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TRILHA SALKANTAY - Relato de travessia


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TRILHA SALKANTAY

Olha como são as coisas. Deixei o post da Trilha Salkantay ser o ultimo da minha viagem ao Peru para que eu pudesse escrever algo que realmente passasse para o leitor, uma imagem mais próxima do que foi fazer essa trilha e como foi minha passagem por ela. Agora, escrevo sensibilizado com o caso “”Gabriel”" que infelizmente morreu na ultima semana vítima de hipotermia numa das montanhas frias da África. Porque toquei neste assunto? é porque passei pelo mesmo problema nesta trilha e por minha sorte, eu não estava sozinho.

 

A Trilha Salkantay é uma trilha alternativa e geralmente é escolhida pelos turistas que não conseguiram se inscrever na Trilha Inca. Ela custou 245 dolares. Foi o meu caso. Na Trilha Inca são permitidas cerca de 500 pessoas diárias. Este é o limite liberado pelo governo peruano e, principalmente em junho (2009), próximo ao dia 25, é praticamente impossível encontrar vagas após novembro do ano anterior.

 

Salkantay é a mais alta montanha dos Andes Peruanos e sua trilha segue por uma diversidade natural muito grande, durante a trilha podemos observar diversos tipos de vegetação, clima e temperatura. Por todo momento caminhamos sobre uma altitude superior a 2.500 mts chegando ao ápice de 4.600 mts. Vegetação diferenciada, vistas maravilhosas e personagens afim de cruzar este caminho buscando conhecerem a deslumbrante Machu Pichu. Tudo isso contribui para o desafio, diversão e sem duvida para o possibilidade de viver uma experiência muito interessante na sua vida.

 

Dia 1

 

Saímos de Cusco por volta das 5 h da manhã. Fomos em direção a Mollepata, cidade de onde partimos para a Trilha.

Cidade de Molepata

 

Cidade de Molepata

 

Foram quase duas horas de viagem até lá. Chegamos em Mollepata e fomos tomar o café da manha. Primeiramente um chazinho de coca para esquentar e já ir dando ânimo para a moçada. Estomago forrado, mulas carregadas (as mulas levam nossa bagagem, são permitidos 5 kg de bagagem por pessoa e acima disso é cobrado.

 

Eles não possuem balança então um pouquinho a mais certamente não é observado. Mas evitem!), pessoal apresentado e vamos nós. Partimos por volta das 9 h e o clima seco começa a ser sentido pelas pessoas. Neste momento ja tinha cometido dois erros. O primeiro é que realmente fiz um pequeno café e geralmente necessito de comer satisfatoriamente bem pra poder fazer qualquer atividade física. Segundo: como não sabia qual seria a temperatura na primeira parte da trilha, usei a segunda pele das pernas e esta calça gerou além de um incômodo muito grande, um desgaste a mais nas subidas que vieram pela frente. Partimos de Molepata que está cerca de 3.000 mts de altitude (mais baixo do que Cusco – 3.400) e fomos caminhando para o primeiro acampamento a 3.900 mts de altitude. Foram 19 km de subidas que se revezavam entre íngremes ou suaves.

Primeiro dia de Trekking

 

Primeiro dia de Trekking

 

Já na primeira parte da caminhada percebi que não estava bem, sentia cansaço nas pernas e minha respiração se tornava mais ofegante pela falta de oxigênio devido a altitude. Devemos nos aclimatizar na cidade de cusco pelo menos com dois dias de antecedência. Cometemos a besteira de chegar num dia (vindo de Lima) e sair pra trilha no outro, além de andar por cusco durante umas 5 horas no dia anterior com uma esticada num pub para assistir ao jogo Cruzeiro e são Paulo pela Libertadores.

 

No almoço meu estômago já não estava bem e meu almoço novamente foi praticamente deixado de lado. Continuamos a trilha só que agora sem bagagens extras. Solicitamos que levassem nosso restante de bagagem para que eu tentasse fazer menos esforço.

