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Malária - Perguntas e Respostas


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* Permissão para criar o tópico, acho que é bem importante.

 

Tendo viajado para África todo ano nos últimos seis anos e visitando muitas áreas de risco, gostaria de compartilhar algumas informações que creio serem essenciais na hora de viajar para áreas de risco de contrair essa doença tinhosa chamada malária. Primeiramente, deixo claro que não sou médico e aprecio qualquer correção, mas estudei muito sobre esse parasita e acabei me interessando pela questão. Não vou entrar em detalhes históricos, ou me aprofundar sobre o ciclo de vida do parasita, pois acho que o que mais interessa aqui é a questão de como se prevenir da Malária. Principalmente, escolher entre tomar ou não antimaláricos (remédios para tentar prevenir malária), algo que sempre deve ser discutido levando em conta uma série de fatores.

 

O que é Malária?

A malária é uma doença causada por parasitas do gênero Plasmodium e transmitida pela picada de mosquitos do gênero Anopheles infectados.

 

Quantos tipos de malária existem?

O “tipo” de malária é definido pela espécie de Plasmodium (gênero do parasita) que infecta o organismo. Existem muitas dezenas de espécies de Plasmodium e até pingüim pega malária. Mas somente 4 espécies afetam seres humanos: Plasmodium ovale, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium falciparum

 

A malária comum na África é a mesma que é comum em partes do Brasil?

NÃO. O tipo de malária mais comum no Brasil é o Plasmodium vivax. Esse tipo de malária não apresenta grandes riscos, mas é recorrente – ou seja, você trata, parece estar curado, mas o bendito fica dormente no seu fígado e na hora que você menos espera está manifestando de novo os sintomas. Já a malária mais comum na África é o Plasmodium falciparum, que é MUITO mais perigoso. Essa versão do parasita é mais agressiva e pode levar a várias complicações. O lado bom é que a malária por falciparum não é recorrente – ou seja, o parasita não fica dormente no seu fígado e depois que você trata ele some e ponto, a doença não volta mais.

P.S: com “mais comum” quero dizer que, embora existam casos de malária por Plasmodium falciparum no Brasil e por Plasmodium vivax na África, estes representam uma pequena parcela dos casos.

 

A malária transmitida pelo Plasmodium falciparum pode matar?

SIM, pode. Especialmente crianças, idosos e nós estrangeiros que estamos viajando por áreas de malária. A taxa de mortalidade não é particularmente alta, mas há de se deixar claro que se você não tratar há uma bela chance de abotoar o paletó. Além disso, malária causada por falciparum pode causar seqüelas em vários órgãos. Já conheci pessoas que se livraram do parasita, mas demoraram meses para estarem completamente curadas das complicações. É importante ressaltar que tanto o óbito quanto eventuais complicações ocorrem, sobretudo, em pessoas que não identificam a doença a tempo e demoram para iniciar o tratamento. Por causa disso, acabam desenvolvendo uma alta parasitemia (alto nível de parasitas no sangue). Isso significa que, se você identificar a tinhosa a tempo e começar o tratamento adequado, são muito altas as probabilidades de você estar totalmente recuperado em tempo de seguir sua viagem. Já vi gente se recuperar totalmente em 10 dias.

 

O que é malária cerebral?

Já ouvi gente falar de malaria cerebral como se fosse um tipo específico de malária ou uma situação na qual o parasita “sobe para o cérebro”. Na verdade, sem complicar muito, o que ocorre é que, além de destruir os glóbulos vermelhos em busca de hemeglobina os parasitas se acumulam em pequenos vasos sanguíneos do corpo humano. O cérebro, assim como os pulmões, está cheio desses pequenos vasos. Malária cerebral é uma condição induzida por uma alta parasitemia, que leva à obstrução do fluxo sanguíneo nos vasos cerebrais. É a complicação mais grave que pode ocorrer e causa sintomas como desorientação, convulsões e pode levar ao coma e ao óbito. No entanto, existem outras complicações que também são graves como anemia severa e insuficiência renal.

 

Existe “resistência” à malária?

