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Acampamento em Castelhanos Fevereiro de 2014


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Pessoal, este é meu primeiro relato, pensei até em não fazê-lo, pois existem muitos relatos sobre a região mas resolvi fazer pra deixar registrado meu ponto de vista.

 

Eu estava pensando em acampar em Itaguá, Ubatuba, mas de última hora minha folga foi passada de depois do Carnaval pra uma semana antes, me deu a louca e resolvi partir pra Ilhabela, já conhecia a ilha mas nunca tinha ido pra Castelhanos, então resolvi ir até lá pra ficar acampado uns 4 dias.

 

Não consegui muita informação com antecedência, então resolvi simplesmente chegar e ver no que dava. Saí de casa 05:30 na segunda dia 24 e 07:30 eu já estava em Caraguá, viagem tranqüila. Parti pra São Sebastião direto e peguei a balsa aportando em Ilhabela sem saber onde ficava a estrada pra Castelhanos. Logo depois de sair da balsa parei em um posto de gasolina e me informaram que era só subir (sentido norte) e entrar à direita depois do posto ALE. Fui sem muito problema, saindo do asfalto entrei numa rua com calçamento de pedra e depois virou estrada de terra, sem erro.

 

Então eu havia chegado na portaria do Parque Estadual de Ilhabela. Larguei o carro lá e fui pedir informações, uma moça me atendeu e então eu fiz meu primeiro questionamento:

Como chego em Castelhanos?

Pra minha surpresa a moça disse pra eu ir com meu carro, questionei pois pra mim só os 4x4 conseguiam transpor a estrada, então ela me disse que a estrada “tinha sido arrumada” e citou inclusive “ontem (domigo) foi um monte de carro baixo pra lá” não contente eu mostrei meu carro (Zafira) e ela confirmou “pode ir sossegado”. Diante deste novo panorama resolvi abandonar a idéia de ir andando e peguei a estradinha com meu carro.

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Contei algo em torno de 20 ou 22 Km da portaria até a Praia dos Castelhanos, os primeiros Km são tranqüilos, encontrei alguns desmoronamentos, arvores que caíram e foram serradas no meio da estrada mas nada que complicasse o percurso. A partir de uns 6 Km de estrada a qualidade do terreno começou a piorar, muito cascalho solto e pedras grandes no meio da pista, continuei bem devagar curtindo a mata, 8) pois eu não tinha pressa, então desci uma ladeira muito íngreme com muita pedra solta e buracos, quando tentei frear uma pouco pra manter a velocidade baixa o carro começou a descer arrastando, me deu uma sensação ruim ::mmm: porque a situação era perigosa e eu pensei então na volta, subir aquilo é que ia ser complicado, então veio outra descida pior que a primeira com uma curva fechada de 180 graus e mais uma descida logo na seqüência ::ahhhh:: , sem área de escape, guard rail, nada, barranco de um lado e ribanceira do outro, continuei em frente mas com muito cuidado e bastante preocupado, então pensei comigo “Tá no inferno? Abraça o capeta!” desencanei e segui em frente.

 

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De forma meio abrupta eu me vi saindo da mata em uma clareira, era o fim da estrada, eu estava na entrada de uma trilha para a Cachoeira do Gato e havia um estacionamento de cada lado da estradinha, passei e vi um rio, dei uma calculada e achei tranqüilo, engatei a 1ª marcha e passei por ele fácil, devia ter uns 30 a 40 cm de profundidade, depois do rio vi o mar e já me animei mas ao tentar passar sobre um banco de areia o carro atolou, a areia bateu no assoalho, então nada do que fiz adiantou, tranquei o carro e segui a pé. Alguns metros à frente fui recepcionado por um borrachudo lazarento que picou meu antebraço direito, logo depois encontrei um senhor que me indicou o Quiosque do Alemão, pois segundo ele o Alemão tinha um carro grande e podia me desencalhar. Chegando lá conversei com o Hernane (funcionário do Quiosque) e o próprio Alemão, pessoal muito receptivo, eles me indicaram pra ficar no Camping do Léo. Fui então até o local que eles me indicaram e conversei com o Léo, o Camping me pareceu bom e resolvi ficar por lá mesmo, quando o Léo ficou sabendo que meu carro estava encalhado e que o carro do Alemão tinha ido pra cidade e só voltaria à tarde ele disse pra irmos lá dar uma olhada. Chegando no lugar ele já foi deitando na areia e cavando, colocamos o macaco embaixo do carro pra poder levantar e o Léo colocou umas madeiras embaixo das rodas, depois subiu no capô e assim consegui tirar o carro de ré, pra passar é sossegado, mas tem que ser em alta velocidade e o tonto aqui não sabia ::putz:: .

