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Mochilando para sempre...


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  • Membros

Pois bem, conheci esse fórum nem lembro quando ou como, acho que foi alguma recomendação em um outro fórum de miscelânea, mas isso não vem ao caso, me simpatizei com o bom nível do pessoal que frequenta este fórum, assim como a temática e fiz meu cadastro para desabafar:

 

Sou um rapaz jovem, de 21 anos de idade, trabalho como Tabelião Substituto em um serviço notarial e de registro civil, onde substituto é apenas o nome do cargo, já que exerço o papel de tabelião própriamente dito, já que minha patroa deixa isso à deriva, mas isso são outros 500; moro em uma pequena cidade no interior do Espírito Santo, possui uma namorada, uma excelente família e está descontente com a situação do Brasil e sua vida.

 

Fico vendo pessoas capacitadíssimas trabalhando em empregos escrotos recebendo salário mínimo, que mal dá para pagar sua sobrevivência, quem dirá seu prazer pessoal. Você não recebe retorno de nada que investe, política de pizzaria, presidente sem capacidade, eleitores ainda menos, o que também são outros 500, e agora chega de lenga lenga.

 

Estou pensando em sair do país, mas não para ganhar $$$ e mandar para cá, é para morar mesmo, tentar uma vida nova e feliz lá fora e tentar fazer valer cada pingo de meu suór. Alguém aqui já passou por essa experiência? Chegar num lugar apenas com a cara, coragem e o $$$ da passagem de volta como Plano B?

 

Me digam como foi, se valeu a pena ou se ainda vale. Penso em algum país da Europa como Portugal, Espanha ou Inglaterra devido à facilidade com o idioma (apesar de eu ter descendência Alemã).

 

Será que terei de enfrentar muitos preconceitos e empregos digno de paises subdesenvolvidos como nos EUA? Ou terei a chance de "ser alguém" ao meu modo?

 

Por favor, me ajudem, porque estou querendo mudar de ares, já que estou fazendo o que não gosto e sem perspectiva nenhuma de futuro aqui nesse país.

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  • 2 meses depois...
  • Membros

Vi que vc postou já tem um bom tempo, mas como só vi agora resolvi arriscar e responder, cara eu já me senti assim como vc, e já fiz oq vc esta planejando, se valeu a pena ?? valeu claro que sim , em pouco tempo vivi e aprendi mais coisas da vida do que aprenderia em dez anos, serviu para abrir minha mente para a forma de pensar e de agir de pessoas de cultura totalmente diferente da nossa, serviu para me livrar de um trilhão de preconceitos que só pesavam dentro da minha mochila, serviu para jogar minha auto-estima nas alturas porque vc percebe que é capaz de se sustentar e de sobreviver dando nó em pingo de éter, percebe que é totalmente livre e que as suas preocupações reais estão mais ligadas com o que fazemos hoje do que o que vamos fazer daqui a anos, aprende há viver um dia por vez e a se amofinar menos com pequenos problemas, e aprende a valorizar a amizade e o companheirismo, não aquelas amizades de barzinho mas aqueles amigos que saem de casa em um dia de chuva e atravessam metade de uma cidade só pra fazer limpar a casa e fazer comida para um amigo que esta doente, enfim aprende-se muita coisa boa, mas vc deve estar ciente que nada será como antes de vc partir, depois de um ano ou dois fora vc volta para uma casa que não é mais a sua, uma terra que já não é mais a mesma, vai ver que seu grupo de amigos mudou , pode encontrar sua ex namorada casada e com filhos, avós que faleceram durante a sua ausência, seu cachorro que fugiu e ninguém nunca mais viu, pessoas e coisas que vc tinha como certo de reencontrar quando partiu e que agora de regresso vc não encontrara mais, tudo isto deve ser pensado, vc deve estar bem ciente dq vai sacrificar para seguir pelo mundo, sem contar que vc deve estar preparado para não voltar por anos, tem pessoas que partem com o firme propósito de voltar em um ou dois anos mas que a vida acaba arrastando para novas aventuras, trabalhos, amores, e que no final se vê regressando para casa quase 20 anos depois da partida, ou mesmo não regressando jamais, agora se vc já esta ciente de tudo isto e seu coração ainda anseia por partir então VAI!!!!!!, não perca mais um segundo, a pior coisa da vida é se lamentar pelo que não se fez, as coisas que fizemos e foram erradas nós sabemos como foram e ponto, mas as coisas que não fizemos nunca saberemos o desfecho, jamais saberemos se daria errado ou certo e nossa imaginação nos persegue para sempre com a pergunta de COMO SERIA????

