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Belém e Ilha de Marajó - setembro/2015


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Gerais:

 

Impressões:

Belém – na chegada ouvi muitos comentários e alertas a respeito de pequenos roubos (celular, corrente, etc). Problemas de toda cidade grande... O tempo que estive lá foi tranquilo, a questão é não dar bobeira.

Caminhe pelo centro da cidade, há vários prédios históricos lindos, que revelam aspectos da história e riqueza que existiam na cidade (Era da Borracha).

O povo é acolhedor e apaixonado pela sua cidade e pelo seu estado.

 

Soure – cidade pequena, dá para percorrer toda região central a pé.

As ruas (paralelas ao rio) e travessas (transversais) são numeradas, fácil de se localizar.

A maioria dos atrativos ficam distantes do centro da cidade. O táxi é caro, então a alternativa são os mototáxis ou passeios.

 

Hospedagem:

Belém - Residência B&B (Rua Tirantes, 23), perto do Teatro da Paz. É estilo uma casa, bem limpo e organizado.

Boa relação x custo beneficio: R$ 40/noite com café da manhã e ar condicionado (essencial em Belém).

O café é honesto, com o suficiente para você começar o dia.

 

Ilha de Marajó - Pousada Aruanã: R$ 100/dia para 01 pessoa. Reservei pelo Booking, era o preço mais em conta e a pousada tinha a melhor nota no site em Soure. Há piscina e ar condicionado. O café da manhã é gostoso e os donos são super atenciosos... passei muitas horas conversando com eles e conhecendo um pouco mais da cidade.

 

1o dia:

Cheguei num sábado, depois das 13h em Belém. Como já havia reservado o hostel, fui para o ponto de ônibus (633 ou 634 – Marex), na rua próxima ao aeroporto.

Deixei as coisas no hostel e fui caminhando em direção à Estação das Docas. Aproveitei para passar no quiosque de informações turísticas (dentro da Estação) para pedir algumas informações e um mapa. Deixei para conhecer o local depois.

Dei uma circulada pelo Ver o Peso, mas já estava com movimento fraco naquela hora.

A minha intenção era ir ao Forte do Presépio, mas acabei desistindo, pois a rua estava meio vazia e não achei muito seguro ir caminhando até lá sozinha... acredito que era em função do horário (sábado próximo ao final da tarde).

Voltei para as Docas e aproveitei para lanchar (tapioca e suco de cupuaçu, uma delicia!). No geral, as opções não são muito acessíveis, mas vale conferir. O lugar é muito bonito!

Dei mais umas voltas por ali, tirei umas fotos e decidi voltar para o hostel (enquanto era dia).

À noite, fui assistir um espetáculo de ópera na área externa do Teatro de Paz (na chegada ao hostel , vi um cartaz sobre apresentação). Era o encerramento do festival de ópera e, segundo informações dos locais, o último dia do evento é sempre realizado em local aberto, para que a comunidade tenha acesso. Os espetáculos líricos no Pará são herança dos áureos tempos da Época da Borracha.

O espetáculo foi realmente incrível, orquestra, coral e vários tenores, a maioria muito jovem e nascida no estado.

 

2o dia:

Acordei cedo, tomei café da manhã e passei na feirinha da praça da República (acontece aos domingos).

Depois, peguei um bus para Itacoaciara (trajeto de uns 50 min e passagem R$ 2,70). O plano era conhecer a Ilha de Cotijara.

O porto de Itacoaciara fica a umas 2 quadras do ponto de parada do ônibus. De lá saem os barcos para a Ilha (mais uns 35 min de viagem e passagem R$ 5,00).

Obs.: o barco só sai depois de lotado e lota muito... A capacidade do barco é de 100 pessoas, mas a impressão é que há muito mais gente!

Chegando na Ilha, peguei uma jardineira para a Praia do Vai Quem Quer, que, segundo alguns depoimentos na internet, é uma das mais bonitas da Ilha e menos frequentada. A praia está a 9km do Porto e a viagem demorou uns 30 min (passagem R$ 4,00).

Peguei o bus as 9h e cheguei na praia perto das 11h30.

A praia realmente não lota muito. Há alguns restaurantes próximo da entrada de acesso, mas você caminhar um pouco para a direita encontra uma praia praticamente deserta, excelente para relaxar na sombra das árvores.

Foi o que eu fiz!

