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Olá!

Vim compartilhar um relato de uma viagem de três dias para Porto Alegre. Sempre tive vontade de conhecer a cidade. Eu e uma amiga aproveitamos o feriado de 09 de julho aqui em São Paulo e embarcamos para a capital do Rio Grande do Sul. Adoramos Porto Alegre. É uma cidade grande e muito bem estruturada, mas com um clima de tranquilidade de interior. É tudo muito bonito e limpo, e os gaúchos são muito simpáticos e acolhedores.

Ficamos hospedadas no excelente Porto Alegre Hostel Boutique. Foi a primeira vez que eu fiquei em um Hostel Boutique e não sabia o que esperar. Na verdade ele é um meio termo entre um hostel (tem área-comum, café-da-manhã honesto, cozinha) e um hotel mesmo (ficamos em quarto privado com um banheiro muito bom, televisão, aquecedor, guarda-roupa...). Só tivemos uma surpresa ao descobrir, já a caminho do hostel, que ele fica em uma área conhecida por ser uma zona de prostituição! Mas não interferiu em nada na nossa vida. Conto a história a seguir.

 

Sábado, 07 de julho

Chegamos no aeroporto por volta das 14 horas. Ele fica bem próximo do centro da cidade – se comparado a São Paulo, claro. Notamos que o aeroporto estava lotado e lembramos que era o dia em que o Forlán chegaria na cidade para jogar pelo Inter. Andamos um pouco entre os torcedores, fomos até a sala de turismo do aeroporto, que dá dicas de passeios pela cidade, e pegamos o táxi. Quando demos o endereço do Porto Alegre Hostel Boutique, o taxista fez uma cara estranha e perguntou:

- Vocês vão ficar na casa de alguém por lá?

- Não, é um hotel.

- Vocês sabem que essa rua é uma zona de prostituição, né?

 

Tchan! ::ahhhh:: Pronto, já ficamos tensas. Tinha visto o hostel na internet e lido ótimas referências, mas essa era novidade! Decidimos ficar nesse hostel mesmo e ver o que acontecia. Certamente não iríamos encontrar outro lugar com preço tão bom e tão rápido. Fizemos check in e o taxista esperando do lado de fora, sem a gente pedir. Ficou um tempão lá! Acabamos achando que ele estava era macomunado com algum hotel e ficava falando mal dos outros lugares para levar os turistas para lá.

Conhecemos os espaços, o quarto era lindo, tudo perfeito. Minha amiga não se aguentou e perguntou sobre a rua ser “ponto”. A recepcionista foi bem sincera e confirmou que era mesmo. Porém, ela sempre ia trabalhar à pé de manhã cedinho e nunca aconteceu nada com ela, as moças sempre foram educadas e tal. Como essa noite iriamos sair de táxi, decidimos arriscar.

Deixamos as malas no quarto e fomos procurar um lugar para comer. Pedimos indicações no hostel, saímos caminhando rumo ao centro e encontramos um shopping. Almoçamos muito bem por lá (a cidade é bem barata, se comparada a São Paulo). Depois, caminhamos até a Usina do Gasômetro, que é um dos lugares mais legais que já vi.

O local foi uma usina durante anos e, depois que fechou, se transformou em um centro cultural enorme, às margens do Guaíba. Em julho estava rolando uma exposição sobre a Elis Regina, que rodou várias cidades do país, outra sobre arte e resistência na Primavera Árabe, além do acervo permanente. Pelo que eu vi, também são oferecidas atividades culturais.

Ficamos um tempão por lá, acabou escurecendo e fez um mega frio. Quem for para POA no inverno, não esqueça: leve muito agasalho. O frio à noite é quase insuportável, parece que estão furando sua pele! Voltamos para o hostel de táxi (como estávamos em duas pessoas e o táxi saía em média uns 15 reais, quase sempre achamos mais fácil rachar a corrida do que andar no frio ou pegar ônibus).

