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Bucareste e Castelo de Drácula na Transilvania - Romênia - Fotos e Video


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  • Colaboradores

BUCARESTE

 

Não posso dizer que a Romênia seja o melhor lugar que já conheci, mas as experiências que tive naquele país com certeza estão entre as melhores da minha vida.

Cheguei depois de ter vivido meu inferno astral na cidade de Istambul, onde TUDO, absolutamente TUDO deu errado, mas isso é uma história contada no link abaixo:

 

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Logo na entrada fui parado por duas simpáticas agentes que perguntaram onde eu ficaria, as perguntas básicas que fazem em todas as imigrações. Por sorte um cara que conheci em Istambul havia me dado um mapa com o nome e a localização do tal hostel e lá fui em busca dele. Super tranqüilo, peguei um ônibus e parti para o Happy Hostel que ficava numa rua tranqüila, o maior problema das ruas era se equilibrar no gelo e arrastar ao mesmo tempo a mala que já pesava depois de vários dias de viagem. Entrei no hall e o cidadão me mandou esperar, ali já senti que havia algo errado e quando o proprietário chegou me disse que não havia vaga ali, mas que me levaria para o hostel de um amigo dele. Ok, só iria passar uma noite mesmo... Chegamos no Alex Hostel, uma casinha simpática com um dono nem tão simpático, mas que se esforçava. O valor era absolutamente baixo comparado aos outros hosteis que passei, algo em torno de 11 euros. Deixei minhas coisas e parti para conhecer a cidade. O frio era de rachar o crânio, mas continuei meu passeio e pelo que vi no mapa não haviam muitas coisas para se fazer na cidade. Primeiro uma paradinha rápida para conhecer os pratos típicos da cidade, nada diferente do que estamos acostumados, mas era saboroso. Comi uma mistura de lingüiça e carne de porco em um molho de tomate.

 

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Dali saí a pé para o Centro Velho, super tranqüilo, nada de especial, apenas a arquitetura. É engraçado ver um país que deixou de ser socialista e que apesar de fazer parte da União Européia estavam a anos luz dos outros países. Continuei meu passeio, fui até um parque famoso e também nada demais. O que mais me chamou atenção na cidade foram as pessoas, nunca conheci pessoas tão gentis em todo o mundo, qualquer um que eu pedisse ajuda só faltaria me levar para o lugar e ainda faziam questão de me cumprimentar com um aperto de mão na despedida.

 

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Fui até o famoso Parlamento, uma construção muito imponente, diria que era gigantesco! Como não podia perder muito tempo pois já escurecia e o frio aumentava, passei rapidamente tirei a minha foto para recordação e continuei meu passeio...

 

 

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Subi a a avenida principal que era muito parecida com a Champs Elisée em Paris. Um sinal do capitalismo foi encontrar nessa avenida um grande shopping, mas não entrei por pura falta de tempo, mas não deve ser diferente dos demais.

 

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Estava totalmente escuro e a cidade era fracamente iluminada com as luzes amarelas dos postes, segui meu mapa e cheguei no hostel do Alex...bom, não tinha visto meu quarto ainda pois quando cheguei os quartos estavam sendo limpos, mas ele me colocou num quarto no subsolo, quarto tranqüilo, mas o dono inventou de reunir seus amigos e ficaram na cozinha do hostel, então eu não podia entrar lá para tomar água ou fazer qualquer coisa para comer. Não recomendo esse hostel. No outro dia, felizmente parti para a Transilvânia, queria muito conhecer o Castelo do Conde Drácula.

 

Parti de trem em uma viagem de 4 horas até a cidade de Brasov ao norte da Romênia, a paisagem da viagem era inesquecível, a neve cobrindo tudo deixava tudo absolutamente sensacional. Chegando na cidade havia Sol, que delícia, já não sabia o que era sol havia 15 dias...

 

TRANSILVÂNIA

 

Deixei minha mala na cidade e resolvi me informar para chegar no tal castelo, como todo brasileiro desconfiado, não quis comprar a viagem de um cara que me ofereceu na porta da estação. A pior burrada que eu poderia ter feito. Achei que fosse mentira quando ele disse que o Castelo fecharia as 15 para visitação e resolvi arriscar e ir por conta própria. Comprei a passagem de ônibus por 1 euro e peguei o primeiro ônibus que me indicaram: Primeiro erro! O ônibus se afastava muito da cidade e algo estava estranho no ar, foi quando resolvi perguntar e constatei que realmente não estava no ônibus certo. Estava numa estrada deserta onde paralelamente corria uma linha de trem e beeem lá na frente haviam uns garotos que muito gentilmente me levaram para o ponto para pegar outro ônibus de volta. Desci numa espécie de terminal de ônibus ao ar livre e um Senhor com seu filho me indicaram o ônibus para ir. 2º Erro: Esse mesmo senhor me chamou e falou que eu estava errado e aquele ônibus não iria para o castelo, na verdade ninguém conhece o Castelo de Drácula é conhecido como Castelo de Bran. Ok, desci do ônibus e parei num lugar parecido com a nossa COHAB, fiquei com medo, puro preconceito. Nessa hora escrevi no caderno onde eu queria chegar e mostrei para a vendedora de passes que finalmente me explicou onde eu deveria ir... Mas agora eu teria que pegar um ônibus, descer numa rodoviária e esperar pelo ônibus correto.

