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  1. Everest e Nuptse vistos do Kala Pattar Início: Namche Bazar Final: Pheriche Duração: 9 dias Maior altitude: 5643m no cume do Kala Pattar Menor altitude: 3313m na vila de Phunki Thenga Dificuldade: alta. Muita subida e muita descida quase todos os dias, com desníveis de 600m a 800m diários, sempre acima dos 3300m, o que exige aclimatação. O Passo Kongma La, de 5530m, impõe uma dificuldade a mais. Permissões: entrada do Parque Nacional Sagarmatha (Rs 3000 = US$ 26,04) e permissão local que substituiu o TIMS card para a região do Everest (Rs 2000 = US$17,36). Obs.: antes de ler este relato sugiro a leitura do meu "Pequeno guia de trekking independente no Nepal" para ter as informações básicas para as caminhadas naquele país. O trekking Namche Bazar-Campo Base do Everest é a segunda parte de uma caminhada de 23 dias que foi de Shivalaya até o Campo Base e percorreu dois dos três passos de montanha que levam a Gokyo. A primeira parte está descrita aqui e a terceira parte está descrita aqui . Como esta etapa do trekking ocorre acima dos 3000m de altitude, foi preciso dedicar alguns dias às caminhadas de aclimatação. Para saber mais sobre a importância da aclimatação e os riscos de não fazê-la sugiro ler este tópico no "Pequeno guia". Ao longo do relato colocarei o nome das vilas com as variações de escrita mais frequentes e também pelos diferentes nomes que constam nos mapas e nas placas. No percurso desse trekking há muitas fontes de água, como riachos no meio da trilha e torneiras ou bicas nas vilas. Não cito todas no relato porque são muitas. A água deve sempre ser tratada, conforme explico no "Pequeno guia de trekking independente no Nepal". As operadoras de celular que funcionam em alguns dos povoados ao longo deste trekking são: . Namche Bazar: NCell . Pangboche: NCell (somente em alguns lugares da vila) . Dingboche: só Everest Link . Chukhung: só Everest Link . Pheriche: só Everest Link . Lobuche: só Everest Link . Gorak Shep: Everest Link, NCell muito instável O cartão pré-pago de wifi Everest Link promete funcionar em toda a região do Everest desde Lukla até o Campo Base. Não o testei porque não sabia da existência e já havia comprado o chip da operadora NCell em Kathmandu. Mais informações no "Pequeno guia". Todos os preços abaixo estão na moeda do Nepal (rupia nepalesa) e convertidos para dólar pela média dos câmbios que encontrei em Kathmandu entre outubro e dezembro de 2018 (US$ 1 = Rs 115,20). Para mostrar a variação de preços das refeições em cada povoado ao longo dos trekkings vou colocar ao final de cada dia o preço do dal bhat e do veg chowmein, dois pratos bastante pedidos. Como referência esses pratos em Kathmandu custam por volta de Rs 250 (US$2,17) e Rs 160 (US$1,39), respectivamente. Mirante próximo ao Hotel Everest View (da esq para a dir): Cholatse, Taboche, Nuptse (20º mais alto do mundo), Everest, Lhotse (4º mais alto do mundo), Lhotse Shar e o magnífico Ama Dablam 8º DIA - 31/10/18 - de Namche Bazar a Khumjung e Khunde (aclimatação) Duração: 5h30 (descontadas as paradas) Maior altitude: 4050m Menor altitude: 3430m Resumo: como havia ultrapassado os 3000m de altitude, segui a recomendação de fazer caminhadas de aclimatação a partir de Namche Bazar. Nesse dia subi até o Hotel Everest View para fotos do Everest e outras montanhas em 360º, depois percorri as vilas de Khumjung e Khunde, e ainda subi ao mirante Gong Ri View Point (ou Hillary Memorial View Point). Voltei para dormir novamente em Namche. Saí do lodge às 7h03 e subi pela escadaria central da vila, passando à direita do Khumbu Resort. Mais acima a escada de pedra termina, o caminho quebra para a direita e se transforma numa ladeira com degraus espaçados. Na bifurcação sem placa fui à esquerda subindo. Mais acima fui à esquerda numa bifurcação com placa apontando Tyangbuche à esquerda e hotéis (e um museu) à direita. Cerca de 90m acima fui à esquerda na placa apontando Khumjung Khunde à esquerda e Tengboche Gokyo à direita (meu destino no dia seguinte). A subida continua por trilha estreita e em zigue-zague. Segui pela trilha principal até um hotel no alto, o Everest Sherpa Resort. Contornei-o pela direita e subi a um morrote às 7h59. Ali está a primeira visão do Everest para quem inicia a caminhada em Lukla (para mim a primeira visão do Everest foi em Phurtyang, no 4º dia de caminhada). Desse mirante se avistam muitas outras montanhas. Na sequência da esquerda para a direita a nordeste estão: Cholatse, Taboche, Nuptse (20º mais alto do mundo), Everest, Lhotse (4º mais alto do mundo), Lhotse Shar e o magnífico Ama Dablam. A leste estão o Kangtega e o Thamserku, a sudeste o Kusumkangaru (Kusum Kanguru) e ao norte o Khumbila. Dali poderia seguir pela trilha mais batida mas o Christopher (o austríaco) me sugeriu subir um pouco mais e caminhar por uma crista que dava visão para o outro lado, para a vila de Khumjung aos pés do Pico Khumbila. E foi o que fiz, saindo às 8h27. A trilha é estreita e pouco usada, mas se funde à principal ao descer da crista. Com mais 300m já estava no Hotel Everest View, às 9h05. Não se deve entrar no hotel pela escadaria (como eu fiz) para tentar acessar a frente dele e ter a melhor visão das montanhas, mas sim subir à sua direita até algumas antenas, onde a panorâmica de 360º é bastante parecida com a do mirante anterior. Porém a vista na direção do Everest é mais desimpedida e pode-se enxergar a vila de Phortse, por onde eu passaria no 17º dia, e a vila de Tengboche na crista de uma serrinha a 4,5km dali, com o caminho subindo até ela (passaria por ela no dia seguinte). Desse mirante das antenas, a 3886m de altitude, se avista também a Ponte Larja, a ponte dupla por onde havia passado no dia anterior. Parei para contemplar a paisagem mas quando começou a encher muito e ficar muito ruidoso o lugar, saí em direção a Khumjung, às 10h33. Os pousos e decolagens de helicópteros de voos panorâmicos ali são constantes (ou serão hóspedes vip chegando e saindo do hotel?). Caminhei de volta ao hotel, desci a escadaria por onde cheguei e entrei na trilha sinalizada com "way to Khumjung" à direita. A trilha atravessa uma pequena mata e na descida para Khumjung desviei à direita até uma stupa para mais fotos. Essa stupa tem uma placa de dedicatória a sir Edmund Hillary, primeiro homem (junto com Tenzing Norgay) a atingir o cume do Everest, em 1953, e que dedicou sua vida a ajudar o povo sherpa através da organização Himalayan Trust, que ele fundou em 1960. Retomei a trilha principal mais abaixo e desci à vila de Khumjung. Atravessei-a toda e ao chegar a uma praça central com mais stupas entrei à direita seguindo a placa "Khumjung Gomba". Segui pelos caminhos cercados por muros de pedras e alcancei a gomba (monastério) Samten Choling às 11h46. Tirei fotos externas apenas pois havia uma taxa para entrar e eu já havia entrado em vários monastérios budistas. Havia duas rodas mani enormes ao lado. Sentei por ali para comer alguma coisa que trazia de lanche e às 12h02 me encaminhei à vila de Khunde. Voltei apenas 70m pelo mesmo caminho e na primeira bifurcação entrei à direita seguindo a placa. Esse é um caminho secundário de ligação entre as duas vilas, o caminho principal sai da praça central das stupas. Alcancei a vila de Khunde às 12h23 e passei perto do Hospital Hillary, o único hospital do Khumbu (não espere um grande hospital, por fora parece mais um posto de saúde). Avistei o monastério de Khunde no alto, entre as árvores de uma colina, e fui na sua direção. Ao chegar ao pé da colina havia uma placa: Khunde Gomba (monastério) à direita e Gong Ri View Point à esquerda. Fui primeiro ao monastério e é linda a vista das duas vilas com seus telhados verdes e extensos muros de pedras contra as montanhas nevadas ao fundo. Desci de volta à placa e às 12h47 segui à direita para conhecer o Gong Ri View Point (ou Hillary Memorial View Point). Subi dos 3886m dessa placa até os 4050m do mirante em 24 minutos. Ao atingir a crista fui para a esquerda na bifurcação e cheguei a um mirante murado com vista para Namche Bazar bem abaixo, as vilas de Khunde e Khumjung a nordeste e o vale do Rio Bhote Koshi a oeste. As nuvens da tarde já estavam atrapalhando um pouco a visão das montanhas mais distantes, mas ainda estavam visíveis o Khumbila ao norte, o Ama Dablam a nordeste, o Kangtega e o Thamserku a leste, o Kusumkangaru (Kusum Kanguru) a sudeste. O Everest seria visível desse mirante também, não fossem as nuvens. Depois voltei à bifurcação e fui para o lado oposto, onde estão as três stupas brancas de pedra em homenagem a Sir Edmund Hillary, sua primeira esposa Louise e a filha do casal Belinda, ambas falecidas num acidente aéreo em Kathmandu em 1975. Ele faleceu em 2008 em Auckland, Nova Zelândia, sua cidade natal. O local para prestar essa homenagem a Edmund Hillary e família não poderia ser mais espetacular. Iniciei a descida de volta pelo mesmo caminho às 14h06 e em 17 minutos estava na placa próxima ao monastério. Dali voltei mais 130m pelo caminho da chegada e fui à direita na primeira bifurcação, depois caminhei na direção do portal da vila, ao sul. Na saída passei por uma grande stupa em reforma, atravessei o portal budista às 14h41, subi uma escadaria de pedras e iniciei a descida de volta a Namche Bazar. Às 15h06 entroncou à esquerda o caminho largo que vem da praça central de Khumjung. Passei pelo vilarejo de Syangboche (com uma pista de pouso de terra) e às 15h13 fui à esquerda numa bifurcação com placa apontando Thame e Thamo à direita. Às 15h28 tive uma bonita visão de Namche Bazar do alto, em forma de anfiteatro. Desci mais, passei pelo monastério (gompa) de Namche e às 15h49 estava de volta à vila. Tratei logo de encontrar outro lodge para ficar já que fui "expulso" do Shangri La esta manhã. Procurei algum outro em que o quarto saísse de graça também, mas não encontrei. Resolvi ficar no Valley View Lodge por Rs100 (US$0,87) o quarto. O banheiro ficava dentro do lodge e tinha vaso sanitário com descarga acoplada. Para escovar os dentes havia um lavatório no corredor. Saí para conhecer mais de Namche e comprar algumas coisas. Comprei por Rs1000 (US$8,68) um par de microspikes (pequenos crampons) para ter mais segurança na passagem pela geleira do Passo Cho La, no caminho entre o EBC (Campo Base do Everest) e Gokyo. Numa padaria tomei um chá de gengibre (Rs 150 = US$1,30) enquanto esperava recarregar o celular (de graça para quem consome alguma coisa). De volta ao lodge tomei um delicioso banho quente na ducha aquecida a gás por Rs300 (US$2,60). No refeitório fiz amizade com um francês e uma americana que falava um pouco de português por ter amigos no Brasil. Ambos muito simpáticos. Ao