Voltamos para o hostel e nos preparamos para a balada. O Beco 203 aqui de São Paulo é minha balada preferida. Ela é uma “filial” do Beco de Porto Alegre, então imagine o fogo no rabo que eu estava para conhecer o papai Beco, hahaha! Foi bem difícil achar um táxi para irmos. Os telefones só davam ocupado, então o atendente do hostel ficou no meio da rua procurando táxi para nós! Não lembro mais o nome dele mas, moço, se você estiver lendo isso, obrigada! Mesmo! ::love::

(Quanto ao problema das “vizinhas”, não vimos nada. Já era quase meia-noite e a rua estava deserta, juro!). Chegamos na avenida Independência e tinha um caminhão de Jagermeister distribuindo amostras para a galera. ::otemo::::otemo::::otemo:: Porto Alegre não poderia ter sido mais receptiva! O Beco 203 é incrível e quem curte rock precisa conhecê-lo. Era dia de karaokê indie. Uma banda fica tocando vários sucessos e quem canta é alguém da plateia. Demais! Rola um clima muito bacana na balada, parece que todo mundo se conhece. O próprio “apresentador’ do indiokê ficava falando: Ô fulana, te conheço da universidade! Hahaha. Saímos de lá com o frio trincando, e já estava amanhecendo. Eu estava tão cansada que cheguei no hostel e dormi com a roupa da balada mesmo!

 

Sábado, 08 de julho

Acordei sem saber o que estava acontecendo e sentindo minhas pernas apertadas. Quando acordo, vejo que estou com a roupa da balada. Chegamos do Beco e eu fiquei esperando minha amiga tomar banho para descermos e tomarmos café, dormi e só acordei à tarde. Situação!

Tomei um banho anti-ressaca e já estava pronta para outra. Decidimos ir andando até o Parque Farroupilha, que todo mundo conhece como Redenção. Seguimos as orientações da moça do hostel e fomos admirando os lindos bairros de Porto Alegre. É incrível como tudo é arborizado, florido e limpo. As pessoas são muito educadas e simpáticas. Caminhamos um monte e chegamos a uma rua com alguns restaurantes. Almoçamos em um quilo e seguimos a caminhada.

A Redenção é belíssima. Um parque enorme e, de domingo, rola uma feirinha incrível. Vale separar dinheiros para comprar lembrancinhas. Ficamos bastante tempo andando pela Redenção, pensando na vida, conversamos com um velhinho e decidimos seguir nosso rumo.

 

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Que saudade da Redençããããão

 

Pegamos um táxi até o Centro Cultural Mario Quintana, outro ponto importante de POA. Lá também são realizadas exposições, atividades culturais e tem uma biblioteca interessante. Também ouvimos dizer que o Luis Fernando Verissimo toca com sua banda de jazz no café do lugar. (Algum gaúcho sabe se procede?). A arquitetura do prédio é linda, já que, inicialmente, ele era um hotel. (Adorei isso em Porto Alegre: a usina vira centro cultural, o hotel também... uma forma inteligentíssima de preservar o patrimônio e movimentar a cultura local). Pena que ele estava sendo restaurado, então boa parte das paredes do lado de fora estavam cobertas.

 

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Mesmo "embrulhado para presente", o centro cultural continua lindo

 

Saímos caminhando pelas redondezas e chegamos em uma área militar. Visitamos a belíssima igreja Nossa Senhora das Dores. Notei que existem alguns museus por ali, mas estavam todos fechados.

 

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E esse céu?

 

Depois, fomos até o Guaíba porque queríamos fazer o passeio de barco pelo lago. (Pois é, gente, o Guaíba é um lago! Passei metade da vida achando que era um rio!). É possível comprar o passeio na hora, e o barco te dá três possibilidades: ir no “subsolo”, quentinho e fechado, ir na metade, coberta ou ir na parte de cima, sem teto. Claro que todo mundo correu para ficar em cima. Mas começou a fazer tanto frio que, na metade do passeio, todo mundo estava lá embaixo, hahaha! O passeio é lindo e eu recomendo. O comandante (?) vai falando sobre os pontos pelos quais vamos passando e ele vai para bem longe da cidade. Ao todo, passamos cerca de 50 minutos no barco. Dá para tirar fotos lindas. Na volta demos a sorte de ver o famoso pôr-do-sol do Guaíba... no Guaíba! Estava muito frio, sério, um frio insuportável, e nós ficamos na parte de baixo do barco, coberto, mas deu para ver tudo muito bem. Mais uma vez: não subestime o frio de Porto Alegre. Eu estava com o meu casaco mais quente, dois cachecóis, luva, chapéu... e passei frio! ::Cold::

 

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A Usina de Gasômetro ficando para trás

 

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O pôr-do-sol mais lindo da vida!

