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Rio Grande do Sul - Janeiro de 2015 e valores (Gramado, Canela, Cambará do Sul e Vale dos Vinhedos)


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Sempre dou uma lida nos tópicos de viagem antes de fazer a minha, e dessa vez resolvi contribuir com o relato da minha experiência, que talvez contenha algumas informações úteis para quem for ao mesmo destino. Creio que fique um pouco extenso pelo detalhamento, mas incluí todo tipo de informação que gostei de encontrar (ou lamentei não ter encontrado). Pule pro que considerar mais conveniente :) só vou ficar devendo as fotos (não estou com elas aqui).

 

Foi uma viagem de sete dias (20/01/15 a 27/01/15), realizada em duas pessoas, e apesar de ficarmos hospedados em Canela, pudemos visitar também algumas das cidades vizinhas - Gramado, Cambará do Sul e a região do Vale dos Vinhedos (Bento Gonçalves e Carlos Barbosa, principalmente).

 

Informações Gerais:

 

Valores: o grosso da viagem - passagem aérea, taxas de embarque, hospedagem de sete dias e traslado ida e volta poa/canela - saiu por R$800,00 por pessoa, cerca de R$115,00 por dia. Mesmo sendo baixa temporada, achei o valor bastante justo (e pra ser honesta, prefiro a baixa temporada, pois está tudo mais tranquilo e não existem filas para lugares ou estacionamentos). O aeroporto é em Porto Alegre (POA), e a região da Serra Gaúcha (Gramado, Canela e afins) fica distante, cerca de duas horas de carro, sem trânsito. Nessas condições, achei uma boa ter o traslado garantido no preço - infelizmente, com isso, não sei dizer quais seriam as outras opções para o deslocamento, sorry.

 

Uma outra coisa interessante da baixa temporada: no Sul, ela acontece no verão, e nesse caso começa a escurecer lá pelas 21:00. Dá pra aproveitar muito mais o dia. :)

 

Na black friday, compramos um pacote no site hotel urbano, que intermedia a negociação com uma empresa local chamada Plinc! Turismo. Esse pacote incluía a hospedagem de sete dias (com café da manhã incluso), o aéreo do período e o traslado de ida e volta (realizado pela empresa Andelle). A experiência foi muito positiva, não tive nenhum tipo de problema de qualquer espécie e a a viagem saiu bastante barata, principalmente pela data próxima. O roteiro também ficou bem livre.

 

Minha dica para comprar esse tipo de pacote é: verifique a reputação da empresa responsável (que não é o hotel urbano), isso aparece nas informações do pacote, no final da página, e, antes de efetuar a compra, verifique junto à mesma empresa a disponibilidade para a data que você quer. Até sete dias da compra o hotel urbano estorna o pagamento, e depois disso transforma o valor em crédito no site. Pra evitar dor de cabeça, aconselho verificar a disponibilidade antes da compra.

 

A hospedagem é em pousadas simples, mas não tive nada a reclamar da minha. Ficamos na Pousada Ruppenthal, e a experiência foi muito positiva. De qualquer forma, você pode pedir substituição da pousada por outra, antes da viagem, e eles tentam realocar.

 

Hospedagem: a pousada Ruppenthal fica em Canela, e é especialmente bem localizada. Fica a uma quadra da rodoviária, e os ônibus para Gramado saem de 15 em 15 minutos (R$2,35). Além disso, fica perto de bancos (todos), farmácias, de mini mercados e da Catedral de Pedra (umas três ou quatro quadras). Os quartos tem ventilador, aquecedor, cobertas macias e frigobar, que você pode usar para guardar as coisas que comprar no mini mercado (tipo garrafinha de água, para a qual terei outra interessante contribuição mais adiante). Além disso, também tem tv - que pega só três canais, mas por sorte ninguém vai à Canela ver tv, né? O café da manhã é simples mas é farto, com vários tipos de pães (5 ou 6 de forma e francês), de recheios (entre queijo, manteiga, goiabada, presunto, salame, peito de peru) e de bebidas (dois tipos de iogurte, café, leite, suco de uva e/ou laranja), além de frutas. Os bolos variam de forma inconstante (havendo sempre ao menos um por dia), e não oferece opções salgadas como torradas e salgadinhos -em compensação, serve ovos mexidos e salsicha. Pra mim, um café muito bom - ainda mais pelo valor.

 

Atrás da recepção, tem uma tv com canais pagos (que ninguém usa, vide anterior), e uma máquina de café expresso, oferecido como cortesia a todos os hospédes, 24h por dia, gentileza que achei muito gracinha.