Somente quem é exposto constantemente ao parasita cria alguma espécie de resistência. Em grande parte do continente, todo local já pegou malária várias vezes na vida e é constantemente exposto. Por causa disso, mesmo quando pegam e ficam doentes, não correm risco de uma alta parasitemia. A malária para eles é, na maioria das vezes, como uma gripe, perigosa apenas para crianças e idosos. Por isso em geral não se dá muita importância a doença do tinhoso por lá, o que NÃO significa que você deve fazer o mesmo. Se você nunca foi exposto ao Plasmodium falciparum, ou então foi exposto já há muito tempo atrás, caso contraia a doença deve identificar o quanto antes e começar o tratamento. Caso contrário, um exército de parasitas destruidores de glóbulos vermelhos vai fazer a orgia da hemoglobina no seu corpo e seu sistema imunológico não terá nenhuma chance.

 

Existe vacina para Malária?

NÃO, ou pelo menos nenhuma que seja aprovada legalmente e que funcione de modo eficiente. Existem algumas em desenvolvimento já há muitos anos, que inclusive funcionam em uma parcela significativa de casos. No entanto, para que sejam aprovadas e produzidas em larga escala, precisam funcionar em uma % de casos mais elevada.

 

O que são antimaláricos?

São remédios (em pílulas) que você toma como medida profilática – ou seja, você toma para prevenir a doença. Em geral você começa a tomar antes mesmo da viagem e fica tomando até dias depois de voltar. Eles não conseguem garantir uma proteção 100% eficaz, no entanto a chance de contrair malária tomando antimaláricos é bem menor e, mesmo que você contraia a doença, os riscos de uma alta parasitemia e de eventuais complicações são reduzidos.

 

Quais antimaláricos existem?

Minha recomendação é que o viajante que opte por tomar antimaláricos se restrinja a duas opções: Malarone ou Doxiciclina (um tipo de antibiótico). Existem outras, mas ou apresentam efeitos colaterais bizarros ou são ineficientes, pois o parasita já criou resistência. Existem também remédios profiláticos homeopáticos vendidos por ai, mas não confiaria em sua eficácia. Além disso, remédios profiláticos naturais feitos com Artemísia (planta da qual se extrai atualmente a artemisina, fármaco mais utilizado em remédios para tratar malária atualmente) estão se tornando populares e fazem com que o parasita vá criando gradualmente resistência justamente contra a substância mais eficaz em um eventual tratamento.

 

A maioria dos viajantes toma os antimaláricos?

Não sei dizer a respeito dos turistas brasileiros, pois são poucos na África. Mas para europeus e estadunidenses a resposta é SIM, a grande maioria toma, em parte porque seguem cegamente o que dizem a maior parte dos médicos e guias de viagem. Eles não deixam de estar certos, depende só do ponto de vista. Já conheci especialistas no assunto que tomam antimaláricos (maioria) e também conheci outros que optam por não tomar. O lance é que nenhum médico vai querer arriscar a vida do paciente (mesmo que arrisque a dele próprio), então ele vai falar pra você tomar.

 

Quais os problemas em usar antimaláricos?

Se basta tomar umas pílulas e a malária passa a ser bem menos perigosa, por que algumas pessoas não tomam? Alguém pode dizer que essas pessoas gostam de apostar com a própria vida, não dá nem pra dizer que não estão erradas. No entanto, outros (alguns médicos inclusive) concordam que os danos ao organismo não vão compensar essa proteção fornecida, principalmente em caso uso prolongado. Os efeitos colaterais são bem comuns (embora não se manifestem em todo mundo) e incluem náuseas, problemas de estomago, sensibilidade ao sol (caso da Doxiciclina), entre outros. Além disso, de você tomar por muito tempo (1 mês ou mais, por exemplo) seu organismo e principalmente o seu fígado será sobrecarregado. Ainda mais sobrecarregado se você tomar outros remédios juntos, ou mesmo bebidas alcoólicas. E como nenhum antimalárico dá 100% de garantia de proteção, ainda existe a possibilidade de você pegar e o remédio esconder alguns dos sintomas, deixando a doença do tinhoso mais difícil de ser identificada.

