezembro (sim, esperei sentada quase 6 meses) sem saber com certeza qual era o destino e qual semestre escolar estudaria (fevereiro ou setembro de 2017).

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Começaram em julho, quando já sabia que iria viajar (para algum lugar em algum momento). Aí vieram as despesas com a renovação do passaporte (aproximadamente R$250 reais). Pesquisei muito nesse tempo todo sobre custo de transporte, alimentação, esperando que a minha primeira opção de ir à Espanha desse certo.

Mas os preparativos de ‘’verdade’’ surgiram junto com a carta de aceite que chegou em dezembro, lembra? Ela me disse que eu precisava estar EM MÁLAGA no dia 15/02/2017, isso quer dizer 2 meses e 10 dias após receber a carta.

 

Então começou a busca incessante por passagens aéreas (tendo visto ou não de estudante, você precisa entrar com a passagem de volta comprada), seguro médico, passaporte que ficou pronto em dezembro, desligamento do emprego, planejamento das contas a pagar no Brasil, busca por hostel para ficar nos primeiros dias (até achar um lugar definitivo), e a principal dor de cabeça: o sonhado visto de estudante. Para obter esse glorioso selo no meu passaporte foi preciso ir atrás de diversos documentos (lembrando que eu ainda trabalhava e não tinha tempo em horário comercial para ir atrás dos documentos), o qual agradeço minhas roommates do Brasil <3 que me ajudaram bastante a conseguir algumas coisas pra viagem. Além disso foram duas viagens pra São Paulo (uma pra fazer o pedido no consulado e outra pra buscar – pessoalmente é mais fácil do que a procuração que deve ser feita com X, Y e Z critérios). São Paulo já tinha me custado mais ou menos R$350 nessas 4 idas e voltas.

 

Com o visto na mão, aí foi o momento de comprar as passagens (pois não queria arriscar comprar em uma data de chegada a qual não teria permissão). Euros comprados (comprei aos poucos conforme as taxas iam abaixando, a melhor taxa que consegui foi R$3,50), poucas roupas de frio (Málaga no inverno fica perto de 10ºC, ou seja, perto da temperatura normal de Curitiba), remédios na bolsinha, acabei levando uma mochila pequena, uma de mão (que somadas deram 9kg) e mais uma mala média com 20kg (sim, isso aí, economia! Esse foi o aprendizado com o meu trabalho viajando por 2 anos e pouco):

 

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Minha chegada foi bem pior que o esperado. Já no aeroporto de Málaga, minha mala foi uma das últimas a chegar (eu já estava pensando onde e quando eu iria comprar um guarda roupa provisório) e eu precisava de ajuda para encontrar de onde saía o trem até o centro. Não encontrei uma pessoa disponível para ajudar os passageiros, e um simpático civil me ajudou a chegar na estação. Entretanto a cidade que é conhecida pelos seus 300 dias de sol me recebeu com um dos 65 de chuva, e MUITA chuva. Após levar um pequeno banho, a tecnologia é tanta que levei alguns minutos sozinha até conseguir emitir um bilhete no atendimento eletrônico para o destino que queria (depois você vê que é mais fácil que sacar dinheiro em um banco):

 

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Não bastava até aí... peguei o trem na direção oposta. Achei que o meu sexto sentido e as palavras nas placas eram suficientes para me mandar para o centro, mas infelizmente estava indo em direção a Fuengírola (se você vier me visitar não pegue nesse sentido!). Com medo de ser multada pelos fiscais, desci na próxima estação assim que percebi que o meu google maps (dica 1: baixe o Maps off-line da região que você vai frequentar, assim não dependerá de internet) me mandava na direção oposta e comprei outro bilhete (que são entre 1,80€ e 2,70€) agora sabendo que estava certa, mas ainda chorando junto com a chuva.

 

Para chegar no específico hostel que reservei, seria necessário descer do trem e pegar mais um ônibus (cujo ponto era a uma quadra da estação). Entretanto a chuva decidiu aumentar e eu fiquei esperando ela diminuir até sair do lugar, mesmo tendo um guarda-chuva em mãos, pois as malas não ficariam todas protegidas. Hostel alcançado com sucesso. Coloquei nos comentários da reserva: favor ser o andar mais baixo possível (pois no ano anterior já tinha sofrido com escadas em outro hostel), o que não adiantou grande coisa... eram 4 lances de escadas sem elevador 

 

Meus três dias seguintes foram visitando apartamentos e felizmente consegui um (a 15 minutos do ‘’centro’’, que é onde Málaga acontece e vive) muito bem organizado, limpo e com boas companhias. Antes desse foram outros 6 apartamentos, alguns estilo pensão e outros não muito limpos.