 

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Encostei o carro no Camping, armei a barraca, já sem forças fui tomar cerveja e comer um peixe no Alemão, a essa altura eu tava cansado, alimentado, então resolvi sentar à beira mar pra curtir a vista, foi aí que o segundo borrachudo me picou na mão direita, não entendi pois a embalagem do Exposis diz que são 10H de proteção, passei a usar o repelente de hora em hora, depois disso dei mais um passeio em volta mas como já estava ficando tarde resolvi deixar os passeios mais longos pro outro dia. Durante a noite enquanto fazia meu jantar fui duramente perseguido pelos borrachudos, não economizei no repelente, mas infelizmente esqueci de passar repelente embaixo do pé e lá eu fui atacado pela terceira vez. Percebi que meu antebraço estava inchado e minha mão já não fechava direito, mas imaginei que após uma boa noite de sono tudo ficaria melhor no outro dia.

 

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Na terça de manhã bem cedo fui até a Cachoeira do Gato pela trilha indicada a mim por um caiçara pela beira mar até a Praia do Gato, no caminho percebi que meu pé estava inchado e me atrapalhava caminhar, meu braço direito parecia o braço do Popeye e minha mão esquerda parecia uma luva de boxe, pensei comigo “a ilha não me quer aqui”. Subi a trilha mas não quis continuar até a grande queda porque a chuva tinha levado a ponte, se eu passasse pela água lavaria o repelente e eu fiquei com medo dos borrachudos me tocaiarem na outra margem, eu não conseguiria passar repelente rápido o suficiente e poderia vir a óbito, então voltei, fiz meu café da manhã, mais passeio, parei no quiosque pra tomar um suco e conversar com o pessoal e decidi ir embora pois eu estava ficando mal de verdade.

 

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Às 14:45 parti pra estrada, com medo, mas fui, como eu imaginei foi tenso, devo ter arrebentado o carro inteiro por baixo com o cascalho solto ::grr:: , devo ter detonado a suspensão nas pedras grandes e buracos, mas cheguei na portaria, são e salvo (nem tão são assim ::tchann:: , mas salvo). Sinceramente adorei o lugar, é lindo, mas de carro baixo eu não volto mesmo, e quando voltar com certeza vou levar uma sacola cheia de todo tipo de repelente.

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Camping do Léo:

- Água encanada – mas deve ser do rio, cor âmbar e com sujeiras, toda água que eu bebi eu filtrei com pano pra tirar a sujeira e depois fervi.

- Chuveiro a gás – muito bom, diz a placa que está disponível das 16:00 até as 22:00.

- Energia elétrica – o Léo liga o gerador quando começa a escurecer e desliga lá pras 22:00.

- Tarifa R$ 15,00 a diária - eu fiquei da segunda 10:00 até terça umas 14:30 e ele me cobrou uma diária.

- Geral – o Camping tem um toldo grande e dois menores, chão de areia plano e limpo, banheiro masculino e feminino e um banheiro com chuveiro, uma pia de lavar louça com um chuveiro frio ao ar livre dentro de uma cerquinha de madeira e uma bancada com uma churrasqueira do outro lado, é tudo bem simples, muita gente que eu conheço sairia de lá no mesmo dia (gritando), se você é do tipo que espera um estabelecimento com alguma estrela não vá, mas se você é de boa pode ir tranqüilo que não vai faltar nada, se faltar eles dão um jeito, como eu disse o pessoal de lá é bem receptivo.

 

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Dicas:

- Chegue cedo na portaria – existe um limite de veículos pra entrar no parque, se ao chegar lá o limite tiver excedido você não vai poder entrar.

- Chegue cedo na portaria – o segundo motivo pra isso é que a portaria abre pra ida das 08:00 até as 14:00 depois fecha e no sentido Castelhanos e das 15:00 até as 18:00 abre no outro sentido, isso acontece porque em muito trechos da estrada não dá pra passar dois carros.

- Leve muito Off (creme) – eu gastei um frasco de Exposis spray em 2 dias (na verdade foi pouco mais de 1 dia) e não resolveu nada, o que eu usei lá que aparentemente foi mais eficiente foi o Off em creme que o Hernane me deu lá no Quiosque, passe sem dó, fique branco de creme, não estou brincando.

- Esteja preparado – você pode precisar voltar antes como foi o meu caso ou pode precisar ficar mais do que imagina, uma semana antes a chuva causou desmoronamento de terra e arvores em muitos pontos da estrada, isso pode fazer você ficar no mínio 1 dia a mais do que planejava, fora que se chover o rio vai encher e seu carro pode não passar até que o nível baixe.

- Não vá de carro de passeio – apesar do que eles dizem, aquilo não é lugar pra carro de passeio, é só conversar com os caiçaras, existem casos de pessoas que quebraram na estrada e o carro ficou lá por vários dias. Outro ponto é o motorista, se você tem experiência em terreno ruim e é bom motorista é por sua conta, mas se você é “meia roda” esquece, não vai que é fria (risco de vida).