 

Por isto pensa bem, pensa com carinho, se possível tira umas férias e some para algum lugar distante de casa por 30 dias sem ver ou falar com ninguém da sua família, namorada e amigos, e veja como vc se sente depois deste período ao voltar para casa, assim vc vai estar tendo uma idéia em micro cosmos do que é se ausentar tanto tempo e como sua alma reage as isto.

 

 

Abraços e boa sorte seja lá qual for a sua decisão.

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  • Membros de Honra

psycrow,

 

isso não seria uma insatisfação com a vida profissional e com a vida pessoal? teria que ser realmente resolvida com um rompimento radical desses? pois, como o vento norte citou aí em cima, quando vc volta, se volta, tá tudo diferente.... muito diferente, e normalmente não dá pra retomar mais muita coisa.

 

pq não pensa num meio termo? primeiro vc tem que pensar no que está, efetivamente, pegando, o que é o centro do teu problema, da tua insatisfação.

 

é a possibilidade de continuar a vida inteira no cartório? pode não ser, pois todo trabalho é, em si, chato, cansativo, extenuante, pentelho, "boring". vc pode mudar de profissão e dar de cara com o mesmo problema.

 

mesmo quem tem vidas agitadas sofre com isso. eu, às vezes, passo semanas domindo uma noite apenas em casa. nas primeiras vezes era muito legal - eu adoro viajar, senão não aguentava minha vida - mas há épocas em que quero ficar em casa. o carnaval, esse ano, eu passei em frente à tv a cabo... hehehehe, e foi muito divertido.

 

ou é o namoro? eu sempre vivi em grandes centros, onde neguim namora e desnamora com facilidade. ultimamente, indo frequentemente às pequenas cidades e CONVIVENDO com as pessoas acabo vendo coisas que achei que tinham terminado na idade média: casais que se formam na oitava série e nunca mais conseguem se separar... por causa de uma imensa pressão externa. vejo moleques de 18, 19, 20 anos desesperados pq estão praticamente casados, quando ainda querem ir estudar fora, desobrir o mundo, etc.

 

antes de chutar tudo pro alto, avalia o que realmente deve tomar um pé na bunda.

 

pensa em ir viver por algum tempo num grande centro, fazer um curso em sp, no rj, sei lá.

ou reorganiza a coisa pra fazer como muita gente aqui no mochileiros faz: estuda, trampa, e faz as suas aventuras nos intervalos, planeja férias diferentes, usa os finais de semana pra fazer uma trilha, pra fazer um bom passeio de bike.

 

o que vc quer é ver um pouco o sentido real da vida. não precisa ir morar numa caverna no saara pra isso. pra quem tem olhos de ver, pra quem tem a capacidade de leitura do mundo, não é necessário tomar um balde de água do mar pra ver que ela é salgada, basta um golinho.

 

relaxa, pensa um pouco, imponha limites a quem te suga a vida. chutar tudo pro alto pode ser bom ou devastador. não tem meio termo.

 

mas que a ponderação não seja impedimento. ninguém escala um aconcágua da vida na louca, tudo precisa planejamento.

e cara, vc não sabe como é gostoso planejar as roubadas, planejar as mudanças. mais da metade da viagem é a pesquisa sobre a viagem.... pois só aproveita quem conhece.

