Ir para conteúdo

Travessia Campestre-Guapiaçu (Nova Friburgo/Cachoeiras de Macacu-RJ) - jul/14


Posts Recomendados

  • Membros de Honra

IMG_1842.JPG

Três Picos ao fundo

 

As fotos estão em https://picasaweb.google.com/116531899108747189520/TravessiaCampestreGuapiacuNovaFriburgoCachoeirasDeMacacuRJJul14.

 

A travessia Campestre-Guapiaçu começa na Fazenda Campestre, no município de Nova Friburgo, e desce a Serra do Mar para chegar ao bairro de Guapiaçu, distante 26km do centro de Cachoeiras de Macacu. É uma trilha de orientação fácil apesar de ser dentro da mata o trecho da serra, com o inconveniente de ter pedras muito lisas e escorregadias na parte mais alta. Tem bonita paisagem das montanhas de Nova Friburgo na Fazenda Campestre, mas praticamente não tem visual na serra, exceto por algumas frestas.

 

As formas de chegar de ônibus ao bairro Campestre colocarei nas informações adicionais pois testei uma logística diferente na segunda vez que fiz essa travessia e acabei chegando de carona, que aliás é bem fácil de se conseguir nessas áreas rurais de Nova Friburgo, principalmente para quem está sozinho.

 

Saltei portanto da minha carona na placa "Campestre" às 10h24, na altitude de 1037m. Esse bairro fica 1,2km depois da entrada dos famosos Três Picos de Salinas. Toda essa área é um cinturão de plantio de hortaliças, com extensos "tapetes" verdes de tons os mais variados, dependendo da verdura ou legume cultivado. É uma bonita e diferente paisagem.

 

Imediatamente dei início à travessia descendo a estrada de terra à direita e em seguida cruzando a ponte de concreto sobre o Rio Grande, segundo a carta topográfica. Logo começo a ter visão do Pico da Caledônia à esquerda. Me mantive sempre na estrada principal, ignorando as estradinhas que levam a chácaras e casas, e às 10h55 passei à direita de uma porteira verde trancada a cadeado (com uma casa bem do lado esquerdo). Após uma curva suave para a direita passei ao lado de uma casa maior que parece ser a sede da Fazenda Campestre (apenas suposição) e atrás dela surgem as pontas dos magníficos Três Picos de Salinas. Mais à frente a visão se alarga e é possível vê-los inteiros e ainda a Pedra do Capacete, parte do mesmo conjunto.

 

Após a ponte de madeira sobre o Córrego Baixadão tomo a esquerda na bifurcação, cruzo a ponte de madeira do Córrego Campestre e na bifurcação em T vou à direita, cruzando a porteira de arame e tendo o pasto com vacas à direita e um bosque de pinheiros à esquerda. Mais uma porteira de arame e surge um possível ponto de água, embora não seja tão fácil coletá-la. Passei por mais duas tronqueiras jogadas ao chão e na bifurcação segui para a direita. Às 11h39 a (suposta) sede da fazenda some nas curvas da estradinha, que entra num trecho de mata. Uma saída à direita com uma ponte de concreto possivelmente retorna à sede dando a volta pelo pasto. Mais uma porteira de arame e ignoro um largo caminho gramado à esquerda, seguindo em frente e saindo da mata para uma grande plantação de couve-flor à esquerda. Do lado direito a mata nativa e dos dois lados a visão das montanhas: Três Picos à direita e Caledônia à esquerda. Passo bem ao lado de uma cabana de plástico transparente usada pelos trabalhadores dessa lavoura e em seguida cruzo uma ponte de madeira (sobre um afluente do Córrego Campestre).

 

IMG_1970.JPG

Pico da Caledônia

 

Às 12h04 alcanço uma sequência de três bifurcações: na primeira fui para a direita, na segunda (120m depois) fui para a esquerda (à direita há uma ponte de madeira) e na terceira (20m depois) a estradinha se converte em duas trilhas largas que entram na mata - nessa fui para a direita. Altitude de 1052m.

 

Nesse caminho cruzo um pequeno córrego, a primeira fonte de água confiável e de fácil acesso do dia. Mas após atolar num brejinho (mesmo com o tempo seco) é que aparece uma fonte mais abundante de água na forma de um bonito riacho. Ali a trilha larga termina e a continuação do caminho se dá por uma trilha estreita à esquerda que penetra a mata bem mais fechada (há também uma trilha à direita depois do riacho mas desconheço o seu destino).

 

Cruzei portanto o riacho mais à esquerda e subi pela sua margem até ele verter numa singela cachoeira. Dali para cima a trilha se distancia do seu curso (a trilha se mantém no sentido sudoeste porém o riacho vem de algum ponto a sudeste acima da cachoeira). Após uma canaleta de erosão a trilha nivela na cota dos 1114m e tem início a descida da serra às 12h52. Imediatamente aparecem dois mirantes, na verdade apenas duas pequenas frestas em meio às árvores, em que se avistam na baixada o bairro Guapiaçu, o Hotel Fazenda Santo Amaro e a engarrafadora de água Cascataí. Mais distante no horizonte uma cidade que não soube identificar. A carta indica que localmente a Serra do Mar ali tem o nome de Serra do Morro Queimado.