contrário do Lodge Shangri La, este tem mais trilheiros independentes e é mais fácil fazer amizade. A comida e o banho são mais baratos também. Continuo na minha rotina noturna diária de filtrar pelo menos 1,5 litro de água com o filtro Sawyer e depois ferver com o meu fogareiro para beber no dia seguinte. Altitude em Namche Bazar: 3430m Preço do dal bhat: Rs 490 Preço do veg chowmein: Rs 450 Monastério de Tengboche 9º DIA - 01/11/18 - de Namche Bazar a Pangboche Duração: 5h30 (descontadas as paradas) Maior altitude: 3943m Menor altitude: 3313m Resumo: nesse dia percorri a vertente da margem oeste do Rio Dudh Koshi, cruzei esse rio para subir a Tengboche e em seguida passei a caminhar pelo vale do Rio Imja até a vila de Pangboche. Saí do lodge às 7h25 pelo mesmo caminho do dia anterior subindo a escadaria central e indo à esquerda na placa Tyangbuche, porém logo acima fui à direita na placa Tengboche Gokyo. Logo encontrei com grupos e mais grupos indo na mesma direção. O caminho pela encosta da margem oeste do Rio Dudh Koshi é bem largo para comportar tanta gente. O Rio Dudh Koshi é um dos principais rios da região. Venho acompanhando seu curso desde o 5º dia de caminhada, vou segui-lo nesse dia até o povoado de Phunki Thenga e depois no trajeto de Phortse a Gokyo, onde estão suas nascentes. Já era possível avistar a vila de Tengboche 4km à frente (em linha reta). Às 8h53 passei pelos lodges de Kyangjuma. Às 9h duas trilhas saem para a esquerda, mas em direções opostas. A da frente (nordeste) vai para Gokyo, subindo. A de trás (sudoeste) vai para Khumjung, também subindo. Eu fui em frente à direita, seguindo a placa de Tengboche. Às 9h04 passei pela vila de Sanasa e às 9h25 pelo povoado de Tashinga (Lawishasa, Laushasa). Às 9h50, ao cruzar a ponte suspensa após a vila de Phunki Thenga (Fungithang, Phungitanga), encontrei quem voltando? o Christopher, o austríaco ligeirinho. Porém não estava bem, seu joelho inchou e ele não podia seguir mais. Contratou um carregador para a sua mochila e ia voltar para casa. Uma pena... um amigo a menos para encontrar e reencontrar no caminho para o Everest. Atravessei a ponte (sobre o Rio Dudh Koshi) e tive uma surpresa não muito agradável: uma guarita ao lado da trilha onde se devia pagar a hospedagem nas próximas vilas (Tyangboche, Debuche e Pangboche) e no valor padrão de Rs500 (US$4,34). Ou seja, foi por água abaixo a negociação do quarto de graça se as refeições fossem feitas no próprio lodge, como tinha sido de Shivalaya até aqui (e foi no Langtang também). Após a ponte há mais lodges e restaurantes da vila de Phunki Thenga (Fungithang, Phungitanga). A altitude é a mais baixa do dia: 3313m. Parei ali na chautara (descanso dos carregadores) às 10h03 para comer alguma coisa que trazia na mochila. Ao sair sou logo parado no checkpoint na saída da vila para mostrar as permissões pagas em Monjo (permissão local e entrada do Parque Nacional Sagarmatha). Ali começa uma longa subida em direção a Tengboche, em parte à sombra da mata de rododendros e pinheiros. Às 10h23 desprezei uma trilha subindo à esquerda e continuei em frente, mas parece que as duas trilhas se encontram mais acima. Nos trechos fora da mata era possível ter uma bonita visão dos picos Kangtega e Thamserku a sudeste. Alcancei Tengboche às 11h35 depois de um desnível de 533m desde a ponte do Rio Dudh Koshi. Ali visitei o maior monastério do Khumbu, caprichosamente decorado desde seu belo portal. Da grande praça central de Tengboche se avistam Ama Dablam, Khumbila, Taboche, entre muitos outros picos nevados. Também seria possível ver o Everest se as nuvens já não o tivessem encoberto. Parei para almoçar um veg fried rice e às 12h51 prossegui descendo pela mata de pinheiros e rododendros. Passei pela vila de Debuche às 13h05 (não visitei o convento) e Milinggo às 13h25. Às 13h37 cruzei a ponte suspensa sobre o Rio Imja e continuei acompanhando esse rio subindo pela margem direita verdadeira. O Rio Imja será meu companheiro pelos próximos dias. Após um portal budista (kani), fui à direita na bifurcação descendo (a esquerda leva à parte alta de Pangboche, onde está o monastério). Alcancei Pangboche às 14h18 e me instalei no Himalayan Lodge. Entreguei uma via do recibo de pagamento do quarto. O banheiro ficava dentro da casa, tinha vaso sanitário mas a descarga era com balde. Havia uma pia no corredor para escovar os dentes e se lavar. Tentei sinal da NCell e consegui apenas um sinal fraco perto da Hermann Bakery. Mais tarde no refeitório conheci um casal muito simpático que seria minha companhia por muitos dias ainda: Lando e Rosanne, holandeses. Na chegada a Pangboche à tarde havia conhecido três amigos russos muito legais também (e com um deles eu cruzaria várias vezes ainda). Altitude em Pangboche: 3943m Preço do dal bhat: Rs 600 Preço do veg chowmein: Rs 450 Campo Base do Ama Dablam 10º DIA - 02/11/18 - de Pangboche a Dingboche Duração (descontadas as paradas): 2h (subida ao Campo Base do Ama Dablam), 1h20 (descida do Campo Base do Ama Dablam), 2h (de Pangboche a Dingboche) Maior altitude: 4596m no Campo Base do Ama Dablam Menor altitude: 3910m na ponte do Rio Imja Resumo: de manhã fiz uma espetacular caminhada de aclimatação até o Campo Base do Ama Dablam com um desnível de 680m de altitude e à tarde segui pelo vale do Rio Imja até Dingboche A temperatura mínima durante a noite dentro do quarto foi 7,2ºC. Saí do lodge às 6h52 na direção nordeste, cruzei uma ponte metálica, subi as escadarias e na trifurcação seguinte desci em frente junto ao muro de pedra de um lodge. Cruzei a ponte de ferro sobre o Rio Imja às 7h16 e comecei a longa subida em direção ao Campo Base do Ama Dablam. O caminho é bem marcado e fácil de navegar, sempre subindo em direção às duas incríveis montanhas que formam o Ama Dablam. Parei muitas vezes para fotos e para curtir o incrível visual das montanhas ao redor (antes que as nuvens chegassem): Karyolung, Khatang e Numbur a sudoeste; Taboche a noroeste; Khangri Shar e Pumori ao norte; Nuptse, Everest, Lhotse e Lhotse Shar a nordeste. A nordeste também se viam a vila de Dingboche e a subida para o mirante Nangkartshang. Cheguei ao campo base às 9h33. Altitude de 4596m. No caminho o casal holandês (Lando e Rosanne) havia me alcançado e ficamos um bom tempo ali curtindo o lugar. Foi a primeira vez que pisei num campo base com as barracas das expedições ali montadas, é muito bonito de se ver. Escaladores esperando o melhor tempo para subir e outros já se preparando para ir embora. Uns brincando de boulder, outros simplesmente tomando sol. Entre tantos escaladores encontrei dois brasileiros, ele de Campinas e ela de São Paulo. Conversando com eles e com outros por ali me contaram que apesar do dia lindo e sem nuvens os ventos no alto da montanha estavam muito fortes para tentar uma escalada. Dali se destacam na paisagem, além do próprio Ama Dablam a leste, o Kangtega ao sul, o Khumbila a oeste e o Taboche a noroeste. Às 11h22 iniciei o retorno pelo mesmo caminho porém ao cruzar a ponte sobre o Rio Imja tomei a trilha à esquerda que subiu e terminou na escadaria de pedra próxima à ponte metálica. Na ida não percebi que havia uma trilha ali saindo à direita no meio da escadaria. Às 12h43 estava de volta ao lodge para almoçar e pegar minha mochila. As nuvens chegaram por volta de 13h e até o fim do dia a neblina tomaria conta de tudo. Nessa altitude é bastante comum isso, sol e céu limpo de manhã, muitas nuvens e até neblina à tarde. Por isso é bom sair para caminhar e fotografar as montanhas bem cedo. Às 13h19 saí do lodge em direção a Dingboche. O caminho é o mesmo pela ponte metálica e a escadaria na direção nordeste porém na trifurcação toma-se a esquerda para percorrer a trilha na encosta da margem oeste do Rio Imja. Subindo passei pela vila de Somare às 14h e ali já fui parado numa guarita para pagar a hospedagem da próxima vila. De novo foram Rs500 (US$4,34) e a impossibilidade de negociar o valor do quarto diretamente com o dono/dona do lodge. Acredito que em breve toda a região do Khumbu (de Namche Bazar para o norte) deverá estar usando esse sistema de pagamento. A partir desse povoado, a 4056m de altitude, as árvores desaparecem e fica só a vegetação rasteira. Com a ausência de lenha os moradores passam a recolher, secar e estocar esterco de iaque para usar nos aquecedores. Às 14h34 cheguei a uma bifurcação bastante importante porém sem nenhuma placa. É pra isso que a gente paga Rs 3000 (US$ 26,04) de ingresso... para caminhar num parque sem sinalização. À direita é o caminho que leva a Dingboche e Chukhung, mais utilizado pelos trilheiros que vão fazer o trekking dos 3 Passos; à esquerda o início da subida para Pheriche e Lobuche para quem vai diretamente ao EBC. Meu caminho seria para a direita. Ali eu estava a 4172m de altitude e havia já um trilheiro vomitando muito e outro andando feito um zumbi apesar da mochila pequena. Consequências da falta de aclimatação! Desci até a ponte de ferro sobre o Rio Khumbu (ou Rio Lobuche), afluente do Rio Imja, e a cruzei às 14h45. Dali encarei a subida final pela encosta da margem oeste do Rio Imja até Dingboche, aonde cheguei às 15h17 com neblina. Como já havia pago a hospedagem podia escolher o lodge que quisesse, somente prestando atenção aos preços do menu. Escolhi o Moon Light Lodge e o atendimento era razoável (podia ser bem melhor). Um aviso no quarto alertava para fazer as refeições ali mesmo, caso contrário o quarto custaria Rs1000 (US$8,68). O banheiro ficava dentro da casa e era no estilo oriental, uma peça de louça no chão com um buraco no meio e lugares para colocar os pés nas laterais. Para escovar os dentes havia uma pia no corredor e sobre ela um tambor com torneira (e uma água bastante suspeita). Altitude em Dingboche: 4294m Preço do dal bhat: Rs 550 Preço do veg chowmein: Rs 500 Pico Taboche (dir) visto da montanha Nangkartshang 11º DIA - 03/11/18 - de Dingboche a Chukhung Duração (descontadas as paradas): 2h (subida ao Nangkartshang), 1h25 (descida do Nangkartshang), 2h (de Dingboche a Chukhung) Maior altitude: 5076m no Nangkartshang Menor altitude: 4294m Resumo: de manhã fiz uma bonita caminhada de aclimatação subindo a montanha Nangkartshang com um desnível de 780m de altitude e à tarde subi à vila de Chukhung pelo vale do Rio Imja A temperatura mínima durante a noite dentro do quarto foi -1,2ºC. Às 5h50 da manhã estava 5,3ºC. De manhã com o céu limpo é que pude ver as montanhas ao redor de Dingboche: Lhotse, Lhotse Shar e Island Peak (Imja Tse) a nordeste, Ama Dablam a sudeste, Kangtega e Thamserku ao sul, Taboche e Cholatse a oeste. Depois de tomar o café servido com o maior mau humor por causa do horário (6h) saí do lodge às 6h42. Voltei 120m na direção