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Peru em 4 dias – Parte 02


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Quatro dias no Peru – Parte 02

O vôo de Lima até Cuzco é de pouco mais de uma hora. Foi a pior “pouco mais de uma hora” da minha vida! A sensação é a de que, o avião decola, e não para mais de decolar até chegar. Balançava de um lado para outro e eu (muito esperta), fiquei olhando pela janela... conclusão: enquanto o avião pousava, eu vomitava. Fiquei mal, muuuuuito mal! A partir daí foi só “baixaria”, a tripulação me deitando no chão, erguendo meus braços e pernas e me oferecendo chá de coca. Bebi aquilo como se fosse minha última refeição. Parecia até escutar meus glóbulos (brancos e vermelhos) gritando de alegria: “manda mais, manda mais”. Fui melhorando gradativamente. Ah! Um paramédico veio me receber com oxigênio, fiquei respirando ali por alguns minutos e foi fantástico. Ah! Claro, virei atração turística no aeroporto de Cuzco! Assim pude melhorar do vôo e começar a sentir os efeitos da altitude. Acreditem, é h-o-r-r-í-v-e-l, você respira e não adianta nada! Você anda um quarteirão e quer morrer! Brincadeira... é que eu estava passando tão mal que as sensações se agravaram. Mas tudo o que se ouve falar da altitude, principalmente quando há jogos de futebol, é verdade. Comentaram também que os brasileiros são o povo que mais passa mal lá. A estrutura no aeroporto e também o treinamento da tripulação, são merecedores de aplausos. O pessoal é muito atencioso e competente. Pode passar mal à vontade, sem problemas.

Ao chegar na pousada, fui instruída a deitar com os pés para cima por duas horas, foi o que fiz. O Vi, que nunca passa mal, já estava ansioso e com fome. Então fomos para a praça das armas. Linda! Incrível! Palco de tantas festas e tantas batalhas. Adoro visitar lugares conhecendo a história. E com certeza há poucas histórias tão ricas quanto à dos povos andinos.

Ao descer do táxi todo empolgado, o Vi perdeu o fôlego finalmente. Aí ele também começou a se sentir um pouco “rarefeito”, mas nada que o impedisse de experimentar o Pisco e beber cerveja peruana. Eu comi um negócio lá, meio empurrando. Na verdade os 4 dias que passei lá, comi muito pouco, pois fiquei o tempo todo muito enjoada, lutando para não passar mal. E olha que não sou de ficar enjoando fácil. Não sou fresca, como de tudo, mas a tal da altitude me pegou de jeito.

Vou falar um pouco da pousada. Na Internet falava que era Hotel. Mas chegamos lá e vimos que era um hotel com cara de pousada. Uma pousada. Ao pesquisar hotéis em Cuzco, notei que eram muito caros. Encontrei este que era um pouco afastado do centro (fica em um bairro chamado Larapa), que é uma parte da cidade que cresceu recentemente, e tem cara de bocada, se soubesse antes, logicamente não ficaria lá. Mas o hotel não era barato não, era US$149,00 a diária. Quarto confortável e café da manhã incluso. Escolhi este por se localizar próximo ao aeroporto, já que não dava para ficar próximo ao centro histórico, pelo menos não precisávamos nos preocupar com um possível trânsito até o aeroporto. Cuzco é bem grande, possui 320 mil habitantes. Na época do Império Inca, eram 200 mil. No centro histórico há as enormes e imponentes igrejas construídas pelos conquistadores e também alguns muros e ruínas remanescentes dos Incas.

Conhecemos também o mercado da cidade, onde compramos ponchos (aquele agasalho que parece um cobertor pequeno com um buraco no meio para enfiar a cabeça). Lá também tem comida típica, folhas de coca em saquinhos, e mercadorias variadas do local. É bem interessante e lotado de gente. Mas como eu estava enjoada, não consegui ficar lá dentro por muito tempo, então fomos andar pelas ruas do Centro Histórico.

Os ambulantes do local abusam. Se você fizer algum contato, seja visual com algumas das mulheres espalhadas na praça das armas com suas mercadorias para vender, já era, ela vem na sua direção feito um foguete e não desgruda mais. Nunca mais. As crianças são terrivelmente insistentes também, quando nos demos conta havia uma dezena de mulheres e outras duas dezenas de crianças a nossa volta querendo vender de tudo. O ideal é fazer cara feia já de primeira. Fingir que não fala aquela língua e nenhuma parecida. Aliás, finja que não fala e não entende nada e saia andando sem olhar ninguém nos olhos. Só assim é possível se esquivar das “implacáveis-ambulantes-caçadoras-de-turistas-simpáticos”!

Era dia 31.10.09. Haloween! Os peruanos comemoram o dia das bruxas assim como nos Estados Unidos. As crianças vêm pedir doces e encher as paciências até onde não dá mais!

Havia show de música típica na praça e muita festa. No final da tarde voltamos para a pousada (7 soles de táxi cada viagem da pousada ao centro ou vice-versa). Mas não consegui retornar para a festa na praça à noite, pois estava ainda meio zonza depois de tudo que passei. Não Jantamos e o Vi ficou com fome, eu não. No dia seguinte tínhamos marcado um passeio pelo Vale Sagrado com um taxista que a dona da pousada conhecia. É importante confiar nos taxistas que o hotel conhece, eles sempre indicarão pessoas de confiança. Não é bom se aventurar e procurar um táxi por si próprio, não em Cuzco.

Nosso taxista chamava-se Valério. Ao entrar no carro dele (sim, um carro velho, tipo um Del Rey), tocava uma música daquelas de flauta peruana, bem suave. Quando ele começou a entrar pelas avenidas e ruas de Cuzco, rumo ao Vale Sagrado, olhei para o Vi, ouvindo aquela música de fundo e pensei alto: “parece que estamos no Globo Repórter!”. Que bobagem! Mas parecia mesmo... :wink:

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Olá Karin,

Eu também fui para o Peru este ano e senti muiitooo a altitude. A diferença é que começei a sentir algumas horas depois da chegada na cidade e nao logo que desci do aviao.

Outra coisa: fiquei bem mais tempo 15 dias e tive tempo de me adaptar. Uns 4 dias depois eu já nao sentia tanto os efeitos do ar rarefeito (fui para a temível LA PAZ !).

Foi inevitável lembrar daquilo que os comentaristas de futebol falam quando a seleçao joga em La Paz, e nao pude deixar de pensar: então é verdade mesmo !! a altitude pega sim.

Mas é uma bela viagem. vale a pena.

valeria

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