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Coreia do Sul (7 dias) e Japão (10 dias) em setembro de 2014 (sozinho)


Cessil

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Em setembro de 2014, aproveitando uma promoção da Emirates, decidi embarcar para a Coreia do Sul e o Japão. Pelos trechos São Paulo - Dubai - Seul, paguei aproximadamente 2500 reais, não muito caro, pensando nos preços que se costuma pagar para os bilhetes para o outro lado do mundo. O bilhete me dava direito a uma parada de dois dias nos Emirados Árabes Unidos.

Inicialmente decidi postar somente o relato sobre a Coreia do Sul, por causa da falta de relatos sobre esse país neste fórum, mas como gostei muito do Japão, vou escrever algo sobre ele, correndo o risco de repetir muito do que já foi dito em excelente textos que estão no Mochileiros.com.

 

Coreia do Sul

 

Dados gerais:

Capital: Seul.

Moeda: won. Uma nota de 1.000 wons vale cerca de 1 dólar americano.

Idioma: toda a população fala coreano, idioma que conta com o hangeul, um alfabeto próprio não difícil de memorizar. Apesar de em aeroportos e locais públicos, o país contar com escrita em inglês, a memorização do alfabeto coreano pode ser de grande ajuda em restaurantes, onde pode não haver os famigerados "English menus", com o nome dos pratos em alfabeto romano. Como em qualquer viagem a um país que fale uma língua que não o português, é importante ter na ponta da língua algumas frases do idioma local, para facilitar a comunicação e evitar (algumas) situações constrangedoras. Na Coreia, nem todo mundo fala inglês, mas, por eles serem educados e gentis, o viajante não deve passar por muitas dificuldades.

Endereços: esse pode ser um desafio para o viajante, como foi para mim. Assim como no Japão, a Coreia organiza seus endereços por blocos, e os prédios são numerados não por localização na rua, mas pela ordem em que foram construídos. Os hotéis, por esse motivo, costumam passar referências mais indiretas como "desça no metrô tal, depois da loja tal, vire à esquerda, etc." Nos táxis, o lance é sempre tentar usar como referências prédios grandes e importantes. É bom tentar saber o nome das coisas no idioma local, pois acredito que os motoristas não dominem o inglês. Não usei táxis na Coreia, então não sei dizer se a experiência é positiva ou negativa.

Preços: É um país não tão caro (em comparação ao Japão, por exemplo). Uma garrafa pequena de água custa entre 700 e 1.000 wons. Uma refeição varia entre 5.000 wons e 40.000 wons, em restaurantes mais chiques. Uma cama de hostel custa em média 25.000 wons.

Comida: A comida coreana é única. O prato mais conhecido é o bibimpá, uma espécie de risoto apimentado, geralmente acompanhado de ovos, vegetais e carne para ser comido com uma colher. Outro prato famoso é o "churrasco coreano" (Korean BBQ): o garçon lhe entrega uma bandeja com carne e vegetais cru e acende uma espécie de frigideira embutida na mesa. Quando a chapa estiver quente, coloque as peças de carne e quando ela estiver quase pronta, use o pegador e a tesoura para cortar cada bife em tiras. Use os pauzinhos para comê-lo. Outros tipos de prato incluem sopas variadas e carnes assadas. Tirando o churrasco, as comidas costumam vir bem apimentadas, então prepare-se. Geralmente os coreanos costumam tomar apenas água junto com a comida. Alguns restaurantes servem uma garrafa inteira de água, outros disponibilizam uma máquina para que o próprio cliente se sirva. É possível também tomar o soju, um destilado de arroz que cai muito bem com a comida, mas que pode levá-lo a crer que você ainda não bebeu o suficiente. Acompanhado de qualquer prato que você pedir, serão servidos pequenas porções de comidas diversas, chamadas "banchan". As mais comuns são o repolho e abobrinha com molho kimchi, amendoim condimentado, batata doce, entre outros.

Como talheres, os coreanos usam os palitinhos (para comer a carne, o banchan e a carne) e a colher, usadas para sopas e arroz. Os potes devem ficar sobre a mesa enquanto você come (isso é importante, não faça como os japoneses, que aproximam os vasilhames da boca, para não derrubar).

Há uma quantidade impressionante de restaurantes em que tudo está escrito em coreano. Por sorte, os cardápios vêm acompanhados de foto. É só apontar e pedir: "Bibimpá, juseiô".

Segurança: me senti muito seguro em todos os lugares. Ouvi dizer que o máximo que pode acontecer é que sua carteira seja batida. Como em qualquer lugar, é sempre bom ficar atento em lugares cheios, embora as chances de algo ruim acontecer sejam virtualmente próximas de zero.

Infraestrutura de turismo: no geral a infraestrutura do país é excelente. Embora nem tudo conte com informações em inglês, não passei por muitos perrengues por conta disso, já que o essencial costuma estar em inglês.

 

Seul

Moderna e excitante, Seul é uma das mais importantes cidades da Ásia e berço do desenvolvimento econômico vivido pelo país nos últimos 50 anos. Eu estava muito curioso para conhecer essa cidade, pois tinha ouvido coisas muito positivas a respeito dela.

