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Olá pessoal! Fiz uma viagem com meu marido pela Europa em maio/2015, que incluiu Itália (Roma, Florença, Pisa e Veneza), Grécia (Atenas, Santorini e Mikonos) e Portugal (Porto). Conseguimos muitas informações úteis aqui, por isso resolvemos contribuir com o nosso relato e ajudar os aventureiros a planejar uma viagem maravilhosa!

Para ter uma ideia dos custos usamos o site http://www.numbeo.com/cost-of-living/. Todos os valores citados neste relato referem-se a duas pessoas. No total, gastamos em torno de R$ 20.000,00, considerando a cotação do Euro em R$ 3,40.

Para comprar os voos internos, utilizamos o Google Flights (https://www.google.com.br/flights). Para pesquisar as viagens de trem, usamos o Rail Europe (http://www.raileurope.com.br/), e compramos direto no site da Trenitalia (http://www.trenitalia.com/) – o Rail Europe cobra uma taxa. Para as viagens de barco, compramos os bilhetes da Blue Star Ferries (http://www.bluestarferries.com/site/content.asp?loc=2) e da Sea Jets (https://www.seajets.gr/en/).

Para escolher os hotéis, utilizamos os roteiros de viagem para identificar as melhores áreas para hospedagem em cada cidade. Depois pesquisamos no http://www.tripadvisor.com.br/ e no http://www.booking.com/ os hotéis com melhor relação benefício/custo.

 

Seguem as nossas impressões:

 

1 VIAGENS

 

Aproveitamos uma promoção da TAP e pagamos R$ 3773,08 pelas passagens de ida e volta de São Paulo para Roma para duas pessoas, com todas as taxas incluídas:

 

04/05 São Paulo (GRU) – Lisboa

Voo TAP TP0082. Partida 15:45h, chegada em 05/05, 05:35h

 

05/05 Lisboa – Roma (FCO)

Voo TAP TP0834. Partida 06:50h, chegada 10:40h

 

25/05 Roma (FCO) – Porto

Voo TAP TP0851. Partida 11:55h, chegada 14:00h

 

26/05 Porto – São Paulo (GRU)

Voo TAP TP0081. Partida 10:20h, chegada 17:15h.

 

Para Atenas, o voo que havíamos comprado antecipadamente foi cancelado, e compramos outro:

 

09/05 Roma (FCO) – Atenas (ATH)

Voo Alitalia AZ 722. Partida 21:450h, chegada 00:45h

Preço: 213,70 Euros

 

Para visitar as ilhas gregas, optamos por utilizar barcos. No primeiro trajeto, para Santorini, escolhemos o ferry, que é muito grande e mais lento. Lembra bastante os navios de cruzeiro (mas sem o glamour daqueles!)

 

12/05 Atenas (Piraeus) – Santorini

Ferry Blue Star Delos. Partida 7:25h, chegada 15:10h

Preço: 75 Euros

 

Para Mikonos, testamos o barco rápido. Apesar de mais lenta, preferimos a viagem de ferry, talvez pelo fato de lembrar um cruzeiro.

 

16/05 Santorini (Thira) – Mikonos

Lancha Sea Jets. Partida 11:50h, chegada 14:20h

Preço: 119,40 Euros

 

Para voltar à Itália e ir para Florença foi uma jornada! Pegamos dois voos e um trem:

 

19/05 Mikonos – Atenas (ATH)

Voo Olympic Air A3371. Partida 06:40h, chegada 7:20h

Preço: 90 Euros

 

19/05 Atenas – Roma (CIA)

Voo Ryanair FR1199. Partida 09:50h, chegada 10:45h

Preço: 71,38 Euros

 

19/05 Roma (Termini) – Florença (S. M. Novella)

Trem Trenitalia. Partida 13:50h, chegada 15:22h

Preço: 58 Euros + 20 Euros de Taxas da Rail Europe.

 

Para chegar a Veneza, optamos pelo trem, que inclusive é um excelente meio de transporte para conhecer a Itália. Super recomendamos!

 

22/05 Florença – Veneza

Trem Trenitalia. Partida 12:30h, chegada 14:35h

Preço: 58 Euros

 

Para voltar a Roma, nossa opção também foi o trem:

 

24/05 Veneza (S. Lucia) – Roma (Termini)

Trem Trenitalia. Partida 15:25h, chegada 19:10h

Preço: 138 Euros

 

2 HOSPEDAGENS

2 Be Home

Endereço: Via Merulana 215, Monti, 00185 Roma, Itália

Telefone: +393394657894

Valor: 402 Euros + 28 Euros (taxa turística)

Estação de metrô mais próxima: Vittorio Emanuele (350 metros)

Como chegar: do aeroporto ao centro, o preço do taxi é tabelado e custa 40 Euros. Como chegaríamos cansados, preferimos contratar o transfer com o hotel, que custou 50 Euros.

Nossa opinião: trata-se de um B&B. Ficamos hospedados em uma suíte do apartamento de uma senhora muito gentil e atenciosa chamada Lorela. Um café da manhã simples estava incluído na diária. A localização é excelente e o período que passamos ali foi agradável, apesar de termos ficado dois dias sem água quente e de a rua ser um pouco barulhenta.

 

Attalos Hotel

Endereço: 29 Athinas str, Psiri, Athens, 10554, Grécia

Telefone: +302103212801

Valor: 258 Euros

Estação de metrô mais próxima: Monastiraki (100 metros)

Como chegar: devido ao horário de chegada do voo, o metrô estava indisponível. O ônibus até a Praça Syntagma custa 5 Euros por pessoa. Ali pode-se pegar um táxi para o hotel (pagamos 5 Euros).

Nossa opinião: o hotel fica numa região feia, onde é bastante perceptível os efeitos da crise na cidade (prédios fechados, ambulantes, muitas pichações), porém é muito próximo da Praça Monastiraki, do bairro de Plaka e da Ágora Antiga. Os funcionários são atenciosos. O quarto era espaçoso e bom, o banheiro era antigo e desconfortável. O café da manhã não estava incluído na diária.

 

Villa Galinia

Endereço: Akrotírion, Akrotírion, 84700, Grécia

Telefone: +302286082160

Valor: 180 Euros

Como chegar: translado gratuito do porto oferecido pelo hotel. Não encontramos o veículo do hotel (o motorista é o próprio dono), e contratamos os serviços de transfer oferecidos no porto (15 Euros).

Nossa opinião: o hotel tem uma linda vista da caldeira do vulcão. O quarto era confortável e amplo. O banheiro era novo e muito bom. A proprietária (que também era a recepcionista e a cozinheira) falava poucas palavras em inglês. O hotel também oferece um menu para refeições.

As opções de hospedagem mais caras em Santorini estão em Oia, que é famosa pelo por do sol. Não achamos que seja um bom local, pois é bem afastado dos demais pontos de interesse da ilha. Gostamos muito da Praia de Kamari, que tem uma boa infraestrutura de lojas e restaurantes; pareceu-nos uma excelente opção de hospedagem, já que não é distante e a locomoção com carro é bem fácil. Akrotírion (onde ficamos) é uma ótima segunda opção (não pesquisei os preços de Kamari, e por isso não sei se a hospedagem lá compensa, em termos financeiros).

 

Artemoula's Studios

Endereço: Platys Gialos, Platis Yalos, 84600, Grécia

Telefone: +302289022174

Valor: 150 Euros

Como chegar: translado gratuito do aeroporto oferecido pelo hotel.

Nossa opinião: o hotel fica próximo à praia Platis Yalos, que tem bons restaurantes e é bem agradável. O quarto era bem amplo e espaçoso, e muito bem decorado, com duas varandas. O banheiro, porém, era pequeno, antigo e bem desajeito e desconfortável. O destaque é a hospitalidade, atenção e gentileza dos funcionários.

 

Florence Old Bridge B&B

Endereço: Via Guicciardini 22 Nero, 50125 Florença, Itália

Telefone: +390552654262

Valor: 301 Euros

Como chegar: pegamos um táxi da estação de trem.

Nossa opinião: o quarto era espaçoso, e o banheiro, bem confortável. O prédio é antigo, no estilho clássico da região, e muito próximo da Ponte Vecchia e dos principais pontos de interesse. O café da manhã é pago a parte (10 euros por pessoa), é servido no Hotel La Scaleta (na frente do Florence Old Bridge B&B) e vale muito a pena!

Observação: como pagamos em dinheiro a estadia tivemos um bom desconto na hospedagem.

 

Residenza Ruga Giuffa

Endereço: Santa Maria Formosa 4852, Castello, 30122 Veneza, Itália

Telefone: +390412770939

Valor: 270 Euros

Como chegar: a partir da estação de trem, você pode pegar o Vaporetto até próximo ao hotel, mas não escapará de uma boa caminhada (e caminhada implica em pontes e degraus em Veneza). Você pode chegar de táxi (barco) pelos canais até o hotel, mas o preço é caríssimo. Nós optamos por deixar as malas na estação ferroviária e utilizar mochilas em Veneza, e fomos caminhando até o hotel. E não nos arrependemos!

Nossa opinião: o hotel fica em prédio antigo e tradicional. O nosso quarto aparentemente foi improvisado a partir de um sótão, e era desconfortável, com teto inclinado e baixo. O banheiro era externo, mas de uso exclusivo nosso.

 

Happy Home

Endereço: Via Opacchiasella 9a, 00054 Fiumicino, Itália Telefone: +393341362905

Valor: 59,09 Euros + 3 Euros (taxa turística)

Como chegar: o hotel oferece transfer a 15 Euros. Como não tínhamos como ligar solicitando o transporte, acabamos pagando um táxi (30 Euros).

Nossa opinião: o hotel na verdade é um B&B, que funciona na casa de uma família. A casa é nova ou reformada, e o quarto era realmente muito bom. Amplo, bem decorado e confortável. Tinha banheiro interno, também muito bom. Destaca-se a hospitalidade, gentileza e atenção dos proprietários.

 

Park Hotel Porto Aeroporto

Endereço: Avenida do Aeroporto nº241, 4470­558 Maia, Portugal

Telefone: +351229401300

Valor: 59 Euros

Como chegar: o hotel é realmente muito próximo do aeroporto, a poucos minutos de caminhada.

Nossa opinião: o quarto e o banheiro eram confortáveis e achamos o hotel uma ótima opção para quem, como nós, tem uma conexão em Porto.

 

3 DESTINOS

 

A) ROMA (DE 05 A 09/05)

 

 Dicas de ouro: Roma está repleta de fontes de água potável e fresca! Leve uma garrafinha e abasteça-a para seus passeios. A cidade é agradável e convidativa para uma caminhada; caso prefira, o metrô funciona muito bem e está próximo dos principais pontos de interesse. Compre o ingresso para visitar o Vaticano com antecedência (pode fazer isso pela internet), pois a filas são enormes. Usamos o aplicativo City Maps 2Go no celular (disponível para iOS e Android), que é um GPS off-line incrível, e fizemos quase todos os trajetos a pé (com exceção do Vaticano, que é longe mesmo!).

 

1º. DIA: BASÍLICA SANTA MARIA MAGGIORE, PIAZZA DELA REPUBBLICA, BASÍLICA SANTA MARIA DEGLI ANGELI E DEI MARTIRI, FONTANA DELLE NAIADI, FONTANA DI TREVI

 

Chegamos de viagem e descansamos um pouco antes de começarmos a desbravar a cidade. Nessa época do ano o sol se põe por voltas das 20:40 h, então, mesmo saindo tarde deu pra aproveitar bem o dia. A primeira atração que visitamos foi a Basílica Santa Maria Maggiore, construída por volta do ano 420.

Segundo a lenda, o Papa Libério recebeu um sinal da Virgem Maria, que lhe pediu em sonho que fosse construída uma Igreja em seu nome numa colina de Roma onde iria nevar do dia 04 para o dia 05 de agosto, justamente a época de maior calor na Itália; no dia 5 o local apareceu coberto de neve, o que foi considerado um milagre.

Possui a torre medieval mais alta da capital. É famosa por seus lindos mosaicos e por abrigar o túmulo do papa Sisto V.

Quanto custa: entrada gratuita.

Como chegar: de metrô, linha A, estação Vittorio Emanuele.

 

Depois fomos na Piazza della Repubblica, onde fica a Basílica Santa Maria degli Angeli e dei Martiri (Santa Maria dos Anjos e Mártires, em português), construída no local onde funcionava um complexo de banhos chamado Termas de Diocleciano entre os anos 306 e 537. Em 1563 Michelangelo iniciou o trabalho para conversão do salão central de banhos em Igreja.

No centro da Piazza fica a Fontana delle Naiadi (Chafariz das Náiades), composta pelo deus Glauco como figura central, representando o homem vitorioso sobre a força hostil da natureza, e por quatro ninfas, cada uma das estátuas simboliza a água de maneira diferente: um cavalo marinho para o oceano, uma serpente para o rio, um cisne para o lago e um curioso lagarto para os lençóis subterrâneos.

Quanto custa: entrada gratuita na Basílica.

Como chegar: de metrô, linha A, estação Piazza della Repubblica/Teatro dell’Opera.

 

A próxima parada foi na Fontana di Trevi (Fonte dos Trevos, em português), a maior fonte barroca de Roma e, provavelmente, a mais famosa do mundo.

Em junho de 2014 foi iniciada uma obra de restauração da fonte, com previsão de conclusão no segundo semestre de 2015. Por isso, infelizmente, a vista ficou um pouco prejudicada, mas ainda assim foi possível perceber o quanto ela é linda e impressionante!

Como chegar: de metrô, na estação Barberini.

 

Aproveitamos os barzinhos nas proximidades da fonte para saborear a nossa primeira pizza italiana, que por sinal estava deliciosa! Escolhemos o L'antico Forno di Piazza Trevi.

 

 Gastos do dia:

50,00 Euros – transfer do aeroporto para o hotel

15,50 Euros – alimentação

 

2º. DIA: CAPELA SISTINA, MUSEUS DO VATICANO, CASTELO DE SANTO ÂNGELO, PIAZZA DEL POPOLO, SANTA MARIA DEL POPOLO, PIAZZA DI SPAGNA, COLISEU

 

Começamos o nosso dia ativando o Roma Pass no metrô para irmos ao Vaticano. Compramos antecipadamente pela internet (http://www.romapass.it/) a opção de utilizá-lo por 72 horas, e não nos arrependemos.

Também compramos o ingresso para Vaticano antecipadamente (http://biglietteriamusei.vatican.va/musei/tickets/do?do), o que foi ótimo, pois as filas estavam quilométricas (o ingresso comprado antecipadamente é a forma legal de se ‘furar a fila’). Chegamos lá por volta de 8:40h, e preferimos visitar primeiro a Capela Sistina, o que foi uma sábia decisão! Pudemos apreciá-la calma e tranquilamente antes da chegada do batalhão de turistas.

O Papa Sisto IV assumiu o compromisso de reconstruir a antiga Capela Magna do Palácio Apostólico. A obra começou em 1477 e foi concluída em 1481, quando recebeu o novo nome, em homenagem a este pontífice: Capela Sistina.

Na época, o Papa contratou o artista Perugino para criar dois afrescos: um para a parede atrás do altar e outro para o teto. Aceitando a oferta de Lorenzo di Médici, de Florença, o pontífice recebeu em Roma artistas como Sandro Botticelli, Ghirlandaio, Rafael, Michelangelo, entre outros, que se juntaram a Perugino para decorar a capela.

As paredes laterais mantem a pintura original, onde se pode observar três níveis de afrescos:

• Próximo ao chão – pinturas simulando tapeçarias;

• Intermediário – imagens do Antigo Testamento (cenas da vida de Moisés) e do Novo Testamento (cenas da vida de Cristo);

• Acima, entre as janelas – imagens de antigos Papas.

Na parede esquerda, a partir do altar, são encontradas pinturas que retratam cenas do Velho Testamento, e na parte direita, estão obras que simbolizam o Novo Testamento.

O teto tinha uma pintura que representava um céu estrelado, que foi danificada em 1504 por uma grande rachadura, e o Papa chamou Michelangelo para refazê-lo.

