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Esta viagem começou na verdade, na cabeça de dois amigos, apaixonados por motos e que se juntaram para fazer uma "viagenzinha de moto".

Quase tudo foi planejado, fizemos alguns cálculos, quilometragens, distâncias, possíveis imprevistos, como se imprevistos pudessem ser previstos, custos e tudo mais que pudemos lembrar, claro que isso tudo não levou mais que umas poucas semanas, afinal a fissura pela viagem era enorme, e é claro alguns erros de planejamento foram cometidos, nada que viesse a estragar a viagem.

Digo de minha parte, estava realmente motivado para fazer minha primeira viagem de moto de maior porte, pois até então não havia ido mais longe que ao Rio de Janeiro, onde nasci e fui criado, partindo aqui de Viçosa, cidade em que vivo há quase dez anos, viagens estas de mais ou menos 380Km. Essas viagens normalmente eram para visitar meus pais que moram lá, além de curtir uma prainha, e aproveitando algumas vezes em que estava com mais tempo, resolvi ir de moto.

Acredito que o Juliano também estava, apesar de nos conhecermos a pouco tempo, sei que tanto ele como os irmãos adoram motos, por isso imagino que para ele esta viagem também era esperada com entusiasmo e ansiedade. Fato que veio a se confirmar mais tarde.

Logo no primeiro dia combinamos de nos encontrar em frente ao seu bar, o Juca do Gás, ponto de encontro de um grande grupo de motoqueiros que curtem trilhas, liderados por seus irmãos Carlos Alexandre e Marcelo, além é claro de ser ponto obrigatório da noite Viçosense. Eram oito da manhã do dia 6 de julho de 2005, já no inverno mas ainda com temperaturas agradáveis. Saímos de Viçosa e fomos em direção a Ouro Preto, cidade onde entraríamos na Estrada Real, motivo de nossa viagem. Até lá são aproximadamente uns 180 Km, de uma estrada bem conhecida pelos dois, fato que fez este primeiro trecho bem tranqüilo. Passamos por Teixeiras, Ponte Nova, Mariana e pouco antes de Ouro Preto encontramos com um motoqueiro que viajava para Divinópolis, que nos contou sobre seu último acidente, e fiquei pensando como deveria ser ruim, uma queda de moto, e principalmente em uma viajem a passeio, mas logo este mau pensamento se foi, e novamente a euforia pelo início da aventura tomou conta da minha cabeça, e só bons pensamentos ocupavam minha mente.

 

Não chegamos a entrar em Ouro Preto, e no trevo da ALCAN, tomamos a Estrada Real e fomos em direção a Ouro Branco, próxima cidade no caminho. Aproveitamos a proximidade e demos um pulo em Lavras Novas, cidadezinha localizada em uma região de extrema beleza, com serras e chapadões que fazem do lugar um ponto de amplitude, onde o pensamento pode ir longe. Cruzamos a cidade e fomos até a praça da igreja da cidade, dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres, aproveitamos e tiramos algumas fotos, só para registro. Vale lembrar que nesse trecho a poeira era forte, e por sorte o tráfego era reduzido e não sofremos muito.

 

Partimos logo para retomarmos nosso caminho para Ouro Branco, afinal tínhamos poucos dias de prazo e nosso objetivo era chegar até Tiradentes naquele dia.

O caminho para Ouro Branco é muito impressionante, desce-se por uma serra, a pavimentação está em boas condições, e em alguns trechos pode-se avistar pequenas ruínas da antiga Estrada Real.

A cidade de Ouro Branco fica localizada ao pé de uma serra, o que confere ao local uma paisagem deslumbrante. Paramos para perguntar como rumar para Conselheiro Lafaiete, próxima cidade do nosso percurso. No caminho para Lafaiete, paramos para visitar uma das casas utilizadas por Tiradentes para reunir-se com os demais Inconfidentes. A casa vem passando por um processo de restauração, já que como informado pela guia encontrava-se abandonada e fadada ao esquecimento, não fosse a luta de um grupo local, que vem batalhando para a conservação desse patrimônio de nossa história.

Toda feita em pedra e madeira, é um exemplo de construção da época, com varandões ao redor da casa e porões pouco iluminados.

