Ilha de Marajó - JUN/24 (PREÇOS E DICAS)

leitemmc · Julho 1

Oi, pessoal! Vim aqui relatar minha ida para a Ilha de Marajó em junho de 2024. Busquei bastante informação online antes de ir, mas achei difícil encontrar algumas dicas mais específicas. Coloco esse relato aqui para ajudar quem estiver precisando

Fomos a Marajó no último fim de semana de junho/2024. Foram só 2 dias que deixaram o gostinho de “quero mais”. Até pq Marajó é um encanto, tem muitas coisas pra se ver e experimentar. O povo marajoara é de uma simpatia e gentileza ímpares (aliás, todo o povo paraense). Passeios em igarapés, praias de rio inexploradas, gente alegre, comida boa, búfalos para todos os lados! Já não vejo a hora de voltar!

Essa época de junho também é linda pq é época das festas do boi e no dia 29/06 é Dia de São Pedro, padroeiro da cidade. Foram 3 dias de festa pra celebrar o santo (do jeito que o paraense gosta: com muita música e festa). Se puder ir pro dia 29, recomendo muito!

DESLOCAMENTOS
Começo então dando algumas dicas de como chegar em Marajó, especificamente nas cidades de Soure e Salvaterra, que são as mais escolhidas pela maioria dos turistas. Existem 2 maneiras de se chegar:

As lanchas rápidas da Master Motors (no instagram deles tem os horários oficiais @oficialmastermotors), que saem do Terminal Hidroviário de Belém, pertinho da estação das docas. As lanchas são ótimas, com ar condicionado e muito confortáveis. Viagem dura entre 2h e 2h30 (reservaria 3h do planejamento, pq elas podem sair com algum atraso). O maior problema é que os horários são limitados e em época de alta temporada as passagens esgotam. Se não quiser passar perrengue, recomendo comprar pela internet com uma semana de antecedência (depois disso, só no terminal ou arranjando alguém da sua pousada que possa fazer isso por você). Fique atento também aos horários que o guichê fica aberto pra venda, pq eles costumam fechar cedo e não funcionam no domingo. O preço que eu paguei foi 62 reais cada perna (indo no sábado e voltando na 2ª).
A balsa que sai de Icoaraci e chega em Camará (empresa Henvil). Essa opção é mais demorada, mas é a que funciona pra quem vai de carro (uma ótima opção se você estiver em grupo grande e/ou for passar mais dias em Marajó). Os horários também são limitados, então recomendo comprar com antecedência (as passagens também vendem no Terminal Hidroviário de Belém, perto da saída B). O chato é que é preciso ir até Icoaraci e depois se deslocar de Camará até Salvaterra/Soure. Reserve umas 5h pra fazer todo o trajeto (1h de Belém para Icoaraci, 2h30 de travessia, 1h de Camará para Salvaterra e ainda um barco ou balsa de Salvaterra para Soure).

Fomos de lancha rápida, pq eram só alguns dias, mas sentimos falta de ter um carro para nos deslocarmos por conta em Soure. Acabamos tendo que fazer tudo com mototáxis e o custo ficou um pouco mais alto e a autonomia limitada. A cidade de Soure parece pequena, mas não é. Muitos dos lugares que queríamos ir eram 30 minutos de caminhada dentro da cidade. Alugar uma bicicleta também é uma opção legal, pq tem muitos lugares que é possível ir de bike.

Por outro lado, é muito fácil marcar com mototaxis em Soure, nossa pousada tinha vários contados de pessoas confiáveis. Acabamos marcando tudo com o Joel (91 984455404). Muito simpático e cuidadoso, recomendo muito! Ah, e ele sempre nos levou 1 pessoa por moto (importante confirmar isso pq não é incomum eles pegarem 2 passageiros por moto). Pagamos 10 reais cada deslocamento mais próximo dentro de Soure (20 reais ida e volta por pessoa) e entre 15 e 25 os deslocamentos mais longe (50 reais/pessoa para Praia do Pesqueiro, por exemplo). Tem a opção de táxi também, mas fica ainda mais caro.

ESTADIA
Ficamos na Pousada Solar Encanto Marajó, logo na 1ª rua. A pousada é simples, mas muito bem localizada, pertinho do lugar que saem as lanchas rápidas. Dois dias para 2 pessoas ficou por 450 reais. Só não tem café da manhã (mas falo de uma opção maravilhosa de café logo aqui abaixo). A Suely é muito atenciosa e achei que tudo foi um bom custo benefício. Outra opção que todo mundo fala é a pousada Canto do Francês, mas ela é mais pro meio da cidade. Antes de ir eu também tinha reservado um lugar que parece maravilhoso, o chalé da UTRAN, em Salvaterra. Por problemas pessoais, não pude ficar lá, mas acho que deve valer muito a pena!