 

Se for tomar, qual antimalárico escolher e onde comprar?

A maioria dos médicos com os quais conversei acha mais efetivo o Malarone. No entanto, a Doxiciclina também mostra bons resultados e tem a vantagem de ser mais barata e fácil de achar aqui no Brasil. Ambos você rpecisa tomar todo dia, sem esqueçer. O ponto negativo da doxixiclina é que você precisa começar a tomar uma semana antes de viajar, o que aumenta ainda mais a chance de uso prolongado. O Malarone é bem mais caro e difícil de achar por aqui. No entanto, da pra comprar com facilidade na África do Sul em clínicas de viagem especializadas (em outros países pode ser mais difícil). A vantagem do Malarone é que, embora mais caro, você não precisa começar a tomar uma semana antes (somente um a dois dias antes já basta). Em ambos os casos, você precisará seguir tomando os antimaláricos por pelo menos uma semana mesmo após deixar áreas de risco.

 

Quais outras medidas profiláticas?

Evitar picadas de mosquitos é MUITO IMPORTANTE, seja pra quem toma ou não os antimaláricos. Diria que é o principal e a medida mais efetiva. Claro que é impossível não ser picado, mas vai reduzir sua chance no cassino do tinhoso. Vai ser chato, porque não vai significar apenas passar repelente fedido com química forte, mas dormir embaixo de rede de mosquito (se for em barraca, caçar mosquito antes do dormir vai ser rotina) e utilizar manga comprida e calças compridas ao amanhecer, ao entardecer e durante a noite (o mosquito que transmite a malária á mais ativo nessas horas), MESMO se estiver numa praia e estiver um baita calor.

 

Todo mosquito que parece pernilongo transmite malária?

NÃO. Os mosquitos do gênerno Anopheles são os principais culpados, mas tem uns outros coitados que são inocentes. Isso importa porque, em geral, onde se encontra um não se encontra o outro. Existem áreas infestadas de Anopheles e outras nas quais só há mosquitos Culex, por exemplo, que são parecidos com o Anopheles, mas não transmitem malária. Na internet você pode encontrar fotografias comparando os dois e ajudando a identificar cada um deles. No entanto, isso não significa que você deve parar de se preocupar caso ache que o mosquito na sua barraca não é Anopheles. Mate todos que puder. Evite picadas sempre, melhor garantir. Mesmo porque você pode ter identificado errado.

 

Quais partes da África são mais perigosas?

Não confie nesses mapas de internet que mostram o país inteiro vermelho como sendo de alto risco. Existem países nos quais apenas algumas áreas são de risco e, mesmo assim, o risco é baixo, principalmente na época seca. è o caso da África do Sul (só quem vai ao Kruger deve se preocupar), Botsuana (apenas ao redor de Kasane há risco significativo), Namíbia (apenas em Caprivi há risco significativo) e Zimbábue (apenas ao redor do lago Kariba e em Victoria Falls há risco significativo). Em outros países, que apresentam maior risco (como Moçambique, por exemplo) também existem áreas mais ou menos perigosas, a depender de altitude, umidade, temperatura e vários outros fatores que influenciam tanto a quantidade de mosquitos quanto a sobrevivência do parasita. No site Malaria Atlas Project, da Universidade de Oxford (http://www.map.ox.ac.uk/) é possível encontrar alguns mapas que podem dar uma idéia melhor das áreas de maior e menor risco. A região mais perigosa é, sem dúvida, o Oeste da África.

P.S: a incidência de malária é consideravelmente maior na época chuvosa do que na época seca. E o perigo maior é onde tem muito mosquito Anopheles e muita gente. Ou seja, onde tem muita gente e pouco mosquito e onde tem pouca gente e muito mosquito o risco é pequeno. Em Parques Nacionais ou zonas pouco habitadas, por exemplo, pode ter um monte de mosquito, mas a grande maioria não estará infectada pelo parasita, já que este precisa de pessoas para executar seu ciclo de vida.