 

O diferencial é que fica numa montanha e pra chegar aqui em cima tem que estar com a vida saudável em dia!

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Além da preocupação com os trâmites administrativos e acadêmicos nos primeiros dias, você logo percebe que fazer comidas em casa é disparado mais econômico do que comer na rua. Não quer dizer que eu não tenha experimentado Tapas, Pitufos, Pizzas, Kebabs, e tomados alguns cafés com tortas na rua. A dica nesse quesito, além de frequentar os mercados e feiras, é negociar (normalmente alguns pratos são muito grandes), pois você pode oferecer um valor um pouco inferior para ter um prato um pouco menor (isso se aplica principalmente nos lugares não muito frequentados que ‘’imploram’’ para você comer ali – e não significa que sejam ruins ou caros, apenas não são conhecidos ou estão em lugares escondidos). Isso foi útil para mim, que não como uma pizza inteira – aqui a pizza que já tem um tamanho único quase não se divide, você pede uma só pra você e seus colegas fazem o mesmo.

 

Depois de uma semana na casa nova, fui atrás de possíveis locais para fazer exercícios. Corri na rua alguns dias, comprei um roller de segunda mão na loja Cash Converters por 10€ - https://webshop.cashconverters.es/ e por fim fechei um pacote de academia por 90€ por três meses. A faculdade oferecia alguns esportes mas o Campus principal é extremamente afastado da cidade (e o meu de Econômicas é a 10 minutos do centro). Isso levaria tempo – uns 50 minutos cada trecho e mais o valor do transporte (o qual não preciso gastar pra ir em lugar nenhum).

 

Percebe que atravessar na faixa é como desfilar em um tapete vermelho – todos param – entretanto fora dela você vai esperar sentado por que ninguém vai parar. Há lixo na rua e na praia tanto quanto no Brasil (infelizmente), mas a diferença é na eficiência de limpar (nas madrugadas por exemplo) e amanhecer uma rua lavada e sem lixo.

Existem programas culturais de graça (veja alguns exemplos aqui: https://www.ruralidays.com/blog/que-ver-gratis-en-malaga/) e até agora visitei dois dos museus que tem entrada livre aos domingos.

 

Sobre bares, festas e baladas, as pessoas não costumam comer muitas coisas na rua – aparentam terem jantado em casa antes de se encontrar com você. Beber na rua é passível de MULTA, mas no bar e balada pode! Mesmo assim a recomendação em prioridades são: beber antes (uma cerveja no mercado é 0,70€ uma lata), beber no bar (1 a 3€ por tamanho da cerveja) e por último beber na balada (3 a 5€ uma cerveja, enquanto um drink pode chegar a 12€ - em Barcelona por exemplo nas baladas na beira da praia pode chegar a 14€ um Gin com tônica). Outra dica é sair na rua cerca de 1h da manhã (no centro os bares e baladas ficam concentrados) e você é chamado por alguém que trabalha para a balada a cada esquina. A maioria dessas entradas é gratuita (pois ainda está cedo e eles querem movimento) e pode te gratificar com um shot ou copo de cerveja por você ter ido até lá (faça isso várias vezes hehehe).

 

Na faculdade, as primeiras aulas foram mais difíceis para compreender o ritmo do espanhol (Jesus como falam rápido), mas aos poucos seu ouvido vai se acostumando. Infelizmente digo que a recepção para intercambistas é quase nula – a maioria não está interessada se tem ou não alguém novo na sala (não apenas comigo, mas diversos outros Erasmus e Iberoamericanos relataram a mesma coisa). Sobre estilo e vestimenta, acho que depois dos asiáticos aqui tem os cabelos mais naturais do mundo – a maioria não modifica a cor nem a textura – mostrando-os da forma que são e como acordaram no dia. A preocupação maior é com as roupas e estilo – sim, os jovens se vestem muito bem em geral, usando sapatos, botas, mixando cores nas roupas com muito bom gosto. As amizades com os espanhóis são feitas em passos mais lentos, ao contrário de encontrar outros intercambistas (a cidade recebe mais de 300 por semestre), que buscam também companhia para sair, ir aos museus, ir à praia, viajar, fazer jantares, botellónes (como se fossem aqueces/esquentas em casa), baladas e outros programas saudáveis.

 

Por fim, depois de um mês já sei onde é melhor comer, onde ainda quero ir, cidades para visitar (já fomos a Cádiz no carnaval e a Gibraltar em um sábado), muitos amigos para conhecer, muita matéria para estudar e uma Espanha inteira esperando!

 

Fotos de Gibraltar:

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Fotos do carnaval de Cádiz:

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Fotos em Málaga:

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