 

 

Pontos "negativos": a pousada não tem elevador. São três andares, com lances de escada bem curtos, mas talvez pessoas de mobilidade menor não tenham tanta disposição. Particularmente, não tive problemas nem no dia em que já tinha andado os 1400 degraus da Escadaria da Perna Bamba. O chuveiro tem torneira quente e fria, e é hiper sensível na regulagem. Pra quem não está acostumado, pode dar um certo trabalho, mas dá pra pegar o jeito.

 

O atendimento é muito gentil e a limpeza é ótima. Trocam toalhas todos os dias. Recomendo o local - mas lembre que é uma pousada, não um resort 5 estrelas.

 

Vimos uns 3 albergues pela região, vale se informar também.

 

Alimentação: tem poucas dicas na internet sobre Canela (e milhões de Gramado), então talvez eu possa ajudar com as descrições e preços ali embaixo. A pousada fica próxima do centro, e de diversos restaurantes. Se a idéia é economizar, há diversos buffets livres pela região, cujo valor varia entre R$17,00 e R$25,00 e incluem saladas, acompanhamentos, grelhados (alguns à vontade, outros pré definidos) e sobremesa. Sai barato, mas não tem nada de especial. Se você estiver disposto a se afastar um pouco pela Av. das Hortênsias, vire após o solar dos pinheiros e vá ao Lá em Casa, um fantástico restaurante que custa R$23,00 e oferece muito mais opções que os concorrentes, e muito mais saborosas, mantidas aquecidas em fogão à lenha (o que acaba defumando um pouco os pratos, uma delícia). Atente apenas ao fato que a maioria destes lugares fecha lá pelas 14:30 e não abre para o jantar.

 

E atenção: muitos lugares fecham de segunda-feira, mesmo alguns restaurantes mais simples, então cuidado nesse dia (não faça como eu, rs).

 

De forma geral, dá pra gastar uns R$50,00 ou menos em alimentação por dia comendo fora, escolhendo os lugares certos, mas eu recomendo abrir um pouco mais a carteira e provar outras opções interessantes da região (que não são caras, pode ver ali embaixo).

 

Uma informação legal: lá perto da pousada, na Borges de Medeiros, tem um supermercado chamado Brombatti. Na porta dele, tem uma máquina purificadora de água, que funciona com moedas. Você enche sua garrafinha de 500ml por R$0,25 (isso mesmo), e para 1l vai gastar R$1,00. Quando fomos, estava um calorão, e teríamos economizado bem mais caso tivéssemos encontrado essa belezinha antes. Vale muito a pena, você enche e deixa gelada no frigobar do hotel, por 1/4 do preço normal.

 

 

Roteiro mais ou menos detalhado:

mais pra menos, porque já enrolei ali em cima

 

Dia 1, Canela: Saímos de São Paulo e fomos até Porto Alegre por Guarulhos (vôo próximo das 11:00). Usamos o ônibus que sai do shopping Tatuapé (R$5,15), e leva de vinte a trinta minutos no trajeto, em condições normais. O carro do traslado da Andelle já estava no aeroporto e saímos imediatamente para Canela. Chegamos na cidade perto das 15:00, e tivemos a primeira experiência de ver tudo fechado e nada para comer, porque sério, só tinha lanchonetes abertas - e considerando que saímos de casa antes das 09:00, priorizamos comida "de verdade". Achamos um único lugar aberto, na Felisberto Soares (duas quadras da pousada): o Santé Bistrô, que fica até de noite. É um lugar muito bonitinho, com decoração rústica e luz indireta. O lugar oferece prato executivo por R$18,90 (entrecot gigante com arroz, feijão preto, salada e batata frita) e outras opções, como risoto com cogumelo, manjericão, queijo e generosa porção de frango (R$34,00). O risoto é muito bem feito e saboroso, além de bem servido - não consegui comê-lo todo. Aproveitamos o restinho do dia para dar uma caminhada descompromissada pela cidade. Lá pelas 21:20, ainda não estávamos com fome, pois o almoço era bem substancioso. Tomamos o famoso chocolate quente Caracol (R$13,90 a caneca grande, que é aquela caneca que você tem em casa cheia até a boca) no café Caracol que fica em frente à Catedral de Pedra, e demos por encerrado o dia. O café Caracol é um ótimo lugar pra você sentar e observar a iluminação da catedral de pedra, que fica alternando as cores. O chocolate cremoso é realmente diferente e justifica a fama.