 

Se eu for picado por um mosquito infectado, quanto tempo a malária demora pra se manifestar?

O período de incubação varia, mas dura em geral cerca de duas semanas. Isso significa que, duas semanas após ser infectada a pessoa irá apresenta, muito provavelmente, os primeiros sintomas. Às vezes, porém, isso ocorre antes (em até uma semana), ou depois (em até um mês) . Após mais de um mês é muito raro manifestar a doença, mas existem casos. Por isso, mesmo após voltar pra casa, trate qualquer sintoma suspeito como possibilidade de malária após alguns meses.

 

Como identificar Malária? Quais são os sintomas?

Qualquer sintoma de gripe e resfriado, como febre, dor de cabeça, dor de garganta, enjôo, cansaço, entre outros, deve ser tratado como suspeita de malária se você freqüentou áreas de risco há mais de uma semana. A febre é o sintoma mais característico, mas nem sempre ocorre. Então, mesmo se não houver febre, trate qualquer outro sintoma como suspeito. Quem toma os tais dos antimaláricos deve ter atenção redobrada com sintomas, pois, como já falei, eles podem mascarar a doença. Caso você ache que pode estar com malária, o primeiro passo é ir a um hospital ou posto de saúde. O segundo passo é ir a um hospital e posto de saúde. Enfim, vá a um hospital ou posto de saúde imediatamente, sem pensar duas vezes. Peça um teste de malária, todo lugar lá oferece um por lá, até em cidades pequenas. Há também testes portáteis para vender em clínicas de viagem especializadas, que você pode fazer em você mesmo. No entanto, mesmo assim é aconselhável ir ao hospital e pedir para um profissional realizar o teste.

 

O que fazer se pegar Malária?

Primeiro, de graças que você está na África. Aliás, se estiver na Europa ou Brasil pode até voltar prá lá no primeiro vôo (OK, brincadeira), pois mesmo em um hospital público de lá vão saber tratar malária melhor que num hospital particular na Europa ou no Brasil. Mas, provavelmente só vão te passar um remédio chamado Coartem a base de artemisina e te dispensar. Só vão te internar se for um caso mais grave e você estiver muito mal. Com o Coartem, felizmente a maioria das pessoas melhora rapidamente, pelo menos por enquanto. Kits vendidos por clínicas de viagem na África do Sul (que vem com os testes) já incluem o Coartem para você mesmo tomar em caso de um teste positivo. No entanto, só se automedique se estiver em uma área isolada e for demorar muito para chegar a um hospital, pois o ideal é sempre ter seu diagnostico feito por um profissional. Se você ficar doente e já estiver no Brasil, não esqueça de contar ao médico que você estava em uma área de rico de malária, porque se não ele vai tratar como se fosse outra doença e malária nem vai passar pela cabeça dele.

 

Enfim, tomar ou não antimaláricos?

Essa é uma decisão pessoal. Eu jamais diria para alguém tomar ou não tomar antimaláricos sem que a pessoa soubesse dos riscos envolvidos. Se você não tomar e não pegar malaria, valerá a pena. Se pegar, tvocê talvez se arrependa e então ficará se perguntando: por que diabos não tomei antimaláricos?? Afinal, malária te derruba e mesmo quem se recupera rápido pode dizer que não é brincadeira. O mais importante é levar em conta diversos fatores, como áreas a serem visitadas, tempo de permanência, se você toma outros remédios, se pretende tomar bebidas alcoólicas, etc. Quem vai permanecer em uma área de risco por menos de duas semanas, por exemplo, pode tomar sem se preocupar muito com danos ao organismo. Já quem vai viajar por meses deve tomar muito cuidado, pois são remédios que não devem ser tomados por longos períodos.

P.S: Se seu médico falar pra tomar, tome. Quem sou eu pra discordar dele.

 

O que eu faria?