da entrada da vila e peguei a trilha à direita que leva a uma stupa, logo iniciando a subida à montanha Nangkartshang. Inicialmente aparecem várias trilhas pois é possível começar essa subida pela outra extremidade da vila (ao norte), mas é só subir e subir que não há erro. Alcancei o cume, de 5076m, às 9h09 e só havia mais uma pessoa, um australiano. Logo começaram a chegar mais montanhistas e bem depois apareceram Lando e Rosanne, que haviam dormido esta noite em Pangboche. Do cume se avistam: Taboche e Cholatse e o Lago Chola Tsho (Cholatse Tsho) a oeste; Cho Oyu (6º mais alto do mundo) a noroeste; Island Peak e Makalu (5º mais alto) a leste; Ama Dablam a sudeste; Kyashar, Kangtega e Thamserku ao sul; Karyolung, Khatang e Numbur a sudoeste. Logo abaixo a sudoeste estão as vilas de Pheriche e Dingboche. Iniciei a descida às 11h09 e às 12h38 já estava de volta ao lodge para almoçar e pegar a mochila. Parti às 13h19 em direção a Chukhung ainda pela margem direita verdadeira do Rio Imja. Passei por 4 pontos de água limpa, mas que ainda assim deve ser tratada (mais detalhes no "Pequeno guia"). Parei nesse trecho por 19 minutos para um lanche. Por volta de 15h o Rio Imja se afasta para leste e eu passo a acompanhar um afluente seu que tem origem no Glaciar Lhotse. Após cruzar duas pontes, uma de troncos e outra de madeira com gelo nas laterais do rio, cheguei às 15h39 a Chukhung. Na entrada da vila passei por uma barraca de camping montada onde seria feito o pagamento do quarto, como nas duas vilas anteriores, mas estava com o zíper fechado e não havia ninguém. Percorri todos os 5 ou 6 lodges da vila e resolvi ficar num grande desta vez para ver como é. Escolhi o Chukhung Resort, o maior de todos. Os banheiros ficavam dentro do lodge, todos no estilo oriental. Para escovar os dentes havia uma pia no corredor com um balde e uma torneira adaptada, mas eu preferia escovar os dentes com a água que eu pedia na cozinha. A cobrança das Rs500 (US$4,34) do quarto foi feita na hora da janta por uma pessoa da comunidade, não do lodge. Altitude em Chukhung: 4720m Preço do dal bhat: Rs 595 Preço do veg chowmein: Rs 595 Campo Base do Island Peak 12º DIA - 04/11/18 - de Chukhung ao Campo Base do Island Peak (aclimatação) Duração: 2h40 na ida e 2h25 na volta (descontadas as paradas) Maior altitude: 5105m Menor altitude: 4720m Resumo: nesse dia fiz uma caminhada de aclimatação subindo ao Campo Base do Island Peak (Imja Tse) com um desnível de 385m de altitude. A temperatura mínima durante a noite dentro do quarto foi -1,1ºC. Às 6h25 da manhã estava -0,4ºC. As montanhas que se vê da vila de Chukhung: Karyolung, Khatang e Numbur a sudoeste; Taboche a oeste; Nuptse, Lhotse e Lhotse Shar a nordeste; Ama Dablam ao sul. Saí do lodge às 6h57 tomando uma trilha na direção sudeste que em 4 minutos me levou a cruzar um riacho por uma ponte de madeira. Subi e passei a caminhar pela crista da moraina lateral sul do Glaciar Lhotse, mas não uma geleira branquinha de gelo puro e sim um vale cinzento coberto de pedras. Mais à frente, já na direção leste, desço pela vertente da moraina e reencontro o vale do Rio Imja, que acompanho de perto até uma bifurcação com placa, às 9h13. À direita o Passo Amphu Laptsa e à esquerda o Island Peak, para onde segui. O Lhotse, 4ª montanha mais alta do mundo, me acompanha o tempo todo, à minha esquerda. Numa curva para a direita já avisto as barracas do campo base, 1,6km distante ainda. Agora à minha esquerda deixo de ter o Glaciar Lhotse e passo a ter a encosta do Island Peak (Imja Tse). Alcancei o primeiro acampamento às 10h30. Demorei assim porque parei muitas vezes para fotos. O segundo acampamento estava 340m à frente, com altitude de 5105m. Ainda caminhei mais 300m para fotos do incrível Lago Imja Tsho, formado pela fusão de vários glaciares e que dá origem ao Rio Imja. A água não é tão bonita por ser leitosa e não cristalina, mas o lugar todo é impressionante pela grandiosidade. A montanha que se ergue ao norte é o próprio Island Peak (Imja Tse), os campos base estão exatamente aos seus pés. Parei para comer alguma coisa e ver o movimento de escaladores e carregadores chegando e saindo. Iniciei o retorno às 13h18 pelo mesmo caminho. Como sempre as nuvens vieram à tarde e nesse dia se formou de novo uma forte neblina. Cheguei ao lodge às 16h07. Cume do Chukhung Ri com o Cho Oyu (6º mais alto do mundo) à esquerda e Nuptse à direita 13º DIA - 05/11/18 - de Chukhung ao Pico Chukhung Ri (aclimatação) Duração: 2h20 para subir e 1h25 para descer (descontadas as paradas) Maior altitude: 5558m Menor altitude: 4720m Resumo: nesse dia fiz uma caminhada de aclimatação subindo a montanha Chukhung Ri com um desnível de 840m de altitude. A temperatura mínima durante a noite dentro do quarto foi -3,4ºC. Às 7h10 da manhã estava -1,9ºC. Havia gelo no vidro da janela, coloquei o termômetro lá fora e estava -6,4ºC às 7h25, pouco antes de eu sair para a caminhada do dia. Não dormi quase nada essa noite... insônia é um dos sintomas do Mal da Montanha (AMS, em inglês). Saí do lodge às 7h44, atravessei toda a vila e continuei pela trilha na direção nordeste. Cruzei uma ponte de madeira e comecei a subir a vertente leste da montanha Chukhung Ri. O caminho é bem batido. Ao atingir um primeiro platô é magnífica a vista para o conjunto Nuptse, Lhotse e Lhotse Shar a nordeste. Às 9h48 atingi um falso cume com dezenas de totens a 5375m de altitude. Continuei subindo, agora pela crista, e aos 5433m a trilha virou um trepa-pedras um pouco chato. Cruzei com o russo que conheci em Pangboche e ele me recomendou caminhar pela crista dessa montanha de pedras e não cair para a direita pois o caminho iria piorar mais à frente. Assim cheguei às 10h42 ao cume de 5558m de altitude do Chukhung Ri e a panorâmica era de cair o queixo: Nuptse ao norte; Lhotse e Lhotse Shar a nordeste; Island Peak e Makalu a leste; Ama Dablam ao sul; Thamserku a sul-sudoeste; Karyolung, Khatang e Numbur a sudoeste; Taboche, Cholatse e o Passo Kongma La a oeste; Kongma Tse (Mehra Peak), Cho Oyu, Chumbu, Khangri Shar e Pumori a noroeste. Havia só mais um trilheiro solitário quando cheguei mas logo apareceram outros. Novamente chegaram mais tarde Lando e Rosanne, acompanhados de um americano. Todos desceram e eu fiquei um pouco mais ainda. Estava difícil aguentar o vento gelado lá em cima mesmo com roupas impermeáveis (que servem como ótimo corta-vento), luvas, gorro, capuz e pescoceira de fleece cobrindo o nariz e a boca. Todo esse ar gelado teve consequências: à noite comecei a sentir a garganta estranha, depois veio a famosa Tosse do Khumbu (que durou até o final de dezembro!) e para piorar tive uma infecção na garganta que teve de ser tratada com antibiótico em Kathmandu. Iniciei a descida às 13h12 e parei por 20 minutos no falso cume para mais fotos. Às 15h04 estava de volta à vila de Chukhung. Mais tarde fui ao lodge Yak Land conversar com o casal holandês e combinamos de cruzar juntos o Passo Kongma La no dia seguinte. Lago visto do Passo Kongma La com o pico Makalu (5º mais alto do mundo) à esquerda 14º DIA - 06/11/18 - de Chukhung a Lobuche pelo Passo Kongma La Duração: 6h50 (descontadas as paradas) Maior altitude: 5530m Menor altitude: 4720m Resumo: nesse dia encarei o primeiro dos 3 Passos, o Kongma La, com 5530m de altitude, para descer em seguida à vila de Lobuche cruzando o Glaciar Khumbu, uma geleira coberta de pedras um pouco complicada. A temperatura mínima durante a noite dentro do quarto foi -1,3ºC. Às 7h da manhã estava 0ºC dentro do quarto e -4ºC fora, pouco antes de sair do lodge. De novo não dormi quase nada essa noite... apesar das muitas caminhadas de aclimatação meu organismo ainda não se adaptou completamente à altitude. Logo cedo fui ao lodge Yak Land para encontrar Lando, Rosanne e o americano para irmos juntos para o Passo Kongma La. Saímos às 7h24 na direção norte e logo cruzamos uma ponte de madeira, tomando aos poucos a direção oeste. Havia sinalização. Deu logo para perceber que nossos ritmos eram bem diferentes, eu caminho mais devagar e paro muitas vezes para fotos e registros no gps. Eles andavam mais rápido e tinham que parar para me esperar. Tentei acompanhar o ritmo deles durante a subida e consegui por bastante tempo, mas isso me desgastou muito (principalmente por estar já há duas noites sem dormir) e às 10h50, aos 5429m, tive de parar para descansar por meia hora. Não adianta, cada um tem seu ritmo e não dá para acompanhar o ritmo do outro, seja para mais ou para menos. Retomei a caminhada e em apenas 60m me deparei com um maravilhoso lago de águas verdes... se soubesse teria parado um pouquinho mais acima. Contornei-o pela direita e veio a subida final até o Passo Kongma La, de 5530m, aonde cheguei às 12h04. Os três ainda estavam me esperando lá, mas desceram logo. O passo é uma crista bem extensa e repleta de pedras soltas, onde não faltam totens, bandeirinhas de oração budistas e lenços cerimoniais, como nas outras montanhas que subi. Dali se avistam Nuptse, Lhotse e Lhotse Shar a nordeste, Island Peak e Makalu a leste, Ama Dablam ao sul-sudeste, Taboche e Cholatse a oeste, Cho Oyu e Chumbu a noroeste. Comi alguma coisa (importante levar lanche e água por causa da distância entre as vilas), tirei ainda muitas fotos e iniciei a descida às 12h55 primeiro por um caminho de pedras soltas, mais abaixo é que volta a ser trilha. Passei por uma cachoeira congelada à direita e logo o gelo estava tomando conta da trilha também, mas havia lugares seguros para pisar fora dele. Já desde o passo podia avistar a vila de Lobuche e o Glaciar Khumbu, um mar de pedras que teria que cruzar para chegar lá, e isso parece que me causava mais cansaço ainda. Parei para descansar e comer alguma coisa. Terminei a descida do passo e subi em seguida a moraina lateral da geleira. Ao chegar ao topo da moraina às 15h22 e ver de perto o que teria de enfrentar sentei para descansar um pouco mais. Dali em diante segui pegadas, parei para estudar o caminho em alguns pontos e segui na direção de outros trilheiros que já estavam mais à frente para vencer o enorme glaciar. Foi um sobe-e-desce terrível por pedras soltas e sem um caminho marcado, com pegadas para vários lados. Lembrando que esse tipo de formação tem a aparência de um "mar" de pedras soltas mas embaixo de tudo aquilo é puro gelo, então é preciso ter cuidado onde pisa e para que lado ir. Pelo movimento e derretimento do gelo não é possível existir um caminho fixo e bem definido. O local é impressionante mas ao mesmo tempo aterrador. Às 15h58 tive de cruzar o rio principal que corre no meio da geleira e fiz isso exatamente onde duas pessoas já estavam fazendo. O lago formado abaixo do rio estava com a superfície congelada e