 

Dia 2, Avenida das Hortênsias e Gramado: decidimos visitar Gramado no dia seguinte. Como já disse, a rodoviária ficava perto e o ônibus é barato, mas decidimos ir caminhando pela Avenida das Hortênsias (o nome é completamente justificável). A distância não é grande, e em passo tranquilo dá pra fazer em cerca de duas horas o trajeto - além disso, se mudar de idéia no meio do caminho, é só pegar o ônibus, que percorre ela todinha. Tem diversas atrações espalhadas pela avenida, tipo Museu Ferroviário, museu da moda, museu do perfume... não entrei em nenhuma delas, mas sei que a entrada varia entre R$10 a R$20, exceto a aldeia do papai noel, que custa R$30,00. Mesmo sem visitá-las, gostei muito do clima caminhando por ali. A avenida era bem tranquila, talvez pela baixa temporada. Estava a maior cerração, talvez isso tenha ajudado - não sei se recomendo caminhar por ali no sol a pino.

 

Andamos um pouco por Gramado e almoçamos no Bistrot Josephina, lugar que eu queria muito conhecer. E não me arrependo! O ambiente é muito divertido, repleto de objetos e souvenires que os proprietários juntaram em suas próprias viagens (como o europass e mapas que decoram o banheiro masculino), poltronas, postais, um jogo de xadrez... e a comida é muito boa. É alta gastronomia com preço mediano. O local serve pratos executivos durante a semana (não vá aos sábados para essa opção!) por cerca de R$19,00, e o conteúdo varia a cada dia. Também é possível pedir à la carte, como o ravióli de gorgonzola com chutney de cebola (sensacional, por cerca de R$32,00, não me recordo do valor exato mas era por aí). Dá pra dividir a porção pra duas pessoas com médio apetite (ou que racharam uma entrada antes).

 

Depois, fomos ao MiniMundo. A entrada custa R$20,00 (só dinheiro) e achamos que valeu a pena. É um parque ao ar livre, com miniaturas muito perfeitas e trabalhadas de diversos lugares do mundo, em escala 24 vezes menor (mesmo assim, o castelo fica imenso!). Além de todo o detalhamento, tem pessoas na cidadezinha, fazendo as coisas mais prosaicas, e achei muito interessante observar (tipo o cara super triste comemorando o aniversário sozinho!). Na lojinha de souvenires, você pode pegar um "jornal da cidade" de graça, e procurar os acontecimentos pelo parque. Se tiver crianças, acho que vão adorar, mas eu gostei muito também. Infelizmente, começou a chover durante a visita e não parou mais - tivemos que voltar pra Canela de táxi, foi o único jeito. O atendimento do parque é ótimo, pois apesar de fechar às 17:00 ninguém tocou a gente de lá enquanto esperamos - horas - que a chuva parasse (em vão), e ainda chamaram o transporte. O táxi entre Gramado e Canela sai em torno de R$30,00. Jantamos numa lanchonete próxima da pousada, Skillo Lanches, uma opção muito barata - R$14,00 os lanches do tamanho de um prato raso, e R$10,00 os lanches tamanho McDonald's com batata frita. Bebidas e Sucos custam R$4,00 e fica aberto do almoço até de madrugada. Os lanches são interessantes, todos prensados.

 

Dia 3, Cambará do Sul e Canyon Itaimbezinho: fechamos um passeio para Cambará do Sul nesse dia, Canyon Itaimbezinho, pela empresa Jardineira das Hortênsias - R$89,00 por pessoa se pago em dinheiro e R$99,00 em cartão. É a empresa mais barata pro passeio na região* (embora todas ofereçam a mesma coisa, apenas o transporte até lá) e o atendimento foi ótimo, super atencioso e simpático. O único porém é que só realizam o passeio em grupo de 6 pessoas. Nós conseguimos reunir, mas, se você não conseguir, recomendo a Coiote Adventure, a única empresa que faz o passeio com duas pessoas (R$175,00 e inclui almoço).

 

*Existe uma tal de "Vitoriatur" que cobra R$4,00 a menos, mas não consegui falar com eles. Ainda bem, no final, pois adorei a Jardineira.