Faça o que digo, não faça o que faço. Eu nunca tomei ou tomaria antimaláricos. No entanto, iria a uma clínica de viagem na África do Sul (caso for iniciar a viagem por lá) e compraria um kit com testes para identificar malária falciparum e o coartem para o tratamento. E tomaria todos os cuidados para não ser picado. Ainda assim, iria a um médico ao sinal de qualquer sintoma. Malária não é brincadeira gente, todo cuidado é pouco, nunca viajei sem testes ou medicação contra malária.

 

Quer falar mais alguma coisa?

Sim, aprecio correções no texto ou acerca das informações, críticas e gostaria que outras pessoas postassem experiências relacionadas, pois acho que é um assunto de grande interesse aos viajantes. A propósito, passei ao todo cerca de 1 ano e dois meses em áreas de risco e nunca peguei Malária. Conheço amigos em Moçambique que vivem lá há anos e nunca pegaram malária, mas já conheci uma italiana que pegou malária ficando apenas cinco dias em Dar Es Salaam. Como eu disse, é a loteria do demo, cujo resultado será influenciado pela sua atitude.

Grande abraço a todos!!!

Editado por Visitante
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Parabéns pelo tópico amigo, são informações muito importantes.

 

Estou indo para a Africa em julho, inclusive para áreas de risco (Zanzibar, Victoria Falls e Livingstone) e até então me protegerei com o bom e velho repelente. Será que estou abusando da sorte?

 

Tenho receio de tomar o remédio e ter efeitos colaterais ao ponto de não aproveitar bem a viagem.

 

O que me sugerem?

Grande abraço

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  • Membros

Olá Darim, beleza?

Zanzibar oferece muito baixo risco, tem estrangeiro que mora lá há muitos anos e nunca pegou malária na vida (Dar Es Salaam, no entanto, é perigoso, então tome cuidado). Victoria Falls e Livingstone oferecem um risco mais elevado, mas como você está indo na época seca, reduz bem a chance. Quanto tempo você irá ficar por lá? Se for só tipo uma semana e você quiser ficar mais tranquilo tome, muita gente não sente sequer efeitos colaterais. Porém é prefeitamente possível reduzir bastante a chance de contrair malária se você se empenhar em reduzir consideravelmente o número de picadas. Se preferir fazer como eu faço e não tomar, sugiro entrar no modo guerrilha - compre lá uns repelentes da marca Tabard em creme, são os mais eficientes, use toda noite, amanhecer e entardecer. Além disso, não fique de bermuda e chinelo (de dia OK), já que a maioria das picadas costumam ser nos pés e na região do tornozelo. E va ao médico imediatamente se sentir algum sintoma suspeito.

Abraço boa aventura!!

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  • Membros
Olá Darim, beleza?

Zanzibar oferece muito baixo risco, tem estrangeiro que mora lá há muitos anos e nunca pegou malária na vida (Dar Es Salaam, no entanto, é perigoso, então tome cuidado). Victoria Falls e Livingstone oferecem um risco mais elevado, mas como você está indo na época seca, reduz bem a chance. Quanto tempo você irá ficar por lá? Se for só tipo uma semana e você quiser ficar mais tranquilo tome, muita gente não sente sequer efeitos colaterais. Porém é prefeitamente possível reduzir bastante a chance de contrair malária se você se empenhar em reduzir consideravelmente o número de picadas. Se preferir fazer como eu faço e não tomar, sugiro entrar no modo guerrilha - compre lá uns repelentes da marca Tabard em creme, são os mais eficientes, use toda noite, amanhecer e entardecer. Além disso, não fique de bermuda e chinelo (de dia OK), já que a maioria das picadas costumam ser nos pés e na região do tornozelo. E va ao médico imediatamente se sentir algum sintoma suspeito.

Abraço boa aventura!!

 

 

Olá OverLandAfrica, muito obrigado pela resposta.

Eu vou ficar 9 dias em Zanzibar. E na hora de ir na praia, como faz pra ficar sem bermuda e chinelo? rsss

Essa é minha preocupação.

 

Dar Es Salam apenas de passagem e Victoria Falls/Livingstone por 4 dias.

 

Já anotei todas as suas dicas! Será que consigo ir sem o remédio ou melhor tomar? É muito comum turista contrari a doença por la? Não encontro infomrções e quem relatou ter ido não menciona sobre a Malaria.