A segunda versão do teto (a atual), levou 4 anos para ficar pronta (de 1508 a 1512). O tema central do afresco é o Genesis. Os 680 m² do teto contem uma única composição de várias cenas do Antigo Testamento, da Bíblia. Estão lá a criação do homem, a expulsão do Jardim do Éden e o dilúvio. É realmente impressionante!

A última obra acrescentada na Capela Sistina foi criada 22 anos depois da pintura do teto. O Papa Paulo III contratou Michelangelo para que redecorasse a parte de trás do altar; o afresco criado é o famoso Juízo Final, considerada a maior obra do humanismo. Levou 7 anos para ficar pronto (de 1534 até 1541). A pintura faz uma alusão à Justiça Divina, com almas sendo retiradas de seus túmulos e levadas perante Deus (no centro, com feições um tanto severas), o grande juiz que decide o destino delas: o céu ou o inferno.

Depois da emoção de conhecer a capela, visitamos os Museus do Vaticano. Destacamos:

- Salas de Rafael (Sala de Constantino, Sala de Heliodoro, Sala da Segnatura e Sala do Incêndio no Borgo): sem dúvida, um dos maiores atrativos para quem visita os Museus do Vaticano, são impressionantes e imperdíveis. As salas eram os aposentos privados do Papa Júlio II, que chamou o artista renascentista Rafael, a quem admirava, para decorar as paredes e o teto. O trabalho começou em 1508 e levou 16 anos para ficar pronto. Tanto o Papa, quanto Rafael, não chegaram a ver o resultado final, pois faleceram antes do término. Felizmente, o artista deixou o projeto dos afrescos, que serviram de base para a conclusão realizada por seus discípulos.

- Galeria dos Mapas: contém gigantescos mapas pintados nas paredes e um lindo teto abobadado.

- Galeria das Tapeçarias: presos nas paredes estão vários tapetes decorados com cenas da vida de Cristo à esquerda e da vida do Papa Urbano VIII (1623-1644) à direita. Todos feitos por alunos do artista renascentista Rafael, são lindíssimos e merecem o destaque. - Museu Chiaramonti: são destaques os bustos e estátuas de Imperadores Romanos, como Júlio Cesar, Augusto, Trajano, Tibério, Vespasiano e Settimo Severo.

- Pátio da Pinha: o nome se refere a uma pinha de bronze, gigante, situada no semicírculo de um dos prédios dos Museus. No belo jardim está a famosa esfera dourada criada pelo artista italiano Arnaldo Pomodoro, chamada Sfera con Sfera.

- Museu Gregoriano Egípcio: contém peças egípcias encontradas nas escavações feitas em Roma.

- Museu Gregoriano Etrusco: abriga peças do antigo povo que habitou a península itálica antes dos romanos, entre 1000 e 700 a.C.: os Etruscos.

- Museu Pio Clementino: contém várias salas e um pátio interno, com lindas peças gregas e romanas.

 

Quanto custa: o ingresso para a Capela Sistina e Museus do Vaticano custa 16 Euros, mais 4 Euros da taxa de reserva, por pessoa (sem guia ou audioguia).

Como chegar: de metrô, linha A, estações: Ottaviano - S. Pietro-Musei Vaticani ou Cipro (10 minutos de caminhada de ambas as estações).

 

Almoçamos uma pizza (de novo!) ali mesmo nos Museus. Nossos planos eram, na sequência, visitar a Basílica e a Praça de São Pedro, mas desistimos quando sentimos o calor do verão romano e vimos o tamanho da fila que teríamos que enfrentar! Quando compramos o ingresso para a Capela Sistina e os Museus do Vaticano não nos atentamos que havíamos escolhido uma quarta-feira, justamente o dia em que o Papa aparece por lá, e consequentemente o dia da semana de maior movimento. Conclusão: optamos por voltar no Vaticano na sexta (que era o nosso dia livre) e seguir para a próxima atração: o Castelo de Santo Ângelo.

O Castelo foi construído às margens do Rio Tibre a mando do Imperador Adriano no ano de 123 D.C. e tinha, a princípio, a função de servir como túmulo para o imperador e sua família. Ele, sua esposa Sabina e o imperador Sétimo Severo estão enterrados ali.

O nome atual do Castelo seria uma referência ao arcanjo São Miguel. No século VII Roma estava sendo dizimada pela peste e, para invocar a misericórdia divina, o papa Gregório I organiza uma procissão de três dias com toda a população da cidade. Após passar por mortos e doentes, na altura do mausoléu de Adriano, os romanos notam no céu violeta a figura luminosa de um anjo com uma espada nas mãos. Era dia 29 de agosto de 590. A partir daquela noite a peste desaparece e o mausoléu de Adriano ganha o nome de Castelo do Anjo. Para celebrar essa aparição, uma gigantesca estátua do anjo foi colocada no alto do Palácio.

Quanto custa: o ingresso custa 7 Euros, mas está incluído no Roma Pass.

Como chegar: metrô, Linha A, nas paradas Lepanto ou Ottaviano-San Pietro.

 

Depois fomos caminhando até a Piazza del Popolo (Praça do Povo), construída no século XVI. A principal entrada para a praça é a Porta del Popolo, que funcionava como a entrada da cidade para quem viesse do norte. Ali também estão três igrejas, das quais a mais importante é a Santa Maria del Popolo, que pode passar desapercebida, mas que possui um dos patrimônios artísticos mais ricos da cidade. A igreja possui obras de valor inestimável, como as capelas decoradas com os afrescos realizados por Pinturicchio, em 1484. Bramante desenhou sua nova abside, Rafael criou a Capela Chigi, mais tarde completada por Bernini. E como se não bastasse, a Capela Cerasi, à esquerda do altar, abriga duas obras de Caravaggio: a Conversão de São Paulo e a Crucificação de São Pedro.

A Piazza del Popolo também abriga as igrejas gêmeas de Santa Maria in Montesanto e Santa Maria dei Miracoli. O Obelisco, outra atração da praça, foi trazido do Egito. O monumento, de 36 metros de altura, é um dos mais altos e antigos da capital, infelizmente (ou seria felizmente), estava sendo restaurado. De frente para o portão, de costas para as igrejas gêmeas, vê-se à esquerda uma fonte com Netuno e tritões; à direita outra fonte com a deusa Roma com duas alegorias dos rios de Roma, o Tevere e o Aniene. Aos pés da deusa, vemos a loba capitolina que amamenta os gêmeos.

Quanto custa: entrada gratuita nas Basílicas.

Como chegar: de Metrô, Linha A, Estação Flaminio.

 

A próxima parada foi na Piazza di Spagna (Praça da Espanha). A Escalinata di Trinità dei Monti (Escadaria de Trinità dei Monti), que leva à igreja homônima, é decorada com flores, criando um ambiente bem agradável. O conjunto arquitetônico formado pela praça, pela escadaria e pela igreja é o mais bonito que conhecemos em Roma. A igreja estava em reforma, por isso resolvemos não subir os 135 degraus até lá.

No meio da praça também merece destaque a Fontana della Barcaccia, projetada por Pietro Bernini (pai do famoso escultor italiano).

Como chegar: de Metrô, Linha A, estação Spagna.

 

Queríamos assistir o pôr do sol no Coliseu, e seguimos pra lá. Pegamos o metrô na estação Spagna (linha A – sentido Battistini - Anagnina) até Termini, onde trocamos de trem (linha B – sentido Rebibbia - Laurentina) e descemos na estação Colosseo. Infelizmente o dia terminou nublado, mas ainda assim foi encantador terminar nosso passeio admirando toda a sua imponência. Foi emocionante vê-lo tão de perto, depois de conhecê-lo nos filmes e nos livros de História!

 

Comemos uma salada deliciosa no bar que fica na saída do metrô na estação Coliseu, com uma vista privilegiada. E voltamos caminhando para o nosso B&B.

 

 Gastos do dia:

72,00 Euros – Roma Pass (comprado antecipadamente)

40,00 Euros – Capela Sistina e Museus do Vaticano (comprado antecipadamente)

41,70 Euros – Alimentação

 

3º. DIA: COLISEU, ARCO DE CONSTANTINO, FÓRUM ROMANO, PALATINO, MONUMENTO VITTORIANO, BASÍLICA SAN PIETRO IN VINCOLI

 

Começamos o nosso dia com uma pequena caminhada até o Coliseu, o símbolo de Roma mais famoso em todo o mundo e uma das atrações pela qual eu estava mais ansiosa!

Sua construção foi iniciada no ano 72 d.C., por ordem do imperador Flávio Vespasiano. As obras levaram oito anos para serem concluídas e, quando ficou pronto, Roma já era governada por Tito, filho de Vespasiano. Para homenagear seu pai, Tito batizou a construção de "Anfiteatro Flaviano". As últimas lutas de gladiadores ocorreram em 435 d.C. Muitos desastres naturais devastaram a estrutura do Coliseu, mas foram os terremotos de 847 d.C. e de 1231 d.C., que provocaram a maioria dos danos que existem hoje. Em 2007, foi eleito como uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo.

Na visita é possível conhecer um pouco de seus quase 2000 anos de história. É bem sinalizado e contem várias peças à mostra, como um museu.

O ideal é chegar cedo, para evitar as multidões de turistas e também o sol quente e o calor, que podem deixar o passeio um pouco cansativo.

Quanto custa: o ingresso para o Coliseu, Fórum Romano e Palatino custa 12 Euros, mas está incluído no Roma Pass.

 

 

Saindo do Coliseu, tiramos algumas fotos no Arco de Constantino, inaugurado em 25 de julho de 315. O que impressiona é que, apesar da idade avançada, o monumento está bem conservado!

O Arco foi totalmente esculpido narrando os gestos heroicos da vitória de Constantino I contra Maxêncio na batalha da Ponte Mílvia, em 312 d.C. A majestosa construção é um pouco eclética porque reúne peças de outros monumentos romanos antigos, fazendo alusão a outros grandes vencedores: Trajano, Marco Aurélio e Adriano. Ele possui 21 metros de altura, 25,70m de largura e 7,40m de profundidade.

 

O ingresso para o Coliseu dá direito a visitar tanto o Fórum Romano quanto Palatino, sendo assim, continuamos nossa jornada. Seguimos para o Fórum, que era uma espécie de “centro” administrativo, jurídico e político da cidade de Roma. Era também o espaço público que servia de ponto de encontro, palco de discussões e debates políticos, reuniões, mercado, entre outras atividades. Hoje o que vemos são ruínas, e nem sempre há informação disponível no local.

Nossos destaques:

1. Templo de Vênus e Roma – localizada num plano mais alto, em frente ao Coliseu, era o maior templo de Roma. Desenhada pelo Imperador Adriano, era dedicada a Vênus Felix (deusa do amor e da beleza) e Roma Aeterna (divindade que personifica o Estado). Tinha duas câmaras, uma de costas pra outra e pertencentes a cada uma das divindades.

O que sobrou? Do Templo de Vênus, de frente pro Coliseu, só o nicho semicircular e um pouco da colunata lateral. Já o Templo de Roma virou a Igreja de Santa Francesca Romana, em 1612.

 

2. Arco de Tito – construído a mando do Imperador Domiciano, em homenagem ao irmão e antecessor Tito, para comemorar as vitórias sobre os judeus após a tomada de Jerusalém no ano 70.

O que sobrou? Praticamente tudo. Graças ao fato de ter sido transformado em torre fortificada na Idade Média, acabou preservado. Só reapareceu no cenário do Fórum no século 19, época das escavações no local.

 

3. Basílica de Maxêncio – um dos últimos edifícios construídos no Fórum Romano. Iniciado pelo Imperador Maxêncio e concluído por seu sucessor Constantino, era um prédio público dedicado a atividades jurídicas, políticas e econômicas (ao contrário da conotação religiosa das “basílicas” atuais).

O que sobrou? Somente o lado norte (fundos), com seus 3 arcos e alguns nichos semicirculares. O teto é cheio de detalhes típicos das construções da Roma Antiga.

 

4. Templo de Rômulo – é um templo de origem controversa. As hipóteses são as seguintes: pode ter sido uma entrada para o Templo da Paz que havia atrás; pode ter sido um templo dedicado a Valério Romulo (filho de Maxêncio, falecido em 309); e pode ter sido um templo dedicado a Rômulo, o fundador de Roma.

O que sobrou? Foi transformado, em 527, no vestíbulo da Igreja São Cosme e Damião, que fica logo atrás. Hoje vemos um edifício circular, coberto por uma cúpula e com uma porta de bronze ladeada por duas colunas.

 

5. Templo de Antonino e Faustina – o templo é dedicado ao Imperador Antonino Pio e sua esposa Faustina Maggiore. No século IX, transformaram-no em igreja e o pórtico frontal acabou ficando escondido nas paredes. Só veio a ser exposto novamente tempos depois, quando derrubaram esta igreja para construir outra.

O que sobrou? Do templo da Roma Antiga, só o magnífico pórtico. Atrás dele, há um edifício pertencente à Igreja e fechado ao público.

 

6. Templo de Vesta – era um templo circular, com 20 colunas ao redor e um teto abobadado com orifício no centro. Dedicado à deusa Vesta, personificação romana do fogo sagrado (acreditava-se que dela dependia a segurança da cidade e dos lares romanos). No interior, uma chama era mantida eternamente acesa por sacerdotisas conhecidas como Vestais. Caso uma delas deixasse o fogo apagar, era punida com a morte.

O que sobrou? Algumas colunas do perímetro circular e um pedaço da parede.

 

7. Casa das Vestais – era uma espécie de “convento” das Vestais, as sacerdotisas que tomavam conta do fogo do Templo de Vesta. Elas eram castas e tinham uma série de privilégios e grande prestígio na Roma Antiga. Porém, se violassem certas regras, eram punidas com a morte. O edifício era retangular e de dois andares. Havia um pátio central com fontes, uma colunata ao redor e um belo jardim, que continha estátuas das Vestais mais célebres.

O que sobrou? Parte das fundações dos aposentos nas laterais. Do pátio interno, vemos alguns restos de colunas, a fonte central e algumas estátuas das Vestais, sem as cabeças.

 

8. Templo de Castor e Pollux – construído em 484 a.C. pelo ditador Aulus Postumus, em agradecimento à vitória contra invasores de Roma. Reza a lenda que Castor e Pollux, filhos de Júpiter, teriam lutado à frente do exército romano e depois levaram a notícia da vitória à Roma. Teriam dado de beber aos cavalos num lago próximo ao local onde hoje estão as ruínas. O Imperador Calígula chegou a usar o templo como pórtico de entrada para o seu palácio, que ficava atrás. Como se os filhos de Júpiter fossem seus “porteiros”.

O que sobrou? O pedestal onde ficava, além de 3 colunas e parte do friso, pertencentes à lateral leste do templo.

 

9. Cúria Julia – era onde o Senado Romano se reunia e fazia suas Assembleias. Inicialmente, era chamada de Curis Hostilia, pois foi construída pelo rei romano Tulius Hostilius. Após um incêndio em 52 a.C., Júlio Cesar a reconstruiu e anexou ao seu próprio Fórum, que ficava no terreno atrás. Daí o nome atual.

O que sobrou? É o único edifício do Fórum Romano que sobreviveu, chegando quase intacto aos dias de hoje. Isso porque foi convertido na Igreja St. Antônio do Fórum no século VII. Ainda preserva a mesma aparência da época. É possível entrar e observar alguns resquícios da antiga Cúria. Atenção para os dois fragmentos expostos no interior: eles retratam como era o Fórum Romano nas épocas áureas.

 

10. Arco de Settimo Severo – é um arco triunfal, triplo, construído em 203 pelo Imperador Settimo Severo, para celebrar suas conquistas na região onde hoje está o Oriente Médio. Os dizeres enaltecem o Imperador e seus dois filhos: Caracalla e Geta. Quando o primeiro tornou-se Imperador, mandou matar o irmão e retirou o nome dele do monumento.

O que sobrou? Bastante coisa. O arco ficou soterrado durante muitos séculos, de modo que só se via o seu topo. Além disso, foi incorporado a uma igreja que havia sido construída no local. Por este motivo, acabou preservado. Mesmo assim, as figuras em relevo estão bastante danificadas.