 

Cambará do Sul fica a mais ou menos duas horas de Canela e passa por um pedação de estrada de terra bem ruinzinha (cuidado com seu carro, se for por conta). A entrada no parque custa R$7,00 (não passa cartão) e o lugar vale MUITO a pena. As construções geológicas são lindas, imponentes e impactantes. Tem cachoeiras (Véu de noiva e Andorinhas), vales e uma linda vista panorâmica, que infelizmente fica coberta em dias de neblina e cerração. Demos sorte e no dia em que fomos o tempo estava aberto, apesar de friozinho, mas a Jardineira das Hortênsias confirma as condições antes de sair e devolve o dinheiro se não for ter como ver nada (muito dez). O guia chamava Leandro, era super simpático e dava tempo pra você olhar tudo sozinho ao mesmo tempo em que dava informações e era super acessível pra perguntas e bater fotos (suas). No final da trilha, ele simplesmente diz pra você ficar o quanto quiser e depois voltar, pra irmos embora. ADORO ESSE TIPO DE GUIA! OBRIGADA, LEANDRO! ::love::

 

O parque não tem lanchonete, então leve um sanduichinho de casa ou coisa assim (compramos o nosso no mercadinho Galego, que fica na frente do Santé Bistrot e oferecia lanches naturais prontos por R$4,50, bem recheados).

 

O passeio dura o dia todo, então voltamos na hora do jantar. Optamos por ir a um lugar chamado Piccolo Paradiso (ou restaurante do Xico), e isso se revelou uma grata surpresa. O restaurante não fica no centro de Canela, demora uns 15 minutos pra chegar lá (a pé), mas é super tranquilo. É um lugar bem bonitinho pra ir de casal, tem taça na mesa, toalha de pano, luz indireta e luz de velas... mesmo assim, ele não é um lugar caro, e é bem gostoso. A batata rosti de entrada custa R$12,00 e é deliciosa, pode ser um prato sozinha (mede mais ou menos um prato todo de sobremesa, não só o fundo). Os cremes são fenomenais, encorpados, temperados e com a base de molho branco muito boa. Vem acompanhados de queijo ralado e uma montanha de torradinhas, um prato fundo cheio (não conseguimos comer tudo), e servidas em uma cumbuca bem grandinha. Custam entre R$17,00 (ervilha) e R$21,00 (aspargos). Também serve massas, em torno de R$28,00 (e coisas mais caras, como fondue). O refrigerante custa R$4,00. O atendimento também é super legal, e recomendo o lugar, principalmente para ter um clima romântico sem gastar os tubos. Parece que oferecem transporte de ida e volta até o restaurante, mas não testamos.

 

Dia 4, Bento Gonçalves e o "tour uva e vinho": esse dia foi meio estranho. Comprei esse passeio junto com o pacote de viagem, mas pago à parte, então ele foi feito pela Andelle. Me arrependi de não ter comprado por conta, como fiz com o Itaimbezinho, mas não foi tão ruim. Custou R$180,00, almoço e lanche incluso (ana maria, club social e um suco de caixinha), e a empresa é super profissional (até demais, pois parece que largam você se atrasar mais de cinco minutos do horário marcado, o que pode ser um problema em uma cidade cujos próprios relógios variam uns cinco minutos entre si). O passeio leva você até Bento Gonçalves (duas horas e pouco de distância de Canela) pra andar num trem turístico chamado "epopéia italiana", onde tem apresentações de dança, música italiana, música gaúcha, encenação folclórica de imigrantes e degustação de vinho de Garibaldi nas paradas. O trajeto é bem curtinho, mas o trem faz devagarinho. Não gostei tanto quanto de outras coisas que fiz, mas é divertido. Depois do trem, tem a clássica parada comissionada, na loja da Tramontina (que vende tudo 20% off e mesmo assim continua caro). Recomendo que você dê o fora da Tramontina assim que o carro parar e vá pra loja que fica imediatamente na frente, especializada em queijos.

 

Em Canela tem lojas de queijo diferentes, mas não achei todas as variedades que tem nesta aqui - com nozes, com vinho, colonial, com carvão vegetal, com especiarias, com orégano, prato, parmesão menos salgado. Oferecem degustação e o "seu" Álvaro, responsável por ela, é um show à parte, super expansivo, divertido e animado, te dando diversos queijos e explicando a diferença, como harmoniza com vinho, o que você deve prestar atenção. Inclusive ele te oferece queijo o tempo todo, mesmo que você já tenha provado - eu ainda estava no mesmo lugar e ele me ofereceu o queijo de novo. As peças de queijo custam entre R$12,00 e R$23,00, e os salames (de javali, colonial, milano) em torno de R$20,00. Uma loja que valeu muito a pena. Ainda sobrou tempo pra dar uma voltinha por Carlos Barbosa, mas a cidade é meio sem graça.