 

Durante a parte da tarde eu começava a sentir calafrios e minhas pernas já não estavam bem. Por volta das 5 h da tarde a temperatura chegava perto dos 0 graus e caminhar ja estava sendo quase que impossível. Quanto mais devagar eu andava, mais eu sentia meu corpo esfriando e a dificuldade de dar cada passo passava a ser maior. já no final, eu parava de 500 em 500 metros, e não sabia o que estava sendo pior… caminhar com o corpo ardendo em febre ou parar de deixar o frio incomodar mais ainda. Tentei caminhar até onde aguentei. Perto das 6h minhas pernas já não respondiam por causa do frio e da febre. Solicitei ao guia que tinha ficado com a gente que buscasse uma mula pra que eu fizesse nela o quilometro que faltava. Enquanto isso, meu amigo e uma senhora peruana muito prestativa me aqueciam com seus corpos, me esfregando nos braços e nas pernas. Pouco depois, passou um casal de americanos e a menina me emprestou a mula que ela utilizava pois faziam toda a caminhada com ela. fui ao encontro do nosso guia onde faríamos a troca das mulas. Chegamos no acampamento por volta das 6 e meia, e chegando lá o pessoal já me esperava com garrafas pet de 600 ml fechadas e repletas de agua quente. Foram me colocando as garrafas pela blusa e calça e me cobriram com uma colcha grossa para que meu corpo aquecesse. Naquela noite os ponteiros chegaram a aproximadamente 10 graus negativos.

 

Dia 2

Segundo dia de Trekking

 

Segundo dia de Trekking

 

Acordamos por volta das 7 horas da manhã e eu ainda estava com febre apesar de estar mais baixa e eu me sentindo melhor. Ainda não tinha me decidido se iria com o pessoal ou se voltaria para Cusco. Por volta das 8 e meia resolvi que não seguiria com o grupo e retornaria. O grupo seguiu com o desafio e eu voltei com uma chica peruana que também não estava se sentindo bem.

 

Esperamos por um caminhão durante duas horas. Os peruanos sabendo que você necessita deste transporte querem te cobrar uma fortuna pela “carona”. Se vocês disserem que não possuem dinheiro suficiente e oferecer menos da metade ou até um terço do cobrado eles te levam da mesma forma. Pagamos e nos levaram para Molepata. Nossa viagem até Molepata durou cerca de 2 horas.

 

Chegando lá esperamos que um táxi completasse o número de passageiros mas isso não aconteceu. Dividimos por dois o valor (com

Segundo dia de Trekking

 

Segundo dia de Trekking

 

desconto é claro!) e fomos pra Cusco. Duas horas depois estávamos na cidade que não era a que gostaríamos de estar

 

naquele momento. Procurei uma outra pousada já que a que eu estava estava lotada. Por sorte eu encontrei uma na mesma rua. Fiquei hibernado no quarto durante o resto de tarde e noite só a base de agua e frutas e remédios… muitos remédios…

 

Enquanto isso na trilha, o pessoal ia caminhando e atravessando os obstáculos do segundo dia. Alcançaram então o ponto mais alto da trilha. A base do montanha Salkantay.

 

Dia 3

 

Na manhã seguinte eu acordei melhor e resolvi sair em busca do grupo. Viajei por cerca de 8 ou 9 horas para chegar em Santa Teresa (cidade que o grupo estaria). Passei por Santa Maria, troquei de tipos de locomoção e cheguei por volta das 16 h no acampamento que o grupo estava. Por sorte o pessoal ainda não tinha saído para Águas Termales de Cocamayo.

Termales de Cocalmayo

 

Termales de Cocalmayo

 

Este lugar possui piscinas naturais com águas de temperaturas igual a um chuveiro elétrico. Tudo muito organizado, limpo e bonito. Ficamos lá por um bom tempo, tomamos uma cervejinha e retornamos para o acampamento onde começou uma rodada de baralho que durou até tarde da noite. O mais interessante neste dia foi a cara das pessoas do grupo quando me viram chegando com minha mochila nas costas. Eu cheguei vibrando pelo fato de estar ali e o grupo todo foi me cumprimentar pela vontade de terminar de fazer o caminho.

 

Dia 4

 

Este dia a caminhada começou mais tarde. Eram trechos de descidas e poucas subidas leves. Passamos por um vegetação rasteira, clima seco até a hora do almoço. Na parte da tarde já tivemos a companhia de outro clima e outro tipo de vegetação. Caminhamos por algumas horas ao lado da linha de trem. Vegetação fechada e temperatura agradável colaboraram para o rendimento da turma neste penúltimo dia de caminhada. Trechos com paisagem muito interessante. Achei muito bacana caminhar neste trecho escutando um bom som… parecia que nesta hora já começávamos a dar conta de que o obstáculo já havia sido superado.

 

Dia 5

 

Para este dia, prefiro um post único. Está descrito em Machu Pichu… Partimos às 4 horas da manhã…

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