era uma camada tão grossa que resistia a pedradas. Depois de mais sobe-e-desce consegui chegar a Lobuche às 16h44 mais morto que vivo. Felizmente meus três amigos estavam me esperando e não precisei procurar hospedagem, eles já haviam feito isso e estavam instalados no Sherpa Lodge. Dividi o quarto com o americano. Não havia cobertor no quarto, tive de pedir mas não foi cobrado. O valor do quarto, que aqui é de Rs700 (US$6,08), o mais caro de todo o trekking, novamente foi cobrado mais tarde por uma pessoa da comunidade e não do lodge. Os banheiros ficavam dentro da casa e era um no estilo oriental e outro com vaso sanitário. Para escovar os dentes havia uma pia no corredor com um balde e uma torneira adaptada. Altitude em Lobuche: 4916m Preço do dal bhat: Rs 850 Preço do veg chowmein: Rs 700 Everest e Nuptse vistos do Kala Pattar 15º DIA - 07/11/18 - de Lobuche a Gorak Shep e Kala Pattar Duração (descontadas as paradas): 2h (de Lobuche a Gorak Shep), 1h10 (subida ao Kala Pattar), 1h05 (descida do Kala Pattar) Maior altitude: 5643m Menor altitude: 4916m Resumo: esse foi o grande e esperado dia de ver o Everest o mais próximo possível e em seu melhor ângulo, que é a partir da montanha Kala Pattar. De Lobuche a Gorak Shep o desnível foi de 245m e de Gorak Shep ao Kala Pattar de 480m. Dormi em Gorak Shep para ir ao Campo Base do Everest no dia seguinte. Às 7h da manhã a temperatura dentro do quarto era 3ºC. Não dormi quase nada pela terceira noite seguida, mas como não tinha nenhum outro sintoma de Mal da Montanha segui meu roteiro. Saí do lodge às 7h31 na direção nordeste e segui por trilha paralela ao Glaciar Khumbu. A visão dos picos Pumori, Lingtren, Khumbutse e Nuptse à frente é muito inspiradora e nos prepara para o grande momento que está chegando. Às 8h48 tive que cruzar o Glaciar Changri repleto de pedras também mas sem as dificuldades da geleira do dia anterior pois nessa pelo menos há um caminho bem marcado. Depois de algum sobe e desce por essa geleira alcancei Gorak Shep às 9h42 e de cara encontrei a guarita de cobrança do valor do quarto de Rs500 (US$4,34). Pago o quarto, fui percorrer os lodges da vila para escolher em qual ficar. Optei pelo Buddha Lodge. Fiz uma mochila de ataque rapidamente com roupa de frio e de chuva (nunca se sabe...) e saí para subir o Kala Pattar e ver o Everest de seu melhor mirante. Na saída encontrei Lando, Rosanne e o americano chegando. Eles continuavam hospedados em Lobuche e vieram somente para subir o Kala Pattar, não iam ao Campo Base. Precisavam abastecer as garrafas de água mas os lodges da vila não fornecem água da torneira por causa da escassez, é preciso coletar a água na base do Kala Pattar, que é o que eles fazem para abastecer o lodge. E foi o que nós fizemos, porém a água fica em poças, então tratá-la é primordial. Iniciei a subida na direção norte às 10h54 e não fiz nenhuma parada até o topo pois queria tirar fotos do Everest e seus vizinhos sem nenhuma nuvem, céu completamente azul. Alcancei o cume do Kala Pattar às 12h02 e tratei de tirar todas as fotos possíveis antes de as nuvens chegarem. A altitude é de 5643m, que passou a ser o meu recorde de altitude já atingida. O mirante Kala Pattar está numa crista que culmina no Pico Pumori. Dali se avista, entre outras montanhas: Ama Dablam, Kongma Tse (Mehra Peak), Kyashar, Kangtega e Thamserku ao sul; Taboche e Cholatse a sudoeste; Chumbu a noroeste; Khangri Shar e Pumori ao norte; Lingtren, Khumbutse, Changtse a nordeste; Everest e Nuptse a leste. Meus três amigos desceram primeiro pois não estavam aguentando o vento gelado mesmo se abrigando atrás das pedras. Eu ainda fiquei um tempo para ter uma boa conversa com as montanhas. Esse era o momento mais esperado da viagem de dois meses no Nepal e um dos momentos mais esperados de toda a minha vida. A emoção foi bastante grande. Iniciei a descida às 14h06 e via no rosto das pessoas que subiam o mesmo esforço e a mesma expectativa que eu tive minutos antes. Todos querem coroar sua longa jornada ao Himalaia com esse instante sublime de estar diante da maior montanha de todas. Às 15h14 estava de volta a Gorak Shep. No Buddha Lodge os banheiros ficavam dentro da casa e havia um no estilo oriental e outro com vaso sanitário, mas a descarga sempre com balde (com a água congelada de manhã). Para escovar os dentes havia uma pia no corredor com um balde e uma torneira adaptada. Nesse lodge havia quartos de solteiro, com apenas uma cama, porém claustrofóbicos de tão pequenos. Havia um só cobertor para cada hóspede e o extra custava Rs300 (US$2,60). Tive de usar o meu saco de dormir (Marmot Helium, temperatura limite -9ºC). Às 20h15 a temperatura dentro do quarto era 1,6ºC e fora era -8,6ºC. Altitude em Gorak Shep: 5160m Preço do dal bhat: Rs 850 Preço do veg chowmein: Rs 700 Picos Changtse, Nuptse e no meio só a pontinha do Everest 16º DIA - 08/11/18 - de Gorak Shep ao Campo Base do Everest e descida a Pheriche Duração (descontadas as paradas): 1h10 (ida ao EBC), 1h15 (volta do EBC), 4h15 (de Gorak Shep a Pheriche) Maior altitude: 5264m a caminho do EBC Menor altitude: 4265m Resumo: de manhã subi até o Campo Base do Everest e à tarde desci o máximo que pude (até Pheriche) para poder dormir novamente e descansar, abortando com muita dor no coração o Passo Cho La. A temperatura mínima durante a noite dentro do quarto foi -8,6ºC, a mais baixa que registrei. Às 6h da manhã estava 0ºC. Não dormi quase nada pela quarta noite seguida e decidi baixar de altitude para poder dormir e me recuperar. Com isso estava tomando a difícil decisão de abortar o Passo Cho La, o segundo dos 3 Passos, pois seguir para ele significava ficar mais algumas noites sem dormir. Mas não poderia deixar de conhecer Gokyo e seus incríveis lagos sagrados, por isso iria fazer um contorno enorme pelo sul, descendo muito para depois subir tudo de novo até Gokyo. Pelo menos nas duas noites em altitude mais baixa durante esse contorno eu poderia dormir e descansar para enfrentar possíveis novas noites de insônia. Se eu tivesse Diamox teria tomado para ver se me ajudaria na aclimatação e eu voltaria a dormir. Eu tinha Dramin mas não é nada recomendável tomar remédio que induz ao sono nessa situação de insônia por altitude. Saí do lodge às 7h48 na direção nordeste e a caminhada foi com pouco desnível até o Campo Base do Everest, de 5257m de altitude, aonde cheguei às 9h. Esse lugar eu só visitei por seu valor simbólico mas é um "ponto turístico" meio fake. O verdadeiro campo base se estende por uma área bem maior e não é fixo, muda de lugar a cada ano em consequência da movimentação da geleira que vem da Cascata do Khumbu. Outra: dali praticamente não se vê o Everest, apenas uma pontinha dele, o que frustra muita gente. Não havia nenhuma barraca pois a temporada de escalada da maior montanha do mundo ocorre em abril/maio. Iniciei o retorno às 9h47 pelo mesmo caminho e às 11h estava de volta ao lodge. Às 11h41 comecei a descer na direção de Lobuche e além. Cruzei todo o Glaciar Changri, parei no final dele por 22 minutos para comer e tentar sinal da NCell - consegui mandar algumas mensagens. Passei por Lobuche às 13h56 e às 14h16, logo antes de uma ponte, fui à esquerda na bifurcação em que à direita se vai ao Passo Cho La. Subi e passei por um conjunto de stupas que são memoriais aos que morreram nas montanhas da região. Dali seguiu-se uma longa descida pela moraina terminal que limita ao sul o Glaciar Khumbu. Alcancei a minúscula vila de Thukla às 15h15 e tive de perguntar pelo caminho para Pheriche pois não era evidente. Desci uma rampa à esquerda e 35m adiante entrei numa trilha à direita, descendo. Ao chegar à margem do rio formado pelo Glaciar Khumbu tive de subir pelas pedras até uma ponte precária de madeira uns 140m rio acima. Cruzei-a às 15h27 e segui primeiro pela margem esquerda pedregosa, depois por uma trilha batida na encosta. Às 15h34 fui à direita numa bifurcação com placa em que a trilha da esquerda vai para Dingboche. Desci bastante em direção ao vale do Rio Khumbu (ou Rio Lobuche) e passei por três pontos de água. Às 16h35 alcancei a vila de Pheriche e arrisquei dar uma olhada no primeiro lodge, de nome Thamserku. Negociei o preço de Rs300 (US$2,60) com as refeições ali mesmo. Estava cansado (quatro noites sem dormir...) e com muito frio para ir a outros lodges procurar por melhor preço. O banheiro ficava dentro da casa e era no estilo oriental. Nesta noite os hóspedes desse lodge eram apenas eu e um grupo de alemães com guias e carregadores, dois dos carregadores com 15 e 16 anos. Altitude em Pheriche: 4265m Preço do dal bhat: Rs 700 Preço do veg chowmein: Rs 450 Às 20h35 a temperatura dentro do quarto era 2,2ºC. A mínima durante a noite dentro do quarto foi -3,4ºC. Às 7h30 da manhã estava -1,4ºC. CONTINUA EM: www.mochileiros.com/topic/83278-campo-base-do-everest-etapa-33-de-pheriche-a-lukla-nepal-nov18 Informações adicionais: Melhor mapa: Jiri to Everest Base Camp, 1:50.000, editora Himalayan MapHouse/Nepa Maps, código NE521, encontrado facilmente nas livrarias de Kathmandu (Rs500 = US$4,34). Site: himalayan-maphouse.com. Rafael Santiago novembro/2018 https://trekkingnamontanha.blogspot.com.br
