Rally Dakar 2015 e a resolução de um assunto inacabado - Antofagasta e Iquique

Pensei muito antes de postar esse relato, pois, devido a estar me locomovendo de carro, e estar indo para ver algo específico, não consegui conhecer tão bem as cidades, mas vou postar de qualquer forma.

Desde tempos remotos eu sempre aguardava com ansiedade as notícias sobre o então Rally Paris-Dakar, que sempre vinham logo após o fim das comemorações de ano novo (O Rally é sempre no início do ano).

E, desde 2009, quando o Rally Dakar deixou de ser Paris-Dakar (por causa dos malditos terroristas que, com suas ameaças, forçaram o cancelamento da prova de 2008) e veio para a América do Sul EU NUNCA ME CONFORMEI em ter uma competição tão grandiosa praticamente no terreiro de casa e nunca ter tido a oportunidade de ter ido presenciar ao menos uma etapa pessoalmente (acompanhar todo o trajeto do rally, do início ao fim é só para os mais Die-hards! - E existem!). Isso me atormentou (! kkk) durante todos esses anos, mas agora era hora de mudar isso! No inicio de dezembro achei um voo razoavelmente barato para Santiago e Antofagasta pela Sky Airline. Decidi que alugaria uma caminhonete lá e iria acompanhar a chegada do rally em Antofagasta e depois a chegada em Iquique.

O Rally Dakar, inicialmente conhecido como Rally Paris-Dakar, teve início em 1978, um ano após seu idealizador, o francês Thierry Sabine, se perder no deserto de Ténéré durante o Rally Abidjan-Nice de 1977, e quase morrer de desidratação devido ao tempo em que ficou desaparecido. Apesar da experiência traumática, Sabine achou que o deserto seria uma boa locação para um rally e decidiu que criaria a maior competição off-road que o mundo houvera visto.

No fim de 1978, 170 largaram para a primeira edição do evento, de frente da Torre Eiffel. A ideia inicialmente excitante se mostrou perigosamente seletiva. Somente os mais audazes seriam premiados com o privilégio de alcançar a linha de chegada. Ao fim da primeira edição, somente 69 participantes alcançaram o destino, em Dakar. E o perigo do Dakar se mostra através da alta taxa de mortalidade que o mesmo possui. O número de mortes pode variar dependendo da fonte, pois muitas vezes a organização do rally não reporta oficialmente as mortes de espectadores, mas algumas fontes apontam que desde 1979, 69 pessoas morreram devido ao Rally Dakar, sendo 28 competidores e 41 não competidores. Entre os não competidores mortos está o próprio organizador do rally, que morreu em 1986, quando estava a bordo de um helicóptero, ajudando na organização do rally, quando uma coluna de areia surgiu em meio a uma tempestade, tirando a visibilidade do piloto, e fazendo com que o equipamento se chocasse com uma duna.

Cheguei em Antofagasta próximo às oito da manhã. Para me localizar levei meu próprio GPS, que tem mapas de Argentina, Chile e Uruguai, para economizar no aluguel desse equipamento. Tive um pouco de medo de os mapas não funcionarem, mas até que deu certo. O planejado era passar no Monumento Natural La Portada, que é próximo ao aeroporto de Antofagasta, depois ir até a Mano del Desierto, e após, achar um local para ver os competidores do rally passarem, e ficar lá até torrar no sol do deserto! kkk

Aqui uma observação: A organização do Rally Dakar divulga no site do rally, alguns dias antes de cada etapa, a localização das Spectator Zones. Para quem quer acompanhar é essencial saber a localização desses pontos.

La Portada

Indo em direção à Mano del Desierto, vejo um local sinalizado com a marca do Dakar. Mas passei direto já que estava à procura da Mano del Desierto... Mas andei... Andei... E não vi nenhuma placa indicando se estava perto, se estava indo na direção certa... Resolvi voltar. Depois descobri que o monumento estava mais distante que eu imaginava... Vai ficar para a próxima.

Cheguei a área que estava sinalizada com a marca do Dakar. Era a chegada do trecho cronometrado. Cheguei mais ou menos 11:30. Saí de lá quase 19:00! No meio do deserto, escondendo do sol dentro da caminhonete! Ainda bem que na sombra, não estava tão quente, então eu me escondia do sol dentro da caminhonete e deixava as janelas abertas! Isso até os carros começarem a passar, porque a poeira que eles estavam levantando estava enchendo o carro, minha câmera e eu mesmo de terra! kkk

Após sair do meio do deserto, fui para o hotel. Cheguei, passei uma água no rosto e enxuguei na toalha de rosto do hotel...

A foto está meio ruim, mas dá para ver que a toalha tá toda suja de terra. Sim a poeira impregnou até em mim! kkk

Tudo bem, tudo bom, mas no outro dia ainda iria para Iquique. Queria sair do hotel bem cedo, mas como estava cansado do dia anterior, não consegui. O legal do Dakar é que você fica bem imerso na coisa toda... As equipes e os competidores tem que fazer os deslocamentos entre as cidades, então no caminho você acaba encontrando com vários carros de apoio e alguns carros de competidores mesmo. Cheguei na metade do caminho entre as cidades de Antofagasta e Iquique, a cidade de Tocopilla. Aí que a mer... começou a se desenrolar. Já não estava muito cedo e eu não decidi exatamente para onde eu queria ir: para a largada do trecho cronometrado, para o fim do trecho cronometrado (lugares esses que eu não tinha a referencia exata de onde eram, eu teria que procurar) ou para a Spectator Zone que havia sido divulgada no site do rally. Acabou que eu fui até o meio do caminho em direção ao ponto de largada do trecho cronometrado, mas resolvi voltar. Aí já estava mais tarde ainda, e cheguei ainda mais tarde próximo à Spectator Zone da cidade de Iquique. Em Iquique ainda estavam rolando algumas obras, tinha trânsito... Conclusão: FUI PARA IQUIQUE A TOA! A parte legal foi o caminho, já que a estrada a beira do pacífico é muito legal. Mas rally mesmo, em Iquique, eu não vi! kkk

No fim das contas valeu a pena. Viagens em geral, me fazem pensar sobre como o mundo é grande e como nós somos pequenos... Ir para um lugar como esse, deserto, areia, montanhas... me faz pensar ainda mais profundamente sobre isso.