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Paraíba em junho 2017 (São João de Campina Grande+João Pessoa)


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Segue relato de uma curta viagem que fiz pela Paraíba agora no final de junho. Meu objetivo principal era conhecer o Maior São João do Mundo em Campina Grande e a Pedra do Ingá, próxima à CG. João Pessoa eu já conhecia de outras viagens, queria mais era descansar e ir na Ponta do Seixas, o famoso ponto mais oriental das Américas.

Peguei as passagens numa promoção do Smiles, 5000 pontos no trecho Congonhas-Campina Grande e mais 5000 na volta João Pessoa-Congonhas. Hospedagem em Campina Grande foi difícil de conseguir, por ser época de São João. No Booking nada disponível, no Airbnb reservei num local, o anfitrião cancelou. Na segunda tentativa no Airbnb, mesma coisa. Já estava quase desistindo do Airbnb e pensando em dormir na rodoviária quando achei o anfitrião Jimmy Felipe. O apartamento dele não é tão perto do centro, mas em CG você pode deslocar-se rapidamente e barato por meio de mototáxi. Usei muito enquanto estive por lá, da Cooperativa que é regulamentada pela prefeitura, o contato via whatsapp é (83) 9685-2918, o fixo é (83) 3058-0066.

 

1° dia (23/06, sexta)

 

Embarquei às 11:00 num voo da Gol em Congonhas, após uma conexão rápida no Galeão, cheguei ao aeroporto de Campina Grande às 15:50. Já na chegada, a surpresa: uma quadrilha e uma banda de forró nos esperava no saguão para dar as boas-vindas. O clima de São João já começava no aeroporto. Chamei o mototáxi via whats e pedi para me levar à rodoviária. Já queria garantir as passagens para ir à cidade de Ingá na manhã seguinte ver as famosas Itacoatiaras (enormes rochas que existem na cidade cheia de belas inscrições em baixo relevo, que até hoje os especialistas não sabem que povo o fez e nem o que significam as inscrições). No guichê da empresa Progresso fui informado que a empresa não faz a rota para Ingá. Argumentei que tinha vista no site deles, tinha até os horários e os preços, e então o funcionário disse que não teria ônibus porque o dia seguinte era o feriado de São João e pouca coisa funciona nesse dia. Vendo minha decepção o mototaxista se ofereceu pra me levar num local onde saía vários alternativos (são motoristas que fazem transporte entre cidades na Paraíba em carros de passeio ou picapes). O motorista do alternativo disse que não teria carros pra Ingá no sábado por causa do feriado, então nessa hora desisti de ir nas itacoatiaras e pedi pro mototáxi me deixar na estátua de Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga no Açude Velho. Chegando lá tinha muita gente esperando pra tirar fotos, então fui no Museu de Arte Popular da Paraíba quase ali em frente (entrada gratuita, é pedida uma contribuição espontânea de qualquer valor). É um museu muito bonito, com aquela arquitetura diferentona do Oscar Niemeyer. É conhecido também como Museu dos Três Pandeiros, pois são três áreas circulares distintas que se parecem com o instrumento, em homenagem ao músico Jackson do Pandeiro, ilustre paraibano da cidade vizinha de Alagoa Grande. Nessas três áreas, uma delas é dedicada à música paraibana; estava rolando uma exposição especial sobre a Elba Ramalho. Outra parte do Museu é baseada no cordel e outra no artesanato e utensílios utilizados pelas pessoas da região. Tudo muito bonito, embora o acervo não seja grande. O pôr do sol no Açude a partir da vista do museu também é um espetáculo à parte.

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Do Museu segui novamente para a estátua de Jackson/Gonzagão, e agora com menos gente consegui tirar minhas fotos. Andando um pouco mais em frente cheguei a uma feira de artesanato que estava rolando no período das festas juninas. MUITA coisa bacana a preços convidativos, esse foi o momento de comprar as lembranças de viagem e mais alguns imãs de geladeira pra minha coleção.