  2. Ponte Larja e o lindo Rio Dudh Koshi Início: Shivalaya Final: Namche Bazar Duração: 7 dias Maior altitude: 3536m no Passo Lamjura La Menor altitude: 1504m na ponte junto à confluência dos rios Dudh Koshi e Deku Dificuldade: alta. Muita subida e muita descida quase todos os dias, com desníveis de 600m a 1000m diários, ultrapassando os 3000m de altitude. Permissões: entrada do Gaurishankar Conservation Area Project (Rs 3000 = US$ 26,04), entrada do Parque Nacional Sagarmatha (Rs 3000 = US$ 26,04) e permissão local que substituiu o TIMS card para a região do Everest (Rs 2000 = US$17,36). Obs.: antes de ler este relato sugiro a leitura do meu "Pequeno guia de trekking independente no Nepal" para ter as informações básicas para as caminhadas naquele país. O trekking Shivalaya-Namche Bazar é a primeira parte de uma caminhada de 23 dias que foi de Shivalaya até o Campo Base do Everest e percorreu dois dos três passos de montanha que levam a Gokyo. A segunda parte está descrita aqui e a terceira parte aqui. A escolha de Shivalaya como ponto inicial teve vários motivos: 1. é o percurso histórico de conquista do Everest pelo neozelandês Edmund Hillary (1919-2008) e o nepalês Tenzing Norgay (1914-1986) em 1953, 2. para evitar o caro e arriscado voo Kathmandu-Lukla (além disso um voo que é cancelado frequentemente por causa do tempo instável em Lukla) 3. conhecer o lado menos turístico e mais autêntico do trekking do Everest. Ao longo do relato colocarei o nome das vilas com as variações de escrita mais frequentes e também pelos diferentes nomes que constam nos mapas e nas placas. No percurso desse trekking há muitas fontes de água, como riachos no meio da trilha e torneiras ou bicas nas vilas. Não cito todas no relato porque são muitas. A água deve sempre ser tratada, conforme explico no "Pequeno guia de trekking independente no Nepal". As operadoras de celular que funcionam em alguns dos povoados ao longo deste trekking são: . Shivalaya: NTC . Bhandar: NTC, NCell . Sete: NTC, NCell . Junbesi: NTC . Nunthala: NTC . Bupsa: NTC . Cheplung: NCell . Namche Bazar: NCell O cartão pré-pago de wifi Nepal Airlink funciona de Junbesi a Kharte, e em Phaplu. O cartão pré-pago Everest Link promete funcionar em toda a região do Everest desde Lukla até o Campo Base. Não testei nenhum dos dois porque não sabia da existência e já havia comprado o chip da operadora NCell em Kathmandu. Mais informações no "Pequeno guia". Todos os preços abaixo estão na moeda do Nepal (rupia nepalesa) e convertidos para dólar pela média dos câmbios que encontrei em Kathmandu entre outubro e dezembro de 2018 (US$ 1 = Rs 115,20). Para mostrar a variação de preços das refeições em cada povoado ao longo dos trekkings vou colocar ao final de cada dia o preço do dal bhat e do veg chowmein, dois pratos bastante pedidos. Como referência esses pratos em Kathmandu custam por volta de Rs 250 (US$2,17) e Rs 160 (US$1,39), respectivamente. Monastério Pema Namding, em Kharikhola 23/10/18 - ônibus de Kathmandu a Shivalaya No dia anterior (22/10) eu havia ido ao horrível e sujo terminal de ônibus do Ratna Park para comprar a passagem para Shivalaya. Na verdade havia tentado comprar com mais antecedência ainda mas não quiseram me vender, somente no dia anterior mesmo. Nesse dia o ônibus partiu às 8h com vários lugares vagos mas nas paradas seguintes já começou a encher e durante a longa viagem lotou e esvaziou muitas vezes. Por volta de 10h50 houve uma parada para almoço e a partir daí a estrada passou a ser de terra com muitos buracos, pedras e poeira. Felizmente a estrada não era tão estreita e com abismos como na viagem entre Kathmandu e Syabrubesi (relato aqui), mas o ônibus pulava do mesmo jeito e era preciso tomar cuidado para não bater a cabeça no teto. Foi uma viagem horrível também, muito cansativa pelas condições da "estrada" e pelo tempo muito longo chacoalhando dentro do ônibus: 11h20 para percorrer apenas 215km!!! O ônibus é pequeno e não tem banheiro. São feitas algumas paradas para todos se aliviarem, às vezes no mato da beira da estrada mesmo. Os únicos estrangeiros no ônibus além de mim foram um casal francês que subiu numa cidade do caminho e desceu em Jiri. Ele colocou tampões no ouvido para não escutar a trilha sonora nepalesa no último volume. Às 18h10 passamos por Jiri, já de noite (anoiteceu por volta de 17h40), e ainda rodamos mais 1h10 até Shivalaya no escuro, o que foi ainda mais emocionante pois o ônibus pulava o tempo todo e não era possível ver as ribanceiras onde a minha viagem poderia terminar. Às 19h20 saltei desse ônibus em Shivalaya, recoloquei minha coluna e minha bacia no lugar e saí procurando uma hospedagem. No Amadablam Lodge, um dos primeiros da vila, o dono estava na frente e me chamou. Pelo cansaço que eu estava aceitei os Rs200 (US$1,73) que ele pediu sem pensar em negociar o quarto de graça. Recomendo esse lodge pois toda a família era muito simpática. Conversei bastante com o dono (que fala bem inglês), que me disse que a vila foi arrasada nos terremotos de 2015 e eles tiveram de morar por 3 meses em barracas até a reconstrução do lugar. Quase todas as casas que eu estava vendo ali eram novas e todas reconstruídas em madeira. O banheiro ficava fora da casa e era no estilo oriental: uma peça de louça no chão com um buraco no meio e lugares para colocar os pés nas laterais. Um tambor com água e uma caneca servem para dar a descarga e para a higiene deles já que não usam papel higiênico. Altitude em Shivalaya: 1782m Preço do dal bhat: Rs 300 Vila de Shivalaya, início do trekking 1º DIA - 24/10/18 - de Shivalaya a Bhandar Duração: 4h50 (descontadas as paradas) Maior altitude: 2709m Menor altitude: 1782m Resumo: nesse dia subi por uma serra alongada na direção leste-oeste, inicialmente pela crista e em seguida pela vertente sul até a cabeceira do vale na vila de Deurali (2709m). Em seguida desci a encosta oposta, a leste, até o povoado de Bhandar, a caminho do vale do Rio Likhu. Quando amanheceu é que pude ver melhor como era simpática a vila de Shivalaya. O lodge estava localizado num largo cercado de sobradinhos de madeira coloridos e com sacada. Saí do lodge às 8h56 subindo a rua de volta até a entrada do vilarejo. Ali continuei em frente (esquerda) pois à direita está a estrada por onde cheguei de ônibus na noite anterior. Porém dei poucos passos e fui parado pelo guarda do checkpoint do Gaurishankar Conservation Area Project. Eu não havia ido ao Tourist Service Center em Kathmandu para obter a permissão desse parque, então paguei ali na hora, aparentemente pelo mesmo preço (Rs 3000, US$ 26,04). Só mostrei o passaporte, não necessita foto. Às 9h10 continuei pela mesma rua, que fez uma curva para a esquerda. Logo após a ponte segui para a direita, mas poucos passos depois abandonei essa rua e entrei num beco à esquerda. Logo estava caminhando por uma trilha e iniciando meu longo percurso em direção ao Everest. E também já surgiram as primeiras escadarias. Parei alguns minutos para tirar a blusa e passar protetor solar. À medida que subia ia se ampliando a visão da vila de Shivalaya encaixada no vale do Rio Khimti e cercada de morros bem verdes. Às 10h13 a trilha cruzou uma estrada e segui a placa de Deurali, subindo mais degraus. Comecei a notar fitas cor-de-laranja sinalizando a trilha. Isso me ajudou bastante em alguns pontos de dúvida mas depois soube que eram para uma competição, não eram mantidas permanentemente. Ou seja, a gente paga US$26 para caminhar por um parque que só existe no papel e que praticamente não tem sinalização... Às 10h19 cruzei a estrada de novo com uma placa de Deurali apontando a trilha que subiu até uma antena. Logo cruzei a mesma estrada e continuei seguindo as fitas laranja e a placa de Deurali. Às 10h34 quis cruzar a estrada novamente e subir a trilha na encosta mas estava errado - dessa vez deveria tomar a estrada mesmo, subindo à direita por 215m para em seguida entrar numa outra trilha na encosta à esquerda. Mais acima segui as fitas e subi a trilha à direita na direção de uma casa no alto. Passei pelo Sushila Lodge e às 10h54 pela escola de Sangbadanda. Cruzei a mesma estrada mas 45m depois passei a caminhar por ela para a direita, com placa e fita sinalizando. Nesse momento estava deixando a crista dessa serra e passando a percorrer a vertente sul dela. Caminhei pela estrada por 745m e antes que ela fizesse uma curva fechada para a esquerda abandonei-a em favor de uma trilha descendo à direita junto a uma casa, às 11h13. Dali iria caminhar por trilha até Deurali, na cabeceira do vale, passando por cinco pontos de água (parei em um deles para comer alguma coisa). Na única bifurcação, às 11h48, fui à esquerda seguindo a fita laranja. Subi até cruzar uma estrada às 13h05 e cair nessa mesma estrada 4 minutos depois, indo para a esquerda e chegando à vila de Deurali (2709m). Fui à direita na bifurcação e passei pelas extensos muros de pedras mani no centro do vilarejo. Há três lodges ali e um deles anuncia "edifício resistente a terremoto". O Lama Guest House vende queijo de iaque: 100g por Rs 150 (US$1,30), o melhor preço que encontrei (o mesmo de Ringmo, três dias depois). Havia já muitas nuvens nessa hora, mas com céu limpo seria possível ver o Passo Lamjura La, 16km a leste (onde passaria no 3º dia). Cruzei a vila sem fazer nenhuma parada e imediatamente comecei a descer a encosta oposta, a leste, em direção ao povoado de Bhandar. A parte mais alta dessa encosta está toda rasgada por uma sinuosa e poeirenta estrada de terra, mas felizmente há uma trilha que desce mais diretamente. Nos primeiros 4 minutos de descida a partir da vila não notei uma trilha abaixo à esquerda e continuei em frente, mas vi que as fitas haviam sumido e na dúvida voltei. Só então vi que a outra trilha abaixo tinha fitas e a tomei. Pelos próximos 34 minutos cruzei a estrada sinuosa e caminhei por ela o mínimo possível, tomando todas as trilhas/atalhos que encontrei. Depois continuei descendo pela trilha, que passou por diversas casas aqui e ali. Às 14h39 cruzei duas vezes uma estrada que fazia uma curva fechada à minha esquerda. Às 14h45 a trilha terminou num final de estrada com um monastério à esquerda que parei para fotografar. Na estrada fui para a esquerda e passei pelo primeiro lodge de Bhandar, o Shobha Lodge, às 14h54. Ainda desci mais por uma trilha para ver se havia outras opções de hospedagem mas não encontrei. No caminho de volta ao primeiro lodge conheci um casal da Hungria, Zita e Daniel, e eles estavam indo procurar outro lodge ainda mais abaixo ou talvez seguir para a próxima vila (distante ainda 3h, onde deveriam chegar no começo da noite). Eu voltei ao Shobha Lodge e negociei com a dona o valor do quarto: acertamos por Rs100 (US$0,87) se eu fizesse as refeições ali mesmo. O banheiro ficava dentro da casa e era no estilo oriental. Havia uma torneira fora da casa para escovar os dentes e se lavar. No quarto havia tomada para carregar as baterias (as tomadas no Nepal costumam ter interruptor!?). Nessa noite comecei a minha rotina noturna diária de filtrar pelo menos 1,5 litro de água com o filtro Sawyer e depois ferver com o meu fogareiro para beber no dia seguinte. Nessa noite se hospedaram dois casais franceses muito simpáticos com seu guia, carregadores e até um professor de ioga. Eles não iam para o Everest, iam na verdade subir o Pikey Peak, uma montanha de 4065m de altitude de onde se avistam Everest, Lhotse, Thamserku, Kangtega e muitas outras montanhas. Essa vila de Bhandar é o ponto final de um ônibus que sai diariamente do terminal do Ratna Park em Kathmandu às 5h30. Altitude em Bhandar: 2204m Preço do dal bhat: Rs 400 Preço do veg chowmein: Rs 260 Um agricultor no meio da plantação de cardamomo 2º DIA - 25/10/18 - de Bhandar a Sete Duração: 5h45 (descontadas as paradas) Maior altitude: 2516m Menor altitude: 1576m Resumo: nesse dia continuo a descida até o vale do Rio Likhu e inicio a subida pela vertente sul de uma serra alongada na direção leste-oeste que me levará ao Passo Lamjura La no dia seguinte. Minha direção foi basicamente leste. Depois da aula de ioga dos simpáticos franceses, saímos juntos do lodge às 8h45. Porém eles iam subir o Pikey Peak, então iríamos caminhar apenas algum tempo juntos. Mas valeu a pena pois eles eram