 

Depois disso o passeio leva pro almoço num rodízio de massas e galeteria (gostosinho, mas nada de espetacular - destaque pra entradinha de queijo empanado), e pra conhecer uma vinícola. A dessa empresa é a Miolo. Mas foi bem interessante, a enóloga era animada e explicou muitas coisas sobre a fabricação do vinho e como degustar (eu não fazia idéia). No exercício de degustação oferecem 4 tipos de vinho e água. O passeio da Miolo custou R$15,00, e você ganhava um voucher de R$7,50 pra gastar na loja deles. Com um detalhe: pode juntar os vouchers, que são cumulativos. Nosso espumante saiu por R$9,00 juntando os descontos de fábrica e dos vouchers. O suco de uva custa R$6,90 e é bem legal, diferente de todos que você compra no mercado, mesmo os integrais.

 

Depois disso pára um pouquinho em Nova Petrópolis, pra você andar no Labirinto de árvores, e toca pra casa. Podia ficar mais nessa cidade porque ela parece ter mais coisas, mas a gente já está bem cansado nessa hora, então não lamenta tanto. De qualquer forma, parece que dá pra ir direto de Canela, se quiser explorar mais a cidade outro dia (eu não quis).

 

De noite, a gente foi num lugar interessante chamado Magnolia, que é um casarão gigante que funciona como barzinho descolado e oferece um cineminha cult - nesse dia, estava tendo um debate sobre o filme exibido, falando sobre jazz. Como me interesso, adorei. As bebidas custam de R$16,00 a R$18,00 - os drinques elaborados, não caipirinhas - e as porções em torno de R$30,00. A carna na cerveja dá pra duas pessoas. Eu queria mesmo é ter ido no Empório Canela, mas estava de férias coletivas (ao contrário do resto, que faz isso em fevereiro).

 

Dia 5, Gramado de novo, Feira Colonial, Lago negro: fomos até Gramado de ônibus, e tivemos a grata surpresa de saber que, aos finais de semana, acontece a "feira do colono" perto da rodoviária de Gramado. O pessoal acende o forno a lenha e prepara na hora quitutes coloniais, como pão de aipim ou de milho (R$5,00), cucas de diversos sabores (R$5,00, de coco, chocolate, maçã, doce de leite) e mini cucas (R$2,00, mais ou menos do tamanho de um sonho de padaria), além de biscoitinhos de mel e amanteigados (acho que uns R$10,00). A feira fica até as 19:00. Compramos mini cucas, bem quentinhas. Depois fomos ao lago negro (a pé mesmo) e andamos de pedalinho. Custa R$20,00 o casal (apenas dinheiro) e pode ficar 20 minutos, que é o tempo certinho de você dar uma volta completa no lago. É um lugar tranquilo, muito lindo e cheio de paz. Tinha patinhos e tartarugas no lago, ás vezes bem perto do pedalinho. Voltamos pra Gramado, visitamos a igreja e a "fonte do amor eterrno", nosso pedaço de Paris, a fonte onde você prende o cadeado e joga a chave dentro (R$20,00 nas lojinhas do entorno, vem com um coraçãozinho e você mesmo escreve o seu nome, com uma caneta elétrica muito pesada e desajeitada. É mais fácil nos corações coloridos). Comemos um croasonho ali perto (R$15,00 o médio, de massa bem leve e pouca manteiga) e ficamos ali por perto da rua coberta. Deitamos nos banquinhos da praça, debaixo do caramanchão e deu até pra tirar um cochilo no parque, é muito tranquilo. Gramado é uma cidade muito linda. Vimos o por do sol no Belvedere, e dá uma vista muito legal do Vale do Quilombo (fica ali na Av. das Hortensias, perto da aldeia do papai noel, e é tipo só um pedaço pra você debruçar e olhar, nada muito chique). Gostamos tanto do Josephina que voltamos lá pra jantar (R$49,00 o filé com framboesa e risoto de gorgonzola, um dos pratos mais caros e com três bifes pequenos para médio). Pedimos também umas batatas de entrada (no máximo R$20,00), e meu deus, O QUE ERA AQUELA GELÉIA DE PIMENTA QUE VEM JUNTO? CASA COMIGO! POR FAVOR! Era muito boa! Juntando bebidas e sobremesa (R$6,90 o chá de pêssego e algo em torno de R$20,00 - não lembro direito, mas era por aí- o pão torrado com calda de vinho), gastamos R$50,00 por cabeça, possivelmente a refeição mais cara da viagem e que valia muito mais que isso. Dividimos todos os pratos tranquilamente.