 

 

Retornamos à estrada e quando estávamos no meio do caminho para Lafaiete aconteceu nosso primeiro imprevisto, furou o pneu dianteiro da moto do Juliano. Como havíamos levado sprays para reparo rápido, logo agimos mas infelizmente a câmara de ar havia rasgado e o spray não surtiu efeito. Decidimos então trocar a câmara de ar, já que o Juliano havia levado uma sobressalente. Tivemos um pouco de trabalho, afinal não tínhamos todas as ferramentas necessárias, e graças à ajuda de uma pessoal que trabalhava em um sítio próximo de onde paramos, conseguimos trocar o pneu e seguir viagem até Lafaiete.

 

 

 

Assim que chegamos fomos a uma oficina, pois o Juliano notou que sua roda dianteira tremia um pouco assim que a velocidade de rodagem aumentava.

O problema tinha sido ocasionado por termos colocado o pneu de forma incorreta, o que acarretava a instabilidade, coisas de marinheiros de primeira viagem. Afinal a teoria na prática é outra! O pessoal da oficina da Yamaha foi super gente boa, e ainda ganhamos uma lubrificada nas correntes por conta.

Acabamos tendo de ficar parados por mais ou menos umas três horas ao todo, então decidimos que apesar do pequeno atraso, iríamos cumprir nosso objetivo e chegaríamos até Tiradentes, para lá pousarmos. Saímos de Lafaiete e pegamos a BR 040 em direção a BH, e alguns quilômetros a frente pegamos o trevo para São João Del Rey.

No caminho passamos por vários lugares, mas o que mais impressionou pela beleza e pela arrumação foi a cidade de São Braz do Suaçuaí. Passamos pelo centro, por onde passa a estrada e pudemos apreciar os bonitos jardins que compõe o canteiro central da avenida na altura da Igreja, que por sinal, também é muito bonita. Mais uma vez tiramos uma foto para documentar esta passagem.

 

Já era final de tarde e o dia começava a escurecer quando passamos por Lagoa Dourada, a Terra do Rocambole. Vocês não podem imaginar quantos bares, padarias e lanchonetes vendem o "verdadeiro" rocambole, ou então o "famoso" rocambole, e até o "original"! Bom, acabamos não comendo nenhum pedaço de rocambole, apesar de estarmos azuis de fome, já que até àquela hora não tínhamos almoçado. A estrada nesse trecho é boa, mas o grande volume de tráfego a torna meio perigosa.

A noite veio vindo e cada vez mais nos aproximávamos de São João Del Rey, nos informamos em um posto e descobrimos que existia uma estradinha que ligava São João Del Rey a Tiradentes e que nos pouparia alguns quilômetros. Chegamos em Tiradentes por volta das 18:30h e fomos direto procurar uma pousada para tomar um banho e em seguida descolar alguma coisa para comer. Acabamos encontrando uma com garagem, afinal as motos também mereciam um descanso em segurança.

Decidimos encarar um super Tutu à Mineira em um bar na praça principal, o qual devoramos com fome de leão, acho que a muito tempo não ficava com uma fome tão grande. Não sei se a fome era muita ou se o Tutu estava realmente bom, só sei que achei maravilhoso e repeti mais umas duas vezes. Tivemos que pedir mais uma porção de arroz, para acompanhar nossa fome. Só o bife de lombo que estava meio esquisitão, mas na situação que nos encontrávamos, parecia filé! Tomamos algumas cervas, jogamos um tanto de conversa fora e relembramos o que havia acontecido naquele primeiro dia de viagem até que pedimos a conta e decidimos partir.

 

Ainda demos uma volta na cidade para tirar umas fotos, algumas conceituais, como diria meu mestre fotográfico Guerno Yoshio Paganelli, e depois voltamos para a pousada para uma boa e merecida noite de sono. Antes de dormir, ainda telefonei para a Fernanda (minha namorada) e contei das peripécias do dia, além de tentar assistir ao primeiro jogo do São Paulo contra o Atlético Paranaense pela final da Copa Libertadores da América.

Não eram nem quatro horas da madrugada quando acordei de repente e notei que caia uma chuva forte lá fora, pensei comigo, muita sacanagem se amanhecer chovendo, ontem o dia estava tão ensolarado não é possível que fique chovendo o dia todo.