 

11. Rostra – era uma plataforma utilizada pelos oradores para fazer seus discursos. Ficava originalmente em frente ao prédio da Cúria, mas Júlio Cesar transferiu para o centro do Fórum quando iniciou as reformas no local. Os oradores colocavam-se sobre a Rostra e ali faziam seus pronunciamentos às pessoas que estavam reunidas na praça em frente, conhecida como Comitium.

O que sobrou? A plataforma em si, com os restos dos blocos da fachada. Atrás, ainda vemos os restos da escadaria usada para acessá-la.

 

12. Templo de Saturno – era o edifício mais antigo do Fórum, construído em 497 a.C. Dedicado a Saturno, o deus do tempo e da agricultura. Além de templo, era também o local onde ficava o tesouro público: se cunhavam moedas e guardavam os tesouros e os documentos importantes. Durante o Império Romano, essas funções foram transferidas para outro local.

O que sobrou? O pedestal do templo e 8 colunas do antigo pórtico.

 

13. Templo de Vespasiano e Tito – eram templos construídos a mando do Imperador Domiciano, em homenagem ao pai, o também Imperador Vespasiano, (venerado como deus após sua morte) e seu irmão e antecessor Tito. Ficavam encostados no antigo Tabularium, que já foi a sede dos registros oficiais da Roma Antiga e depois transformado em sede da Comuna de Roma e do Senado.

O que sobrou? De um deles, só sobrou o espaço onde ficava. Do outro, só sobraram 3 colunas suportando parte do friso.

 

17. Cárcere Mamertino – foi a prisão da Roma Antiga por muitos anos. Consistia em 2 recintos sobrepostos, construídos no sopé do monte Capitolino, ou seja, dentro da pedra. O nível mais profundo (Tullianum), datado do século VII a.C., era para os crimes mais graves e a mais temida, por ser sombria. O acesso era através de um buraco, por onde jogavam os presos. Já o andar superior (Carcer), datado da época republicana, era uma prisão mais “light”. A fama do Cárcere se deve ao fato de ter sido o local onde São Pedro e São Paulo ficaram presos, juntos (mais especificamente no Tullianum).

O que sobrou? Hoje em dia, os cárceres citados acima estão no subsolo de duas igrejas sobrepostas: a San Pietro in Cárcere (abaixo) e San Giuseppe in Falegnami (acima). Na primeira, há uma cruz invertida no altar, ilustrando o fato de que São Pedro teria sido crucificado numa cruz invertida.

 

 

O sol estava muito quente, e preferi esperar na sombra enquanto meu marido visitava o Palatino. Segundo ele, lá há menos informações das ruínas que no Fórum Romano.

O Palatino era todo tomado pelas Domus, as casas das famílias ricas de Roma (conhecidos como Patrícios). Com o Império Romano, estas residências foram sendo compradas e transformadas nos palácios dos Imperadores.

Destaques:

1. Domus Severiana – Durante seu governo, entre os séculos 2 e 3, o Imperador Settimo Severo decidiu criar seu próprio palácio na encosta sudeste do Monte Palatino. Para que ficasse no mesmo nível dos edifícios que estavam situados em cima da colina, foi construído sobre uma plataforma, com arcadas como pilares. Nos fundos do palácio havia um complexo de termas, cuja construção foi iniciada pelo Imperador Domiciano e concluído por Settimo Severo, que o anexou ao seu palácio.

O que sobrou? Apenas alguns paredões com tijolos nus e as arcadas que pertenciam à plataforma que o sustentava. É possível visitá-las: há dias e horários pré-estabelecidos.

 

2. Estádio de Domiciano – Era um local reservado para atividades esportivas. Foi construído pelo Imperador Domiciano e depois restaurado por Settimo Severo. Faz parte do complexo da Domus Severiana, ficando entre esta e a Domus Augustana. Era um campo retangular, envolto por uma colunata de 2 pisos. Na lateral que encosta na Domus Severiana, havia uma grande tribuna semicircular, onde ficava o Imperador. Uma curiosidade: quando havia algum evento no local, as estátuas dos deuses eram retiradas de seus templos e escoltadas até a tribuna de honra e ficavam ao lado do Imperador, para que pudessem “assistir” aos jogos. No centro do campo, havia uma espécie de eixo, como uma espinha dorsal, dividindo-o em 2 pistas. Numa das extremidades, havia um semicírculo que servia como guia para que os competidores fizessem a volta. Na verdade, a função do edifício é controversa. Alguns defendem a hipótese de que era apenas um jardim interno. Outros dizem que ali ocorriam corridas de bigas. Mais tardiamente, foi construída uma estrutura oval em uma das extremidades, que se acredita que servia para jogos de corrida.

O que sobrou? O pátio (sem a espinha central), com o semicírculo e a estrutura oval localizadas em extremidades opostas da “pista”. Também podemos ver os restos da tribuna semicircular do Imperador (e dos deuses), bem como os fundamentos do primeiro piso da colunata.

 

3. Domus Augustana – Foi construído na época do Imperador Domiciano, para ser seu palácio privado e de sua corte. No local, havia uma casa patrícia e parte da Domus Transitoria, a residência do Imperador Nero, destruída no incêndio de 64. Tinha dois pisos, que acompanhavam a inclinação do monte Palatino. A frente do palácio, que fica num nível mais alto, era onde ficava a sala de recepções e a sala dos banquetes. Nos fundos do edifício, num nível mais baixo, ficavam os aposentos privados do Imperador e sua família. A parte frontal do palácio oferecia uma vista panorâmica do Circo Massimo, o grande estádio público que ficava logo em frente.

O que sobrou? Algumas paredes dos quartos, o espaço onde ficavam os jardins internos (um deles ainda com o canteiro central) e algumas fundações das colunas laterais. Parte da fachada de frente para o Circo Massimo ainda está lá

 

4. Domus Flavia – Era o edifico anexo da Domus Augustana, que servia para atividades públicas. Construído também a mando do Imperador Domiciano (que era da família dos Flavius, daí o nome). Continha um pátio interno, com um labirinto de formato octogonal no centro, e salas ao redor, que tinham funções públicas:

• a Basílica (provavelmente onde o Conselho do Imperador decidiam questões políticas);

• o Lararium (uma espécie de quartel da guarda pessoal do Imperador);

• a Aula Regia (onde o Imperador dava audiências e recebia homenagens);

• a Coenatio lovis (a sala de jantar);

• o Triclinium (a sala onde os convidados se deitavam em divãs, para saborear o banquete).

O que sobrou? As fundações do labirinto octogonal do pátio central, com alguns fragmentos do piso original e algumas bases de colunas. Podemos ver também os espaços onde estavam as salas ao redor e partes da sala de jantar, com suas fontes ovais (uma delas praticamente intacta).

 

Nesta área, você encontrará um palacete “perdido” no meio das ruínas É um Museu, que expõe peças encontradas nas escavações deste sítio arqueológico. A entrada é franca pra quem tiver visitando o Palatino.

 

5. Casa de Augusto – Era a residência privada do Imperador Augusto. Foi o primeiro palácio imperial do Palatino. Fazia parte do complexo de seu palácio privado: o Templo de Apolo (deus que Augusto considerava seu “pai divino”) e a Casa de Lívia (embora haja controvérsias quanto a esta). A residência possuía 2 pátios centrais e vários aposentos ao redor deles. Há relatos de que teria se incendiado no ano 3 e depois, reconstruída.

O que sobrou? Um dos pátios centrais (que está entre ela e a Casa de Lívia) e alguns aposentos, ainda com as pinturas originais, de cores bem vivas e datadas de 30 a.C. Do Templo de Apolo, apenas sobrou o pedestal onde estava e parte da escadaria de acesso.

A entrada na Casa é aberta ao público somente em alguns dias da semana e com um horário pré-estabelecido. A entrada é franca para quem estiver visitando o Palatino.

 

6. Casa de Lívia – É a residência que fica ao lado da Casa de Augusto, e que ainda gera controvérsias entre os arqueólogos. A hipótese mais aceita é de que seria um anexo da residência do Imperador e que pertencia a sua esposa, Lívia.

Provavelmente era uma casa patrícia na era republicana (suas paredes datam de 75 a 50 a.C.) que foi restaurada quando o Imperador adquiriu as residências do entorno para construir a sua própria casa. O edifício está todo construído numa encosta e ainda preserva vários dos aposentos originais da época, bem como o pátio central.

O que sobrou? Bastante coisa. Vemos um edifício semienterrado, ainda preservando vários dos aposentos originais, bem como o pátio central. Dá pra ver um pouco do interior através das janelas de vidro que há na casa.

 

7. Cabana de Rômulo – Segundo a lenda, Rômulo teria fundado uma cidade quadrada, em cima do Monte Palatino, por volta de 753 a.C., a qual chamou de Roma. Ao lado da Casa de Augusto, foram achados os restos de três cabanas datadas da Idade do Ferro, que seria em torno do século 8 a.C. – justamente a época em que acredita-se que Rômulo teria fundado Roma. Também acharam os restos de uma muralha que parecia ter sido quadrada. Seria a lenda verdadeira? Baseado nesse achado, acredita-se que aquelas fundações poderiam ter sido a casa do fundador de Roma. Mais recentemente, um arqueólogo afirmou ter encontrado, embaixo da área onde está a Cabana de Rômulo e a Casa de Augusto, uma gruta, que teria sido a mesma que a loba teria amamentado e criado Rômulo e Remo.

O que sobrou? Somente as fundações das 3 cabanas, bem como alguns furos no chão onde ficavam os pilares que sustentavam o teto. Tudo está protegido, hoje em dia, por uma cobertura.

 

8. Templo de Magna Mater - Foi um templo dedicado à Cibele (ou Magna Mater), deusa do ciclo “vida-morte-renascimento”. O terror causado pelas Guerras Púnicas (por volta de 200 a.C.), com invasões e ataques de exércitos estrangeiros, além das contínuas chuvas, fez com que Roma entrasse em crise. Segundo a crença da época, para reverter isso, seria necessário construir um templo em homenagem à deusa Magna Mater. O Senado, na ocasião, mandou buscar no santuário da deusa na Ásia Menor, uma pedra negra que a simbolizava, para colocar no templo. Crendice ou não, fato é que o objetivo deles foi alcançado: Roma venceu a guerra e se reergueu. O templo tinha o mesmo aspecto de tantos outros de Roma: era um edifício localizado num pedestal e envolto por uma colunata.

O que sobrou? Somente o pedestal onde ele ficava.

 

9. Criptopórtico de Nero – Um criptopórtico era um grande corredor coberto, geralmente provido de claraboias, que podia estar tanto no subterrâneo quanto ao nível do solo. Geralmente servia para sustentar a estrutura de um edifício, nivelando-o em um terreno inclinado. Mas também era utilizado como um corredor de serviço. A Domus Transitoria, o antigo palácio do Imperador Nero que ficava no Palatino, possuía um criptopórtico, que ligava sua residência à vizinha, Domus Tiberiana.

O que sobrou? A domus de Nero não existe mais, porém o criptopórtico está lá, firme e forte. Possui paredes com figuras bastante elaboradas.

 

10. Domus Tiberiana – Foi o maior palácio do Palatino. Construído a mando do Imperador Tibério, enteado e sucessor do Imperador Augusto. Tinham vários aposentos, todos situados ao redor de um jardim central, chamado Peristillo. Vários imperadores de Roma fizeram modificações neste palácio. Calígula, o sucessor de Tibério, ampliou o edifício em direção ao Fórum Romano, inclusive utilizando o Templo de Castor e Pollux como entrada. Nero também fez algumas ampliações, principalmente após o grande incêndio de 64. Domiciano e Adriano também deram suas contribuições. Após a queda do Império Romano, o edifício virou moradia de membros ligados à Igreja e, por isso, sobreviveu até o século X. Depois disso, acabou seguindo o destino do restante dos edifícios do Palatino: foi abandonado e começou a ser depredado. Em 1542, o Cardeal Alessandro Farnese adquiriu as ruínas da Domus Tiberiana e mandou construir os Jardins Farnese, considerado o primeiro jardim botânico da Europa. Isso acabou de soterrar os vestígios do belo palácio de outrora. Na época do Renascimento, houve nova depredação. Os Bourbons se tornaram os novos proprietários da casa e, devido ao interesse por obras de arte na época, tiraram os últimos vestígios que ali havia e levaram para o Museu de Nápoles.

O que sobrou? Os resquícios do Peristillo e várias salas que pertencem à espetacular fachada que está de frente para o Fórum Romano.

 

Descendo da Domus Tiberiana em direção ao Fórum está a via conhecida como Clivus Victoriae. Nela, é possível ver várias destas salas da fachada, todas recobertas por tijolos. Datam de várias épocas (de vários Imperadores).

 

Quanto custa: o ingresso para o Coliseu, Fórum Romano e Palatino custa 12 Euros, mas está incluído no Roma Pass.

Como chegar: Piazza del Colosseo, linha B do metrô, estação Colosseo.

 

Saindo do complexo Coliseu-Fórum Romano-Palatino, voltamos no bar que fica na saída do metrô na estação Coliseu. Comemos a mesma salada (era realmente muito boa!) e tomamos um sorvete. Aliás, massa e sorvete estão por toda a Roma!

 

Continuamos nosso passeio, seguindo pela Vie de Fori Imperiali, próxima parada: o imponente Monumento Nazionale a Vittorio Emanuele II, conhecido também como Vittoriano, inaugurado em 1911 e concluído somente em 1935. O objetivo era homenagear o primeiro rei da Itália unificada.

Feito de puro mármore, tem uma majestosa escadaria, colunas e uma enorme estátua equestre de Vittorio Emanuele. A estrutura tem 135 metros de largura e 70 metros de altura.

Um elevador panorâmico leva até o teto do monumento, de onde a vista é simplesmente imperdível!

Quanto custa: o ingresso para o elevador custa 7 Euros.

Como chegar: fica na Piazza Venezia e você pode pegar um ônibus para chegar lá (parada Piazza Venezia).

 

Depois fomos para a Basílica San Pietro in Vincoli (São Pedro Acorrentado), que pode passar desapercebida, pela simplicidade de sua fachada. Ela é famosa pela presença de outra das principais obras de Michelangelo: o Moisés.

A Igreja foi construída a pedido da imperatriz romana Licínia Eudóxia no ano de 442, para guardar as correntes que prenderam o apóstolo Pedro em Jerusalém e em Roma, por isso o nome San Pietro in Vincoli. Segundo a lenda, quando o Papa Leão I as aproximou para compará-las, as correntes se uniram de maneira inseparável. Elas ficam no altar da sacristia e podem ser visitadas.

Em 1505 o Papa Júlio II encomendou a Michelangelo a sua monumental sepultura na Basílica de São Pedro. O desenho original era constituído por mais de 40 estátuas, tarefa que implicou em uma estadia de oito meses de Michelangelo em Carrara, escolhendo peças de mármore na cava. Quando o Papa morreu em 1513, Michelangelo tinha terminado somente o Moisés e alguns Escravos Agonizantes, sendo que os últimos se encontram hoje em Florença e em Paris. Seus planos mirabolantes não deram certo, e seu túmulo fica à direita de quem entra, na ala lateral em San Pietro inVincoli, adornado pelo Moisés.

Os chifres esculpidos em Moisés se devem a um erro de tradução do aramaico. Conta-se que após terminar de esculpir a estátua de Moisés, Michelangelo passou por um momento de alucinação diante da beleza da escultura. Bateu com um martelo na estátua e começou a gritar: Porque não falas? (Perché non parli?).

Michelangelo trabalhou neste túmulo por quase 40 anos com desentendimentos contínuos com o Papa Júlio II. Michelangelo não hesitou em referir-se a este projeto como a “tragédia da sepultura”, que até os últimos dias de sua vida lhe rendeu muitas acusações, tormentos e remorso.

Na igreja também está o mosaico com a única representação de São Sebastião já ancião. O afresco no teto é de Giovanni Battista Parodi e representa o "Milagre das correntes do apóstolo Pedro".

Quanto custa: entrada gratuita.