 

Dia 6, Parque do Caracol: até onde a gente sabia, só tinha três ônibus pro parque: 8:00, 12:00 e 18:00. O ônibus que faz esse trajeto não é mais da Citral, agora é da viação canelense, mas continua parecido com isso. Ele sai as 8:00, chega no parque umas 8:15-8:20 e você tem que esperar até 8:45, pois a abertura do parque é britânica - nem 5 minutos antes, mesmo que já esteja com uma fila na porta. A entrada custa R$18,00, e não passa cartão.

 

O parque é muito bonito, e pega um pedaço do Vale do Quilombo. No começo dele, tem feirinha de artesanato, passeio de trem pra crianças e coisas assim, mas ele é bonito mesmo mais pra lá disso, Tem mirante pra Cascata do Caracol e você pode descer a escada da perna bamba, que te deixa lá perto da base dela (antes descia tudo, mas fecharam um pedaço. Mesmo assim, continua uma vista linda). Tem mais ou menos uns 700 degraus em 1km vertical, e pra descer todo santo ajuda. Agora, pra subir... aiaiai! Não é o fôlego, é a coxa: os degraus são íngremes e fazem um stepper nervoso. Mas tem banquinhos mais ou menos a cada 100 degraus (tem placas, eu não contei nada), então dá pra subir sem morrer. Mas a perna fica mesmo bamba! rs

 

A trilha do moinho é pelo meio da mata do lugar, não é asfaltada, mas leva pra outro complexo de cachoeiras: é bem bonito, pois a construção rochosa é irregular e parece uma escada, então a cachoeira é gigante e formada por várias cascatinhas menores. Seguindo essa trilha você chega na outra, que leva pro alto da cascata do caracol e tem uns paredões no fundo bem legais. Mais pra frente, tem uma barragem artificial, que faz uma mini cachoeirinha e dá pra andar descalço dentro da água (só nessa parte, nas outras tem correnteza). Eu particularmente adorei, mas prepare as pernas! E cuidado com os bancos do parque, eu quase tomei um tombaço em um que estava meio solto. Tem lanchonete e restaurante, mas comemos lanchinho natural, como no Itaimbezinho - embora a trilha seja mais puxada no Caracol, ironicamente.

 

O ônibus de volta pra Canela passa ali 13:50. Super pontual. Inclusive, por causa do contratempo do banco, nós o perdemos. Meio sem opção (ali não tem sinal de celular), fizemos uma parte do caminho a pé - até ali perto da Garfo e Bombacha -, aí cansamos e tivemos a idéia de pedir pra recepção do mundo gelado se podiam emprestar o telefone pra chamar um táxi pra gente, já que de celular não dava. Chegou ali em uns dez minutos,ou menos, e na bandeira 2 (pois era domingo) deu R$33,00 dali até Canela (não cobraram o trajeto até ali). Se chamássemos do parque direto, chuto que daria uns R$45,00, mas não pensamos em ir na recepção pedir o telefone emprestado (muito espertos). Pelo menos a estrada era bem tranquila.

 

Jantamos em um lugar chamado Frau Batata (abre só pra jantar), que fica na mesma rua da pousada (uns cinco quarteirões de diferença). É um restaurante muito bonitinho, com móveis coloridos, louça vintage, lustres de vovó e tematizado com batatas nos quadros (os comedores de batata, por exemplo) e em todo o cardápio, até nas sobremesas. As porções de entrada são imensas, o dobro ou um pouco mais do que porções regulares de barzinho, e custam R$11,90. São fresquinhas, nada pré congelado, e as batatas belgas são iguais às que sua mãe fazia em casa, de corte rústico, macias, crocantes e imensas. Vem com dois molhos. Pedimos também um escondidinho de ricota e espinafre (R$17,90 e uma cumbuca bem servida), mas há outros sabores e todos o mesmo valor. A casa também serve "baked potato" (batata alemã) com recheios diversos e batata rosti (a batata suíça), de valores entre R$25,00 a R$30,00, dependendo do recheio. Pedimos uma batata suíça de estrogonofe, R$30,90 e do tamanho de um prato raso (o fundo dele). Ela é bem crocante e bem sequinha, muito bem preparada e deliciosa. Dá pra dividir fácil, é tudo muito bem servido nesse lugar. Tomamos um interessante suco de tangerina com cidreira (R$6,90) e pedimos a sobremesa, mais de curiosidade. Era sorvete de batata doce com calda de frutas! Custou R$13,90 e vinham três bolas, com calda de maracujá (tudo, TUDO ali é bem servido, eu disse). É muito interessante, de textura mais firme, doce e não derrete fácil... recomendaria a pedida só pela curiosidade. É bem docinho. Tem também wafer de batata doce e batata doce alemã(a recheada), mas não pedimos. Os valores dessas últimas eram em torno de R$20,00, e aposto que imensas. Fomos muito bem atendidos, por um garçom bem novinho e bem atencioso.