Fiquei algumas horas por ali, tomando banho de rio, lendo e descansando.

Perto das 15h, a maré começou a subir e decidi voltar para o hostel. Dessa vez foram 3h de viagem, entre tudo: jardineira, barco e ônibus.

Na volta, a surpresa foi ver um barco descarregando as rasas de açaí!

 

3o dia:

Dia de ir para Ilha da Marajó. Acordei às 5h30, pois tinha combinado com o proprietário do hostel de me levar ao Terminal às 6h (transporte R$ 10).

O barco para Marajó sai às 6h30. Não foi necessário comprar passagem antecipadamente.

Considerando as dicas que li no Mochileiros, fui na classe vip (R$ 35), que tem poltronas bem confortáveis, TV e ar condicionado (leve um casaco, pois é gelado!). Bom para dormir tranquilamente e recuperar as horas que você acordou mais cedo! Mas prepare-se: o barco balança bastante...

No barco há um barzinho, com algumas opções simples para a fome... afinal em função do horário, nada de café no hostel... (misto quente a R$ 4).

Na descida do barco é um salve-se quem puder... como havia lido que quem desce primeiro consegue transporte, decidi não arriscar, antes do barco parar já estava formando fila para descer...

Consegui pegar o transporte do Edgar (havia várias indicações dele aqui no site), um micro ônibus com ar condicionado que te leva até a pousada em Soure (passa a balsa e tudo - passagem a R$ 13). Vale a pena, você não passa trabalho tendo que passar de um transporte a outro..

Tempo de percurso: quase 5h a partir de Belém.

Cheguei na pousada e consegui marcar o passeio para a tarde na Fazenda Bom Jesus.

Almocei no Restaurante Patu Anã, próximo à pousada. Provei a carne de búfalo, prato executivo, uma delícia!

Descansei um pouco e às 15h30 a Sra. Eliana, uma das proprietárias da Fazenda Bom Jesus, veio me buscar para o passeio. Só eu estava realizando o passeio naquele horário. Ela comentou que abriu uma exceção, pois já tinha realizado passeio com outros turistas pela manhã (normalmente, o passeio é realizado em somente um horário por dia).

A fazenda fica bem próxima à cidade e sobrevive da criação de búfalos e da produção de cocos.

No caminho, fui admirando a paisagem e parando para fotos: os guaras vermelhos (belíssimos!), as garças, os campos alagados e, é claro, os búfalos!

Segundo a proprietária, a coloração vermelha dos guarás é devido à alimentação disponível na região (camarão).

Paramos para eu ver de perto um búfalo e dar um pequeno passeio. Ele, apesar de parecer dócil, pesa uma tonelada!

Fomos para um refúgio da fazenda e a partir de lá, para uma caminhada mais próxima aos animais!

Ao meu ver, o ponto alto dessa fazenda são animais e a preservação ambiental. Aliás, as proprietárias recebem os animais apreendidos pela polícia, tomam conta deles e aqueles que têm condições são readaptados a natureza.

A fazenda é muito bonita, organizada e a Sra. Eliana é uma ótima anfitriã.

Ao final do passeio é servido uma lanche delicioso, com produtos típicos de Marajó e que é praticamente todo preparado pela proprietária. Uma delícia! Depois, ela te deixa na pousada.

Valor do passeio na fazenda: R$ 85,00.

À noite, fui no carimbó do Cruzeirinho. É um grupo cultural de Marajó que realiza ensaio aberto alguns dia da semana. Muito bonito, vale a pena para conhecer um pouco mais da cultura do Pará!

 

4o dia:

Por indicação da proprietária da pousada, marquei um passeio com a guia Dirlene (91 981500378). Ela estava guiando uma outra turista e me incluiu no tour.

A ideia era passear pela cidade, Praia do Pesqueiro e alguma fazenda (a definir).

Primeiro, fomos ao centro da cidade, mercado municipal (que estava em reforma e havia somente algumas barracas num local ao lado) e praça central. Nessa praça, encontramos a polícia que utilizada os búfalos como meio de locomoção. De acordo com a guia, há locais de difícil acesso no município (alagados, com muito barro), no quais os búfalos são a alternativa de transporte mais ágil. Aproveitamos para tirar umas fotos.