muito curiosos e interessados em tudo o que viam, e perguntavam tudo ao guia. Eu aproveitei a oportunidade para aprender mais sobre plantas, construções budistas, etc. Saímos do lodge descendo na direção leste e cruzamos uma estrada de terra. Passamos por várias pequenas plantações, inclusive de chá, e por um muro de pedras mani. A tradição budista manda que se caminhe no lado esquerdo dos muros de pedras mani, assim como deve-se circundar as stupas e rodar as rodas mani sempre no sentido horário. Os muros de pedras mani são arranjos feitos com pedras planas em que foi esculpido o mantra "Om Mani Padme Hum". Cruzamos outra estrada, passamos pelas casas da parte baixa de Bhandar e fomos à direita numa bifurcação com placa apontando Kinza (Kinja). Descemos até uma ponte e a cruzamos às 9h20. Passamos a caminhar por uma encosta íngreme com o grande vale do Rio Likhu à nossa direita cada vez mais profundo. Às 9h54 passamos por uma pequena cachoeira à esquerda e 13 minutos depois paramos para fotos numa cachoeira ainda maior e mais bonita. Apenas 100m depois abandonamos o caminho mais largo e entramos numa trilha à direita, ainda sinalizada com as fitas laranja que havia seguido no dia anterior. Descemos bastante e às 10h39, numa outra bifurcação com placa apontando Kinza à esquerda, os franceses desceram à direita para ir ao Pikey Peak e eu fui à esquerda, seguindo as fitas laranja ainda. Passei por mais alguns pontos de água e às 11h43 a trilha terminou numa estrada de terra, onde fui para a esquerda (nordeste). Passei por um grupo de casas junto ao Rio Chari (menor altitude do dia: 1576m), atravessei esse rio e cruzei à direita a ponte suspensa sobre o Rio Likhu. Após essa ponte segui à esquerda acompanhando o rio e atravessei uma segunda ponte suspensa para a esquerda, mas desta vez sobre o Rio Kinja, um afluente do Likhu. Subi à direita e passei às 12h13 pelo portal de pedra da vila de Kinza (Kinja), com vários lodges. Parei no New Everest Guest House para almoçar. Às 13h retomei a caminhada, passei por mais alguns lodges e na bifurcação fui à esquerda. A trilha subiu bastante em zigue-zague com escadarias rústicas de pedra. Aqui inicio uma longa subida por uma serra alongada na direção leste-oeste que me levará ao Passo Lamjura La no dia seguinte. Às 13h44 subi à esquerda numa bifurcação sem fita (perguntei na casa para confirmar). Às 14h19 parei para descansar num gramado à esquerda da trilha e ao lado de uma casa, mas fui surpreendido por uma inusitada chuva, a única de todo esse trekking. E não foi fraca, tive que me abrigar junto à casa e esperar. Às 15h18 prossegui e a 70m dali fui à direita numa bifurcação sem fita laranja. Às 15h32 passei pela escola de Chimbu. Mais acima passei por algumas casas e uma mulher me ofereceu haxixe! Em Kathmandu isso é bem comum mas na trilha foi a única vez. Às 16h25 a trilha terminou numa estrada de terra e fui para a direita. Caminhei apenas 100m e parei no primeiro lodge da minúscula vila de Sete, chamado Sun Rise. A simpática garota (de nome Chhotin) concordou que eu pagasse apenas as refeições e me instalei ali. Saí para conhecer um pouco mais do lugar e encontrei o casal húngaro que conheci em Bhandar (Zita e Daniel) no outro lodge, Solukhumbu Sherpa Guide. Só dois lodges estavam funcionando no vilarejo. Nessa noite fui o único hóspede da Chhotin e sua mãe e elas fizeram questão que eu jantasse na cozinha com elas. Conversamos bastante e fiquei surpreso como a garota aprendeu inglês sem ter aulas, apenas conversando com os hóspedes. O banheiro ficava dentro da casa, tinha vaso sanitário mas a descarga era com caneca. Havia uma torneira fora da casa para escovar os dentes e se lavar. Altitude em Sete: 2516m Preço do dal bhat: Rs 495 Preço do veg chowmein: Rs 380 Casas acima da vila de Goyam 3º DIA - 26/10/18 - de Sete a Junbesi Duração: 7h15 (descontadas as paradas) Maior altitude: 3536m Menor altitude: 2516m Resumo: nesse dia continuei a subida pela vertente sul de uma serra alongada na direção leste-oeste que me levou ao Passo Lamjura La, de 3536m de altitude, o qual cruzei para descer à vila de Junbesi no vale do rio homônimo. Minha direção foi basicamente leste. Saí do lodge às 8h40 continuando para leste. Passei pelo lodge Solukhumbu Sherpa Guide e em seguida subi à esquerda (à direita está o lodge Sherpa Guide). Subi bastante e às 10h cruzei uma estrada e continuei subindo pela trilha entre casas e plantações. Ali fui alcançado pelo Christopher, um austríaco que planejava fazer o mesmo roteiro que eu: Campo Base do Everest e Três Passos. Conversamos um pouco mas ele era bem mais rápido e logo sumiu na frente. Na bifurcação logo após as primeiras casas fui à direita seguindo a placa "way to Junbesi" e atravessei a vila de Dakchu. Havia atingido a crista dessa serra e agora a visão se ampliava para o norte também. Ao fim da vila a trilha sai numa estrada, na qual segui para a esquerda, mas apenas por 40m e entrei no caminho à esquerda que virou uma estrada também. Quando ela fez uma curva para a direita e outra para a esquerda, não notei mas havia uma trilha subindo a encosta à esquerda. Ia passando direto mas alguém me alertou. Subi a trilha e entrei na mata. Subindo, cruzei uma estrada. Com mais 50m a trilha desembocou na estrada, onde fui para a direita. Com 100m subi uma trilha na encosta à esquerda. Às 10h51 passei pelas primeiras casas de Goyam, com dois lodges. Cruzei a estrada mais três vezes, depois caminhei por ela por 50m e entrei em outra trilha à direita que subiu a mais casas da vila de Goyam, às 11h29, onde há um lugar que vende queijo. Na estrada acima fui à direita. Mais uma vez subi a trilha à esquerda na encosta (com fita verde dessa vez). De novo saí na estrada e segui por ela à esquerda. Mais 55m e subi na trilha à esquerda na encosta. Cruzei a estrada mais três vezes e parei por meia hora para comer alguma coisa que tinha na mochila. Passei pelas ruínas de um lodge às 12h45 e 80m depois caí de novo na estrada, indo para a direita. Na curva da estrada entrei na trilha à esquerda. Na bifurcação fui à esquerda pois à direita havia uma árvore caída, mas acho que foi o pior caminho para alcançar a estrada acima, aonde fui para a esquerda. Nesse trajeto desde Dakchu entrei e saí da mata diversas vezes. Às 13h11 finalmente a estrada terminou de vez, virou uma trilha e 500m depois cruzei um vilarejo com lodges. Subi passando por uma stupa e às 13h54 cheguei ao Passo Lamjura La, de 3536m de altitude, com muitas bandeirinhas de oração budistas. Era possível ver a vila de Deurali a oeste, onde passei no 1º dia, a 16km dali. Ao lado há um restaurante. Este é o ponto mais alto desse trekking de Shivalaya a Namche Bazar e os muitos aviões com destino a/partindo de Lukla passam numa altitude pouco acima. Às 14h15 iniciei a descida e em 6 minutos estava entrando numa floresta de rododendros que deve ficar repleta de flores nos meses de março e abril, num lindo espetáculo. O rododendro é a flor nacional do Nepal e aparece até como marca-d'água das cédulas de rupia. Na descida alternaram-se trechos com algumas casas e trechos de mata (com alguns pontos de água) ao percorrer o vale do Rio Taktor, afluente do Rio Junbesi. Passei por um monastério com stupa na vila de Taktor e a trilha virou uma estrada novamente às 16h16. Numa curva fechada da estrada para a esquerda entrei numa trilha à direita e desci, seguindo à esquerda na bifurcação 50m depois. A trilha acompanhou a curva da encosta para a esquerda e às 16h38 avistei Junbesi abaixo num bonito vale coberto de árvores com o Pico Numbur ao norte, na direção da cabeceira do vale. Nas bifurcações a seguir fui à direita e à esquerda. Desci por escadarias de pedra, passei por um primeiro lodge ainda na descida e parei no Sherpa Guide Lodge, o primeiro na entrada do vilarejo, às 17h10. Parei ali por sugestão da sra Maya, do Lodge Sun Rise da vila de Sete. Ela disse que esse lodge era da sua irmã, mas eles costumam falar isso e nem sempre é verdade. Conversei com as donas e aceitaram que eu pagasse apenas as refeições, mas "eu não devia contar isso pra ninguém". O banheiro ficava dentro da casa e tinha todos os confortos ocidentais: vaso sanitário com descarga acoplada e até lavatório, coisa muito rara! Em Junbesi é que soube da existência do cartão pré-pago Nepal Airlink, que dá acesso ao wifi dos lodges ali e em muitos outros vilarejos (mais informações no meu "Pequeno guia de trekking independente no Nepal"). Altitude em Junbesi: 2704m Preço do dal bhat: Rs 400 Preço do veg chowmein: Rs 360 Stupa em Junbesi 4º DIA - 27/10/18 - de Junbesi a Nunthala Duração: 7h25 (descontadas as paradas) Maior altitude: 3058m Menor altitude: 2206m Resumo: nesse dia percorri, subindo e descendo de maneira mais suave, a extremidade sul de uma serra que se alonga na direção norte-sul. Após cruzar o Rio Dudhkund veio uma subida mais íngreme até o Passo Taksindu La (3058m) e depois a descida interminável até a vila de Nunthala. Junbesi foi talvez o vilarejo mais bonito e simpático desse trajeto de 7 dias até Namche Bazar. Sua localização no verdejante vale do Rio Junbesi é privilegiada. Há uma grande e bonita stupa na praça central que rende muito boas fotos. Para quem está com tempo sobrando há diversos monastérios para visitar nas redondezas. Se houver necessidade de saída pode-se fretar um jipe ($$$) na vila para ir a Phaplu ou Salleri, onde se pode tomar outro jipe, ônibus ou mesmo avião de volta a Kathmandu. Da porta do lodge via o cume do Pico Numbur ao norte, na direção da cabeceira do vale. Saí às 8h37 e enquanto fotografava a stupa no centro da vila apareceu o Christopher acompanhado do casal húngaro Zita e Daniel. Começamos a caminhar juntos mas na ponte metálica sobre o Rio Junbesi já nos distanciamos pois parei para tirar mais fotos. Ao cruzar a ponte, adornada com bandeirinhas de oração budistas, caminhei 60m à direita pela estrada e entrei na trilha subindo à esquerda, entrando na floresta de pinheiros. Com 50m cruzei uma estrada. Estava iniciando a subida pela vertente oeste de uma serra que se estende na direção norte-sul. Continuei subindo, saí da mata, passei por algumas casas e reentrei na mata de pinheiros. Às 9h45 saí da mata e logo era possível ver o Passo Lamjura La a oeste, bem longe, além do bonito vale do Rio Junbesi bem abaixo. Às 10h46 alcancei a crista dessa serra. Ali uma surpresa: a primeira visão do Everest na extremidade esquerda de uma linda cadeia de montanhas que incluía também Thamserku, Kangtega, Kusumkangaru (Kusum Kanguru), Kyashar e Mera Peak. Porém todos muito distantes ainda (o Everest estava a cerca de 58km em linha reta). Reencontrei meus três amigos e gastamos um tempo tirando fotos. O local se chama Phurtyang (Phurteng) e o lodge ali não poderia ter outro nome: Everest View. A senhora vendia queijo de iaque. Às 11h09 retomei sozinho a caminhada porque os apressados já haviam ido embora. Até ali já havia passado por três pontos de água, mas dali até Ringmo passaria por mais de dez - água não faltou nesse dia! Caminhando agora pela vertente leste da serra, às 11h28 alcancei uma stupa que me proporcionou uma visão ainda melhor do Everest. Ao sul era possível ver também a pista do aeroporto de Phaplu, além do bonito vale do Rio Solu. Passei pela vila de Salung às 11h56 e continuei descendo. Às 12h54, junto a uma ponte, parei para comer alguma coisa que trazia na mochila. Tive a sorte de avistar e fotografar alguns macacos próximos da trilha. Na ponte seguinte começaram a aparecer as pedras mani coloridas e até embaixo da ponte suspensa que veio a seguir havia várias pedras desse tipo ao lado do Rio Dudhkund. A partir do Rio Dudhkund (13h25) inicia a subida em direção ao Passo Taksindu La. A minha primeira parada nessa subida foi na vila de Ringmo, às 13h43, onde há uma fábrica de queijo de iaque com loja. O preço foi o melhor que encontrei (o mesmo de Deurali): Rs 150 (US$ 1,30) por 100g. Ali reencontrei Zita e Daniel. Há também um posto de saúde gratuito patrocinado por entidades da França e da Alemanha, informação importante a quem possa estar com algum problema de saúde durante o trekking. A trilha, que até então era vazia e tranquila, passou a ter um número crescente de pessoas. Muita gente chega de ônibus, jipe ou mesmo avião a Phaplu ou Salleri e inicia a caminhada por ali. Retomei a caminhada às 13h58 e na subida ao Passo Taksindu La cruzei seis vezes uma estrada em zigue-zague, subindo por um caminho calçado de pedras à sombra da mata. O passo tem uma stupa, um lodge e um portal de pedras com rodas mani no interior. Altitude de 3058m. Passei por ele às 15h rapidamente porque ainda queria visitar o monastério que há na descida para Nunthala. Desci 190m e caí numa estrada, onde fui para a direita, mas andei nela apenas 40m e entrei na trilha à direita. Cheguei às primeiras casas da vila de Taksindu, onde a trilha deu uma guinada de 90º para a direita, e às 15h15 cheguei ao Monastério Takgon Seddrub Tharling. O lugar é bem grande e bonito, numa posição privilegiada com vista para as montanhas. Havia muitos monges, todos muito jovens, com suas roupas cor de vinho. Retomei a caminhada às 15h31 saindo pelo mesmo portão por onde entrei (parece que há outras saídas). Na bifurcação fui à direita para descer por trilha (à esquerda caminharia pela estrada). Na bifurcação em T abaixo fui à direita e já pude ver Nunthala, porém muito abaixo ainda. Essa descida pareceu não ter fim, com pedras soltas e um pouco de lama, e havia bastante gente nela, inclusive três russos com quem conversei um pouco. Passei por três pontos de água e apareceu outra estrada, que primeiro tangenciei e depois cruzei, sempre procurando pelos caminhos por trilha e evitando andar na estrada. Às 16h40 cruzei uma ponte suspensa bem alta com vale bem estreito, quase um cânion, no fundo. Às 16h58 saí numa estrada, fui para a esquerda, fiz a curva para a direita e entrei noutra trilha à direita na próxima curva. Às 17h07 a trilha terminou numa estrada já na vila de Nunthala - fui para a direita e depois esquerda na bifurcação logo em seguida, descendo (havia placa de posto de saúde à direita). Para minha decepção havia carros trafegando ali. Parei num dos primeiros lodges pois meus três amigos estavam lá, mas era bem pequeno e parecia já estar lotado. E devia haver opções bem melhores no centro da vila, mais abaixo. E havia muitas, todas vazias. Escolhi um dos últimos, o Danfe Lodge, e dei sorte pois a família era muito simpática e por ser o único hóspede jantei com eles. Eles aceitaram que eu pagasse apenas as refeições, o quarto saiu de graça. O banheiro era no estilo oriental e ficava fora da casa, um problema para ir no meio da noite. Para escovar os dentes e se lavar não havia uma torneira fora da casa, como de costume, então era preciso usar a torneira do banheiro mesmo. Havia tomada (com interruptor) no quarto para carregar as baterias pela última vez nessa caminhada. Altitude em Nunthala: 2206m Preço do dal bhat: Rs 350 Preço do veg chowmein: Rs 350 Campos cultivados em Kharikhola 5º DIA - 28/10/18 - de Nunthala a Bupsa Duração: 5h (descontadas as paradas) Maior altitude: 2328m Menor altitude: 1504m Resumo: nesse dia a descida do Passo Taksindu La continua até o profundo vale do Rio Dudh Koshi, em seguida vem uma subida bastante desgastante até Kharikhola, uma descida bem suave até o Rio Khari e para encerrar uma subida dura até a vila de Bupsa. Logo cedo apareceram alguns personagens que iriam ser companhia constante (e irritante) nos próximos dias durante o trekking: as tropas de mulas, que podiam chegar a grupos de 20 ou 30, para desespero dos trilheiros. Elas ocupam todo o espaço da trilha e é difícil ultrapassar o grupo todo, enquanto isso você é obrigado a respirar a poeira que elas levantam e o próprio mau cheiro delas. O tropeiro que as conduz dá gritos muito estranhos. Por mais cedo que se comece a caminhar não se consegue escapar de tê-las à frente. Ao cruzar uma tropa a recomendação é sempre ficar do lado da encosta e não da ribanceira já que uma topada com a carga de uma mula pode jogar o caminhante morro abaixo. Com o céu limpo da manhã pude avistar da frente do lodge o Pico Kusumkangaru (Kusum Kanguru), muito bonito e imponente, a nordeste. Saí do lodge às 8h46 inicialmente na direção nordeste e continuei minha descida. Às 9h03 fui à esquerda na bifurcação em frente a uma casa, descendo. Às 9h19 fui à esquerda em outra bifurcação pois havia uma fita verde mas tanto faz. Cruzei três pontes de concreto e depois uma estrada junto a um lodge. Saí na mesma estrada, mas andei apenas 20m por ela para a direita e entrei na trilha à esquerda. Novamente cruzei a estrada. Às 10h23 entrei na mata e desci por ela até a ponte suspensa sobre o Rio Dudh Koshi, com a vila de Chhirdi cerca de 100m antes. A essa altura eu já havia reencontrado os três russos com quem conversara no dia anterior, mas caminhamos pouco tempo juntos. Tivemos que esperar as mulas passarem pela ponte para atravessá-la, às 11h01. Dela se avista a confluência dos rios Dudh Koshi e Deku do lado esquerdo. Esse foi meu primeiro contato com o Rio Dudh Koshi, um dos principais rios da região, que acompanharei durante todo o trekking a Namche Bazar e depois a Gokyo, onde ele se origina. A altitude aqui é a mais baixa de todo esse percurso de Shivalaya a Namche Bazar, 1504m. E logo em seguida inicia a longa e cansativa subida até Kharikhola e seu monastério. Nessa subida, às 11h19 alcancei a pequena vila de Juving, com vários lodges. Subi mais e logo após o Quiet View Lodge, num local chamado Chyokha, subi uma escadaria à direita seguindo a fita verde. Subi rápido tentando escapar das mulas que já se aproximavam. Mas ao cruzar com outra tropa, uma mula desembestada e desgarrada da fila esbarrou na minha mochila, sem eu ter por onde escapar, quase me jogando ao chão. Às 12h33 finalmente cheguei ao alto, ao pé da escadaria para o monastério Pema Namding. Ali estavam Zita e Daniel. Deixei a mochila no chautaara (local de descanso dos carregadores) e subi até a stupa e mais um pouco até o monastério. Dali se avista a vila de Kharikhola a leste. O casal húngaro preparou uma sopinha rápida com o fogareiro, eu preferi comer algo mais substancioso no Hill Top Guest House ali ao lado. Às 13h45, quando estava de saída, chegaram os três russos bastante cansados. Atravessei a vila de Kharikhola, bem extensa e com bastante comércio, com casas espalhadas desde o monastério até próximo da ponte suspensa sobre o Rio Khari. O Lodge Namaste oferece aulas de culinária e línguas (nepalês e sherpa). Fiquei interessado nas aulas de culinária... Cruzei a ponte suspensa do Rio Khari às 14h22 e veio a subida final até Bupsa, aonde cheguei às 15h18. Encontrei Zita e Daniel em frente ao Hotel Yellow Top e entrei para negociar o preço do quarto, que ficou de graça, só pagando as refeições. O banheiro ficava dentro da casa e tinha vaso sanitário com descarga acoplada. Para escovar os dentes havia uma torneira no quintal da frente. Já deu para perceber que escovar os dentes e se lavar é um ato público e não privado no Nepal. Saí para conhecer a vila e visitar a gompa (monastério) de 1892. Mais tarde, já anoitecendo, chegaram os três russos e se hospedaram ali também. Nessa noite Daniel tratou a minha água do dia seguinte com o Steripen dele - apenas 90 segundos para purificar 1 litro de água! Altitude em Bupsa: 2328m Preço do dal bhat: Rs 400 Preço do veg chowmein: Rs 330 Vale do Rio Dudh Koshi com Lukla à direita e o Pico Khumbila ao fundo 6º DIA - 29/10/18 - de Bupsa a Cheplung Duração: 7h20 (descontadas as paradas) Maior altitude: 2876m Menor altitude: 2301m Resumo: nesse dia tomo finalmente a direção norte que me levará a Namche Bazar (no dia seguinte) pelo vale do Rio Dudh Koshi. Nesse dia caminho somente pela margem leste do vale (no dia seguinte cruzaria o rio quatro vezes), subindo até 2876m, descendo em seguida até 2301m na ponte de Surkhe e subindo novamente à vila de Cheplung (2687m). Saí do lodge às 7h inicialmente na direção nordeste seguindo o caminho pisoteado pelas mulas. Às 7h28 cruzei uma ponte de madeira sobre o Rio Kanre e às 7h41 alcancei a vila de Kanre (Kare), com lodges. Subindo mais, após o Sonam Lodge há bandeirinhas e lenços marcando o Passo Khari La, porém a medição do ponto mais alto do dia pelo meu gps foi quase 1km à frente, após a vila de Thamdada. Passei por Thamdada às 8h37 e pelo ponto mais alto, de 2876m, às 8h46. Dali a visão é espetacular nas direções noroeste e norte, onde estão diversas montanhas nevadas, entre elas o Karyolung (esq) e o Cho Oyu (dir). Às 9h30 cruzei uma ponte de madeira, em seguida uma ponte metálica sobre o Rio Paiya e logo cheguei à vila de Paiya (Puiya, Puyan, Poyan), com lodges e posto de saúde. Às 10h37 passei pela vila de Chhaubas, também com lodges, onde o Pico Karyolung domina a paisagem a noroeste. A visão do profundo vale do Rio Dudh Koshi à esquerda (sudoeste) vai ficando cada vez mais impressionante. Às 10h56, num mirante espetacular para a parte norte do Rio Dudh Koshi, tive a primeira visão de Lukla, com aviõezinhos pousando e decolando sem parar. Ao fundo, na direção de Namche Bazar, surge o imponente Pico Khumbila. A noroeste está o Karyolung e a nordeste se destaca o Kusumkangaru (Kusum Kanguru). Desci bastante e às 12h22 cruzei uma ponte de ferro sobre o azulado Rio Surkhe, chegando à vila de Surkhe, onde parei para almoçar. Às 13h12 retomei a caminhada e às 13h28 cheguei