Quando acordei logo notei que continuava chovendo. O Juliano também tinha acordado com a chuva da madrugada, e pela manhã ao acordarmos, decidimos que era melhor passar o dia por Tiradentes mesmo, do que encarar uma estrada até Carrancas, que creiamos que fosse de terra, com uma chuva daquelas.

Ficamos dando voltas pela cidade, fomos almoçar em um restaurante na praça principal, onde ficam umas charretes que levam o pessoal para fazer passeios pela cidade. Tiradentes realmente é uma cidade com uma forte vocação turística. Fazia duas semanas havia acontecido ali o encontro nacional de Harley Davidson, evento que segundo o pessoal local, foi um sucesso e encheu a cidade. Pena que chegamos tarde, com certeza teriam várias magrelas bem arrumadas.

Após o almoço decidimos ir dar um passeio em São João Del Rey já que havia estiado e já tínhamos rodado a cidade toda de Tiradentes. São apenas 12 Km até lá em um trecho da BR que está restaurado, o frio estava forte e chegamos lá bem rápido.

Paramos na estação ferroviária e nos informamos de onde se localizava o Memorial ao Presidente Tancredo Neves, cidadão de São João. Infelizmente não estava aberto ao público e então fomos tirar umas fotos do Largo do Rosário.

 

 

Voltamos em seguida para Tiradentes e aproveitamos para abastecer as motos e lubrificar as correntes, já que no dia seguinte iríamos retornar à estrada.

Saímos para jantar e resolvemos voltar no mesmo bar que havíamos jantado no dia anterior, só que dessa vez eu encarei um PF e o Juliano comeu um caldo de mandioca. Ficamos por ali tomando umas cervejas até a hora que bateu um certo sono e resolvemos partir para a pousada e encerrar nosso segundo dia de viagem.

Fomos dormir com aquela expectativa de como estaria o tempo na manhã de sexta, e para nossa felicidade quando acordamos já havia parado de chover e para melhorar o sol estava ameaçando sair. Partimos logo para a estrada após um reforçado café da manhã, e fomos em direção a Itutinga, município no qual tomaríamos o rumo de Carrancas. Como disse antes, acreditava que a estrada até Carrancas ainda fosse de chão, como era quando lá passei pela primeira vez em 2002. Para nossa surpresa a estrada já estava sendo asfaltada e apenas um pequeno trecho ainda era de terra. Paramos duas vezes para umas fotos pois o visual da região é muito bonito.

 

A essa altura o sol já estava a pleno vapor e no céu restavam poucas nuvens que em nadam atrapalhavam, mas o frio, esse sim estava forte, ainda bem que estávamos preparados e ele também não foi problema.

Subimos a serra para chegar até Carrancas e aproveitamos para tirar mais umas fotos, um pouco abaixo de onde paramos tinha uma turma de universitários que provavelmente estavam tendo alguma aula prática de solos ou algo afim. Boas lembranças das aulas práticas lá na UFV.

Logo após transpormos a serra pode-se avistar a cidade de Carrancas. Chegamos na praça em frente a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, edificada em 1720, segundo relatou um morador que passava por lá na hora em que batíamos fotos, e em seguida tomamos rumo para a Cachoeira da Zilda.

 

Chegamos na cachoeira, que fica dentro de uma fazenda, e infelizmente estava fechada a passagem. Demos uma volta e encontramos os responsáveis que nos autorizaram a entrar na propriedade e curtir um belo banho gelado de cachoeira. Foi realmente revitalizador aquele banho, ainda curtimos um banho de sol que a esta altura estava a pino, reduzindo bem o frio que fazia. A nota triste foi termos encontrado duas áreas próximas a estrada que estavam com o solo completamente exposto, e que já apresentava sinais de erosão. Provavelmente seriam utilizadas para algum empreendimento imobiliário, mas não pudemos nos certificar.

Fomos então procurar um lugar para almoçar, e assim que chegamos no centro e perguntamos por um lugar para comer, fomos informados sobre um hotel que tinha restaurante. Olha vou contar uma coisa, a comida estava realmente deliciosa, comidinha caseira mesmo, e acabei repetindo com vontade. Uma breve respirada para "acentar" o almoço, e voltamos a rodar.