Como chegar: linhas de ônibus 11, 27 e 81. De metrô, Linha B, estação Cavour.

 

À noite fomos jantar num restaurante sugerido pela Lorela, nossa anfitriã: o Trattoria Vecchia Roma. Via Ferruccio, 12b/c, 00185 Roma. Pudemos saborear uma legítima massa italiana! Com preço justo. Foi ótimo!

 Gastos do dia:

14,00 Euros – Elevador Vittoriano

10,00 Euros – Lembrancinhas

63,30 Euros – Alimentação

 

4º. DIA: BASÍLICA E PIAZZA DE SÃO PEDRO, PIAZZA NAVONA, PIAZZA DELLA ROTONDA, PANTEÃO, BASÍLICA SANTA MARIA SOPRA MINERVA, BOCA DELLA VERITÁ, BASÍLICA SAN GIOVANNI IN LATERANO

 

Havíamos deixado o dia de hoje livre, e ainda bem, pois não conseguimos ver algumas das atrações que havíamos previsto para os dias anteriores!

Começamos pelo Vaticano. A Piazza e a Basílica de São Pedro estavam bem mais tranquilas hoje!

A Basílica de São Pedro é a maior igreja do catolicismo, podendo abrigar cerca de 60.000 pessoas de uma só vez. Foi construída sobre o local onde foi enterrado São Pedro. A entrada na Basílica é emocionante!

Destaques:

- Portas de bronze – são cinco, decoradas com relevos bíblicos do século 15. A da extrema direita é a Porta Santa, aberta pelo Papa apenas nos anos santos (a cada 25 anos, segundo a tradição). A porta central é dupla, e se destaca pelos 6 painéis em relevo, agrupados em pares. Os superiores retratam Jesus Cristo e Virgem Maria; os centrais retratam São Paulo e São Pedro (com o Papa Eugenio IV ajoelhado a sua frente, recebendo as chaves do céu); e os inferiores, o martírio dos 2 apóstolos.

- Pietà – localizada logo na primeira capela à direita de quem está entrando na Basílica. Esculpida por Michelangelo em 1499, ela retrata a Virgem Maria segurando o corpo de Jesus Cristo morto após a crucificação. É a única obra assinada pelo artista, que tinha apenas 23 anos na época. Tudo porque, segundo a lenda, associaram a autoria da peça a outro escultor, o que o teria enfurecido e feito com que talhasse seu nome na estátua.

- Capela de João Paulo II – nas laterais da Basílica, existem várias capelas, onde ocorrem missas frequentes. Uma delas, localizada à direita de quem entra, um pouco depois da Pietà, está a que é dedicada a João Paulo II. No altar está o túmulo do carismático Papa, indicado para canonização em 2011.

- Estátua de São Pedro – está perto do altar principal, também à direita de quem entra. Toda em bronze, foi esculpida no século 13. Retrata São Pedro sentado em sua cadeira, segurando as 2 chaves do céu na mão esquerda e fazendo o gesto de benção (à moda antiga) com a mão direita. Reza a lenda que, ao passar a mão no pé do santo, a pessoa recebe bênçãos.

- Altar Papal – localizado bem em cima do suposto túmulo de São Pedro e embaixo da cúpula principal. Criado por Bernini, é uma espécie de dossel de 30 metros de altura, com 4 colunas retorcidas de bronze e detalhes dourados, que sustentam o Baldaquino, com um globo e uma cruz no alto. Uma curiosidade: o bronze obtido veio, dentre outras fontes, do derretimento de peças do Pantheon de Roma.

- Estátuas ao redor do Altar Papal – localizadas em nichos ao redor do altar principal, elas retratam santos do Catolicismo ligados à Paixão de Cristo. Começando pela que está perto da estátua de São Pedro e seguindo em sentido anti-horário, vemos:

• São Longuinho era um soldado romano com problemas visuais que, ao furar o flanco de Jesus para saber se ele tinha morrido, recebeu um respingo de sangue em seu olho doente, sendo milagrosamente curado logo depois. Acabou se convertendo ao Catolicismo.

• Santa Helena era a mãe do imperador romano Constantino I. Ficou famosa por ter trazido relíquias da Paixão de Cristo a Roma, como fragmentos da cruz de Jesus, entre outros.

• Santa Verônica era uma mulher que, comovida com o sofrimento de Jesus ao carregar a cruz, tirou o seu próprio véu e deu a ele para que pudesse enxugar o rosto. Jesus aceitou, usou e devolveu o véu, que ficou com seu rosto impresso nele.

• Santo André, um dos apóstolos, foi crucificado como Jesus, mas em uma cruz de formato diferente (como um “x”), pois ele se julgava indigno de ser morto numa cruz semelhante ao do seu mestre.

- Cadeira de São Pedro (Cathedra Petri) – localizada ao fundo da Basílica. Criada por Bernini, é um relicário monumental que contém uma cadeira datada do início da era cristã, sustentada por 4 santos da Igreja e iluminada por raios dourados e a figura de uma pomba.

- Cúpula de Michelangelo – concluída em 1590 (após a morte do artista), é enorme: tem 136 metros de altura e 42 metros de diâmetro. Internamente é toda decorada com mosaicos, retratando Cristo, santos, apóstolos e papas. É possível subir até lá, após encarar 551 degraus - ou poupar 225 deles pelo elevador. A vista, da altura das estátuas de Bernini (até onde o elevador vai), vale o passeio, mas não é o mesmo que chegar ao topo do Vaticano; ali também é a última chance de encher as garrafinhas de água ou usar os banheiros. Quem opta pela subida completa tem uma vista fantástica de Roma, de onde se pode ver toda a Piazza São Pedro, o castelo Sant’Ângelo, a Piazza Venezia ao longe e tudo o que está ao entorno na região. A subida é bem difícil; a escada é estreita, e comporta uma pessoa por vez.

- Grutas – situada no subsolo (cujo acesso pode ser tanto pela lateral da Basílica quanto pelo interior, próximo à estátua de Santo André), é um vasto cemitério subterrâneo que contem túmulos de dezenas de Papas e outras pessoas importantes para a Igreja. Apesar do contexto fúnebre, o ambiente é sereno: bastante iluminado e com um canto gregoriano tocando ao fundo, bem baixinho.

Quanto custa: a entrada gratuita. A subida até a cúpula custa 6 Euros (escadas) e 7 Euros (elevadores). O audioguia custa 5 Euros.

Como chegar: de metrô, linha A, sentido Battistini, estação Ottaviano - S. Pietro.

 

A Piazza de São Pedro está à frente da Basílica de São Pedro. Seu formato atual foi projetado por Bernini em 1656 e contempla 284 colunas dóricas que adornam a entrada para a Basílica.

No centro da Praça está um obelisco do Antigo Egito, datado do século I, instalado ali em 1586, com mais de 40 metros de altura e com uma cruz no topo, que simboliza o triunfo da Santa Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre o mundo inteiro. Diz-se que as cinzas de César descansam na sua base.

140 Estátuas de santos e mártires, papas e fundadores de ordens religiosas, saúdam os peregrinos juntamente com a balaustrada das colunas, que tem 17 metros de largura. O brasão e as inscrições evocam o Papa Alexandre VII, que encomendou a obra. A ideia que preside o conjunto da praça e da Basílica de São Pedro é a representação de uma chave.

Nessa praça são realizadas as principais celebrações católicas para os fieis, como as missas mais importantes do ano. É através do balcão que está de frente para a praça que o papa se comunica com o mundo.

Como chegar: de Metrô, Linha A (vermelha), Estação Ottaviano-San Pietro. De ônibus, linhas 23, 40, 49, 64, 81. Ou de bonde elétrico: 19 – Estação Risorgimento - San Pietro.

 

Saímos do Vaticano rumo a Piazza Navona. No caminho havia vários restaurantes bem convidativos! Escolhemos o Fatto in Casa (Via del Governo Vecchio, 125, 00186 Roma) para, mais uma vez, saborearmos uma massa italiana. Eu escolhi uma lasanha e meu marido um bucatini a matriciana, acompanhados de cerveja. Uma delícia!!!

 

Chegando na Piazza Navona fomos surpreendidos com tamanha beleza, e descobrimos porque ela tem a fama de mais bonita da cidade (ainda mais bonita que a Piazza di Spagna!). Lá estão três fontes: no centro, Fontana Dei Quattro Fiumi (Fonte dos Quatro Rios, de Bernini, que representa os maiores rios do mundo conhecidos na época: Nilo na África, Danúbio na Europa, Ganges na Ásia e Prata nas Américas), cenário do filme ‘Anjos e Demônios’. A Fontana Del Moro (Fonte do Mouro, de Giacomo della Porta e retocada por Bernini) ao sul, e a Fontana Del Nettuno (Fonte de Netuno, de Gregory Zappala e Antonio Della Bitta), ao norte. A praça é também o endereço da Embaixada Brasileira, que fica no Palácio Pamphili.

Muitos pintores, designers e artistas de rua ficam por ali expondo seus trabalhos.

Como chegar: de ônibus, linhas 62, 64 e 492.

 

De lá seguimos para a Piazza della Rotonda, com a Fontana del Pantheon e o obelisco (trazido do antigo Egito) ao centro. A praça também é o endereço do Panteão, templo de todos os deuses ou, mais especificamente, das divindades planetárias que, em número de sete, justificam os nichos com altares existentes no interior. Esse imponente monumento arquitetônico clássico resistiu não só ao tempo, mas também às várias transformações sofridas ao longo do tempo (em 609, por exemplo, o local passou a ser uma igreja cristã, visando sua preservação). No local repousam os corpos de personalidades como o pintor Raffael e o primeiro rei da Itália, Vittorio Emanuele II.

O grande destaque é cúpula (rotonda), arrematada por um engenhoso óculo que permite a entrada de luz natural (e de chuva também, diga-se de passagem). A água que entra, aliás, é escoada por um não menos sutil sistema de drenagem.

O belo piso do templo é quase todo original. Todas as dezesseis colunas de granito que caracterizam o ingresso do Panteão foram trazidas do Egito. Cada uma mede 15 metros de altura. É o único edifício da época greco-romana em perfeito estado de conservação.

Quanto custa: entrada gratuita.

Como chegar: de ônibus, linha 116.

 

Mais uma breve caminhada e chegamos à nossa próxima atração: a Basílica Santa Maria Sopra Minerva. Está localizada na Piazza della Minerva, onde há uma estátua de um elefante, símbolo do intelecto e da sabedoria. Este elefante esculpido por Ercole Ferrata, segundo desenho de Bernini, ganhou em 1667 um obelisco.

A capela mais famosa é a Carafa, no final do transepto direito, devido aos afrescos de Filippino Lippi. É uma das mais belas decorações de capela em toda Roma

Nesta igreja também está uma famosa obra de arte: a escultura "Ascensão de Cristo", que foi iniciada por Michelangelo e concluída em 1521 por Raffaele da Montelupo. Esta escultura mostra Jesus em pé, nu e sem feridas. O pano que o cobre foi uma adição tardia.

Quanto custa: entrada gratuita.

Como chegar: Piazza della Minerva, 42.

 

De lá, continuamos nossa caminhada até a Igreja Santa Maria in Cosmedin, na Piazza della Boca della Veritá, que foi erguida no século 4 sobre os restos de algumas construções romanas. A igreja é bem simples, e a grande atração na verdade é a grande máscara circular de pedra, chamada Boca della Veritá, que ficou famosa pelo filme ‘A Princesa e o Plebeu’, com Audrey Hepburn. Segundo a lenda, ela morde a mão de quem ali contar uma mentira!

Não se sabe ao certo sua origem, mas muitos acreditam que era uma tampa de esgoto decorativa!

Quanto custa: entrada gratuita.

Como chegar: de metrô, linha B, parada Circo Massimo.

 

A última atração do dia, mas não menos importante, foi a Basílica San Giovanni in Laterano. Dessa vez pegamos o metrô na Estação Circo Massimo (Linha B sentido Laurentina – Rebibbia) trocamos de trem na Estação Termini (linha A – sentido Battistini – Anagnina) e descemos na estação San Giovanni. Construída entre 311 e 314, essa Basílica é a igreja mais antiga do mundo. É a Catedral da Diocese de Roma, considerada a “mãe de todas as igrejas”, e o Papa realiza missas frequentemente lá. Sua fachada atual é bem parecida com a Basílica de São Pedro e o seu interior é belíssimo. Todos os papas foram entronados ali até o século XIX.

A Igreja de San Giovanni in Laterano é uma das quatro Basílicas Papais (consideradas as mais importantes igrejas do catolicismo em Roma). As outras são a de São Pedro, de São Paulo Extramuros e Santa Maria Maggiore. Diz-se que todas possuem a chamada indulgência plenária: quando se entra nelas, os seus pecados são zerados pela energia e pela a fé.

Quanto custa: entrada gratuita.

Como chegar: de Metrô, linha A, sentido Anagnina, estação San Giovanni.

 

Jantamos uma pizza próximo ao nosso hotel, no La Cuccuma (Pizzeria La Cuccuma, Via Merulana, 221), e, arrumando nossas malas para o próximo destino, descobrimos que nosso voo previsto para a manhã seguinte havia sido cancelado, por conta de um incêndio no aeroporto de Fiumicino! Depois de muito pesquisar e de inúmeras tentativas frustradas, conseguimos finalmente comprar outro voo!

O plano inicial era chegar a Atenas 14:40h, e com este imprevisto, o novo voo tinha a chegada prevista para 00:45h. Perdemos uma tarde, mas ficamos aliviados em resolvermos o problema!

 

 Gastos do dia:

14,00 Euros – Elevador para a Cúpula da Basílica de São Pedro

9,50 Euros – Lembrancinhas

53,00 Euros – Alimentação

 

5º. DIA: GALLERIA DORIA PAMPHILJ, VIAGEM PARA ATENAS

 

Deixamos as malas na estação ferroviária Roma Termini, e resolvemos aproveitar o tempo livre com a mudança do voo para conhecer um museu. Nossa intenção era de ir na Galleria Borghese, o que não foi possível devido a necessidade de agendamento pela internet com antecedência.

Fomos, então, na Galleria Doria Pamphilj, que fica no Palazzo Doria Pamphilj. O Palazzo e a galeria são ainda de propriedade da família Doria Pamphilj e continua sendo sua residência. Toda a visita é guiada por um audioguia (italiano, inglês e francês) que já está incluso no preço do bilhete.

A galeria conta com uma das maiores coleções privadas de Roma, com pinturas de importantes artistas da história da arte como Caravaggio, Brueghel, Velazquez, Guercino, Tiziano, Rafael, entre outros. Uma das pinturas mais famosas e importantes é o retrato de Inocêncio X feito por Velazquez. Outras obras:

- Memling, Lamentação sobre o Cristo Morto (1480);

- Rafael, Retrato Duplo (1516);

- Ticiano, Salomé com a Cabeça de São João Batista (1515);

- Caravaggio, Descanso na Fuga para o Egito e Penitente Madalena (1595);

- Alessandro Algardi, retrato de Maidalchini Olimpia Pamphili (escultura de mármore).

Uma das famosas galerias do palácio é o Salão dos Espelhos, cujas paredes são decoradas com grandes espelhos trazidos de Veneza, com a dificuldade que isso implicava na época.

Quanto custa: o ingresso custa 11 Euros com audioguia incluso.

Como chegar: Via del Corso, 305 (metro mais próximo Barberini/Fontana di Trevi).

 

Depois de visitar a galeria, voltamos para Termini, pegamos as malas e fomos de trem para o aeroporto. Chegamos com antecedência e esperamos nosso voo por algumas horas, com medo de que fosse novamente cancelado. Deu tudo certo!

 

 Gastos do dia:

3,00 Euros – Metrô até Termini

12,00 Euros – Malas em Termini

22,00 Euros – Galleria Doria Pamphilj

28,00 Euros – Trem para o aeroporto

33,50 Euros – Alimentação

15,00 Euros – Ônibus e metrô na chegada em Atenas

 

B) ATENAS (DE 09 A 12/05)

 

 Dicas de ouro: City Maps 2Go no celular é sucesso, gente! Comece o seu passeio na capital grega pelo Museu Arqueológico Nacional para conhecer a história da Grécia antiga, e depois ver os demais monumentos (ou o que sobrou deles). Fizemos praticamente todos os passeios caminhando.