Depois fomos ao curtume. Lá você tem a oportunidade de conhecer o processo de tratamento do couro de búfalo, que ainda é artesanal. Além disso, há uma loja com os artigos que eles produzem (chinelos, bolsas, chaveiros, etc). Bem legal!

Em seguida, fomos no ateliê de cerâmica marajoara -Ronaldo Guedes (artesão local). Além do ateliê e loja, o Ronaldo faz um trabalho social muito legal com as crianças de comunidade. Ah, os trabalhos em cerâmica são lindos!

Antes de ir para a Praia do Pesqueiro, a Dirlene me levou para comprar o autêntico açaí do Pará (em estabelecimento próximo à beira rio, que ela indicou com um dos melhores de Soure).

A Praia do Pesqueiro, que é considerada de água salgada nessa época do ano (mas não espere água do mar, a água é levemente salgada...), estava praticamente deserta naquele dia.

A proposta era almoçar em uma das barracas a praia, mas eu acabei "almoçando" o açaí. Comi da forma tradicional: pouco açúcar e farinha de tapioca... Muito diferente do açaí que estamos habituados em outros estados... Uma delicia!

Ao sair da praia, passamos na Fazenda Mironga (do Sr. Tonga, como a música do Vinícius de Moraes... kkkk), que produz e vende queijos de leite de búfala - R$ 17, o queijo de 500g; R$ 8,50, o de 250g.

Depois da praia, a Dirlene me deixou na Fazenda São Jerônimo, pois elas seguiriam para uma fazenda ao lado da Bom Jesus (que eu havia visitado no dia anterior).

A São Jerônimo fica um pouco distante do centro da cidade (no caminho da Praia do Pesqueiro) e sobrevive da produção de cocos e do turismo. A fazenda ficou famosa, pois que uma das edições do programa No Limite foi gravado lá.

Fiquei aguardando na sede da fazenda, pois o passeio começou as 16h30 (há vários horários por dia, verifique).

O passeio se inicia com uma caminhada curta até o rio e de lá pega-se uma canoa. O trajeto da canoa é no meio do manguezal, um paisagem é incrível! Ao final do passeio de barco, chega-se a Praia do Goiabal, com um visual muito diferente. Depois, descemos e fomos caminhado pela praia até chegar a uma passarela suspensa no manguezal... esse lugar também lindo! Após, foi a vez do passeio nos búfalos (achei “mais ou menos, o trecho é um pouco longo, te cansa e dá uma pena dos animais).

Ao final do passeio, os proprietários da fazenda te recebem com um lanche (bolo e suco produzidos por eles).

Valor do passeio na fazenda: R$ 70,00.

Valor pago a guia: R$ 60,00.

Obs.: Na ocasião, o Sr. Brito (proprietário, que tem uns 70 anos) estava trabalhando na produção de um evento que será realizado na fazenda nos próximos meses, no qual serão realizados três espetáculos de ópera no manguezal, cada um num horário do dia (manhã, tarde e noite). Fiquei imaginando a estrutura necessária e quão exótico será o evento!

Retornei à cidade com o Edgar (que faz o transporte do porto até Soure), que estava conduzindo duas turistas na visita a fazenda (R$ 15, o transporte). Assim, não precisei andar de moto-táxi...

À noite, experimentei o x-marajoara, sanduiche com carne de búfalo e queijo marajoara, em uma das barraquinhas na beira-rio.

 

5o dia:

De manhã fui à Praia de Barra Grande. A Dirlene, super gente boa, me levou até lá de cortesia.

Como cheguei cedo, a praia ainda estava deserta. O visual é bem bucólico.

Fiquei um tempo na praia e depois retomei caminhando para a cidade (uns 3km de distância).

Na saída da praia há uma passarela suspensa no mangue, onde é possível ver muitos pássaros, inclusive guarás. Mas atenção, pois logo em seguida há uma porteira e um senhor cobrando R$ 10 de quem tirar fotografia. Uma piada! Ele não pode cobrar para entrar na praia, mas quer cobrar pelas fotografias (da natureza!).

Hora de voltar para Belém: às 13h, o transporte do Edgar passou na pousada para buscar... Mais quase 5h de viagem entre ônibus e barco. Cheguei em Belém perto das 18h.

À noite, retornei ao Estação das Docas para experimentar as cervejas da Amazon Beer e o sorvete da Cairú. Provei as cervejas de bacuri e açaí. Já o sorvete, experimentei o de pavê de cupuaçu (com biscoito e doce de cupuaçu). Excelentes, recomendo!