Nossa próxima etapa era chegar até Cruzília, no sul de Minas, para de lá então tomarmos rumo até Cunha em São Paulo, que era nosso objetivo do dia. A estrada de Carrancas até Cruzília é toda de terra, mas por ser utilizada por uma empresa de celulose está em ótimas condições e foram 60 Km de um passeio muito agradável onde pudemos apreciar uma enorme variedade de paisagens. Vale aqui ressaltar, que esta é mais uma região que vem sendo cultivada com eucalipto, assim como imensas áreas em várias regiões do país. Vem sendo trocado o pasto de baixa produtividade por plantios de eucalipto que vem se tornando mais atrativos aos agricultores. Mas qual o custo ambiental dessa monocultura?

 

 

Chegamos em Cruzília por volta das 16:00h e aproveitamos para abastecer as motos e nos informar de quantos quilômetros faltavam até Caxambu, de onde tomaríamos o rumo da divisa dos Estados de Minas e São Paulo. Percebemos então que estávamos um pouco atrasados já que ainda iríamos até Cunha e nossos planos eram de não dirigirmos a noite.

Neste trecho da viagem a estrada apesar de ser muito bonita e com lugares realmente pitorescos e típicos do Sul de Minas, é um pouco perigosa devido ao grande tráfego de caminhões que circulam como também pela falta de acostamento e grande sinuosidade. Mas devo admitir que o grande problema que enfrentamos foi o frio que fazia na região de Passa Quatro, próximo a divisa dos estados. Tivemos que dar uma paradinha em uma lanchonete de beira de estrada para colocarmos mais um casaco, e o Juliano estava com tanto frio que até tomou um cafezinho. Paramos no marco que representa a divisa para mais uma fotinho e pudemos apreciar o bonito visual do vale do Rio Paraíba de cima da serra. A esta altura já era fim de tarde e resolvemos adiantar um pouco pois a noite já se aproximava e ainda tínhamos uns 100Km pela frente.

 

Este sem dúvida foi o pior trecho da viagem pois tivemos de encarar alguns quilômetros da Rodovia Presidente Dutra. Dei uma pequena vacilada na hora de pegar o trevo para entrar na Dutra, mas em seguida pegamos um retorno e já estávamos rodando na Dutra na altura de Lorena. Paramos em um posto de gasolina para esticar as pernas e colocamos gasolina nas motos, neste momento completávamos 700Km de estrada e já estávamos no município de Guaratinguetá. Perguntamos se o trecho até Cunha era bom e o frentista nos disse que era tranqüilo. Eu conhecia apenas um pequeno trecho da rodovia, que por sinal era bom, já que havia feito vistorias naquela região na época em que trabalhava em Taubaté.

Apesar da escuridão, pois já eram umas 20:00h, chegamos bem em Cunha e mais uma vez com um pouquinho de frio.

Demos uma volta na praça procurando por algum hotel e um senhor nos indicou dois hotéis. Fomos no primeiro e não tinha ninguém para atender na hora então rumamos para o segundo onde fomos recebidos pelo Seu Chico, proprietário e que nos recebeu super bem, além de arranjar um outro quarto para as motos, que nesta noite dormiram abrigadas do sereno e frio.

Por sorte era Festa do Divino e a cidade estava em festa, após tomarmos banho no hotel fomos dar uma volta e procurar algum lugar para jantar, afinal estávamos o dia todo na estrada e havia tempo que tínhamos almoçado. Entramos em uma pizzaria, ali mesmo na praça da igreja e pudemos matar nossa fome.

Fomos dar uma volta para ver a festa e notei que as pessoas tinham o costume de andar em volta da igreja, alguns rodando para um lado e outros no sentido contrário. O Juliano então se lembrou de quando era menino em Viçosa e do costume que os mais velhos tinham em andar em volta da igreja, sendo que os homens rodavam para um lado e as mulheres para o outro. Nunca tinha ouvido falar desse costume, depois vou pesquisar para saber melhor.