 

6º. DIA: MUSEU ARQUEOLÓGICO NACIONAL, ÁGORA ROMANA, ACRÓPOLE, MONTE AEROPAGO, ÁGORA ANTIGA, PLAKA, PRAÇA DE MONASTIRAKI

 

Começamos o nosso dia tomando o café da manhã próximo ao hotel, na Beneth Bakery, cafeteria no estilo Starbucks, e depois caminhamos até o Museu Arqueológico Nacional.

Ficamos um pouco assustados com a cidade, que demonstrava sinais evidentes da crise. Vários prédios fechados, parecendo abandonados, muitos grafites nas paredes, sujeira nas ruas e muitos ambulantes. Talvez a nossa impressão tenha sido um pouco pior pelo fato de ser domingo e o comércio estar fechado, mas o fato é que não há como negar a crise.

Em relação ao museu, é um dos mais importantes do mundo dedicados à arte grega antiga. É uma ótima alternativa para começar o passeio pela capital, e assim conhecer a história da Grécia antiga.

Quanto custa: 7 Euros por pessoa.

Como chegar: de metrô, estação Victoria.

 

Antes de continuar desbravando a capital grega, fizemos uma pausa para uma salada grega, no restaurante que fica na frente do museu. Uma delícia!

 

Seguimos caminhando, e passamos pela Ágora Romana, que estava fechada. Era um prédio comercial composto por um grande pátio aberto, onde havia passarelas cobertas, lojas, entre outros espaços. Sua construção começou durante o domínio romano, pelo imperador Augusto, por volta de 19 a. C. Mesmo de fora, vimos as ruínas, e como tínhamos pouco tempo em Atenas (que foi reduzido ainda mais com o cancelamento do nosso voo inicial), optamos por não voltar lá.

 

Continuamos nossa caminhada até a Acrópole, onde os principais monumentos resistem a 2.500 anos de uma história conturbada. Foi construída entre 450 a 330 a.C., e na Grécia antiga era um distrito de defesa que também reunia os principais prédios administrativos e religiosos da cidade. É considerada o complexo patrimonial antigo mais importante de toda a cultura ocidental.

O sítio arqueológico possui quatro obras da arte grega clássica: o Parthenon, o Propileu, o Erecteion e o templo de Atena Nike:

- Parthenon, principal monumento da civilização clássica grega, dedicado à deusa Atena. Foi construído em mármore sob o governo de Péricles, entre 447 e 438 a.C. Posteriormente foi convertido a igreja cristã do período bizantino, transformando-se, depois, em mesquita muçulmana. Em 1687, os turcos utilizaram o Parthenon como depósito de pólvora quando Atenas foi cercada pelos venezianos. Uma explosão destruiu grande parte do Parthenon, até então razoavelmente preservado. Abrigava a estátua de Atenas Parthenos esculpida por Fídias. Boa parte dos mármores de seus frisos e frontão está no Museu Britânico de Londres e sua recuperação é motivo de grande animosidade entre os governos de Reino Unido e Grécia.

- Erectéion, é o templo dedicado à deusa Atena e a Poseidon-Erecteu e foi construído entre 421 e 406 a.C. Lá estão réplicas das cariátides (colunas em forma de estátuas); uma está no Museu Britânico, em Londres, e as outras quatro estarão expostas no Novo Museu da Acrópole.

- Templo de Atenas Nike, dedicado à deusa da vitória.

Vários templos estão em restauração, e não há muita informação disponível. O terreno é irregular e venta muito, o que não refresca o calor.

Adjacente à colina do Parthenon estão dois anfiteatros, o Odeon de Herodes Ático e o Teatro de Dioniso.

 

Depois de ver de perto os incríveis monumentos que estudamos nos livros de história, e de ficar imaginando como era a vida na Grécia antiga, passamos no Monte Aeropago, que fica aos pés da Acrópole. É um dos mirantes de Atenas, de onde se tem uma bela vista!

 

Na sequência, seguimos para a Ágora Antiga, que era o centro político e religioso da Atenas Antiga. Suas construções começaram a ser encontradas na década de 1930, quando a escola americana de arqueologia deu início às escavações na região. A Ágora Antiga encontra-se próximo a Acrópole, descendo a colina, e concentra ruínas de templos e edifícios públicos importantes.

O que nós achamos mais interessante é Templo de Hefesto, o templo grego mais bem conservado do mundo. Tem todas as colunas intactas e o teto original está praticamente intocado. A conservação do templo aconteceu principalmente por ter sido convertido em uma igreja cristã no Século VII. Durante os séculos do Império Otomano na Grécia, foi a principal igreja Ortodoxa em Atenas.

A Stoa de Átalo foi construída pelo rei Átalo de Pergamon, que reinou entre 159 e 138 a.C., e o prédio funcionava como centro comercial. O edifício foi muito usado até sua destruição pelos hérulos em 267. Na década de 1950 foi completa e fielmente restaurada e transformada no Museu da Antiga Ágora. Passamos por ele, mas não entramos.

A Igreja dos Santos Apóstolos também está no complexo, e foi construída por volta dos anos 1000. Durante as escavações, várias igrejas foram removidas da região. Esta é a única que foi preservada.

Os demais prédios estão muito danificados, e em alguns casos o que restou são apenas algumas pedras. Se na Acrópole não há muita informação, na Ágora Antiga há quase nenhuma.

A Estrada Panatenaica corta a Ágora e vai em direção à Acrópole.

Quanto custa: O ingresso custa 12 Euros, vale por 4 dias, e permite a entrada na Acrópole, Ágora de Atenas, Ágora Romana, Museu Arqueológico de Kerameikos, Biblioteca de Adriano, Cemitério de Kerameikos, Museu da Antiga Ágora, Templo de Zeus Olímpico.

Como chegar: linha 2 do metrô e descer na estação Acrópole. Os ônibus 040, 230, 106, 126, 134 e 135 também dão acesso ao local.

 

 

Depois de tanta História, fomos jantar num dos simpáticos barzinhos de Plaka, com uma vista incrível para a Acrópole. Ficamos fãs de tzaziki (uma salada grega com pepino e iogurte) e kebab. Muito bom!

Plaka é a parte mais antiga da cidade, onde está o comércio tradicional, e que não pode deixar de ser visitado. É um conjunto de prédios, sobrados e casarões, alguns residenciais, outros comerciais, vendendo produtos locais e curiosidades, além de diversos restaurantes e bares com pratos típicos. A rua principal do comércio é a Adrianou e inclusive nesta região também é possível encontrar diversas lojas com muitos objetos em prata com bons preços.

 

No caminho de volta para o hotel passamos pela Praça de Monastiraki. Estava cheia de gente, com várias lojinhas vendendo souvenires, restaurantes e uma atmosfera incrível.

 

 Gastos do dia:

14,00 Euros – Museu Arqueológico de Nacional

24,00 Euros – Ingresso válido para Acrópole, Ágora de Atenas, Ágora Romana, Museu Arqueológico de Kerameikos, Biblioteca de Adriano, Cemitério de Kerameikos, Museu da Antiga Ágora, Templo de Zeus Olímpico.

50,50 Euros – Alimentação

 

7º. DIA: PRAÇA SYNTAGMA, TROCA DE GUARDA, TEMPLO DE ZEUS OLÍMPICO, PORTA DE ADRIANO, ESTÁDIO PANATENAICO, JARDINS NACIONAIS

 

Começamos nosso dia tomando o café da manhã no Starbucks, e fomos caminhando até a Praça Syntagma assistir a troca de guarda, que ocorre de hora em hora em frente ao Parlamento grego. Seus movimentos são feitos vagarosamente, como se estivessem em câmera lenta, e de forma sincronizada! A farda é composta por tamancos ornados com pompons na ponta, uma calça justa coberta por uma saia, além de colete e uma boina vermelha. Vale a pena assistir!

 

Depois fomos visitar o Templo de Zeus Olímpico, que começou a ser construído em 515 a.C. por Psístratos e só foi completado no ano de 131, por Adriano. Também era conhecido como Olympeion, o maior templo da Antiguidade. Das 104 colunas coríntias, restaram apenas 16. São 17 metros de altura e diâmetro de base de 1,7 metros. .

Para homenagear Adriano após a conclusão do templo, os atenienses construíram a Porta de Adriano, que está ao lado do Templo de Zeus Olímpico.

Quanto custa: O ingresso custa 12 Euros, vale por 4 dias, e permite a entrada na Acrópole, Ágora de Atenas, Ágora Romana, Museu Arqueológico de Kerameikos, Biblioteca de Adriano, Cemitério de Kerameikos, Museu da Antiga Ágora, Templo de Zeus Olímpico.

 

A próxima atração foi o Estádio Panatenaico, também chamado Kallimarmaron, que relembra os tempos dos Jogos Olímpicos da antiguidade. Toda revestida em mármore, a arena de atletismo tem capacidade para receber 60 mil pessoas. Finalizado em 566 a.C., passou por uma longa reforma para a realização da primeira Olimpíada da era moderna, em 1896. Visitamos apenas externamente, não entramos.

Quanto custa: os ingressos custam 3 Euros. Tours em áudio também estão disponíveis em vários idiomas, inclusive em português.

Como chegar: linha 3 do metrô, na estação Evangelismos.

 

Voltamos caminhando pelos Jardins Nacionais, que tem uma área de 160.000 m² de superfície e mais de 500 tipos diferentes plantas, até a Praça de Monastiraki, onde fizemos mais uma refeição deliciosa na Taverna Sigalas. Esta taverna funciona desde 1879!

 

Passeamos pelo mercado de pulgas, que fica bem próximo à praça. Trata-se de uma grande área com ruas estreitas e repletas de pequenas lojas que oferecem diversos itens.

 

 Gastos do dia:

24,60 Euros – Lembrancinhas

32,85 Euros – Alimentação

 

C) SANTORINI (DE 12 A 16/05)

 

 Dicas de ouro: alugar um veículo é a melhor maneira de conhecer a ilha. Há várias empresas para locação de carros e quadriciclos, muito comuns por lá. Dirigir pela ilha é fácil, e o trânsito é tranquilo. O City Maps 2Go te ajuda a chegar em qualquer lugar. Nossa melhor refeição na ilha foi na Taverna Metaxy Mas; recomendamos! Assistir ao pôr do sol em Oia é obrigatório! Caso a opção seja fazê-lo do mirante, chegue cedo!

 

8º. DIA: VIAGEM PARA SANTORINI

 

Levantamos bem cedo, a intenção era ir de metrô até o porto pegar nosso Ferry, mas fomos pegos de surpresa por uma greve dos metroviários. Resultado: pegamos taxi até lá. O ferry era bem grande e lembrava muito um navio de cruzeiro. Gostamos da experiência, mas teria sido ainda mais agradável se o dia não estivesse nublado, chuvoso e frio. O melhor lugar para ficar durante a viagem é no sexto andar, na frente do ferry, de onde é possível ter uma bela vista das ilhas gregas durante toda a viagem.

O ferry fez uma parada rápida em três ilhas, Paros, Naxos e Ios, e a viagem foi bem longa (aproximadamente 8 horas). Chegamos em Santorini e não encontramos o transfer do hotel; contratamos o serviço oferecido por algumas empresas no porto.

O hotel é muito bonito, aconchegante e confortável. Fica em uma localização privilegiada em Akrotírion, com uma bela vista da caldeira do vulcão e da praia. Mesmo o tempo frio e nublado não ofuscou a beleza da ilha!

Começou uma chuva fina, e nem saímos do hotel. Fizemos uma refeição ali mesmo, e aproveitamos o fim do dia para descansar.

 

 Gastos do dia:

18,00 Euros – Táxi até o Porto de Piraeus

36,40 Euros – Alimentação

 

9º. DIA: PERISSA, KAMARI, MONOLITHOS, THIRA, OIA

 

Alugamos um carro para conhecer a ilha. A dona do hotel indicou a Axion (http://www.axion.gr), mas há muitas empresas que locam veículos. O único documento necessário para a locação foi a carteira de motorista. Meu marido havia feito especialmente para essa viagem a carteira de motorista internacional, mas esqueceu no Brasil; aceitaram a convencional sem problema algum.

 

Santorini fica no mar Egeu, costa leste da Grécia, a 200 quilômetros de Atenas e ao lado de Mikonos são as mais conhecidas das Ilhas Cíclades. Com população de aproximadamente 15.000 habitantes a ilha vive em função do turismo e da florescente indústria do vinho. Só para aumentar ainda mais o encanto do lugar, muitos acreditam que Santorini trata-se da antiga Atlântida, a cidade perdida.

 

No centro da ilha recortada em meia-lua está uma cratera que na verdade é a caldeira submersa de um vulcão, criada por uma série de erupções ocorridas no ano 1650 a.C.

 

Motorizados, nossa primeira parada foi em Perissa, onde há praia e um pequeno povoado. Percebemos que a praia é composta por pequenas pedras escuras (ao invés de areia), um pouco desconfortável para caminhar se estiver descalço. Estava um pouco frio – o suficiente para não me encorajar a entrar na água! – e fizemos apenas um passeio pela orla.

 

Em seguida fomos a Kamari, que foi a minha praia favorita em Santorini! Assim como Perissa, a praia também tem pedras escuras, mas a paisagem é bem bonita. Na orla há um calçadão com vários restaurantes, lojas e hotéis, todos convidativos. Em minha opinião, é a que tem a melhor infraestrutura em Santorini.

 

Saindo de lá, passamos em Monolithos, mas não encontramos nada interessante e seguimos para Thira, a capital, onde há muitas lojas e restaurantes pelas ruas irregulares no alto da ilha, além de uma bela vista da encosta.

 

Depois de passear por lá, seguimos para Oia, para assistir ao pôr do sol mais famoso da Grécia. Trata-se do vilarejo mais afastado, no norte da ilha, onde também não há praia, assim como Thira. Em compensação, a vista de ambas é incrível.

 

Fomos até o mirante nas ruínas de um antigo castelo, que é o ponto mais procurado para assistir ao pôr do sol. Nesta época do ano, o “evento” acontece entre 20:00 e 20:30h; chegamos pouco antes das 18:00h para garantir um bom lugar. Foi um bom negócio, pois ficamos admirando a beleza incrível da paisagem, enquanto chegava cada vez mais e mais gente.

 

E o pôr do sol faz jus a sua fama. Ele acontece no meio do mar, tendo a linda arquitetura típica das ilhas gregas como pano de fundo, com os penhascos e as casinhas brancas; pra completar, as embarcações compõem o cenário. Maravilhoso e inesquecível!

Voltamos ao hotel após jantarmos em um restaurante do vilarejo.

 

 Gastos do dia:

30,00 Euros – Combustível

58,50 Euros – Alimentação

10,20 Euros – Lembrancinhas

 

10º. DIA: RED BEACH, KAMARI E PASSEIO DE BARCO (NEA KAMENI E PALEA KAMENI)

 

Nosso primeiro destino foi a Red Beach. Imagino que o motivo do nome deve-se ao fato de que as pedras e o penhasco que a rodeia são avermelhados. O acesso é um pouco difícil, mas valeu a pena! É muito bonita – apesar de a água estar fria!

 

Depois fomos almoçar em Kamari. Gostamos muito do restaurante Perigiali (Παραλία Καμαρίου / Kamari Beach Santorini - Cyclades / Σαντορίνη, Κυκλάδες 847 00); além de a comida ser muito boa, o atendimento era muito atencioso e o garçom (um grego de origem romena) arranhava bem o português!

 

Voltamos para o hotel, pois compramos um passeio de barco “romântico” com o transfer a partir de lá. O barco era o Aphrodite Sailing Boat, e o passeio foi sugerido pela dona do hotel. Ao contrário do que imaginamos, era um passeio com muita gente, que não tinha nada de romântico. Mas... expectativas frustradas a parte, o passeio foi bom.

