Membros de Honra LEO_THC Postado Junho 4, 2009 Membros de Honra Compartilhar Postado Junho 4, 2009 Preservação da Bacia do Paraguai é discutida em Chapada dos Guimarães FONTE: 24 Horas News http://www.24horasnews.com.br/index.php?tipo=ler&mat=293333 As diferentes realidades que compõem a Bacia do Paraguai foram colocadas frente a frente nesta quarta-feira, 3, durante a reunião de abertura do Projeto Sinergia, em Chapada dos Guimarães (MT). O Sinergia faz parte do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU), uma das principais ações desenvolvidas pelo Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP). Seu objetivo é discutir linhas de pesquisa em recursos hídricos que colaborem para a conservação da bacia que forma uma das principais planícies alagáveis do mundo, o Pantanal. "Reunimos representantes de diversos segmentos dos quatro países para promover uma discussão ampla e então definir nossos objetivos. A meta do trabalho é traçar cenários futuros em relação ao impacto das mudanças climáticas e definir medidas que possam reduzi-los ou até mesmo contê-los", explica o professor Pierre Girard, coordenador do projeto. Em todos os países, um grande desafio: como conciliar preservação ambiental e desenvolvimento? "Quando se trata de meio ambiente, as leis brasileiras são muito duras e acabam se tornando ineficazes. Apenas proíbem em vez de estimular o uso sustentável. O Sinergia é uma semente para que os quatro países unidos consigam adotar práticas para conservação da Bacia do Paraguai", explica o pesquisador Fábio Edir Costa, presidente do Conselho Consultivo do CPP. No Brasil, o uso desordenado dos recursos naturais é a grande ameaça. Poluição e assoreamento já atingem a Bacia do Paraguai. Já há previsões de que no Pantanal o período de secas seja mais longo e a temporada de chuvas sejam mais intensas. "A Bacia do Paraguai é fundamental para o Paraguai como um todo. Queremos criar um trabalho consistente para os próximos anos e a integração com os outros países vai nos dar mais suporte para cumprir esta missão", explica Amado Insfrán, diretor geral do Departamento Geral de Proteção e Conservação dos Recursos Hídricos do Paraguai. Lá, o problema do assoreamento também existe e é especialmente grave no Rio Pilcomayo, em que já se verifica mundaças constantes no curso dágua provocadas pela sedimentação. Na zona urbana da grande Assunção, onde se concentra a maior parte da população, é preciso combater a poluição provocada pelas indústrias e pela falta de tratamento de esgoto. "Temos como prioridade evitar qualquer tipo de ameaça às áreas úmidas, prevendo também o agravante do aquecimento global", afirma Insfrán, lembrando da importância destes ecossistemas para a manutenção dos estoques de água potável - já que eles funcionam como esponjas que absorvem a água e a devolvem purificada ao lençol freático. A Bolívia quer se antecipar ao boom de desenvolvimento provocado pela conclusão da rota transoceânica e pela implantação de um grande pólo siderúrgico no sudeste do país. "Não podemos barrar esse processo pois ele é crucial para melhorar a vida das pessoas, mas sabemos que isso deve ser feito em consonância com a proteção dos recursos naturais. Na região da bacia do Paraguai temos muitas cidades pequenas, com cerca de 15 mil habitantes. Esses lugares vão ter um crescimento populacional grande. Queremos ter uma infra-estutrura para minimizar os impactos", adianta Ricardo Saucedo, diretor de projetos da Sociedade Boliviana de Direitos Ambientais. Para Rafael Antönio Silva, do Conselho Hídrico Federal da Argentina, a adesão do país ao Sinergia vai ajudar principalmente a lidar com o crescimento populacional no país. "Queremos unir sociedade e cientistas para garantir as preservação não só da Bacia do Paraguai mas também de outras bacias menores de nosso país", revela. O Sinergia é financiado pelo CNPQ, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, e pretende criar uma base ampla para definição de políticas públicas que possam ser implementadas na Bacia do Paraguai. "Os direcionamentos que teremos agora vão apontar os caminhos a seguir e nossas pesquisas serão importantes para subsidiar os governos", resume o professor Pierre Girard. Para os pesquisadores, a integração também terá o efeito de potencializar as sugestões, pois um país pode mobilizar os outros. "Queremos criar uma chancela, de modo que quando um dos países adotar uma medida os outros também possam seguir a ação", finaliza Fábio Edir Costa. Link para o comentário
Posts Recomendados