 

Saímos do barco, compramos um quentão – que em São Paulo chamamos de vinho quente, quentão é outra coisa-, e entramos no Gasômetro mais uma vez. Um pouco porque adoramos o lugar e um pouco porque o frio estava demais. Fomos aos terraços ver o Guaíba à noite e depois seguimos para a avenida Lima e Silva para tomar uma Polar no Pinguim. O bar não é nada demais, mas fomos por indicação de uma amiga da minha amiga, que é gaúcha. Os preços lá são bem honestos e a pizza é bem gostosa. Minha amiga pediu uma que tinha coração de frango! Muita coisa em Porto Alegre vai acompanhada de coração de frango, achei bem curioso. De lá, fomos para casa cansadas, mas felizes.

 

Segunda-feira, 09 de julho

Tem coisa melhor que saber que todo mundo está trabalhando e você está curtindo feirado regional? Desculpem gaúchos, mas eu estava muito feliz.

Acordamos com folga e fomos caminhando até o centro da cidade. Adorei isso em Porto Alegre: é possível caminhar para todo lado! Claro que no dia a dia o pessoal deve preferir ir de ônibus e que nós achamos lindo andar porque tínhamos todo o tempo do mundo, mas como eu vivo em uma cidade onde tudo é longe para caramba, saber que existe a possibilidade de ir caminhando me dava uma alegria imensa.

Nossa primeira parada foi o Mercado Público, que é bem bonito e é uma ótima opção para comer. Também tem uma loja de presentes que pode quebrar um galho para quem ficou devendo uma lembrancinha.

 

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O Mercado Público

 

De lá fomos para o centro da cidade propriamente dito. Minha amiga ficou sabendo que dava para visitar o porto do Guaíba e lá fomos nós. Gente, o lugar é lindo. Fica um pessoal sentado olhando o lago e pensando na vida. Fiquei pensando como deve ser incrível tirar a hora do almoço para ficar ali, sentada no porto, olhando a natureza e relaxando.

 

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Sério, olha esse céu!

 

Ficamos lá um tempão e depois voltamos para o centro da cidade. Como era segunda-feira, os museus estavam todos fechados e perdemos a oportunidade de conhecê-los. Ficamos andando pela Praça da Alfândega e tirando algumas fotos, depois subimos para a Praça da Matriz, que é muito bonita. Como o nome indica, ali fica a belíssima igreja matriz da cidade. Nas proximidades dela ficam o Teatro São Pedro, o Palácio Farroupilha e a Biblioteca Municipal. Fiquei impressiona em notar como essa região de Porto Alegre é muito parecida com Buenos Aires. A dinâmica das ruas, as casas, a pavimentação, me senti de volta à Argentina!

 

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A linda Praça da Matriz

 

Fomos caminhando de volta ao Mercado Municipal para, enfim, almoçar. Comi muito bem, um prato de macarrão mais uma Polar por cerca de R$20,00. (A Polar é a cerveja do Rio Grande do Sul. Praticamente só tomamos ela por lá, é uma delícia). Existem várias opções de restaurantes no Mercado, inclusive um vegetariano. Aliás, colegas vegetarianos, o Rio Grande do Sul tem uma cultura da carne muito grande, mas eu comi muito bem em todos os lugares que fui. Sempre existe alguma coisa veg, é só dar aquele jeitinho que já estamos acostumados. De lá, pegamos um táxi e, como as malas já estavam no jeito lá no hostel, passamos para pegá-las e seguimos no mesmo táxi para o aeroporto. Ficamos chocadas ao perceber que, com todo esse rolê, a corrida deu apenas 35 reais! Ai, se fosse aqui em São Paulo. ::xiu::

Fizemos um voo tranquilo e conseguimos ver Porto Alegre do avião, como sempre, linda. Adorei a cidade, me senti acolhida e pretendo voltar mais vezes.

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  • Colaboradores

Belo relato da Capital do nosso Estado. Viste um pouco dela, bem significativo. E tiveste a exata impressão do que é o melhor do nosso estado, que são as pessoas. Mas Porto Alegre é lindíssima mesmo. Claro, em tres dias não dá para se ver muita coisa. Mas da para "sentir" o Lugar. Volte sempre e com mais tempo!

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