 

Saímos no início da tarde e desembarcamos na ilha de Nea Kameni, onde está a cratera do vulcão que deu origem a Santorini, para um passeio guiado. Logo na chegada é possível ver a diferença na coloração da água, devido a atividade vulcânica, que é evidenciada também pelo cheiro de enxofre. A subida até a cratera é um pouco cansativa, mas vale a pena. A paisagem é muito bonita! As rochas vulcânicas contrastam com o azul do mar, e ao fundo é possível ver as casinhas brancas de Thira e Oia.

 

Depois voltamos ao barco, e seguimos até a ilha vizinha Palea Kameni, onde há várias fontes quentes submersas na sua costa devido a atividade vulcânica. Uma ótima oportunidade para quem queria se banhar no Mar Egeu.

 

Depois foi servido um jantar no barco, e seguimos até próximo de Oia, de onde pudemos assistir novamente o belíssimo pôr do sol – desta vez, do mar.

 

Ao fim do passeio, fomos deixados no hotel.

 

 Gastos do dia:

34,25 Euros – Alimentação

120,00 Euros – Passeio de barco

 

11º. DIA: THIRA, KAMARI, KOUTSOYANNOPOULOS WINE MUSEUM, TAVERNA METAXY MAS

 

Começamos o dia fazendo um passeio em Thira, e depois fomos almoçar em Kamari, no nosso restaurante favorito: Perigiali. Fiquei apaixonada pelo souvlaki de frutos do mar!

 

Há várias vinícolas abertas à visitação e degustação, e a tarde fomos conhecer o Museu do Vinho, que fica na vinícola Koutsoyannopoulos. Depois da degustação, compramos algumas garrafas de vinho!

 

Escolhemos para o nosso último jantar na ilha a Taverna Metaxy Mas, um restaurante familiar muito bem conceituado. Além da vista linda, a comida é deliciosa e o atendimento super gentil e atencioso! Foi a nossa melhor refeição em Santorini. Recomendamos!

 

 Gastos do dia:

75,10 Euros – Alimentação

57,00 Euros – Vinhos e entrada no museu

 

D) MYKONOS (DE 16 A 19/05)

 

 Dicas de ouro: alugue um veículo! Assim como em Santorini, há várias empresas para locação. City Maps 2Go na mão, e prepara-se para deslumbrar-se com as paisagens da ilha! Assistir ao pôr do sol em Little Venice, almoçar no Kiki´s e conhecer as praias paradisíacas são programas imperdíveis! Ah, nem sinal da crise que assola Atenas em Santorini e Mikonos.

 

12º. DIA: VIAGEM PARA MYKONOS, PLATIS YALOS

 

No fim da manhã pegamos a “lancha rápida” para Mikonos. O barco era bem menor e a viagem foi mais rápida que a anterior – em torno de 2 horas e meia – mas ainda assim preferimos a primeira, considerando o conforto, a comodidade e o espaço.

 

Mikonos é animada, de vida noturna intensa e uma grande quantidade de bares e restaurantes, cheia de ruelas estreitas e casas brancas em forma de cubo. Logo que aportamos encontramos o transfer do hotel.

 

Depois de deixar as malas e descansar um pouco, saímos para jantar na Taverna Nikolas, sugerida pela simpática recepcionista do nosso hotel, e aproveitamos para dar um passeio na praia Platis Yalos. O restaurante era realmente ótimo! Simples, boa comida, bom atendimento e uma vista incrível!

 

 Gastos do dia:

90,00 Euros – Aluguel do carro em Santorini

45,00 Euros – Alimentação

 

13º. DIA: ORNOS BEACH, PSAROU, SUPER PARADISE, PARADISE, PARANGA BEACH, CHORA, LITTLE VENICE

 

E chegou a hora de conhecermos Mikonos!

 

Alugamos um quadriciclo por sugestão do dono da pousada. Ele mesmo indicou e ligou para a empresa. Assim como Santorini, é altamente recomendada a locação de um veículo, seja carro, moto ou quadriciclo.

 

A experiência com o quadriciclo foi boa, mas preferi o carro. Em minha opinião, as duas vantagens do quadriciclo são o preço (e isso inclui o combustível também, já que consome bem menos) e a facilidade para estacionar (acredite... isso pode ser bem complicado no centro, próximo a Chora). O problema é que ele é beeem lento (pelo menos o que locamos, que era o básico: chegava no máximo a 43km/h – na descida) e desconfortável, já que estava um ventinho frio.

 

Motorizados, nosso primeiro destino foi o Kuzina, em Ornos Beach, para o café da manhã. O lugar é lindíssimo, parece cenário de novela, mas não gostamos, pois o atendimento foi péssimo e o preço, caríssimo.

 

Seguimos para as praias de Psarou, Super Paradise (onde o Moacyr se arriscou a tomar um banho no mar gelado) e Paradise, sendo que almoçamos nesta última, no Tropicana. Todas elas são paradisíacas, com o mar inacreditavelmente azul, paisagens incríveis e muita gente linda! Aliás, só gente linda!

 

O Tropicana é um restaurante enorme, super bacana, com uma estrutura bem legal. As praias, em geral, são caras e os preços são bem diferentes de Santorini.

 

Depois fomos em Paranga Beach, uma praia onde aparentemente tinha mais famílias. Enquanto admirávamos a paisagem das pedras, um homem chegou, tirou toda a roupa e saiu nadando mar adentro, naquela água gelada! Corajoso ele...

 

Depois de ter visitado as praias de Santorini e as de Mikonos, o que percebemos é que quem curte praia mesmo vai preferir a segunda ilha, onde terá diversas opções para tomar banho de mar, com uma infraestrutura mais preparada e com areia fina (diferentemente das pedrinhas que machucam os pés na primeira!). As praias de Santorini são lindas e a atmosfera é diferente, e vale a pena conhecer as duas, cada uma com o seu encanto.

 

A próxima parada foi em Chora, o “centro” da ilha, também conhecida como Mikonos Town, a parte mais antiga da ilha. Ruelas de pedra, cheias de casinhas brancas em formato de cubos, com varandas coloridas, floridas, cercada de igrejas pequeninas, intercaladas por praças. Chora é um labirinto gostoso de desvendar, cheio de coisas inusitadas, tavernas convidativas e lojas de souvenir. Não deixe de provar o autêntico iogurte grego: é delicioso!

 

Próximo dali está Little Venice, um conjunto de casas construídas no século XVI que têm suas varandas literalmente dependuradas sobre o mar. Acredita-se que foram construídas pelos piratas para facilitar descarregar os barcos. É incrível como ainda permanecem conservadas após anos sofrendo com o vento e a água salgada. Hoje Little Venice é um dos lugares mais procurados de Mikonos, não é à toa que os preços na região são ainda mais caros. Como consolo, o astral e a paisagem compensam, sobretudo durante o pôr-do-sol, com o mar à frente e os moinhos ao lado.

 

Os moinhos de vento são o cartão-postal da ilha. Construídos pelos venezianos no século XVI, eram utilizados para moer trigo. Hoje apenas “decoram” a ilha.

 

Assistimos ao pôr do sol da praia, com Little Venice à nossa direita, e os moinhos à esquerda. Chegamos cedo e ficamos admirando a paisagem; depois o local ficou concorrido (chegou muita gente para fazer o mesmo!).

 

 Gastos do dia:

50,00 Euros – Aluguel do triciclo carro em Mikonos

8,00 Euros – Combustível

54,00 Euros – Alimentação

11,30 Euros – Lembrancinhas

 

14º. DIA: FOKOS BEACH, PANORMOS BEACH, AGIOS SOSTIS BEACH, ELIA BEACH

 

Depois do café da manhã de ontem, resolvemos não inovar muito, e hoje começamos o dia no bom e velho Starbucks (Nea Periferiaki Odos Mikonou Μύκονος 846 00).

 

Seguimos para Fokos Beach, uma praia bastante isolada no norte da ilha. É bem bonita, não há clubes na praia, nem turistas, nem guarda-sóis. Há apenas uma taverna. Devo admitir que foi um certo sacrifício chegar até lá de quadriciclo, já que é um veículo lento, e a estrada de terra é muito acidentada e sinuosa.

 

Precisamos abastecer o quadriciclo, e passamos rapidamente para conhecer Panormos Beach. Muito bonita, com um visual incrível, mas não passamos muito tempo lá porque estávamos famintos...

 

Na sequência fomos almoçar no Kiki´s, um restaurante pequeno e delicioso que nos proporcionou a melhor refeição em Mikonos. Foi uma sugestão da Vanessa, a recepcionista do nosso hotel, e segundo ela, não tem energia elétrica (nem placa, telefone, site e nem sequer se parece com um restaurante por fora). A aparência simples e rústica engana quem não o conhece e admito que se eu não tivesse a indicação, nunca pararia para comer ali. Ele fica do lado esquerdo de quem está descendo para a praia e estava lotado! Ficamos em torno de 45 minutos na fila de espera, e valeu demais a pena: além da comida ser deliciosa, o atendimento é atencioso e a vista é I N C R Í VE L! Detalhe: os pratos quentes (na sua maioria frutos do mar) são preparados na churrasqueira, e o sabor surpreende!

 

O restaurante fica no topo do caminho para a Agios Sostis Beach, que em nossa opinião é a praia mais linda de Mikonos, sem nenhuma infraestrutura e praticamente deserta. Nesta praia você não encontrará luxo, glamour, música alta e nem multidões; só paz, tranquilidade e uma estonteante beleza natural.

 

A próxima parada foi em Elia Beach, onde há um restaurante muito grande e bonito, com cadeiras e guarda-sóis montados na areia. Apesar de nossa rápida passagem, pareceu-nos uma praia bem bacana para passar o dia. Foi a última praia da ilha que conhecemos!

 

À noite, saímos para jantar no restaurante Avli Tou Thodori, que fica em Platis Gialos, próximo ao hotel. A comida estava ótima e o atendimento foi gentil e atencioso. Os gregos são realmente especialistas nestes quesitos: culinária e simpatia!

 

 Gastos do dia:

3,00 Euros – Combustível

81,75 Euros – Alimentação

 

E) FLORENÇA (DE 19 A 22/05)

 

 Dicas de ouro: Florença é pequena e praticamente todas as atrações turísticas estão localizadas no centro, podendo ser alcançadas a pé facilmente. Se precisar de ônibus, será para chegar até a Piazzale Michelangelo, de onde o por do sol é imperdível. Compre o ingresso para a Galleria Dell’Accademia antecipado, pois as filas são imensas! O City Maps 2Go também foi muito útil aqui!

 

15º. DIA: VIAGEM PARA FLORENÇA, PONTE VECCHIO, PIAZZA DELLA SIGNORIA, PALÁCIO VECCHIO, LOGGIA DEI LANZI, PIAZZA SANTA MARIA DEL FIORE, SINAGOGA DE FLORENÇA, PIAZZALE MICHELANGELO

 

Começamos bem cedo a nossa maratona para Florença. Ainda não havia amanhecido quando chegamos ao aeroporto de Mikonos. Já em Atenas, pegamos outro voo para o Ciampino em Roma, e no aeroporto, um ônibus até a estação de Termini, onde (finalmente!) pegamos o trem para Florença. Chegamos no meio da tarde, e foi cansativo.

Da estação de Santa Maria Novella fomos de táxi para o hotel. Não era distante, mas estávamos exaustos, e carregando malas grandes e pesadas.

 

Nosso hotel era muito bem localizado, e despois de descansarmos, saímos para caminhar e conhecer a cidade. A primeira atração estava muito próxima: a Ponte Vecchio (Ponte Velha), um dos símbolos de Florença, sobre o Rio Arno. Acredita-se que tenha sido construída ainda na Roma Antiga e era feita originalmente de madeira. Desde sempre abriga lojas e mercadores, que mostravam as mercadorias sobre bancas; dizem que a palavra bancarrota teve origem ali: quando um mercador não conseguia pagar as dívidas, a mesa (banco) era quebrada (rotto) pelos soldados (essa prática era chamada bancorotto). Desde o século XVI a ponte foi “tomada” por ourives e joalherias.

 

Seguimos caminhando até a Piazza della Signoria, que com o Palácio Vecchio forma o coração político e social de Florença. A praça é intensamente procurada pelos turistas, por ser uma verdadeira galeria de arte ao ar livre. O Palácio foi construído em 1322 e no alto da sua torre foi instalado um sino, usado para convocar a cidade para reuniões. Impossível não conter o êxtase.

 

A praça foi o endereço do David, (mais) uma das principais obras de Michelangelo, até 1873, quando a estátua original foi transferida para a Galeria dell’Accademia e foi instalada uma réplica ali. Representa o triunfo sobre a tirania, através do personagem bíblico. A obra, que é uma das mais importantes do Renascimento, destaca-se pela perfeição anatômica e o predomínio das formas curvas, uma das características de Michelangelo. A estátua foi esculpida entre 1501 e 1504 e mede 5,17 metros.

 

Ali também estão outras obras belíssimas e impressionantes: a estátua de Netuno, de Bartolomeo Ammannati, e a de Hércules e Caco, esculpida por Baccio Bandinelli.

 

Ao lado das três esculturas fenomenais fica a Loggia dei Lanzi, um edifício aberto que reúne mais uma série de obras magníficas de Florença. Foi construída entre 1376 e 1382 para a realização de assembleias públicas e cerimônias oficiais da República. Hoje abriga treze esculturas que podem ser contempladas gratuitamente a qualquer hora! As mais famosas são o "Perseu com cabeça de Medusa", de Benvenuto Cellini, com 5,19 metros, uma espetacular escultura de bronze de 1554, e o Rapto das Sabinas, a obra-prima de Giambologna esculpida em um único bloco de mármore. Um verdadeiro museu a céu aberto!

 

Seguimos caminhando até a Piazza Santa Maria del Fiore, endereço da majestosa Catedral de Florença, de beleza indescritível. A riqueza de detalhes é realmente inacreditável. Ao seu lado estão o Batistério de San Giovanni e a Campanile de Giotto.

A Campanile di Giotto, que pode ser vista de alguns ângulos da cidade, é uma torre de 82 metros de altura construída ao lado da catedral. Foi desenhada em 1334 pelo renomado Giotto, que acabou morrendo antes do término da obra. Imponente, ela dá ainda mais charme à belíssima catedral.

O batistério é dedicado ao patrono da cidade, São João. O local é muito especial por alguns motivos: foi construído entre os séculos V e IX, sendo considerada a construção mais antiga da cidade. Além disso, foi lá que Dante Alighieri, autor de A Divina Comédia, foi batizado. Aliás, os mosaicos em estilo bizantino no interior do batistério inspiraram o escritor nessa obra consagrada mundialmente. O espaço é famoso ainda pelas portas de bronze, com destaque para a Porta do Paraíso, de Lorenzo Ghiberti, com ilustrações de cenas bíblicas. Curiosidade: Ghiberti tinha apenas 23 anos quando concorreu com os já consagrados Brunelleschi e Donatello para projetar as portas do batistério. Ele ganhou a concorrência pública e, aos 44 anos, terminou a obra.

Devido ao horário adiantado, optamos por ir para a Piazzale Michelangelo assistir ao por do sol, e voltar no dia seguinte para conhecer a Basílica.

 

No caminho ainda passamos pela Sinagoga de Florença, também conhecida como Tempio Maggiore. Considerada uma das mais belas de toda a Europa, sua arquitetura foi inspirada na igreja bizantina de Hagia Sophia, em Istanbul. O horário de visitas já havido encerrado às 16:45h, e por isso só pudemos apreciá-la de fora.

 

A subida até a Piazzale Michelangelo é bem íngreme, e alterna escadarias e ladeiras. Eu estava exausta e foi um pouco sacrificante, mas na chegada recebemos um presente que não tem preço: Florença a nossos pés.

A Piazzale Michelangelo é um dos preferidos para uma vista panorâmica da cidade. No fim da tarde, quando o sol começa a se pôr, acontece um espetáculo. Comemos uma pizza no bar que fica ali, e curtimos o belíssimo visual.

É difícil encontrar adjetivos que definam a beleza singular de Florença. A cidade transpira arte, repleta de obras e referências ao período renascentista. Para onde se olha, é possível encontrar uma estátua, um monumento, um edifício suntuoso, um palácio. E, para completar, Florença é uma cidade fotogênica. Qualquer que seja o ângulo, a fotografia fica maravilhosa.