 

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Desci na rodoviária, imaginem um lugar de filme, o chão de barro e ônibus caindo aos pedaços, havia algo mexicano no ar... ok, tentei contratar um taxista para me levar, mas ele queria me cobrar 50 euros, fiz mentalmente minhas contas e achei caro. Felizmente quando fui comprar água e pedi por informação a atendente me perguntou se eu falava espanhol, bingo! Ela me explicou certinho para onde eu tinha que ir, me levou até o guichê e comprou o passe correto pra mim. O jeito foi esperar mais 1 hora pelo ônibus. Mas eu ia chegar até Bran e não é que cheguei?

 

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A cidadezinha é encantadora, um vilarejo muito pequeno e lá no alto o Imponente Castelo do Conde Drácula, me recuso a chamá-lo de Bran...haha; Foi o tempo suficiente para tirar uma foto e voltar novamente para Brasov. Realmente o castelo estava fechado para visitação, mas só a sensação de ter conseguido chegar já me deixou feliz. Voltei para a estação numa Van e que me deixou na mesma rodoviária que peguei, mas dessa vez peguei carona de taxi com dois italianos que conheci na van e que me deixaram na estação de trem...

 

Foi nessa hora que eu tive a maior e melhor experiência de vida. Não foi necessário saber uma palavra da língua deles. Tudo aconteceu na Estação de Trem da cidade que é repleta de ciganos e pedintes, quando sentei para fazer um lanche com as coisas que havia comprado no mercado (pão, suco, iogurte e frios)... Quando coloquei os frios dentro do pão apareceu um morador de rua olhando para o meu lanche. Como eu poderia comer aquele lanche e não me importar com a fome do rapaz? Fiz o que todo brasileiro faria.. cortei com a mão metade do meu lanche e dei pra ele. Como havia dito não foi necessário falar uma palavra, ele colocou a mão em seu coração e se inclinava em sinal de agradecimento. Coração apertado! Fiquei curioso em saber mais sobre o morador, mas como? Bom, princípio básico da comunicação: Apontei pra mim mesmo e disse “Fábio” apontei para ele tentando dizer: “E você, qual seu nome?”... e não é que ele entendeu tudo? Ele disse “Mihay”.... e saiu andando... mas naquela 3 horas que ficaria na estação de trem foi impossível não reencontrá-lo outras vezes. E novamente tentamos uma comunicação, fiz sinal fechando as duas mãos e simbolizando “Onde vc dorme?” E ele respondeu a maneira dele que não tinha lugar... dormia por aí.... bom, como ninguém é de ferro e já estava ansioso ( para não dizer entediado) acendi um cigarro e novamente meu novo amigo olhou pra minha mão e ofereci um pra ele. Apontei para o cigarro e depois apontei para a bandeira do Brasil que fica colada na minha mala... Ele disse “Pelé!!”. Por que todo mundo associa o nosso país ao futebol? Hahahahaha.. mas tudo bem, o importante é que ele entendeu de onde vinha o cigarro. E ficamos lá fumando juntos e um olhando para a cara do outro como se quisesse dizer “Cacete, pq eu não sei falar o seu idioma!”.. Com certeza ali teríamos muito papo, mas paciência...

 

Nesse meio tempo, ele me ajudou carregar a mala até a minha plataforma e fumamos outro cigarro... ficamos ali até o trem chegar... Bom, mesmo eu tendo pouca comida dividi novamente um dos dois iogurtes que tinha. Ele balançou a cabeça tentando dizer “Não, esse é seu já está bom!”, mas foi em vão, fiz questão de dividir... Meu trem chegou... e nos despedimos com um aceno...e foi assim também que me despedi da Romênia..

 

 

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E abaixo um vídeo editado estilo "Vai pra onde?"

 

Editado por Visitante
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  • 2 semanas depois...
  • Membros

Muito legal a tua história, a parte do mendingo é bem comovente...só lamentei a sua jornada até o castelo e não ter entrado. Estou vendo alguns destinos pela Europa. Não estarei de férias, então quero algo, bate-e-volta, mas aí já é assunto pra outros tópicos. Sucessos pra você e obrigado por dividir conosco suas experiências.

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