 

Dia 7, Castelinho Caracol: no último dia antes da partida, nós visitamos umas lojas de chocolate na Av. das Hortênsias, como a Lugano, achamos a loja de fábrica da Planalto (logo atrás da Lugano, na rua paralela) e visitamos a loja da Gran Bier, pertinho da Planalto. A lugano faz o próprio chocolate e é bem gostoso. A planalto faz também, e por ser loja de fábrica, custava um pouco menos que a Lugano. Ela embala o chocolate em embalagem térmica (a única que faz isso) sem custo adicional e estava com desconto 50% na linha de natal (o chocolate é o mesmo). Ali perto da Lugano fica uma loja de alfajores diferentes, com kiwi, mirtilo, banana... mas não abre de segunda-feira, então fiquei sem provar. Fica pra próxima vez... :( . Na volta, fomos também até o "mundo da vela", uma lojinha perto do centro de Canela onde fazem artesanato com parafina, estilete e tinta, inclusive na sua frente, no "show da vela", e achei o máximo. É a única loja do Brasil que usa essa técnica. A vela média dessas custa R$28,00, e claro que comprei uma.

 

Um monte de restaurantes estavam fechados pro almoço (lol), até alguns mais simples, como o Empório grill (ou mineiro, algo do tipo). Comemos em um restaurante chamado expresso mineiro, bem simplesinho, R$17,00 o buffet de salada (cenoura, alface, tomate e bettaraba) com acompanhamento (3 massas ao sugo, arroz, feijão, farofa e panqueca) à vontade e bife ou frango grelhado. Era meio sem graça, mas pelo menos estava aberto e era barato. Oferecia sagu e arroz doce de sobremesa, como cortesia.

 

Mais tarde, fomos ao Castelinho Caracol (no caminho para o parque do Caracol), uma propriedade familiar do século XIX preservada como tal, tanto a casa principal como os arredores, serraria, casa dos agregados, moinho de água... como tinha passado da hora do ônibus, fomos de táxi. Era dia de bandeira 1, mas tivemos alguns problemas: 1) O taxista foi metendo preço fixo (R$38,00) sem falar nada. A gente reclamou, ele mudou pra bandeira 1, porém 2) Aí ele resolveu andar como uma lesma, a 20km por hora, pra aumentar o preço. Um tremendo mau caráter. Tudo que o taxista do dia anterior teve de elogios (dicas, preço, velocidade), esse aqui teve de horrível. Só não desci na metade do caminho porque queria visitar o castelinho antes de ir embora, mas vontade não faltou. Julgando pelo dia anterior na bandeira 2, devia ter dado uns R$18,00. O cara cobrou R$26,00, e isso só me deixa puta pelo que ele fez pra dar esse valor. Ainda deu o telefone dele pra chamar na volta, mas eu preferia ir a pé até Canela (o que quase fiz).

 

O castelinho é lindo e bem histórico, e serve um apfelstrudel bem especial, feito no forno à lenha como no século XIX, acompanhado de nata (R$20,00, só dinheiro). Dá pra ver objetos e a casa por dentro se pagar a entrada (R$10,00), ou você pode comer do lado de fora da propriedade e pagar só o doce. O lugar é legal, tem bancos, um pedaço do rio,vista bonita. Fecha as 17:40, e infelizmente perdemos a noção do tempo lá dentro, perdendo assim a chance de pedir o telefone emprestado (não pra ligar para aquele mané, evidentemente). Fomos então andando pela estrada, afinal ainda estava bem claro. Depois de um tempo, umas moças muito simpáticas passando por ali nos ofereceram carona, o que parece ser uma prática comum pros lados do Caracol, que quase não tem transporte público. Ficamos muito agradecidos, e toda impressão ruim do taxista se foi... :) elas deixaram a gente no centro de Canela (caminho delas).

 

Jantamos de novo Piccolo Paradiso, e fomos ainda melhor tratados (se é que é possível). Ganhamos até um brinde, como se já não fôssemos fãs do lugar...