 

Voltamos para o hotel exaustos, mas extasiados com tamanha beleza!

 

 Gastos do dia:

27,75 Euros – Transporte

32,50 Euros – Alimentação

 

16º. DIA: PIAZZA DE PITTI, BASÍLICA SANTA MARIA DEL FIORE, BASILICA DI SANTA CROCE, MERCATO CENTRALE, MERCATO SAN LORENZO, GALLERIA DELL’ACADEMIA

 

Começamos o nosso dia com o café da manhã no JT Caffè (Piazza de' Pitti, 32, 50125 Firenze), na Piazza de Pitti, que também é o endereço do Palazzo Pitti é ainda um dos maiores monumentos da cidade em termos de arquitetura.

O palácio original foi construído para a família Pitti em 1457. Hoje abriga diversos museus, como a Galleria Palatina, a Galleria d'Arte Moderna, o Museo degli Argenti, o Museo delle Porcellane e a Galleria del Costume, além do incrível Jardim de Boboli, a maior área verde de Florença. Infelizmente não entramos, devido ao curto período de tempo que tínhamos para conhecer a cidade – o que é bom, pois temos um “motivo” para voltar!

 

Depois encaramos uma fila para conhecer a Basílica Santa Maria del Fiore (também chamada de Duomo) a principal e mais impressionante igreja da cidade. Por muito tempo o Duomo de Florença foi o maior do mundo; hoje ele encontra-se na quarta posição, depois de San Pietro em Roma, Saint Paul em Londres e do Duomo de Milão. Pode acomodar até 30.000 pessoas.

A majestosa Catedral de Florença penou até conquistar seu aspecto definitivo, um rebuscado gótico de mármore verde, rosa e branco, impactante sob qualquer ângulo que seja observado. Começou a ser construída em 1296, recebendo a consagração apenas 140 anos depois. A fachada atual demorou ainda mais – foi concluída em 1887. Sua face interna é mais discreta, porém ainda assim reserva alguns detalhes preciosos a exemplo das ruínas da antiga igreja que ali existia (na cripta) e um afresco de Giorgio Vasari (cúpula). Abriga o Museo dell’Opera del Duomo, com obras com obras de Donatello e outros artistas.

Os dispostos a subir 463 degraus conseguem uma vista panorâmica da cidade; não o fizemos porque ainda estávamos um pouco cansados do dia anterior, e porque caía uma chuva fina, que possivelmente ofuscaria a bela vista.

 

Seguimos caminhando, e nossa próxima parada foi na Basílica Santa Croce, a maior igreja franciscana do mundo. Sua construção começou em 1294 e a fachada é inteiramente coberta com mármore colorido de Carrara (lembra muito a Duomo). Diz a lenda que a basílica foi fundada pelo próprio São Francisco de Assis. Na frente da basílica, no lado esquerdo, está situada uma estátua de Dante Alighieri, o grande poeta, escritor e político italiano.

As ricas famílias de Florença do século XIII doaram aos franciscanos grandes somas para ter o privilégio de enterrar seus defuntos nas capelas do coro, e assim colocar os seus brasões. Existem mais de 250 túmulos de mármore no piso da igreja (muitos já castigados pelo tempo e pelas pisadas de milhões de visitantes).

No final do século XIV, a igreja de Santa Croce também se tornou o local de sepultamento de pessoas famosas, incluindo Maquiavel, Galileu, Michelangelo, Foscolo e Rossini. Entrar no Panteão de Florença é algo espetacular, além de sua beleza, estar dentro de um lugar com tantos personagens ilustres enterrados, deixa qualquer um emocionado.

Foi daqui que saiu a expressão Síndrome de Stendhal, uma doença psicossomática bastante rara, caracterizada por aceleração do ritmo cardíaco, vertigens, falta de ar e mesmo alucinações, decorrentes do excesso de exposição do indivíduo a obras de arte, sobretudo em espaços fechados. O nome da síndrome se deve ao escritor francês Stendhal que teria sido acometido dessa perturbação em 1817 durante sua visita à Basílica de Santa Croce.

Há ainda um pátio muito agradável na saída.

Quanto custa: 6 Euros por pessoa, mais 0,50 Euros pelo mapa

 

Saindo de lá, fomos para o Mercato Centrale. O primeiro andar parecia uma grande feira livre coberta, onde é possível comprar frutas, flores, verduras, carnes, peixes, massas frescas, queijos, presuntos, vinhos e vários outros quitutes. Infelizmente as barracas estavam fechando (funciona apenas até 14:00h de segunda a sexta), e não conseguimos ver muita coisa.

No segundo andar funciona uma “praça de alimentação”, que fica aberta até meia noite. Estávamos famintos e nossa intenção era almoçar lá, mas havia muita gente e filas enormes, além da indisponibilidade de mesas. Resolvemos sair procurar uma opção nas redondezas; o local escolhido foi o L’Imperatore, bem próximo ao mercado, onde saboreamos a deliciosa e tradicional Bistecca alla Fiorentina!

Alimentados, fizemos um passeio pelo Mercato San Lorenzo, que quase incorpora o Mercado Central. Nesta feira há roupas, lembrancinhas, chapéus, bolsas, casacos, cintos, carteiras, artigos de couro em geral.

 

A próxima atração foi a Galleria dell’Academia. Reservamos os ingressos pela internet, com hora marcada, por isso não precisamos passar pela enorme fila. O museu, fundado em 1784, é dedicado à preservação de um rico conjunto de obras de arte. Davi, de Michelangelo, é há mais de um século o carro-chefe da Galleria dell'Accademia que abriu suas portas em 1784.

Além do Davi, estão expostos quatro dos seis prisioneiros feitos por Michelangelo (dois deles estão no Louvre) para decorar o monumento fúnebre do Papa Júlio II na Igreja de San Pietro in Vincoli, em Roma. As quatro obras foram feitas provavelmente entre os anos de 1530-1534, e não foram terminadas.

O museu também guarda outras joias do mesmo período como Madonna col Bambino e San Giovannino e Madonna col Bambino e Due Angeli, ambas de Botticelli.

Quanto custa: pagamos 16,50 Euros na reserva dos ingressos pela internet.

 

Na volta para o hotel, passamos pela Piazza della Signoria, onde estava acontecendo uma apresentação musical. Os músicos estavam uniformizados, com uma roupa que nos remetia ao passado. Paramos para assistir e fotografar, e na sequência resolvemos jantar por ali. Escolhemos um restaurante chamado Il Davi, que fica ao lado Loggia dei Lanzi e aproveitamos a ocasião para provar Spritz, uma bebida alcoólica cítrica e leve, ao que percebemos muito comum na Itália (pra ser sincera, não gostei muito!).

 

Fizemos, ainda, mais algumas fotos do por do sol na Ponte Vecchio antes de chegarmos no hotel.

 

 Gastos do dia:

27,75 Euros – Transporte

32,50 Euros – Alimentação

12,50 Euros – Santa Croce

 

17º. DIA: PISA, PIAZZA VITTORIO EMANUELE II, MURALE TUTTOMONDO, CAPPELLA DI SANT'AGATA, TORRE GUELFA DELLA CITTADELLA VECCHIA, PIAZZA DEI MIRACOLI DE PISA, TORRE DE PISA, DUOMO DI SANTA MARIA ASSUNTA, CHIESA DI SAN SISTO IN CORTEVECCHIA

 

Resolvemos provar o café da manhã do hotel, que não era incluso na nossa diária, e gostamos muito! Achamos que valeu a pena!

 

Depois fomos para a estação de trem rumo a Pisa. Houve um problema no trajeto do trem, e por isso tivemos que esperar um pouco até conseguirmos embarcar. Foi um susto, depois do incêndio no aeroporto de Roma! Não havia muita informação, mas esperamos, e felizmente chegamos a Pisa!

 

Saindo da Stazione Pisa Centrale, passamos pela a Piazza Vittorio Emanuele II (nosso velho conhecido, de Roma), que foi rei da Sardenha entre 1849 e 1861, e acabou se tornando rei da Itália até sua morte, em 1878. Na praça há uma estátua dele!

 

Bem próximo dali está o Murale Tuttomondo. O mural, que tem 180 metros quadrados, é um dos maiores da Europa e foi pintado pelo artista americano Keith Haring em 1989. Com 30 representações coloridas de pessoas, Keith quis demonstrar a paz entre seres humanos de todo o mundo, daí o nome Tuttomondo (Todo mundo, em português). Esse mural foi o último pintado pelo artista, que morreu em 1990 após complicações em decorrência da Aids.

 

Paramos para tirar algumas fotos na Cappella di Sant'Agata. Pequena e abandonada, a capela foi construída entre os séculos XI e XII. Tem formato octogonal e teto em forma de pirâmide. As janelinhas, feitas de mármore, são pequenas e, hoje, servem de abrigo para pombos.

 

Continuamos a sessão de fotos na Torre Guelfa Della Cittadella Vecchia. Construída no século XV para ajudar na proteção de Pisa, a Torre pode ser vista de vários pontos da cidade. Ela foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial e totalmente restaurada.

 

Pisa é uma cidade muito agradável para caminhar, e rende fotos belíssimas! Seguimos até chegar à Piazza dei Miracoli de Pisa, onde está a famosa Torre de Pisa, que assim como o Coliseu, o Duomo di Firenze e a Basílica de San Marco em Veneza, é um dos monumentos símbolos da Itália. A torre realmente impressiona: é muito torta!

Foi projetada para abrigar o sino da catedral da cidade e a construção, que começou em 1173, desde o início já apresentou problemas. O terreno, de argila e areia, não sustentou as colunas e o prédio começou a inclinar quando três dos oito andares já estavam prontos. Ao perceber o erro, o engenheiro Bonanno Pisano tentou compensar, construindo andares mais altos do lado que estava inclinando.

A tentativa não deu certo, a situação piorou. A obra foi finalizada em 1350, com 56 metros de altura, e a torre continuou inclinando ao longo dos séculos. Em 1990, foi fechada por risco de desmoronamento. Em 1997, uma equipe de especialistas propôs uma solução: tirar a terra do lado inclinado e reforçar a fundação com placas de chumbo. A ideia deu certo e, em 2001, a torre foi reaberta ao público-sem risco nenhum!

As visitas à torre têm hora marcada; compramos o ingresso lá mesmo, e aproveitamos o tempo de espera para almoçar uma massa (há vários restaurantes nas proximidades da Piazza). Um guia explica alguns detalhes e curiosidades antes da subida, que não é tarefa muito fácil. São duas escadas de aproximadamente 300 degraus, bastante estreitas, uma para a subida e outra para a descida. Lá no alto, a bela vista da cidade e da Duomo di Santa Maria Assunta compensa!

 

Depois da linda vista da Duomo, fomos conhecê-la por dentro. Fundada em 1064 e consagrada durante uma grande missa solene em 26 de setembro de 1118, a Catedral de Pisa impressiona pela beleza. Por dentro, mármores pretos e brancos lembram as catedrais de outras cidades toscanas, como Florença e Siena. O teto é uma atração à parte: todo banhado a ouro, ele dá vida à catedral. Pilares e vitrais coloridos dão um charme a mais. Quando o sol bate nos vitrais, o espetáculo fica ainda mais bonito.

A construção completa da catedral terminou apenas no século XIII, quando a porta de bronze de Bonnano Pisano foi colocada lá. Ah, a porta principal foi feita por ninguém menos do que Giambologna. A entrada é gratuita.

 

Na Piazza dei Miracoli também estão o Batistério de San Giovanni (onde são realizados os batizados, com visitação gratuita), o Camposanto Monumentale (cemitério), o Museo delle Sinopie e o Museo dell'Opera, que optamos por não visitar (os museus estavam fechados para reforma). Preferimos voltar para a estação de trem caminhando e passeando pela cidade.

 

Passando pela Chiesa di San Sisto in Cortevecchia, entramos rapidamente para conhecer a igreja, que foi construída em 1087 e aparentemente mantem muito do seu aspecto original. Na verdade, o que nos chamou a atenção não foi a igreja, mas um Fiat 500 vermelho estacionado bem na frente, que estava uma graça! O modelo foi produzido entre 1957 e 1975.

 

Chegamos na estação, compramos os bilhetes e voltamos de trem para Florença. Fomos jantar na Trattoria Za Za (Piazza del Mercato Centrale, 26/R, Firenze), um restaurante bastante famoso e procurado na cidade. Estava lotado, aguardamos algum tempo na fila de espera, mas valeu a pena! Saboreamos um delicioso “tenderloin”, que é carne da bisteca sem o osso.

 

 Gastos do dia:

32,00 Euros – Transporte (ida e volta a Pisa)

77,50 Euros – Alimentação

36,00 Euros – Ingressos para a Torre de Pisa

3,50 Euros - Lembrancinhas

 

F) VENEZA (DE 22 A 24/05)

 

 Dicas de ouro: verifique se o hotel disponibiliza transfer. Se não for o caso, considere deixar a mala principal no guarda-volumes da estação de trem, que funciona das 6h às 23h, e levar apenas o que precisar em uma mochila ou bolsa. Veneza tem mais de 400 pontes, com escadas: rodinhas não adiantam. Outra opção é ficar em um dos hotéis no entorno da estação ferroviária, nos bairros de Santa Croce e Cannareggio, evitando o embarque e desembarque dos vaporettos com malas pesadas. Veneza é uma cidade muito cara, com preços exorbitantes; prepare o bolso! O City Maps 2Go ajuda muito a localizar os pontos de interesse e a não se perder pelas ruelas tortuosas!

 

18º. DIA: VIAGEM PARA VENEZA, PONTE RIALTO, GRAND CANAL, PIAZZA SAN MARCO, BASÍLICA SAN MARCO, TORRE DELL”OROLOGIO, CAMPANILE

 

Em Florença, tomamos o café da manhã no hotel novamente, e fomos de táxi até a estação. Pegamos o trem, e chegamos em Veneza sob uma chuva fina. Deixamos as malas na estação, e seguimos boquiabertos com a estupenda beleza e encanto da cidade, que a chuva não conseguiu ofuscar.

 

Veneza é um complexo urbano espalhado por 118 ilhotas banhadas por pequenos canais, divididas em seis distritos (sestieri), interligadas por 409 pontes em 177 canais. A geografia labiríntica surgiu durante as invasões bárbaras, intensificadas nos séculos 5 e 6, quando habitantes de povoados do Vêneto e de regiões vizinhas eram forçados a fugir para onde desse, inclusive para essas pequenas ilhas. Novas comunidades insulares foram se formando, e por volta do século 10 Veneza já era uma força comercial que se espalhara pelo Mediterrâneo, conquistando territórios que se estenderam até a Grécia. Tal poder propiciou também o desenvolvimento cultural e arquitetônico da cidade, que se transformaria em perfeito museu ao ar livre, romântico em um nível quase inimaginável e que atrai a visita de multidões de turistas.

 

Para fugir da fina chuva que incomodava, paramos para almoçar bruschettas e pizza, acompanhadas de um Merlot, na Taverna da Baffo (snc di Safouri Belal & c. San Polo 30125 Venezia). Nunca comi tanta pizza na vida como nesta viagem!

 

Depois do almoço, passamos pela Ponte Rialto. Durante muito tempo, a Ponte Rialto era a única forma de atravessar o Grand Canal de um lado para o outro da cidade, ligando o bairro de San Marco a San Paolo e Santa Croce. Posteriormente foram construídas outras pontes, mas ainda assim ela é considerada símbolo de Veneza. O local é excelente para dar uma parada, tirar fotos e observar o movimento das pessoas e de barcos. Por ela passam milhares de pessoas diariamente. Ao longo de sua extensão existem dezenas de lojas de souvenir, mas não há nada de excepcional nelas que não possa ser encontrado nas centenas de lojas espalhadas pela cidade, além é claro, de serem mais caras. Vale mesmo pela visita. Aliás, em qualquer lugar, as lojas e restaurantes mais próximos dos pontos turísticos são sempre mais caras.