a uma bifurcação com um muro de pedras mani e placa: à direita a escadaria que sobe para Lukla, à esquerda o caminho para Namche Bazar, para onde segui, cruzando a ponte. Às 13h46 cruzei uma ponte suspensa muito alta com cachoeiras formadas pelo Rio Handi à direita. Às 14h04 cruzei outra ponte de ferro com várias pedras mani bem grandes. Nesse momento estava exatamente abaixo da pista do aeroporto de Lukla. Às 14h24, na pequena vila de Musey (Mushe) conheci os muros de pedras mani com uma cobertura de cor vermelha em forma de telhadinho. Às 14h41 alcancei a vila de Chaurikharka, com vários lodges, muitos muros de pedras mani e três grandes stupas. Ali comecei a notar construções mais bonitas e bem acabadas, sinal de que estava entrando numa zona mais "turística". Parei para descansar e às 15h03 voltei a caminhar. Ali havia sinal da NCell, depois de 3 dias tentando sem sucesso, e pude mandar notícias para casa. Às 15h28 alcancei enfim a vila de Cheplung e a trilha principal que vai de Lukla a Namche Bazar. E já me espantei com o intenso trânsito de trilheiros para cima e para baixo. Termina aqui a primeira etapa dessa caminhada. Fiz em seis dias o que 99% dos trilheiros faz em 30 minutos de avião, mas valeu a pena cada paisagem, cada ladeira, cada família nepalesa que conheci e cada amigo novo que fiz, mesmo sendo passageiro. A partir daqui entraria no comboio de caminhantes, mulas e iaques em direção a Namche Bazar e depois o Everest. Porém, para manter os relatos de forma mais organizada, vou relatar ainda aqui a chegada até Namche Bazar e aos 3000m de altitude. Exatamente na confluência das duas trilhas (a trilha pela qual cheguei e a trilha que vai de Lukla a Namche) simpatizei com o Lodge Sherpa Home & Kitchen. Conversei com a simpática garota e o quarto sairia de graça, bem como a carga das baterias. O banheiro era no estilo oriental, mas dentro da casa. Para escovar os dentes usava uma mangueira no quintal do fundo. Aproveitei ainda as duas horas de luz e fui conhecer o monastério da vila, bem no alto, incrustado no paredão de pedra. Saí do lodge na direção de Namche e logo após a ponte de concreto subi a escadaria de pedras à direita. Subi bastante e a trilha foi estreitando e sendo tomada pela vegetação, mas estava no caminho certo. Alcancei uma trilha mais larga acima e fui à direita na bifurcação já vendo o monastério logo acima. É impressionante a construção embutida numa enorme cavidade do grande paredão rochoso. Há ainda uma stupa, uma grande roda mani, todos os elementos de um monastério budista, além de uma bonita vista do vilarejo. Levei 14 minutos para subir a ele a partir do lodge e voltei por outro caminho, indo à direita na bifurcação logo abaixo, mas a trilha é mais confusa e mais longa. Mais tarde no lodge apareceram Zita e Daniel e resolveram se hospedar ali também. Só nós três de hóspedes nessa noite e pudemos conversar com a garota sobre muitos assuntos do cotidiano deles ali. Ela nos mostrou seus livros e cadernos escolares. Morava com a sua tia nesse lodge e nos contou histórias terríveis de rejeição e comércio de meninas pela família, além do problema sério do alcoolismo. Altitude em Cheplung: 2687m Preço do dal bhat: Rs 400 Preço do veg chowmein: Rs 300 Vila de Benkar com o Pico Thamserku ao fundo 7º DIA - 30/10/18 - de Cheplung a Namche Bazar Duração: 6h20 (descontadas as paradas) Maior altitude: 3430m Menor altitude: 2551m Resumo: nesse dia continuei percorrendo o vale do Rio Dudh Koshi sem grandes desníveis, mas após atravessar a famosa Ponte Larja (onde o vale desse rio vira um cânion) a subida final até Namche Bazar é longa e cansativa. Saí do lodge às 7h12 no sentido nordeste e continuei no caminho principal após a ponte de concreto (à direita a trilha/escadaria sobe para o monastério). De cara já percebi duas coisas bem diferentes do trekking que vinha fazendo até aqui: o grande fluxo de pessoas (como já disse) e o caminho bem mais largo (para comportar o número de pessoas que passam). Cruzei uma ponte suspensa sobre um deslizamento enorme, a ponte metálica sobre o Rio Thado Koshi (menor altitude do dia: 2551m) e cheguei às 7h51 à vila de Thadokoshi. Às 8h05 passei pela vila de Ghat (Yulning) com um bonito monastério de paredes vermelhas (como a maioria deles) e várias pedras mani. Às 8h22 passei pela vila de Chhuthawa. Às 8h37 ignorei uma ponte suspensa à esquerda e continuei em frente, entrando na vila de Phakding 3 minutos depois. Às 8h52 cruzei a ponte suspensa sobre o Rio Dudh Koshi, que divide a vila de Phakding, contornei os lodges pela esquerda e fui à direita na bifurcação em T. Estava agora na margem oeste desse rio. Às 9h14 passei por Zamphute, com lodges. Em seguida cruzei uma ponte de concreto sobre o Rio Ghatte (ou Rio Nagbuwa) e às 9h26 passei pela vila de Toktok. Uns 5 minutos depois passei por uma cachoeira à esquerda com três quedas sucessivas. Às 9h39 subi à esquerda na bifurcação e logo avistava a vila de Benkar com o Pico Thamserku ao fundo, numa paisagem de cartão-postal. Às 9h55 cruzei uma ponte de concreto com uma cachoeira de duas quedas sucessivas à esquerda onde alguns iaques carregados queriam parar para beber água. Subi um pouco e na descida já estava entrando na vila de Benkar. Às 10h12 cruzei uma ponte suspensa sobre o Rio Dudh Koshi retornando à margem leste, onde volto a visualizar o Pico Khumbila ao norte. Às 10h30 passei pela vila de Chumoa. Cruzei a ponte de ferro do transparente Rio Monjo e subi cerca de 130m até um checkpoint na entrada da vila de Monjo. Parei ali às 10h40 para pagar a permissão local (substituto do TIMS card para o Everest) no valor de Rs 2000 (US$17,36). Cerca de 400m à frente, depois de cruzar toda a vila de Monjo (com diversos lodges), parei às 11h03 na entrada do Parque Nacional Sagarmatha para pagar a permissão. Entrei na fila demorada e paguei os Rs3000 (US$26,04). Essa permissão pode ser obtida no Tourist Service Center, em Kathmandu, e somente apresentada aqui, num procedimento bem mais rápido. Às 11h32 me livrei dos pagamentos e, ao cruzar um portal budista, pude enfim pôr os pés nesse lugar tão aguardado: o parque nacional que abriga as maiores montanhas do mundo! No horizonte ainda se destaca o Pico Khumbila. Desci bastante e às 11h42 cruzei uma ponte suspensa sobre o Rio Dudh Koshi, para a margem oeste de novo, e fui para a direita. Às 11h52 passei pela vila de Jorsale com os restaurantes todos lotados pois é o último vilarejo antes da longa subida a Namche Bazar. Mais à frente todos tivemos de esperar os iaques cruzarem a ponte suspensa Tawa sobre o Rio Dudh Koshi para poder atravessá-la. De volta à margem leste parei numa escadaria para comer alguma coisa que tinha na mochila e às 12h13 segui à esquerda pela trilha, acompanhando o rio, não subindo a escadaria. Às 12h47 parei próximo à confluência dos rios Dudh Koshi e Bhote Koshi, junto com muitas outras pessoas, para tirar fotos da famosa Ponte Larja, uma ponte dupla que aparece no filme Everest (de 2015). A ponte de baixo está desativada, todos passam pela ponte de cima, repleta de bandeirinhas de oração budistas. Ambas se estendem sobre o Rio Dudh Koshi, de águas azuladas. A linda cor do rio completava o cenário quase irreal das duas pontes muito altas na entrada do cânion. Um dos momentos mais emocionantes dessa caminhada! Dali da margem foi uma boa subida até a ponte de cima. Mas depois de cruzá-la, às 13h02, é que vem o aclive de verdade, saindo dos 2970m e subindo sem trégua até os 3430m do centro de Namche Bazar. No caminho há banheiros e um checkpoint pelo qual passei direto. Felizmente toda a subida é feita na sombra da floresta. Quando cruzei a Ponte Larja voltei à margem oeste do Rio Dudh Koshi e oficialmente entrei na região conhecida como Khumbu. Na chegada a Namche, às 14h03, me deparei com uma grande escadaria subindo à direita e a trilha continuando à esquerda. Na dúvida fui para a esquerda (cada caminho aqui leva a uma parte diferente da vila). Fiz uma curva para a direita e lá estava diante dos meus olhos um lugar quase mítico para mim: Namche Bazar, com suas casas de 3 ou 4 andares dispostas em forma de ferradura ao longo da encosta da montanha. Visão inacreditável, principalmente depois de 7 dias de caminhada. Parei para contemplar aquela visão, descansar um pouco e me emocionar com aquele momento. Passei pelo portal budista e comecei a subir pela ladeira de acesso ao centro, com várias rodas mani bem grandes à direita movidas a água. Uma vez no centro comecei a subir as ladeiras de pedra pensando para que lado procurar hospedagem quando ouvi alguém me chamar: era o Christopher, o austríaco. Ele me indicou o lodge onde estava, de nome Shangri La Guest House, e fui para lá. A dona aceitou que eu pagasse somente as refeições, o lugar era bom, mas depois não gostei de algumas coisas e não recomendo esse lodge. O banheiro ficava dentro da casa e tinha vaso sanitário com descarga acoplada, ainda lavatório com espelho, era muito luxo! Mas houve algumas decepções como: é um lodge que trabalha com grupos grandes e no refeitório só dão atenção para esses grupos; foi o único lugar no Nepal onde acrescentaram 13% de imposto à conta final. Para completar, somente no café da manhã do dia seguinte é que a dona me falou que eu não poderia dormir mais uma noite ali porque havia reservas de grupos. Tive de arrumar a mochila correndo e deixar guardada para procurar outro lugar para ficar quando voltasse da caminhada de aclimatação no final do dia. Altitude em Namche Bazar: 3430m Preço do dal bhat: Rs 650 Preço do veg chowmein: Rs 500 Cachoeira na entrada da vila de Benkar CONTINUA EM: www.mochileiros.com/topic/82889-campo-base-do-everest-etapa-23-de-namche-bazar-ao-campo-base-do-everest-e-pheriche-nepal-nov18 Informações adicionais: Eu sempre faço o possível para conseguir as informações mais precisas sobre horários, preços, etc, porém no Nepal isso é bastante complicado pelo problema da comunicação e da falta de organização geral das coisas. Assim, coloco aqui as informações obtidas mas com essa ressalva. Horários de ônibus: . Kathmandu-Jiri-Shivalaya: 6h e 8h São 10h10 de viagem (para 197km) até Jiri e 11h20 de viagem (para 215km) até Shivalaya Em Kathmandu os ônibus saem do imundo terminal do Ratna Park Preço: Rs760 (US$6,60) até Shivalaya . Kathmandu-Bhandar: 5h30 (único horário) Em Kathmandu os ônibus saem também do horroroso terminal do Ratna Park Melhor mapa: Jiri to Everest Base Camp, 1:50.000, editora Himalayan MapHouse/Nepa Maps, código NE521, encontrado facilmente nas livrarias de Kathmandu (Rs500 = US$4,34). Site: himalayan-maphouse.com. Rafael Santiago novembro/2018 https://trekkingnamontanha.blogspot.com.br
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