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Saúde dos viajantes: encontro discute medidas para minimizar riscos


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Estimativas demonstram que, em todo o mundo, de cada 100 mil passageiros em viagem internacional, metade apresenta algum tipo de problema de saúde e pelo menos oito mil chegam a consultar um médico. Os números foram apresentados pelo assessor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Regulamento Sanitário Internacional em pontos de entrada, Miguel Minguez, no terceiro dia do Workshop que discutiu o tema, em Fortaleza (CE), onde, na última semana, os participantes conheceram o Porto de Pecém, a 60km da capital, e puderam realizar um exercício prático a bordo de um navio.

 

Fonte: Agência Brasileira de Notícias

 

“Entre outras coisas, os dados nos mostram que a epidemiologia das doenças infecciosas no país de destino é muito importante para se proteger a saúde dos viajantes”, alerta Minguez. Ainda segundo o assessor, o avião é o meio de transporte usado por 40% dos turistas internacionais. Em todo o mundo existem hoje 1280 aeroportos internacionais e 72.685 aviões comerciais operando, o que reforça a necessidade de se efetuar um controle sanitário efetivo nos aeroportos.

 

Na década passada, o turismo nos 49 países mais pobres do mundo cresceu seis vezes mais que em toda a Europa. Para Miguel Minguez, “isso demonstra a necessidade de que o setor turístico colabore com a implementação do Regulamento”.

 

Durante o Workshop, o Brasil apresentou o programa de inspeção em navios de cruzeiro. Com foco específico, o programa vem permitindo um aumento da sensibilidade de identificação de casos suspeitos a bordo, maior padronização na atuação e análise estatística.

 

Guia sanitário

 

Ainda durante o Workshop Fortalecimento das Capacidades Básicas do Regulamento Sanitário Internacional e Certificado Sanitário de Embarcações os participantes discutiram o novo Guia Sanitário para Embarcações, proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O documento é dirigido aos armadores e construtores navais, provedores de serviços, administradores portuários e autoridades de saúde.

 

Certificado sanitário

 

O certificado sanitário de embarcações aplica-se a toda embarcação em viagem internacional, seja navegação de interior ou marítima. É obrigatório que o comandante mantenha a bordo um certificado válido (o mesmo deve ser renovado a cada seis meses). “O certificado representa o histórico da embarcação, permitindo que o inspetor faça a análise de risco”, explica Daniel Menuccci. No Brasil, 33 portos emitem o certificado.

 

Atualmente, a OMS também está propondo uma espécie de complemento ao Certificado, para que no momento da verificação o inspetor tenha acesso a um histórico mais completo da embarcação, e não apenas às informações gerais registradas no último Certificado obtido pela embarcação.

 

Guia Sanitário

 

A edição de 2010 do guia sanitário é a terceira desde 1967 e seu texto foi colocado em consulta pública recentemente pela OMS. O guia traz diretrizes, indicadores de como se medir resultados, além de informações sobre o manejo de eventos relacionados à Influenza A (H1N1) a bordo, sobre as inspeções e sobre a emissão dos certificados sanitários de embarcações.

 

As inspeções ocorrem quando a embarcação possui uma situação de emergência a bordo ou requer um novo certificado sanitário, podendo ainda ser uma reinspeção ou uma inspeção de verificação (inspeção surpresa). “A inspeção não começa dentro da embarcação, mas muito antes dela chegar; o trabalho se inicia ao se planejar as etapas da inspeção, o material que será necessário”, explica Daniel Menucci.

 

As condições e a temperatura de armazenamento dos alimentos, o uso de utensílios impermeáveis e resistentes, a inexistência de pisos que dificultem a limpeza da cozinha são alguns dos pontos observados em todo o processo de alimentação realizado nas embarcações durante uma inspeção. Também são inspecionados o sistema de produção, tratamento e distribuição de água potável e o sistema de climatização. “O hospital de bordo deve ter localização acessível para que o paciente chegue a ele de forma rápida”, esclarece o técnico da Anvisa Júlio Colpo.

 

Além disso, é recomendável que os medicamentos fiquem em armário protegido e sigam uma ordem de classificação. É necessário ainda, que a embarcação mantenha um sistema de registro dos atendimentos realizados.

 

Durante o evento, os diversos países expuseram suas experiências com a realização de inspeções em embarcações. A representante do Peru, Maria Del Carmen Marial, afirmou que “o Peru tem muito a aprender com o Brasil, país que tem grande experiência em portos”.

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