Encontrei com o Matheus e Paulo, que havia conhecido em Marajó, e um casal de amigos deles, de Belém. Muito legal! Boa oportunidade de conhecer um pouco mais da cultura e hábitos da cidade!

 

6o dia:

A Bianca, amiga dos meninos, nos levou para conhecer um pouco de Belém. Foi incrível! Ela nos mostrou detalhes da arquitetura e da história do centro da cidade, em especial os prédios históricos, onde hoje funcionam comércios em geral. Apesar de pouco preservados, os edifícios são lindos e revelam aspectos da história e riqueza que existia na cidade na Era da Borracha!

Achei incrível o prédio da Paris n’América, que foi um luxuoso ponto comercial inspirado nas Galerias Lafayette (Paris). Atualmente o prédio abriga uma loja de venda de tecidos.

Depois, fomos ao Ver o Peso, que é de uma riqueza cultural impressionante! Passamos por todos os setores: chás, preparados, restaurantes, artesanato, farinhas... Muito legal! Aproveitei para comer mais açaí paraense com farinha de tapioca... ótimo!

Encontrei artesanatos e castanhas a bom preço!

Passamos pelo Mercado Municipal (em frente ao Ver o Peso). Interessante: a estrutura interna, toda em ferro, é muito linda!

A seguir, fomos caminhando até o Forte do Presépio e Casa das Onze Janelas, mais uma aula de história paraense pela nossa anfitriã. Foi especial! O lugar é muito bonito!

Me despedi do pessoal, pois tinha que voltar ao hostel para pegar as malar e rumar para o aeroporto, eles continuaram no passeio, iriam visitar o museu no interior do forte e outros atrativos.

Na volta, passei na Rua Ó de Almeida, onde há uma loja que vende a famosa cachaça de jambu (a mesma vendida no Bar Meu Garoto - a garrafa de 750ml a R$ 38).

No aeroporto, ainda aproveitei para experimentar maniçoba e vatapá (pratos típicos do Pará, que eu não tinha tido oportunidade de comer antes) e, de sobremesa, sorvete de carimbó (tapioca e doce de cupuaçu). Muito bom!

Hora de voltar para casa...

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Editado por Visitante
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Muito bom! Depois de ter me apaixonado pelo norte em viagem recente a Manaus e arredores, meu próximo destino norte é Belém e Santarém... E agora marajó!! :)

 

Nossa Juliana, que roteiro legal! Você vai adorar!

Não deixe de ir a Alter no Chão... há alguns anos, estive lá e amei!!! O rio Tapajós é muito lindo e o visual com a areia branquinha é incrível!

Verifique os melhores meses, pois a paisagem se altera em função das cheias. Estive em Alter no mês de outubro e estava lindo!

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  • 3 semanas depois...
  • 3 meses depois...
  • Colaboradores

Edna, ja tinha comentado no seu relato, rs, agora que já estou com meu roteiro melhor estruturado e li mais coisas, tenho umas dúvidas!

 

1 - Como vc fez contato com o pessoal da fazenda Bom Jesus? Ainda tem este contato? Achei muita referência deles no google mas nada do contato em si.

2 - Achou ela mais ou menos legal que a São Jerônimo? Acho que vou fazer uma só...

3 - Tem o contato da guia?

 

Obrigada. :)

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  • Colaboradores
Edna, ja tinha comentado no seu relato, rs, agora que já estou com meu roteiro melhor estruturado e li mais coisas, tenho umas dúvidas!

 

1 - Como vc fez contato com o pessoal da fazenda Bom Jesus? Ainda tem este contato? Achei muita referência deles no google mas nada do contato em si.

2 - Achou ela mais ou menos legal que a São Jerônimo? Acho que vou fazer uma só...

3 - Tem o contato da guia?

 

Obrigada. :)

 

Olá Juliana,

 

Vamos as respostas:

 

1 - marquei o passeio na Bom Jesus por intermédio da proprietária de pousada (ela ligou para Sra. Eliana).

2 - a São Jerônimo tem um visual muito bonito (diferente da Bom Jesus), porém, é bem mais turística.

3 - o telefone da guia Dirlene é no meu corpo do relato (4o dia). Ela é super acessível... pode marcar tudo por whatsapp.

 

Abs,

Édna

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