COMIDA
As opções de comida em Soure (não sei falar de Salvaterra) são poucas. No geral a cidade é muito simples e não parece muito voltada para o turismo. Muitas coisas fecham aos domingos, vale conferir se um restaurante estará aberto antes de ir pra lá. Cito abaixo alguns que fomos e outros que achamos com uma cara boa:

Ilha Bela: é um lugar simples, com PFs bons (média de 35 reais) e uma cervejinha gelada. Na beira do rio (1ª rua), ótima opção pra fim de tarde. A unha de caranguejo estava excelente!
Café da manhã no Mercado Municipal: ô, coisa boa! Tapioca deliciosa (com queijo de búfalo), cuscuz com leite de coco, café quentinho, tudo na pracinha em frente ao mercado, com mesinhas na grama. Uma delícia, recomendo muito!
Solar do Bola: na rua 8, mais no meio da cidade, tinha boas indicações no Google Maps, mas achamos fraco. Decoração feia, comida boa, porém nada demais, e meio cara (100 reais a maioria dos pratos para 2). A vantagem é que ele abre aos domingos e está mais no meio da cidade. Para quem estiver por ali e não quiser se deslocar, pode ser.
Bistrô Caboclo: opção nova do lado do terminal hidroviário. Acabamos não indo, mas sempre que passamos ali o clima estava ótimo e tinha até uma roda de samba rolando no sábado de tarde.
Cozinha Tucupi: é o restaurante mais chique da cidade. Infelizmente, funciona só de 3ª a sábado, então não pudemos ir. Dizem que é muito bom e é importante fazer reserva antes. Fica um pouco afastado do centro, é preciso ir de mototaxi.

PASSEIOS E CULTURA
O Marajó é um encanto! É uma ilha com o turismo ainda muito incipiente, tudo muito inexplorado e protegido, uma beleza natural de dar inveja! Ficamos encantadas e nem vemos a hora de voltar pra conhecer mais lugares! Fomos no começo do verão amazônico, então também foi ótimo pq o clima estava perfeito, com dias de sol e nenhuma chuva.

Como ficamos só 2 dias, fizemos poucos passeios, mas deixo aqui as recomendações:

No sábado fomos na Fazenda São Jerônimo e recomendo demais! O Jerônimo e sua família garantem uma experiência inesquecível e sustentável, com grupos pequenos, muito conhecimento sobre o local e paisagens maravilhosas. A fazenda é linda, a floresta muito protegida, igarapés que terminam no mar, mangues, passeios de búfalo, de canoa… Fomos no fim da tarde (os horários de passeio dependem da maré, então nem sempre ocorrem no mesmo horário) e o dia estava lindo! Deixo abaixo algumas das fotos, mas aviso que não são nem perto do que curtimos. O preço é um pouco salgado (250 por pessoa), mas foi um programa imperdível!
Fim do sábado fomos assistir ao carimbó no Tambores do Pacoval. Chegamos 20h30 e o programa ainda estava esquentando. Durou até umas 23h. De início, parecia um pouco de programa para o turista, mas logo o pessoal da cidade chegou da festa de São Pedro (que estava rolando na Colônia de Pescadores) e o clima esquentou. Dançar carimbó é bom demais e o pessoal dos Tambores é muito acolhedor. Eles têm cerveja e comidinhas vendendo lá, assim como saias para emprestar se você quiser dançar também.
No domingo começamos o dia tomando café no Mercado Municipal e depois fomos olhar um pouco da arte marajoara no Estúdio de Cerâmica Ancestral - Maré. Demos sorte, pq normalmente os ateliês de arte não estão abertos aos domingos, mas o Maré estava finalizando algumas coisas e nos recebeu muito bem. Outro artista muito famoso lá em Soure é o Ronaldo, do Ateliê Arte Mangue Marajó. Só fique atento aos horários, pq ele não abre domingo e fecha 18h durante os outros dias.
Depois disso seguimos para a Praia do Pesqueiro. Como era domingo, ficamos com medo da praia estar cheia e barulhenta, mas tinha bem pouca gente por lá. A praia mais cheia parece ser a da Barra Velha, mais perto da cidade. Pra quem quer ainda mais calmaria e natureza, a Praia do Céu dizem que é linda. E dá pra atravessar de barco entre a do Pesqueiro e do Céu, tem até alguns passeios que vão pelos igarapés entre as duas praias. Se não tivessemos marcado horário com o Joel, teríamos ido com certeza (aí o problema da autonomia)!
Voltamos pra pousada, tomamos banho e seguimos para o arrastão do boi do Tambores do Pacoval. Outra linda vantagem de estar em Marajó no fim de semana de junho! Eles promoveram um desfile maravilhoso no fim de tarde, passeando pela cidade, convocando o pessoal e depois uma festança lá na sede da AMPAC! Que maravilha é a cultura marajoara! Que esses bois sigam vivos, representando e resistindo lindamente nossa cultura brasileira!
Além do Tambores do Pacoval, existem vários outros grupos de cultura marajoara no Soure. Se você estiver por lá e não for sábado (dia do carimbó dos Tambores), veja se não tem algo organizado pelo Centro de Tradições Folclóricas do Cruzeirinho, o Curral das Éguas, e vários outros.