 

pensa direito. vai com calma. faz uma carteirinha de alberguista e pega um final de semana ou um feriadão e baixa no albergue aqui em sp. conversa com os gringos, no próprio albergue vc conhecerá gente legal, boa de papo, companhia pra baladas, pra ir num museu, pra ir num boteco descolado, pra fazer um passeio.

 

as vezes, o que a gente precisa é só isso, dar uma arejada.

 

[]s

p.s. pensa no seguinte: enquanto tá cheio de brasileiro querendo ir pr anova zelândia, tá cheio de neo-zelandês querendo vir pra cá. enquanto brasileiro vai ser garçon em paris, tem francês louco pra ser garçon em barraca de praia no brasil. o problema não é exatamente o local, o problema pode ser a gente.

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  • Membros de Honra

pois é, vento norte, bom conselho só de dá depois de fazer muita merda, né? hehehehe.

 

claro,a gente olha pra trás e valoriza o que aprendeu. mas que é f... é! hehehehe

 

e gostei a história de encontrar a antiga namorada casada com outro e com filhos. pode ser deprimente, ou até recompensador: perceber do que se livrou... hahahahah

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  • 5 anos depois...
  • Membros

Este Fórum é muito didático e nos reserva muitas idéias para reflexão.

 

Este tópico por exemplo é bastante esclarecedor.

 

Vejam por exemplo o autor do tópico, Sr. Psycrow, então com 21 anos de idade na data da criação desse tópico, qual seja, 14 de setembro de 2006.

 

Exercendo função pública na qualidade de Tabelião, rebelava-se naquela oportunidade contra o establishment. Queria de todo jeito ir embora do Brasil, estava descontente com tudo e com todos.

 

Um olhar mais atento consegue identificar um detalhe significativo: o de que o Sr. Psycrow fez somente um único comentário no Mochileiros.com, justamente aquele que abriu o presente tópico! :?

O que terá acontecido?

 

Será que o Sr. Psycrow se mudou definitivamente para Paris ou Anchorage e esqueceu de tudo o que era brasileiro, inclusive este fórum de idéias?

 

Será que, ao contrário, o Sr. Psycrow fez concurso público para algum cargo burocrático e hoje é um feliz (???) super nutrido e pacato servidor público estadual e de igual modo, esqueceu deste tópico?

 

O que será que houve com ele?

 

Esperamos que esteja bem! ::otemo::

 

Continuando a observação, notamos as sensatas opiniões do Sr. Vento Norte e do Sr. ogum777. O Sr. Vento Norte dialoga com o autor do tópico e coloca considerações importantes que se resumem no seguinte ditado: a grama do vizinho é sempre mais verde.

 

Transcrevo uma frase copiada do primeiro comentário do Sr. Vento Norte que comprova o ditado acima.

 

Ele disse: "p.s. pensa no seguinte: enquanto tá cheio de brasileiro querendo ir pr anova zelândia, tá cheio de neo-zelandês querendo vir pra cá. enquanto brasileiro vai ser garçon em paris, tem francês louco pra ser garçon em barraca de praia no brasil. o problema não é exatamente o local, o problema pode ser a gente."

 

É isto mesmo, muito pertinente a colocação, pessoas descontentes com a própria vida estão por todos os lugares.

 

Entretanto..... que fim levou o Sr. Vento Norte? Será que após aconselhar de forma sensata o Sr. Psycrow ele também resolveu arrumar um emprego e hoje é um respeitável pai de família ou será que ele se mudou para o deserto do Saara e hoje tem uma agência de aluguel de dromedários (camelos só nos desertos asiáticos).

 

Destaca-se que o Sr. Vento Norte conta com somente 29 mensagens, terá ele desistido de seus ideais?

 

Quanto ao Sr. ogum777, editor do Fórum, igualmente perspicaz, talvez seja a única pessoa que possa trazer algum alento, traduzidos em respostas para nossas dúvidas, quais sejam: o que será que aconteceu com o Sr. Psycrow e o Sr. Vento Norte?

 

Grato pela oportunidade de manisfestação e pelo espaço.

 

Valeu!

 

::carai::

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