 

Último dia, do traslado de volta a São Paulo: nosso vôo saía no final da tarde, então deu tempo de dar uma última voltinha por Canela comprando lembrancinhas - tem uma loja baratinha do lado da Catedral de Pedra. Uma pena que estava tão quente pra outro chocolate cremoso...

 

Almoçamos no Lá em Casa (só abre para almoço), que fica perto do Piccolo Paradiso (que só abre pro jantar). Custa R$23,00 o buffet livre, e o refrigerante é R$3,00. A comida tem muita variedade e é muito gostosa, bem diferente dos outros restaurantes por quilo da região. Além disso, é mantida aquecida no forno à lenha, o que dá uma defumada e aumenta o sabor. Tem grelha com carne, frango e ovo frito na hora e pode pegar quanto quiser. E as sobremesas... nossa. A ambrosia é macia, suculenta, super famosa, o pudim é sem furinhos e desmancha na boca (deve ficar horas no forno, quiçá no forno à lenha). O arroz doce deles é diferente, é gratinado no forno, e fica cremoso sem aquela molhadeira - mesmo assim, tem leite condensado, se você quiser misturar. Que lugar! Deixa no chinelo todo o resto do almoço de Canela!

 

Voltamos pro hotel, arrumamos as coisas e pegamos o traslado. Como Canela é longe de POA, o transporte sai muito cedo (pra evitar qualquer acidente), e essa foi a única parte ruim. Mesmo passando em três pousadas, a gente chegou super cedo no aeroporto (é baixa temporada... na alta, parece que leva uma hora só o trecho entre gramado e canela). Tivemos que esperar um tempinho lá até poder embarcar, mas antes cedo que tarde. Ainda bem que tinha um livrinho e palavras cruzadas :)

 

Voltamos pra São Paulo com uma sensação engraçada: a viagem foi muito bem aproveitada, relaxante e completa, não deixamos de ver nada... porém... a gente não queria ir embora! Com toda a certeza, iremos voltar, pra fazer novas coisas, repetir as mesmas coisas, e nos apaixonarmos de novo pela Serra Gaúcha! É muito tranquilo, lindo e gostoso pra não deixar um pedacinho do coração ali! ::love::

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Peço desculpas pela demora no retorno :(

 

Não cheguei a utilizar o bus tour, somente a linha urbana mesmo. Vi a jardineira passando diversas vezes, mas não utilizei. Como disse, as coisas em Gramado são todas muito próximas umas das outras, então o ônibus turístico pareceu um pouco de desperdício... caso não possa caminhar, fazer o trajeto de táxi não sai especialmente caro, excetuando-se talvez o Caracol (parque) e o Castelinho.

 

 

Vitor,

 

Eu também li coisas muito ruins sobre a Plinc! Turismo, mas minha experiência foi muito positiva. Eles sempre me responderam de forma bem rápida e atenciosa por e-mail (24h ou menos) toda vez que precisei entrar em contato com eles. Por telefone também fui bem atendida, mas não era preciso ter telefonado, uma vez que responderam depressa por e-mail mesmo.

 

O maior risco usando a Plinc! é não conseguir reservas na data que você pretendia viajar. Isso porque a empresa trabalha com cotas, então uma vez que ela esteja preenchida, não há o que fazer - se você buscar reservas sem antecedência, é quase certo que não vai conseguir. Eu entrei em contato com a Plinc ANTES DE COMPRAR O PACOTE, pra verificar disponibilidade de datas, e eles verificaram para mim. Só comprei o pacote DEPOIS de saber que a data que precisava estava disponível, e reservei logo em seguida.

 

Não tive nenhum tipo de problema, nem na pousada, nem no traslado, nem taxas surpresa, nem no embarque. Eles saem bem cedo da cidade, então mesmo que pegue trânsito não tem perigo de perder o vôo.

 

Se puder ajudar com alguma outra informação mais específica, só perguntar :)

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Parabéns pelo relato!!!

Acabei de comprar passagens para ir em Agosto/2015 e estou feito doida procurando experiências do pessoal, com preços!

 

Déia ou Hattori.

Também chego por POA mas vou me hospedar em Gramado.

Estou pensando em ir de translado até lá e alugar carro um dia ou dois para visitar o vale dos vinhedos e Canela (Parque Caracol e afins).

 

Pensei em alugar carro em Gramado e fazer 3 vinícolas do Vale dos Vinhedos (Salton, Miolo e Casa Valduga).

Vocês acham que dá pra fazer o Vale dos Vinhedos e Canela no mesmo dia??

 

Alguém já foi no Snowland?

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