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T.on! fiz essa trilha em janeiro passado com um clio 1.0.

Quando estava programando minha segunda ida à Ilhabela, soube que haviam "arrumado" a estrada para castelhanos e desde então era possível chegar à baía com carro de passeio. O trajeto, de mais ou menos 17km, é lindo e bastante perigoso; o estacionamento antes do rio está lá justamente para não passarmos com os veículos para o outro lado do rio (o pessoal do parque deveria ter repassado essa informação pra vc). Embora tenha dado tudo certo (ida bem tranquila e volta complicadíssima, por causa dos cascalhos e daquela rampa maior, que se vc não guardar na memória como é na ida fica inseguro para "pisar fundo"para vencê-la na volta, porque a sequência da estrada é uma curva), também não aconselho ninguém a fazer essa trilha com veículo que não seja 4x4. Com relação aos borrachudos, tbém sofri muito e tive que tratar das picadas por qse 1 mês, até que desaparecessem todas as marcas. Enfim, o lugar é lindo, mas para não ter dor de cabeça, o "como chegar e voltar" tem que ser planejado.

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Legal o relato T.on! Mesmo com mais relatos sobre o destino, cada viajante tem uma visão e uma experiência diferente. Foi legal você dividir a sua com a gente :)

 

Valeu Claudia, espero que seja útil! Sei que muita gente não posta seus relatos por achar que não vai acrescentar, mas também tenho a opinião que tem sempre algum detalhe que vai ser útil pra alguém. ::otemo::

 

T.on! fiz essa trilha em janeiro passado com um clio 1.0.

Quando estava programando minha segunda ida à Ilhabela, soube que haviam "arrumado" a estrada para castelhanos e desde então era possível chegar à baía com carro de passeio. O trajeto, de mais ou menos 17km, é lindo e bastante perigoso; o estacionamento antes do rio está lá justamente para não passarmos com os veículos para o outro lado do rio (o pessoal do parque deveria ter repassado essa informação pra vc). Embora tenha dado tudo certo (ida bem tranquila e volta complicadíssima, por causa dos cascalhos e daquela rampa maior, que se vc não guardar na memória como é na ida fica inseguro para "pisar fundo"para vencê-la na volta, porque a sequência da estrada é uma curva), também não aconselho ninguém a fazer essa trilha com veículo que não seja 4x4. Com relação aos borrachudos, tbém sofri muito e tive que tratar das picadas por qse 1 mês, até que desaparecessem todas as marcas. Enfim, o lugar é lindo, mas para não ter dor de cabeça, o "como chegar e voltar" tem que ser planejado.

 

Então Erika, quando cheguei no estacionamento não sabia se o Camping estava perto ou longe, estava bem perto mas essa pequena distância me deu alguns prejuízos, quando atolei e saí de ré a areia arrancou as laterais do meu parachoque dianteiro e quando passei no rio (na volta) minha placa dianteira foi arrancada com parafuso e tudo, o prejuízo poderia ter sido pior porque um PM quis apreender meu carro em Caraguá, só depois de muita conversa é que ele me liberou. O parachoque eu arrumei com as ferramentas que tinha no carro, lá no Camping mesmo, mas tive de desembolsar 50 dilmas de uma placa nova.

 

A respeito dos borrachudos eu fiquei impressionado, já fui picado por abelhas e vespas (vulgo marimbondo) e não ficou inchado como as picadas de borrachudo, depois que saí de lá acampei mais 3 dias em Itagua (relatarei em breve) e fui picado outras vezes por borrachudos mas não inchou daquele jeito, só fiquei com reação alérgica assim quando fui picado por tocandira (também conhecida como formiga cabo verde, formiga bala), em ambos os casos o inchaço demorou uns 3 dias pra sumir, como não sou de ficar tomando remédio acabei sarando na raça, mas no primeiro dia fiquei com muito medo de choque anafilático.

 

O que não dá pra discutir é que o lugar é lindo mesmo, sem dúvida.

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  • 1 mês depois...
  • Colaboradores

Olá T.on!

 

Seu relato está bom sim irmão! É sempre bom postar nossas histórias de aventura, pois serve como instrumento de direção e/ou inspiração para muitos. Eu sempre faço relato dos meus rolê mesmo que já tenha por aqui o mesmo destino que outros já possam terem ido antes de mim.

 

*uma dica em relação aos voadores canibais (borrachudos), use calças de tactel e camisetas de manga longa Dryfit nas trilhas quando voltar lá. Daí vc só usará repelente nas mãos e pescoço.

 

Tá aqui meu relato de 6 dias sozinho na Ilhabela caso queira ler:

 

viewtopic.php?p=936482#p936482

 

Abraço

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  • 2 anos depois...

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