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Inglês caminha há 836 dias por toda a extensão do Rio Amazonas


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Ed Stafford já cruzou 6.400 quilômetros das margens do rio e está perto de terminar a jornada no Brasil

 

Fonte: Revista Galileu

 

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Nem um pouco do glamour de Indiana Jones cerca o ex-militar de 34 anos Ed Stafford. Ele trocou sua vida na Inglaterra por um desafio nunca realizado: caminhar por toda a extensão do Rio Amazonas. Em vez de chicote e chapéu, o explorador carrega muitas mochilas, filmadora e um notebook. Em abril de 2008, partiu da nascente do rio em Canamã, no Peru, próximo ao Oceano Pacífico. E só vai terminar sua aventura na região brasileira onde o rio desemboca no Oceano Atlântico. Atualmente, está próximo do fim da jornada na cidade de Portel no Pará.

 

A viagem pode não ter aventuras como nos filmes, mas está muito bem documentada com vídeos, fotos no blog Walking The Amazon mantido por Ed. Faltam menos de 400 Km para ele completar os 6.800 km de comprimento do Rio Amazonas. A viagem já custou cerca de 70 mil libras (mais de R$ 192 mil), e só foi possível graças a ajuda da família para levantar fundos e conseguir patrocinadores. De início, o britânico calculou que o percurso duraria um ano, até agora foram dois anos e três meses.

 

Sua preocupação inicial eram as onças e cobras. Mas o ex-militar enfrentou outros perigos bem mais humanos. Considera que parte mais perigosa da viagem foi caminhar em terras dominadas por traficantes de drogas ainda na parte peruana da Amazônia. Além disso, os indígenas daquela região têm uma forte crença que há um estrangeiro branco que rapta crianças e rouba seus órgãos, e não foram muito receptivos com o explorador. Não se sabe se a crença tem algum fundamento. Talvez por isso, perto da cidade de Contamana, Ed foi detido pela polícia e considerado suspeito de um assassinato.

 

Seu primeiro parceiro abandonou a expedição após três meses. Depois disso, o britânico passou a contar com a população local e com um novo guia, o peruano Gadiel “Cho” Sanchez Rivera, que segue até o final do percurso. Problemas que no início da viagem eram considerados menores, como mosquitos e formigas, tornaram-se maiores conforme o tempo passou. Ed disse em seu último post no blog que recentemente passou pela parte mais difícil da viagem. Cho e ele estavam cansados, começaram a se desentender e acabaram tomando uma rota mais demorada. “Nosso humor falhou neste ponto – estar perto do fim parece ter diminuído nossa tolerância.”

 

Chegando ao fim da aventura, o “Indiana Jones conectado” pretende voltar para a casa e descansar – claro. Depois vai começar a dar palestras motivacionais que já são agendadas por sua relações públicas.

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O britânico que caminhou mais de 9,5 mil quilômetros da nascente à foz do rio Amazonas terminou seu percurso nesta

segunda-feira, afirmando ter sido o primeiro a completar tão hercúlea tarefa.

 

Ed Stafford, 34, um ex-capitão do Exército britânico que serviu no Afeganistão, teve de adiar por algumas horas a sua chegada ao Oceano Atlântico depois de desmaiar quando caminhava na estrada para Belém.

 

Mas o incidente acabou se revelando um contratempo pequeno diante dos 859 dias que o britânico percorreu para cumprir o que ele diz ser uma expedição inédita.

 

"Nunca estive tão cansado e exultante em toda a minha vida", disse Ed, que deu por encerrada a sua epopeia pouco antes das 9h da manhã, depois de caminhar toda a noite.

 

Ele estava acompanhado do peruano Gadiel Sanchez Rivera - o Cho -, que deveria ter sido seu guia por uma extensão de 50 quilômetros, mas que "gostou da vida simples" e decidiu completar a tarefa junto com o britânico.

 

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Ed e Cho caminham no asfalto para Belém (Foto: Keith Ducatel)O ex-militar alega que nenhum outro aventureiro caminhou o rio Amazonas da nascente à foz. Em parte, isso se deve ao fato de a localização exata da nascente ser um ponto nebuloso.

 

Em 2007, por exemplo, o nadador esloveno Martin Strel estabeleceu um recorde ao percorrer, a braçadas, o rio desde Atalaya, no Peru, até Belém. Segundo ele, esse teria sido o trajeto inteiro do rio.

 

De acordo com Ed, desde 1970, seis expedições conseguiram fazer o percurso inteiro do rio, mas utilizando uma combinação de barcos, caiaques e botes.

 

A viagem tem como objetivo chamar a atenção da comunidade internacional para a Amazônia. Com sua caminhada, o britânico levanta fundos para quatro organizações não-governamentais voltadas para o meio ambiente.

 

Ed disse que, no começo, a selva parecia "assustadora", mas que, ao longo da viagem, "foi mudando" aos seus olhos.

 

"O que era misterioso e perigoso se tornou um local onde agora nos sentimos seguros", disse. "Nunca tivemos noites mais relaxantes que quando sentávamos no meio da floresta, sós, ao redor do fogo."

 

"Agora, não é um lugar assustador; é lindo. Nos apaixonamos por ele e agora nos sentimos em casa."

 

Aventura

O britânico saiu do monte Mismi, no Peru, no 2 de abril de 2008. Cinco meses depois, encontrou Cho. Desde então, os dois caminham juntos.

 

Ao longo do trajeto, Ed vem contando a experiência no blog Walking the Amazon, atualizado através de um latpop e de uma conexão de internet via satélite, e no serviço de microblogging Twitter.

 

Entre outras histórias, ambos os aventureiros contam como encontraram em média quatro cobras venenosas por dia, foram picados por vespas pelo menos uma vez por semana, ameaçados por indígenas Ashaninka e depois escoltados por eles para fora de sua terra e até acusados de assassinato e de roubo de órgãos no Peru.

 

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A viagem tem como objetivo chamar a atenção da comunidade internacional para a Amazônia (Foto: Keith Ducatel)"Passamos por algumas situações muito sérias, e às vezes tememos de verdade pelas nossas vidas, mas nunca pensamos em desistir", disse o aventureiro. "O fato de que todo mundo nos disse que era impossível nos deu ânimo."

 

Ele disse que encontrou "generosidade genuína" no Brasil.

 

Em seu último post, a 85 km de completar seu percurso, o britânico contou como desmaiou na estrada para Belém.

 

"Comecei a dormir enquanto andava. É uma sensação assustadora", contou. "Percebi que se parássemos e eu dormisse 20 minutos, me recuperaria."

 

"Enquanto deitava na beira da estrada, comecei a sentir a pele coçando. Eu me coçava furiosamente, mas a coceira piorava. Comecei a ter erupções de pele e não conseguia caminhar nem ficar parado", escreveu.

 

"Foi uma experiência terrível. Por cerca de uma hora eu me deitei na beira da estrada pedindo por uma ambulância, demasiado cansado para pensar nas milhas que faltavam."

 

Depois do incidente, Ed foi levado para um hotel, onde descansou por três horas, antes de ser levado de volta ao ponto onde desmaiou.

 

"Sinto-me um pouco mais humilde agora que meu corpo resolveu entrar em colapso tão perto do fim", avaliou.

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