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Machu Picchu pelo Caminho de Salcantay!!


Visitante Dete

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Em julho de 2002, eu e mais um amigo fomos para Machu Picchu, pelo clássico roteiro do trem da morte, sem dinheiro e querendo desvendar uma trilha recém descoberta que dava acesso a cidade sagrada. Era o Caminho de Salcantay, que durava sete dias e se encontrava com a tradicional Trilha Inca. Salcantay é uma montanha sagrada do Peru, com quase 6.300 metros e onde está o ponto mais crítico da trilha, sua passagem próxima ao cume. Mas até onde sabíamos, não iríamos enfrentar neve pelo caminho...

 

Dias antes de começarmos nossa caminhada, uma forte onda de frio atingiu o Peru e Bolívia deixando tudo debaixo da neve. Naqueles dias ninguém estava conseguindo atravessar a passagem de Salcantay por causa das avalanches. Contrariando qualquer tipo de bom senso, resolvemos encarar o risco. Saímos de Cuzco na madrugada para pegar o bonde até Mollepata, onde começa o Caminho de Salcantay. Durante o primeiro dia, encontravamos grupos de aventureiros com guias voltando, dizendo que era suicídio alguém tentar passar. Nós, carregando todo o equipamento e ainda por cima sem guia, resolvemos ir até o fim.

 

No meio do caminho encontramos um velho índio das montanhas que estava guiando um casal de suiços malucos. Ele nos alertou que não iríamos conseguir atravessar a passagem, mas apenas ele sabia como conseguir tal proeza. Seu plano era o seguinte. Neste mesmo dia, teríamos que começar a subida as 2h00 da madruga, com a trilha coberta de neve! Era o único jeito de andar sobre a neve sem que ela afundasse, e assim evitar acidentes ou avalanches.

 

Chegamos ao pampa soray, um incrível vale com 4.000 metros de altura cercado por imponentes montanhas brancas, ainda no primeiro dia de caminhada. Estávamos esgotados por causa das mochilas de 15 kilos. Mal cochilamos, já era 2h... O frio era extremo. Não tinhamos nem roupa de frio direito, muito menos equipamento pra andar na neve. No comecinho da subida, bateu um vento trazendo uma pequena nevasca pra cima da gente... A adrenalina começava a se misturar com o medo. A subida lenta e longa foi dramática. Teve um momento que comecei a me rastejar... não tinha mais forças por causa da altitude. Foi quando pisei em falso na neve e desci rolando 30 metros abaixo

da montanha. Pensei que iria morrer!!

 

 

Depois de invocar uma força sobrenatural, consegui alcançar o grupo.. As 7h chegamos no topo da passagem, com 5.000 metros de altura, já com o dia claro... Simplesmente estava com minhas mãos e maxilar congelados. Não consegui falar nem mexer os dedos. Me lembrei do amigo do Niclevicz que perdeu as pontas dos dedos ao escalar o K2. Desespero total!! Com o sol, a neve começava a virar um gelo derretido o que tornou a descida extremamente perigosa. Os tombos eram feios de olhar... As 9h enfim chegamos em algum lugar longe da neve. Meu amigo fez uma fogueira e aos poucos pude recuperar os movimentos... e depois continuar a aventura até Machu Picchu! [8D]

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Jeferson, amigo, seu relato nos deixa em suspense. Caraca muito corajoso de sua parte. Quero saber uma opinião sua.

 

Nunca mais você vai se expor assim né.... sem roupas adequadas principalmente.... ou vai? rs

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  • 4 meses depois...

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