Cheguei de avião pelo aeroporto internacional localizado na cidade de Incheon, onde fica o maior porto do país.

Troquei dólares por wons no aeroporto e fui até Seul com o trem expresso (cerca de 15 dólares), numa viagem que dura cerca de 1 hora e meia. O aeroporto, o trem e a paisagem no caminho me causaram uma excelente impressão: tudo muito moderno e organizado. Estava muito cansado da longa viagem de avião desde o Brasil e acabei dormindo na metade da viagem. Acordei num susto, com o trem parando na estação de Seul.

Eram mais ou menos 6 da tarde e eu cheguei em meio a uma enorme confusão de gente voltando do trabalho e indo viajar (dali a dois dias seria feriado). Fiquei um pouco desesperado de início, pois era justamente o horário de pico e a velocidade das pessoas e das coisas era frenética. Comprei minha passagem de metrô e embarquei até Itaewon. O metrô de Seul é enorme! Vai para todos os pontos da cidade e, apesar do tamanho, é muito fácil navegar nele. Há informações em inglês por todos os lados. Não tem como se perder!

O meu bairro em Seul era o Itaewon. Ali há uma base dos Estados Unidos (lembre que Seul fica muito perto da zona desmilitarizada, na fronteira com a Coreia do Norte), o que faz dele um dos bairros mais internacionais da cidade. Há uma avenida com muitos restaurantes de comida internacional, mas também há um setor formado por um labirinto de ruelas e becos onde há muitos restaurantes coreanos. O meu hostel ficava justamente nesse setor.

Me perdi no caminho até lá. Em vez de imprimir o voucher do Hostel World, havia feito algumas anotações no meu caderno de viagem, mas, como havia feito isso com muita pressa, acabei perdendo algumas coisas. Como disse acima, achar endereços na Coreia pode não ser a coisa mais fácil do mundo. No fim, cansado e suado (fazia calor), cheguei no hostel, o G Guesthouse Itaewon.

Gostei de lá, pela sua localização e pelo preço. Os quartos não são muito confortáveis, mas nada que atrapalhe muito uma pessoa que deseja somente ter uma cama decente para dormir. Recomendo.

Estava com fome, então saí à procura de um restaurante. Experimentei o bibimpá num restaurante perto do hostel. Eu ainda não sabia comer direito a comida do país e estava fazendo errado. Quando a garçonete me viu, ela fez uma careta e deu risada e veio me ensinar como comer. Depois eu percebi que ela sempre passava e me observava para ver se eu continuava fazendo certo. hahahaha

No dia seguinte, comecei visitando o Gyeongbokgung, um dos grandes palácios da cidade. A visita começa no pátio de entrada, onde dei sorte e pude ver a troca de guarda. Depois adentrei o complexo de prédios que compõem o palácio. Todos os prédios são muito suntuosos e estão muito bem preservados. Dá para ficar muito tempo por ali, pois há muita coisa interessante para ver. Atrás do palácio, há um museu que conta brevemente a história da Coreia. Vale a pena.

O bilhete que comprei dava direito a acessar outros palácios e templos, então aproveitei o resto do dia e visitei o Changdeokbung, outro dos grandes palácios e o templo de Jongmyo. O dia estava bem quente e havia muita gente na rua, por todos os lados. Os coreanos adoram passear e aproveitam qualquer folga para admirar as belezas da sua própria cidade. Não há tantos estrangeiros, como em outras partes do mundo, então em alguns momentos você se sente realmente como "o estrangeiro", caminhando e comendo entre pessoas que pertencem a uma mesma etnia, diferente da minha.

Perto do palácio, há também o maior bairro de hanoks de Seul. Essas são as casas tradicionais, preservadas como um tesouro nacional. Ali é um ótimo lugar para se tomar um sorvete e caminhar. Entrei numa loja de souvenirs e enquanto olhava a vendedora me pediu licença para ir buscar algo em outro lugar (nem entendi, ela falou meio em inglês, meio em coreano... hahaha) e me deixou sozinho na loja! Achei isso muito interessante, afinal, abandonar a loja assim com um desconhecido ali dentro? Só na Coreia mesmo! Que país!

À noite, por causa do choque térmico de Dubai mais o resquício de jet lag da longa viagem, eu estava muito cansado. Comi apenas um kebab em Itaewon e fui dormir bem cedo para ver se me recuperava.

 

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Gyeongbokgung

 

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Se essa rua de hanok fosse minha...

 

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Templo de Jongmyo. "Como você pode achá-lo tão bonito? É tão simples.", dir-me-ia mais tarde um coreano sobre esse templo.

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  • 2 anos depois...
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Olá, encontrei seu relato na busca ao procurar coréia e japão.

Irei fazer uma viagem esse ano para os 2 países. Meu destino principal é o Japão, e agora estou comprando uma roundtrip interna para a coréia, mas não faço ideia de quantos dias reservar.

Tenho 42 dias no total e pensei em dividir 30 / 12. O que acha? A coréia mereceria mais dias? Ou Seul é basicamente o principal a se ver, e o Japão tem muitos mais destinos menores mais interessantes ainda do que o interior da coréia?

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