 

Esse trecho inicial exige bastante cuidado pois o chão é todo de pedras lisas, muitas delas planas, bastante escorregadias. Lembra um pouco a Trilha do Ouro de Mambucaba no trecho de descida da serra, com o calçamento também bastante escorregadiço. Na primeira vez em que passei caí de costas numa pedra e fui salvo pela cargueira. Desta vez mesmo o solado de borracha Amazonas da bota Finisterre não me livrou de alguns bons escorregões, mas sem queda desta vez (quase!).

 

Com cerca de 1h15 de descida, na altitude de 790m, as pedras já diminuem bastante e dão lugar a um piso de terra batida e folhas em que a caminhada se torna bem mais fácil e rápida. Às 14h10 parei num córrego (o principal formador do Rio Santo Amaro) para um lanche e só retomei a caminhada às 14h52.

 

IMG_2191.JPG

Vista do bairro Guapiaçu

 

Às 15h07 me deparo com uma erosão à direita que abriu uma enorme clareira na mata e possibilitou a visão do bicudo Pico Focinho de Porco ao norte. Às 15h32m, ouvindo o rugido cada vez mais alto de um rio, passo por um pequeno abrigo sob uma grande pedra e reencontro o Rio Santo Amaro, agora já largo e volumoso, porém sem dificuldade de travessia pelas pedras. Do outro lado a casa de taipa do Nenzinho e a continuação da trilha à direita. Altitude de 452m.

 

Depois de cruzar o próximo riacho pelas pedras a trilha volta a se tornar um caminho largo e às 16h09 chego a uma estrada de terra, tomando-a à esquerda. Para trás novamente a visão do Pico Focinho de Porco. Às 16h52 passo por um lago à direita e do outro lado dele a engarrafadora de água Cascataí, que avistei lá de cima. Em seguida caio numa estrada mais larga e batida e logo passo pelo Hotel Fazenda Santo Amaro, também avistado. Cruzo a ponte sobre o Rio do Aleixo e chego ao bairro de Santo Amaro, me chamando a atenção de cara uma escola em estado de abandono. O bairro é minúsculo e num instante as casas acabam. À direita vão se desenhando no alto da serra montanhas como Pedra da Lagoinha, Morro do André, Mulher de Pedra e Morro do Carmo.

 

Às 17h50, já noite, chego ao bairro de Guapiaçu, até onde o asfalto chega. Altitude de 42m. Esse bairro é um pouco maior, com bares e pequenas mercearias, inclusive uma pousada que não sei se estava funcionando e um camping.

 

Findada oficialmente a travessia, restou-me acelerar o passo para conseguir pegar o último ônibus que sai do bairro Areal às 18h30 já que o último de Guapiaçu havia saído às 15h40. Caminhei ainda 4km pela rodovia até o trevinho Areal-Guapiaçu.

 

Distância percorrida: 18,2km

 

IMG_2243.JPG

Pico Focinho de Porco

 

Informações adicionais:

 

Há duas formas de chegar ao bairro Campestre para quem sai do Rio de Janeiro:

1. ônibus até a rodoviária sul de Nova Friburgo, outro da rodoviária sul até o terminal de integração do centro e finalmente a linha para São Lourenço. Distância Rio-Nova Friburgo: 140km

2. ônibus até Teresópolis, ônibus ou van até o Ceasa do bairro Conquista e a linha para São Lourenço que sai do terminal de integração de Nova Friburgo. Distância Rio-Teresópolis: 100km

 

A segunda logística é bem mais rápida e curta mas é preciso ficar atento aos horários dos ônibus e vans para combiná-los da melhor forma.

 

Horários do ônibus Nova Friburgo-São Lourenço que sai do terminal de integração do centro (Praça Getúlio Vargas) e passa pelo bairro Campestre (fone 22-2533-9941):

seg a sex - 5h20, 6h10, 7h20, 8h15, 9h35, 10h35, 11h30, 12h35, 13h35, 14h25, 15h35, 16h35, 17h40, 18h40, 19h35, 20h35, 22h21

sáb e dom - 5h20, 6h20, 7h30, 8h30, 10h30, 11h30, 12h30, 14h25, 15h, 16h30, 18h, 20h, 22h40

 

Horários do ônibus Guapiaçu-Cachoeiras de Macacu:

seg a sáb - 6h40, 10h40, 15h40

dom e feriado - 6h40, 17h

 

Horários do ônibus Areal-Cachoeiras de Macacu:

seg a sáb - 5h50, 14h, 18h30

dom e feriado - 10h, 18h

 

Desníveis da travessia:

. de 1037m a 1114m - diferença de 77m

. de 1114m a 42m - diferença de 1072m

 

Cartas topográficas:

Nova Friburgo - http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/mapas/GEBIS%20-%20RJ/SF-23-Z-B-II-4.jpg

Teresópolis - http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/mapas/GEBIS%20-%20RJ/SF-23-Z-B-II-3.jpg

 

Rafael Santiago

julho/2014

http://trekkingnamontanha.blogspot.com.br

 

Campestre-Guapia%25C3%25A7u%2520no%2520GE.jpg

Percurso da travessia na imagem do Google Earth

 

Campestre-Guapia%25C3%25A7u%2520no%2520IBGE.jpg

Percurso da travessia na carta topográfica

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • 5 meses depois...

Participe da conversa

Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.

Visitante
Responder

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Apenas 75 emojis são permitidos.

×   Seu link foi automaticamente incorporado.   Mostrar como link

×   Seu conteúdo anterior foi restaurado.   Limpar o editor

×   Não é possível colar imagens diretamente. Carregar ou inserir imagens do URL.

×
×
  • Criar Novo...