Ficamos por ali algum tempo, estava rolando um show de uma banda local de Rock, e jogamos bastante conversa fora. Mais tarde fomos a um barzinho que estava com música ao vivo e aproveitamos para tomar umas doses de uísque e campari. Quando fomos dormir já eram umas três horas da madrugada e cansaço estava pegando.

 

 

Pela manhã acordamos em meio a uma leve garoa e uma serração, típicas para esta época do ano. A estrada que leva de Cunha até Paraty é realmente muito bonita, com muitas curvas e paisagens impressionantes. Enfim enfrentamos nosso primeiro trecho de lama, já que por uns 15Km a estrada não é asfaltada e como havia chovido na noite anterior havia uma certa laminha. Por sorte nossa este trecho havia sido recentemente cascalhado e apesar da lama não tivemos maiores problemas para passar. A vegetação na região é realmente deslumbrante a mata Atlântica impressiona por sua diversidade e sua imponência de cima das montanhas.

 

Quando viramos em direção ao mar, pudemos desfrutar de uma visão que esperávamos havia três dias, a vista de Paraty do alto. Paramos em um atelier de um artesão local e aproveitamos a vista para mais uma foto tendo como moldura o mar e a Serra do Mar. Como já havia previsto, tinham dois policiais militares de plantão para uma pequena "revista", como sempre é de costume nessas regiões turísticas, a guarnição estava em busca de "entorpecentes" e outros "artigos" ilegais, além daquele papo de que sua carteira, que no nosso caso era de Minas, é falsa e tal e tal e tal... Enfim fomos liberados após uma aula sobre falsificação de documentos e pudemos enfim chegar a Paraty, última parada nossa na Estrada Real, afinal, ainda íamos voltar para Viçosa, via Rio e Juiz de Fora.

 

Chegamos em Paraty e nossa missão número um naquele momento era encontrar alguma pousada que ainda tivesse alguma vaga, já que justo naquele fim de semana estava ocorrendo em Paraty a FLIP (Festa Internacional Literária de Paraty). Na nossa terceira tentativa conseguimos um quarto, se tivéssemos demorado mais um pouquinho, provavelmente não conseguiríamos quarto em lugar nenhum. Descarregamos a bagagem e fomos descolar alguma coisa para comer. Realmente nunca tinha visto a acidade tão cheia, era gente andando para todos os lados, várias atividades acontecendo ao mesmo tempo, tinha diversão para todo mundo, desde as crianças até os marmanjos. Paramos em um barzinho e pedimos dois chopes para acompanhar o Xeggburguer que havíamos pedido.

 

Depois de tomarmos mais um chope e acabarmos com o lanche voltamos para a pousada para um breve descanso. Mais tarde resolvemos ir a pé para o centro, aproveitamos e guardamos as motos no interior da pousada, ainda bem que fizemos isso cedo, depois ficamos imaginando se tivéssemos entrado com as motos ligadas no meio da noite, acho que o pessoal não ia gostar muito.

Passamos no caixa do Banco do Brasil para uma pequena recarga no capital afinal íamos às compras, lembranças para Fernanda e Lelé (namorada do Juliano). A dúvida era grande, o que comprar de lembrança? Não tenho muito jeito para acertar nas lembranças mas por via das dúvidas levei duas opções, uma pinga Gabriela e uma blusinha. Para minha surpresa, ou não, a preferida foi a pinga, já que vêm sendo consumida em pequenas doses diárias, já a blusa...Nunca vi.

Escolhemos um restaurante para jantar e pedimos uma moqueca, não sei se por culpa da moqueca ou das cervas durante a viagem, mas o fato é que não bateu bem aquele jantar, até ele descer fiquei um pouco embrulhado.

Curtimos um show de forró e MPB e ficamos a perambular pela noite, tomado umas e outras e jogando conversa fora. Paramos em frente a um barzinho onde havia uma turma fazendo um som, tinham um repertório bacana, mas devo dizer que meio curto, pois repetiam uma música de tempos em tempos.

Fomos dormir com o sentimento de termos cumprido nosso objetivo, sem mais percalços e imprevistos maiores que o furo do pneu.