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Depois andei a toa, dando a volta no Açude Velho e parando no famoso Bar do Cuscuz, que de bar não tem é nada, é mais uma casa de show que no período junino cobra bem caro pra entrar. Dali, chamei o mototáxi novamente para me levar ao Sítio São João, que é um local que simula como eram as antigas vilas do sertão durante o período junino. Naquela cidadezinha em miniatura tinha a igreja, a rádio, a bodega, a usina de moagem de cana, o arraiá onde as pessoas dançam com a banda de forró tocando ao vivo... é um ambiente mais familiar e tranqüilo do que o São João no Parque do Povo, talvez seja porque tem a entrada paga (R$ 10) ou porque é longe do centro... mas tem comidinhas bem gostosas, o caldo de fava foi um dos dez reais mais bem gastos da minha vida ::hahaha::

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Dali fui para o apartamento que havia reservado no Airbnb. O anfitrião estava com uns amigos fazendo uns petiscos e tomando uns gorós. Tudo boa gente, em poucos minutos já estava bebendo com eles e combinando o horário para ir na festa.

Mais tarde fomos à festa. Um festão. O Parque do Povo é bem grande, com várias barraquinhas de comidas e bebidas, palcos menores com bandas de forró, o palco principal seria o show da Elba Ramalho naquele dia. Lotadaço. Algumas pirotecnias modernas como os bares suspensos que viraram moda em todos os eventos grandes. Enfim, ficamos curtindo, bebendo e comendo (tomei tudo que é caldo, desde os de carne de bode a camarão, passando por mais caldo de fava) até o fim da festa, já passando das 4 da manhã. Hora de dormir.

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2° dia (24/06, sábado)

 

Acordei não tão cedo e com a idéia de ir à cidade de Cabaceiras e ao Lajedo de Pai Mateus. Meu anfitrião do Airbnb me deixou na rodoviária, cheguei uns 20 minutos antes do ônibus partir. Fui no guichê da empresa comprar a passagem e não tinha ninguém, então fui sacar dinheiro e voltei lá. Ninguém ainda. Fui perguntar no atendimento da rodoviária, sem nenhuma ajuda. Iria tentar falar com o motorista do ônibus, mas a funcionária não deixou entrar na área de embarque sem nenhuma passagem. Resultado: não conseguir chegar ao meu destino simplesmente porque não tinha funcionário pra vender a passagem! Surreal! Fiquei sem saber o que fazer, pois tanto o meu plano A (Ingá) quanto o plano B (Cabaceiras) ficaram inviabilizados. De última hora resolvi ir para Areia, uma cidade próxima de Campina Grande famosa por seu casario colonial bem preservado e de lá iria pra Guarabira, de onde eu sabia que sairia ônibus pra João Pessoa. Então fui ao guichê da empresa São José, vi os horários colados no vidro: sairia um daqui a quinze minutos, às 11:30. Fui comprar e mais uma vez fui trollado pelos ônibus da Paraíba: a funcionária avisou que o próximo ônibus para Areia só sairia às 14:00. Mas disse que eu poderia pegar um ônibus para Remígio (sairia 11:30, R$ 8,50) e de lá pegar um alternativo para Areia, o que prontamente aceitei. Cheguei em Remígio e logo que desci do ônibus já ouvi os gritos dos motoristas de alternativos: “Arara! Areia! Alagoa Grande!” Embarquei no alternativo, uma D20 adaptada para transporte de passageiros: o preço, uma pechincha, apenas R$ 3,25. Rapidamente cheguei em Areia, a cidade estava completamente deserta, nada aberto, nem mesmo um boteco. Eles levam mesmo a sério os feriados religiosos, principalmente São João :lol:

Rodei pelo centrinho da cidade, que é realmente muito bonito cheio daquelas casinhas coloniais coloridinhas e tirei algumas fotos que nem ficaram tão boas... ainda não me adaptei a esse negócio de pau de selfie ::tchann::