 

O Grand Canal é a principal via de circulação da cidade. Os barcos cruzam uns com os outros a todo instante. Corta a maior parte da cidade, passando por vários distritos. Possui 4 km de extensão, entre 30 e 40 metros de largura e uma profundidade média de cinco metros.

 

Logo descobrimos que a melhor forma de conhecer Veneza é a pé. Não há carros, nem motos, nem ônibus. O transporte público é o Vaporetto, uma espécie de ônibus-barco; como ficamos hospedados no coração de Veneza, próximo ao Campo San Polo, nem precisamos utilizá-lo. Tínhamos a intenção de ir a Murano, ou Burano, ilhotas do complexo, mas o tempo ruim durante a nossa estadia nos desencorajou. Além do Vaporetto, uma outra opção de transporte são os táxis aquáticos (leia-se: barcos), que são rápidos e convenientes, mas bem mais caros.

 

Seguimos para o hotel, para fazer o check-in e deixar as mochilas. Ficamos um pouco assustados quando chegamos no nosso quarto, que aparentava ser improvisado no sótão de um prédio antigo e tradicional. O teto era inclinado e baixo, com banheiro externo. A primeira vista pareceu-nos muito desconfortável, mas acabamos nos acostumando, e como a localização era muito boa, não achamos uma opção ruim, pois os preços de hospedagem na redondeza são bastante elevados. Depois de descansar um pouco, saímos para passear, mesmo embaixo de chuva.

 

Caminhamos até a Piazza San Marco, uma das praças mais famosas, belas e imponentes do mundo. A praça é o endereço da Basílica San Marco, edificada no ano 828, cujas cinco cúpulas misturam estilos bizantinos, românicos e renascentistas. Serve de abrigo para os supostos restos mortais do santo que a batiza, padroeiro de Veneza. Não tivemos a oportunidade de contemplá-la por inteiro, pois havia andaimes na fachada para um processo de reforma.

Também é o endereço de duas torres. A primeira delas, a Torre dell'Orologio, é original do século XIV e ostenta um relógio que está a mais de quinhentos anos em funcionamento, que não marca apenas as horas, mas também as estações do ano, fases da lua e os cinco planetas conhecidos da época: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Os signos do zodíaco giram lentamente para indicar a posição do Sol no zodíaco. Conta a lenda, que os responsáveis pelo projeto do relógio tiveram os olhos arrancados após sua conclusão, para que não pudessem repetir a obra.

A segunda torre é a Campanile. O atual edifício é uma reconstrução exata do farol que existia ali desde 1514, mas que ruiu em julho de 1902. Foi onde Galileu testou seu telescópio em 1609. É possível visita-lo e subir para ter uma visão de toda Veneza e a Laguna; não o fizemos por conta do mau tempo. É a construção mais alta da cidade.

 

Antes de voltar ao hotel, tomamos um spritz e fizemos um lanche na Snack Bar Nostro, que fica no Campo San Bartolomeo. O lugar é bem agradável para ver o movimento.

 

 Gastos do dia:

15,50 Euros – Transporte

44,00 Euros – Alimentação

 

19º. DIA: PONTE DOS SUSPIROS, PALAZZO DUCALE, PIAZETA, LIBRERIA ACQUA ALTA

 

O clima permaneceu ruim e chuvoso, infelizmente.

 

Comemos bruschettas em um restaurante chamado Aciugheta (Campo SS. Filippo e Giacomo, 4357, 30122 Castello, Venezia), acompanhadas de pró-seco e spritz. Provei esta tradicional bebida em vários lugares, numa tentativa de gostar, mas o sabor realmente não me agradou muito! Pelo menos, a cor é bonita . Esta tentativa foi ainda mais sofrível, pois não gostamos do atendimento.

 

Seguimos passeando pelo delicioso labirinto de Veneza, e passamos pela Ponte dos Suspiros, mais um dos cartões postais da cidade. Esta ponte liga o Palazzo Ducale à antiga prisão da cidade; o nome surgiu graças aos prisioneiros que eram levados do Palácio para a prisão e ao passar por esta ponte, olhavam pela janela e suspiravam de tristeza ao ver a liberdade pela última vez.

O Palazzo Ducale, também conhecido como Palácio do Doge, fica entre a Basílica e o Grand Canal. O belo palácio reunia toda a burocracia do Executivo, Legislativo e Judiciário. Foi a residência oficial de 120 doges (duques) que governaram Veneza séculos afora.

 

Como a chuva não dava trégua, voltamos para o hotel. Saímos novamente mais tarde, quando houve uma pequena melhora. Voltamos aos arredores da Piazza di San Marco e da Piazeta, uma extensão da praça que leva ao Grand Canal, onde há duas colunas. A Coluna de San Teodoro representa o padroeiro da cidade antes das relíquias de Marcos serem trazidas para Veneza, fazendo deste o novo padroeiro. A outra coluna é a de San Marco, representado pelo famoso leão alado com o Evangelho aberto.

 

Fomos jantar no curioso Dal Moro's - Fresh Pasta To Go (Calle De La Casseleria, 5324, 30122 Castello, Venezia). Trata-se de um restaurante de massa fresca, feita na hora, com algumas poucas opções de molho. Não há lugares para sentar, e a comida é servida em uma embalagem descartável de papel. Também não é permitido fotografar. Quando chegamos havia fila para fazer o pedido, e o mais incrível: foi a melhor e mais barata massa que comi na Itália. O restaurante faz jus à fama de um dos melhores de Veneza, mesmo com a ausência de luxo ou conforto.

 

Depois fomos conhecer a Libreria Acqua Alta, que certamente figuraria em uma lista do tipo “livrarias que você tem de conhecer antes de morrer”. Sua entrada é discreta e passaria desapercebida se não fosse por uma placa em inglês que saúda os visitantes: “bem-vindo à livraria mais bonita do mundo”. Em Veneza “acqua alta” é a expressão usada quando a água dos canais sobe e as casas se alagam, e é exatamente o que acontece com a livraria, que mantem seus livros a uma certa altura do chão. Os livros são distribuídos em prateleiras nada convencionais: gôndolas, canoas, barcos e banheiras. Os títulos são diversificados, entre livros novos e usados com destaque para uma vasta coleção sobre Veneza, com mapas e enciclopédias antigas. Os fundos da livraria dão para um dos inúmeros canais de Veneza. Quem quiser fazer uma leitura com vista para o canal, pode sentar-se com tranquilidade na área. Quando você pensa que as surpresas terminaram, uma escada feita de livros leva para cima do muro para ver o canal. Incrível!

 

E o tempo felizmente começou a melhorar: parou de chover! Caminhamos pelas charmosas ruelas e canais até o anoitecer. Antes de voltar ao hotel, tomamos sorvete na SuSo (Calle della Bissa, 5453, 30124 San Marco, Venezia), uma das melhores sorveterias da cidade. Uma delícia!

 

 Gastos do dia:

43,70 Euros – Alimentação

21,90 Euros – Lembrancinhas

 

20º. DIA: PASSEIO DE GÔNDOLA, VIAGEM PARA ROMA

 

O dia amanheceu ensolarado e lindo! Aproveitamos para fazer o passeio de gôndola. Percebemos que muita gente teve a mesma ideia, e tivemos que procurar por um gondoleiro disponível.

Aquela ideia de passeio romântico definitivamente ficou nos filmes. Logo de cara, o valor assusta: são 80 euros para um passeio curto, de aproximadamente 30 minutos. Depois o gondoleiro nos ofereceu mais 20 minutos, por 120 Euros – o que não topamos. Ele usava a camisa listrada em branco (a única semelhança com o que vemos nos filmes), conversava com os outros gondoleiros com quem cruzávamos no caminho e falava muito no celular (isso mesmo: manobrava a gôndola e falava no celular ao mesmo tempo); deu algumas poucas informações sobre os edifícios que víamos no caminho.

O formato da gôndola é bem diferente; o lado esquerdo é mais largo que o direito, por questões de distribuição de peso, já que o gondoleiro vai em pé de um lado da embarcação. Ficamos impressionados com a habilidade dele em manobra-la por canais estreitos, disputados por várias outras gôndolas. Inclusive, há a sinalização de sentido obrigatório em alguns deles, como se fossem ruas!

Apesar de não ser um programa para todos os bolsos, e de não ter nada daquele glamour que imaginávamos, ainda achamos que é um passeio imperdível para quem vai a Veneza.

 

Como o nosso trem partiria somente às 15:45h, aproveitamos o tempo bom para mais um passeio. A cidade parece outra com o dia ensolarado, mais colorida e alegre.

A Piazza San Marco estava ainda mais movimentada. Lá estão algumas lojas de grifes e os clássicos Gran Caffè Quadri e Caffè Florian, abertos no século XVII; neste último havia som de música instrumental de ótima qualidade, com piano, violino, violoncelo, dentre outros instrumentos.

Almoçamos no Al Burchiello, que fica próximo ao nosso hotel. Pedi fígado com polenta, que é um prato tradicional de Veneza, mas não foi uma boa pedida... No final, o almoço foi caro e ruim.

 

Vimos ainda a Igreja de Santa Maria della Salute, dona de uma das silhuetas mais reconhecidas do “skyline” de Veneza, avistada de vários pontos na margem do Grand Canal. Pegamos as mochilas no hotel, e no caminho até a estação passamos pela Igreja de San Roque e pela Igreja San Simeone Piccolo, cuja fachada é inspirada no Pantheon e a cúpula lembra a da igreja de Santa Maria della Salute.

 

E chegou a hora de iniciar a jornada de volta...! Buon viaggio!

 

Fomos de trem até a estação de Termini, em Roma. Pegamos um ônibus da Terravision para o aeroporto de Fiumicino e dali fomos de táxi (ufa!) para o hotel.

Saímos para jantar no Contro Corrente Ristorante, por indicação do pessoal do hotel, e gostamos muito! Fizemos uma ótima refeição (bisteca, batatas e couve refogada... hummm!) a um precinho bem camarada – e neste momento não sentimos nenhuma falta de Veneza!

 

 Gastos do dia:

80,00 Euros – Atração (Gôndola)

6,00 Euros – Lembrancinhas

98,20 Euros – Alimentação

53,40 Euros – Guarda-volumes (Bagagem)

42,00 Euros – Transporte (ônibus e táxi)

 

G) PORTO (25/05)

 

 Dicas de ouro: Não subestime a cidade: você vai se apaixonar! Passear pelo Cais da Ribeira e assistir ao por do sol do Jardim do Morro são programas imperdíveis. E o City Maps 2GO – para variar – ajuda na localização dos pontos de interesse na cidade.

 

21º. DIA: VIAGEM PARA PORTO, PONTE DOM LUÍS I, RIO DOURO, CATEDRAL DA SÉ, CAIS DA RIBEIRA FUNICULAR DOS GUINDAIS, ESTAÇÃO DE TREM DE SÃO BENTO, MCDONALD’S IMPERIAL

 

Continuando a nossa jornada de volta, contratamos o transfer do hotel até o aeroporto, despachamos a bagagem e embarcamos rumo a Porto, em Portugal. Só soubemos na hora: pegaríamos nossa bagagem novamente apenas em São Paulo. Por sorte, havíamos separado nas mochilas o que precisaríamos – isso foi ótimo, pois desembarcamos e embarcamos em Porto apenas com a bagagem de mão.

 

Na chegada em Porto ficamos impressionados. Muito impressionados. É o melhor aeroporto que já conheci: limpo, organizado, bem sinalizado, atendido pelo metrô (eles falam metro), com wifi grátis, ilimitado e de ótima qualidade!

 

Fomos para o nosso hotel, que fica a poucos metros do aeroporto. Como estávamos sem as malas, fomos caminhando mesmo! Descansamos um pouco, e resolvemos dar um passeio pela cidade.

Voltamos ao aeroporto para comprar os bilhetes do metrô na Tourist Interactive Store. Havia um casal jovem tocando violino e um buffet com queijos, quitutes e sucos para os viajantes. De graça. E fomos convidados a lanchar. Realmente este aeroporto é incrível!

 

O metrô segue a mesma linha do aeroporto: é limpo, organizado e muito fácil de usar. As estações estão segregadas em zonas, e os bilhetes têm valores determinados de acordo com essas áreas. Não existem catracas; os bilhetes devem ser validados em máquinas presentes nas estações, semelhante àquelas que validam os bilhetes nos ônibus. Ficamos muito surpresos!

Descemos na estação Jardim do Morro, que fica próximo à Ponte Dom Luís I. Datada de 1886, a icônica ponte de ferro é, sem dúvida alguma, um dos símbolos do Porto. A belíssima estrutura foi finalizada por um discípulo de Gustave Eiffel - que criou a Torre Eiffel de Paris - e liga a cidade à Vila Nova de Gaia, o município vizinho, onde ficam as famosas caves do Vinho do Porto. Enquanto a parte de cima da ponte é reservada para o metrô - e também para pedestres, de onde se tem vistas muito bonitas do Rio Douro -, a parte de baixo é exclusiva para o trânsito de carros, entretanto, também tem uma passagem, bem mais estreita, para aqueles que estão a pé. Além disso, proporciona uma bela vista das casinhas coloridas do Cais da Ribeira. As paisagens são de tirar o fôlego!

 

Atravessamos a ponte e caminhamos até a Catedral da Sé. Construída nos séculos 12 e 13 no centro histórico da cidade, é um dos seus principais monumentos. Reúne estilos românticos, gótico e barroco. Sua fachada é decorada com azulejos portugueses (legítimos!). A praça à sua frente, chamada de Terreiro da Sé, proporciona uma visão panorâmica da cidade, com seus telhados vermelhos e torres de igrejas.

 

Descemos as escadarias até o Cais da Ribeira. Localizado às margens do Rio Douro, aos pés da Ponte Dom Luís I, com vários restaurantes, bares, lojas de artesanato e produtos típicos. Comemos uma porção de calamares, acompanhada de uma cerveja, com a vista deslumbrante do Rio Douro e de Vila Nova de Gaia, a cidade onde estão as caves de vinho do Porto. Definitivamente Porto nos conquistou!

 

Seguimos passeando pela cidade, e pegamos o Funicular dos Guindais, que liga a Ribeira à Batalha. É um atalho para a subida, percorrendo os 281 metros do trajeto em três minutos. Logo na chegada vimos o bonde elétrico! Uma graça!

 

Continuando nosso passeio, passamos pela Estação de Trem de São Bento, que foi referenciada como uma das "16 estações mais bonitas do mundo" pela revista norte-americana Travel+Leisure, em 2011. Ela é imponente por fora e muito linda por dentro! Além da bela fachada de pedra e do telhado inspiradas na arquitetura parisiense do Século XIX, as paredes internas da estação exibem uma verdadeira obra de arte: um painel de azulejo que cobre uma superfície de aproximadamente 551 metros quadrados, que retrata episódios da história de Portugal e deixa qualquer turista literalmente de boca aberta! A estação foi inaugurada em 1915, e o artista Jorge Colaço, considerado o mais famoso azulejador em Portugal na época, levou 11 anos para completar a obra.

 

Paramos para tomar um café no McDonald’s Imperial, situado na Praça da Liberdade, junto à Câmara Municipal do Porto, que foi considerado o restaurante mais bonito do mundo daquela rede pelo site 9GAG. O edifício preserva o património histórico da década de trinta, onde funcionava o emblemático Café Imperial, com uma decoração contemporânea. Na fachada do prédio foi mantida a imponente águia de bronze e, no seu interior um lindo vitral chama a atenção.

 

Depois de admirarmos o belo edifício da Câmara Municipal do Porto, voltamos para assistir ao pôr do sol do Jardim do Morro, bem próximo à estação do metrô onde descemos. A vista sobre o Cais da Ribeira e o Rio Douro é deslumbrante, como a cidade! Terminado o “espetáculo”, pegamos o metrô de volta para o hotel.

Certamente Porto foi uma grata e despretensiosa surpresa. Fechou nossa viagem com chave de ouro, e deixou-nos uma vontade imensa de voltar!

 

 Gastos do dia:

4,50 Euros – Lembrancinhas

35,65 Euros – Alimentação

35,30 Euros – Transporte

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