 

Abraço, t+

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  • Membros

Considerando que você só vai passar 4 dias em Vic Falls/Livingstone, diria que se você se comprometer a tentar evitar as picadas de mosquito o melhor que puder o risco de contrair malária será muito baixo na sua viagem. Em Zanzibar, como eu disse, não tem tanto perigo, então acho que você não precisa ser tão radical - mas ao entardecer e amanhecer eu não iria ficar vacilando de bermuda e chinelo não. E tentaria dar preferência, sempre, a ficar em hospedagens com mosquiteiro se possível. Em Vic Falls e Livingstone tome mais cuidado. Sobre os antimaláricos, eu não tomaria, mas também não vejo muito problema em tomar por tão pouco tempo. O problema maior é o uso prolongado.

Abraços

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  • Colaboradores

Muito explicativo o tópico, não tenho nada a acrescentar.

 

Ao Darim, aconselho a ir "sem medo", só tome as medidas necessárias de proteção. Morei 3 anos em Angola, que sofre muito com a malária e não tive problemas.

 

Única dica que dou é ficar atento a qualquer sintoma após a volta da viagem, pois o grande perigo é contrair a malária e não tratá-la devidamente, coisa comum no Brasil.

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  • 2 anos depois...
  • Membros

Sua tentativa de alertar a população viajante sobre os riscos da Malária, foi uma iniciativa muito legal, mas suas críticas quanto ao diagnóstico e tratamento correto da doença aqui no Brasil, é totalmente infundado! Em questões de saúde pública, o Brasil tem investido muito e não tem feito papelão, principalmente no que se refere a Malária. Passe um tempo aqui no Norte do Brasil e você vai mudar de opinião rapidinho. 

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  • 1 mês depois...
  • Membros

Natali, tudo bem? Infelizmente terei que concordar com o colega OverlandAfrica. No norte do Brasil, onde a incidência de malária é mais alta, o diagnóstico e o tratamento são realmente mais eficazes. Mas em outras regiões, isso é bem precário.

Contraí malária vivax há dois anos no interior do Amazonas, mas só percebi os sintomas após voltar para casa. O primeiro hospital que eu procurei sequer dispunha do teste de malária. Fizeram somente exames de sangue genéricos, onde fui identificada com "um quadro infeccioso", e fizeram também testes para dengue e gravidez (?), muito embora eu tenha sido bastante clara quanto à possibilidade de malária. Também procurei um laboratório para fazer o teste, cujo resultado chegou depois de um prazo absurdo e deu negativo pois eles só faziam teste para malária falciparum. Nesse ínterim, eu já havia procurado outro hospital, onde, com o auxílio da Secretaria de Saúde, eu fui diagnosticada e tratada.

Para comparar, em Maraã, a cidadezinha do interior do Amazonas em que eu estava com alguns amigos, todos fizemos o teste antes de voltar para casa. O teste era gratuito, feito no posto de saúde, e o resultado saía em poucas horas. No meu caso, como o parasita estava incubado, o teste deu negativo. Mas percebeu a diferença da disponibilidade e acessibilidade de diagnóstico e tratamento?

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  • 4 meses depois...
  • Membros

Natali: obrigado pelo comentário. Não há dúvidas de que na região amazônica os profissionais são mais rpeparados nesse sentido. Em relação às demais regiões, o caso chega a ser  grave. Já conheci médicos em SP que não sabiam absolutamente nada a respeito de Malária. Só o que posso recomendar para quem viajar para zonas de malária na África é: comprar testes portáteis e medicação (Coartem) no país de destino e trazer para o Brasil. No aparecimento de qualquer sintoma anormal, assumir que se trata de malária falciparum e fazer o teste. Se der positivo, desconfie sim do médico que vai te tratar, pois a probabilidade dele não saber tratar malária falciparum é extremamente alarmente. Lembrando que malária falciparum, predominante na África, apesar de não ser recorrente é muito mais grave e agressiva do que a malária vivax predominante no Brasil. 

 

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