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Continuei andando por ali sem ver viv’alma nas ruas, mas acabei achando uma banquinha de jornal (mas que vendia também de castanha a cigarros) e perguntei ao vendedor sobre ônibus ou alternativos para Guarabira. Ele me disse que naquele dia seria difícil e fiquei me perguntando como eu sairia dali. Comprei uma castanha e uma água e saí andando, depois de uns cinco minutos passou um ônibus da empresa Rio Tinto, fiz ele parar e o motorista informou que iria para João Pessoa. Acabei pegando esse mesmo (R$ 25), descartando uma ideia de ir para a cidade de Sapé (a cidade natal da minha mãe, queria tirar umas fotos de lá para mostrar a ela, que já não tem mais condições de viajar). O ônibus é pinga-pinga e vai lotando ao longo do caminho, em certo ponto tinha muita gente viajando de pé. Varado de fome, saindo da rodoviária de João Pessoa parei numa barraquinha, onde comi o pior espetinho da minha vida e tomei duas brejas. Falei pra atendente que pensava em ir na festa de São João que ocorreria no Ponto de Cem-Réis, no centro de João Pessoa. A resposta: “vai pra lá não menino, só tem ladrão roubando celular”. Pensei no meu cansaço, na minha fome e na mochila nas costas e resolvi seguir o conselho dela. Segui para a Igreja de São Francisco, que ainda não conhecia, e embora estivesse fechada, sua arquitetura externa impressiona de bonita. O cruzeiro em frente dela também é algo de portentoso, sendo considerado o conjunto todo (igreja, cruzeiro, adro e convento) o maior monumento de arquitetura barroca da América Latina.

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Começando a escurecer saí dali, pois o caminho passa por alguns lugares meio esquisitos, fui pro terminal de ônibus e peguei o 507, que passa perto de onde ficaria, o Tambaú Hostel. Lugar bacana, perto da praia e um bom preço (R$ 38 o quarto coletivo). Descansei um pouco, tomei banho e fui dar uma volta na orla, que estava vazia por estar um tempo não tão bom (ameaçava chover) e também por ser baixa temporada em JPA. Vi um quiosque com Brahma 600 ml por R$ 3,99 e parei lá. Tomei duas vendo o (pouco) movimento e resolvi ir num lugar que havia achado na internet, o On The Rocks Pub. Lugar pequeno, mas bacana, com uma mesa de bilhar ornando o meio do salão. Rock’n’roll explodindo nas caixas de som, pedi uma Heineken e perguntei sobre o PURÊ que havia visto no cardápio. O purê era de mandioca, com diversos tipos de cobertura. Pedi o de carne de sol (R$ 12), que deixou meus olhos brilhando com aquele potão de purê de mandioca cheio de refogado de carne de sol com cebola e tomate por cima. Bom demais! Como ainda estava com fome (no dia todo só tinha comido um saquinho de amendoim na rodoviária de Campina Grande e um saquinho ainda menor de castanha de caju em Areia, pois o espetinho horrível da rodoviária de JPA não consegui comer) não tive vergonha de pedir outro purê, dessa vez de camarão (R$ 15). Fiquei bebendo, curtindo um som, quando ficou tarde voltei ao hostel e fui dormir.

 

3° dia (25/06, domingo)

 

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Acordei cedo, tomei café no hostel, fiz check out e segui para a orla onde queria tirar uma foto no letreiro EuAmoJampa. Tirei minha foto e peguei o bus 507 com o objetivo de ir à Ponta do Seixas, o famoso ponto mais oriental das Américas. O ônibus não vai até lá, tem que perguntar ao motorista o ponto mais perto para descer e seguir a pé. Desci no ponto informado e perguntei a uma vendedora como chegar lá, ela me disse que seria mais fácil ir pela praia, acompanhando as falésias, que foi o que fiz. A paisagem é bem bonita, a despeito do tempo estar feio, fui andando e parei num boteco, onde tomei a cerveja mais oriental das Américas :lol:

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Fiquei ali bebendo e comendo amendoim vendido por guris que passavam oferecendo. Por ali, a galera que oferecia os passeios à piscinas naturais do Seixas, que considerei fazer. Mas o tempo estava piorando e embora não estivesse chovendo, estava ventando muito. Depois de várias brejas já tinha feito amizade com o garçom, que me aconselhou a não fazer o passeio, porque seria perigoso devido ao vento forte. Dito e feito: faltando dez minutos pro horário do passeio, o pessoal dos barcos avisou que não seria possível fazê-lo. Além disso começou a chover. Esperei ela passar e fui embora também pela praia, pegando o busão para voltar à Tambaú. Desci na Av Epitácio Pessoa e andei uns 15 minutos até chegar ao Mercado de Artesanato Paraibano, onde comprei mais alguns imãs de geladeira pra coleção. Comparando com a feira de artesanato de Campina Grande, esta última estava bem melhor para comprar artesanato regional, tanto na variedade quanto no preço. Saindo de lá a próxima parada seria o famoso restaurante Mangai, de comida regional. Cheguei lá, esperei um pouco pra liberar uma mesa, e segui para o Buffet por quilo (R$ 63 o quilo, se não me engano). Enchi o prato com um monte de coisa gostosa e saí bem satisfeito. A conta deu R$ 38, mas achei que vale a pena, pois o esquema de comida por quilo permite que você prove várias coisas diferentes de uma só vez. No final tem rapadura de brinde ::love::

Com a barriga cheia fui para a hospedagem, dessa vez a Pousada do Alemão (R$ 80, quarto individual com banheiro privativo; só escolhi esse lugar pq ia ganhar 2000 pontos no Multiplus ::otemo:: ). Quando fiz o check in era por volta de 14h30... começou uma chuva que só foi parar lá pras 21h00... todo esse tempo trancado com a bela opção de assistir um jogo que não era do meu time e depois Faustão na TV... horas de tédio, tentei cochilar. Depois da chuva fui dar uma volta na orla, tomei umas brejas e tentei ir de novo no On The Rocks mas estava fechado. Fui dormir.

 

4° dia (26/06, segunda)

 

Tomei café, novamente peguei o busão 507, dessa vez em direção ao centro e desci no final da Av Epitácio Pessoa. Ao contrário do dia anterior, nem sinal de chuva, estava sol a pino! Queria tirar umas fotos da Casa Cassiano Ribeiro Coutinho, o maior exemplar da arquitetura modernista em João Pessoa com jardins projetados por Burle Marx. O motivo? Minha mãe trabalhou por muitos anos lá, para o referido Sr Cassiano (grande empresário do ramo açucareiro da Paraíba) e ela queria ver como estava a residência. Tirei algumas poucas fotos da fachada, afinal local estava fechado.

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De lá resolvi que ia andando até a região da rodoviária, o que seria uma boa pernada. Fui andando, passei pelo Parque Sólon de Lucena, que já conhecia bem de outras vezes. Mais adiante passei pelo lugar mais bonito que eu ainda não conhecia na cidade: as imediações da praça Vidal de Negreiros, também conhecido por Ponto do Cem Réis. Muitas, mas muitas edificações históricas, além de um simpaticíssimo coreto ótimo para boas fotos. Pena que passei meio corrido por ali, pois estava preocupado em pegar o ônibus para o aeroporto. Saindo dali passei por umas ruas de comércio popular nada turísticas, e cheguei à rodoviária onde me informei onde pegaria o ônibus para o aeroporto, que é numa rua lateral em frente à rodoviária. O ônibus é o 5501 e demorou uns 40 minutos para passar. Demorou mais uns 45 minutos para chegar no aeroporto.

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Apesar de se perder um pouco de tempo é a melhor opção para quem quer economizar, pois custa apenas 3 reais. Como cheguei meio cedo no aeroporto fiquei tomando umas brejas por lá (R$ 8 o latão de Skol). Já dentro da área de embarque, comprei umas lembranças gastronômicas surpreendentemente baratas, como torrada de bolo de rolo(!?) e cocadas. Voo para GIG, duas horas de espera de conexão e a chegada em CGH. Hora de voltar pro frio de São Paulo.

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