No domingo acordamos e fomos direto para o Rio, o tempo estava nublado mas nada de chuva para atrapalhar, apenas na entrada da Avenida Brasil pegamos uma pequena garoa, mas nada muito forte. Como era domingo o transito era pequeno e rapidamente chegamos no Leme na casa da Dona Ivone, minha mãe, que por sinal já havia preparado uma comidinha congelada típica dela, tudo preparado pela Prazeres, sua assessora.

 

Deixei o Juliano na casa de uma amigo na Gastão Baiano e fui para a casa do Pedrinho, para encontrar com a turma e jogar um futebol de botão, nova mania dos crescidinhos de plantão. Antes passei na casa do meu pai para dar um alô e ver como ele estava, quase que não consigo vê-lo já que como de costume ele estava dormindo e apesar de tocar a campanhia insistentemente e ter ligado pelo celular, não consegui fazer o coroa acordar, então desci na portaria e chamei pelo interfone, minha última esperança. Só então Seu Eduardo acordou e pudemos trocar umas idéias, além de ouvir a velha ladainha sobre me esquecer das chaves.

Já eram umas onze horas da noite quando fui buscar o Juliano e para arrematar o fim de semana fomos ao Cervantes, que fica do lado da casa do meu pai na Barata Ribeiro, e atacamos dois sanduíches de pernil com queijo e de rebarba mais um de tender com queijo, acompanhados por dois chopinhos caprichados.

É era o nosso último dia de viagem e estávamos prontos para voltar à Viçosa. Acordamos e aproveitamos que o tempo estava bom para uma pequena incursão na praia, afinal o dia merecia um mergulho no mar. Antes de pegarmos a estrada resolvi levar o Juliano para conhecer a loja do Maia, ponto tradicional de venda de peças para motos, realmente um dos lugares mais baratos para comprar peças e acessórios. Como de costume o lugar estava cheio e tivemos que esperar pelo menos uns quarenta minutos na fila até sermos atendidos pelo Gilberto, ajudante único do Maia. Comprei uma relação nova para a DR e o Juliano comprou umas peças para a XT. Uma curiosidade do Maia é que ele só aceita dinheiro vivo, não tem conversa com cheque nem cartão, só dimdim!

 

Enfim tomamos a BR 040 em direção a Juiz de Fora, eram por volta das 13:30h, trecho realmente prazeroso de se percorrer já que a estrada é pista dupla e com um asfalto de primeira qualidade. Paramos em Petróplois para um lanche rápido na Pavelka e seguimos sem parar até Juiz de Fora. Lá paramos para abastecer e encarar o último trecho da viagem. Infelizmente como nos atrasamos no Maia, vimos que teríamos que enfrentar um pouco de estrada a noite, o que aconteceu a partir de Rio Pomba. A esta altura minha bunda já estava realmente dolorida e de tempos em tempos era obrigado a ficar em pé por alguns instantes para aliviar a pressão na bunda.

Apesar do perigo de se viajar a noite na estrada Juiz de Fora - Viçosa, tudo transcorreu numa boa e quando já eram 20:00h chegamos novamente no Juca do Gás, nosso ponto de partida e de chegada. É claro que após os 1434Km tiramos mais uma fotinho para guardar a lembrança de uma viagem muito bacana e que se Deus quiser se repetirá e nos motivará a fazer outras mais.

Olha a Patagônia aí Juliano!!!!!!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim

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  • Membros de Honra

aí Leonardo, qualquer dúvida sobre como colocar as fotos aqui no site, é só consultar os seguintes tópicos: http://www.mochileiros.com/topic.asp?TOPIC_ID=11044 - se quiseres inserir as fotos directamente neste tópico.

 

ou

 

se pretenderes criar um album de fotos, consulta o tópico criado pelo Thiago aqui no "Relatos de Viagem":

http://www.mochileiros.com/topic.asp?TOPIC_ID=11374

 

 

o bom seria colocares as fotos aqui mesmo no tópico para acompanhar o relato. ficaria mt bom!

 

um abraço.

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  • 11 meses depois...
  • Membros de Honra

Muiito maneira esta tua viagem... Recentemente recebi uma revista que faz este mesmo caminho de vcs mas achei muito monotono a redacao... Foi muito bom ler esta pois reacendi a vontade de trilhar estas estradas... so que de minas para parati...

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