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Uruguai, Argentina e Chile por menos de 1000 dólares


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Cultura, diversão, experiência, um novo idioma e carimbo naquele passaporte em branco que você tirou não sabe pra quê. Isso é tudo que está procurando? Saiba que em 20 dias é possível conseguir tudo isso e mais um pouco sem ir muito longe de casa seguindo uma receita com apenas dois ingredientes: espírito aventureiro e US$1000,00 na carteira.

 

Parece impossível, mas não é. 20 dias é o suficiente para que você possa dizer aos seus amigos que andou por terras de 5 países diferentes e o melhor, sobreviveu.

Fiz uma viajem pela América do Sul junto com mais duas pessoas em Janeiro de 2008 e descobrimos algumas das belezas que se escondem do outro da linha imaginaria de Tordesilhas e como vivem nossos amigos que insistem em falar um português enrolado que eles chamam de castelhano.

Nossa viagem começa no aeroporto de Cumbica em Guarulhos, de onde parte nosso vôo para nosso primeiro destino, Montevidéu no Uruguai. Aí se foram nossos primeiros R$450,00, fomos de avião por ser mais chique, mas nada nos impedia de ter ido de ônibus partindo do terminal Tietê por R$260,00, a não ser as quase 40 horas de viagem. Antes de embarcar, algumas dicas básicas: leve apenas o necessário, você não está de mudança, roupas de frio, de calor, tênis, chinelo, MP4 (esse você vai precisar mesmo, você vai entender), maquina fotográfica, cartões de memória, enfim, tudo que um paulistano levaria para praia grande para passar o carnaval tranqüilo.

Para entrar nos países do Mercosul e no Chile é necessário apenas carteira de identidade, mas se você tiver um passaporte que nunca usou, leve-o, além de ser elegante proporcionalmente ao chegar em Montevidéu de avião, pode facilitar sua vida na hora de trocar dinheiro, alugar um carro ou fazer reserva em um hotel. Se tiver cartões de crédito e débito internacionais, também são muito úteis, uma vez que quanto menos dinheiro estiver portando melhor, lembre-se, imprevistos podem acontecer. Vamos chamar nossa viagem humildemente de “mochilão”, sabe aquela história de conhecer pontos turísticos pela janela do ônibus da empresa de turismo? Isso não te pertence mais.

Como demos sorte, nosso vôo atrasou apenas 1 hora e meia, considerado excelente para os padrões brasileiros. Chegamos a Montevidéu e aí vai a Primeira dica: verifique se não esqueceu nada no banco do avião, não será fácil fazer uma reclamação em outra língua momentos após sua chegada.

O aeroporto fica um pouco longe do centro da cidade, onde está localizada a maior parte dos hotéis. Táxis levam até o centro por um custo médio de 25 U$, como não somos bobos, pegamos um busão e pagamos 22 pesos uruguaios, equivalente a R$ 2,20. Existem vários hoteis na região central de Montevidéu, um deles é o Hotel Campoamor, na Av. general Rondeau 1446 onde além de servir um café artesanal maravilho, existem computadores disponíveis com acesso a internet com quartos triplos a partir de 300 pesos (em torno de 40,00 por dia), se estiver em três, como nós, ficaria menos de 15,00 por dia para cada um. Pra quem estiver viajando em economia de guerra existe um hotel na Av 18 de Julho, a principal da cidade. O hotel deve ter centenas de anos, provavelmente a mesma idade de seus “jovens” funcionários, não é essas coisas, mas dependendo do cansaço, quebra um galhão.

A capital uruguaia é uma cidade tranqüila, proporcional ao seu tamanho, 2 dias é suficiente para conhecer toda a cidade. O mate, diga-se de passagem, 100% importado do Brasil, é o maior ponto turístico da míni metrópole, em todas as esquinas existe alguém com uma garrafinha debaixo do braço, faça sol ou chuva. A cidade é velha, assim como seus carros, seus edifícios e sua população, é tiozinho pra todos os cantos. O turismo se concentra em um bairro que consegue ser mais antigo ainda que os demais, Ciudad Vieja, uma espécie de centro velho. O mercado do porto, as margens do Rio da Plata também é um lugar que merece ser visitado por seu charme e glamour e ao contrário das comidas encontradas em portos, lá quase não tem peixe e sim, muito churrasco, além de empanados deliciosos. O chouriço também faz parte da culinária uruguaia, uma espécie de calabresa no pão com muitos temperos. A praia do Rio da Plata ( Pocitos) e a cede do Mercosul são outros dois pontos interessantes a visitar.

À noite, tudo se concentra em torno do centro. Cassinos, Pubs, Barzinhos e boliches, mas muito cuidado com esse último, boliches uruguaios não são bem como agente conhece. Se alguém te indicar um bom boliche e ainda dizer que não paga para entrar, não pense que você vai encontrar bolas furadas e pinos no final de uma pista, se for isso que procura, vá a um Bolling. Boliches são barzinhos com musicas ao vivo ou eletrônicas que normalmente, têm a entrada gratuita até a 1h, o que não é vantagem, porque antes desse horário só estará você dentro da casa.

Saindo de Montevidéu de ônibus para leste, já com malas e cuias, chegamos a Colônia del Sacramento, uma cidade histórica a lá Paraty no Rio de Janeiro. Meio dia pra conhecer a cidade, uma hora para almoçar e já estamos prontos para embarcar para Buenos Aires na Argentina. Nosso meio de transporte dessa vez será o Buquebus, uma imensa embarcação parecida com um navio, porém sem áreas externas, que atravessará o Rio da Plata até a capital argentina. As passagens devem ser compradas ainda em Montevidéu com antecedência para evitar transtornos. Os preços variam de o equivalente a R$85,00 a R$ 250,00 dependendo da classe. Durante a viagem, que leva de 1 a 3 horas dependendo da embarcação, pode-se desfrutar de um Free Shop que existe dentro do barco, onde produtos importados são vendidos com isenção de impostos, mas não abuse das compras, afinal, somos mochileiros.

Próxima parada, Buenos Aires, a mais européia das capitais sul-americanas.

Após desembarcar e passar pela imigração, caso não tenha passaporte, guarde um papel que irão te entregar como se fosse seu filho, esse documento é sua garantia de legalidade no país. Depois de tomar esse devido cuidado, aponte o braço para um ângulo de 45 graus e um taxi amarelo e preto irá parar na sua frente. Independente de onde estiver e pra onde você vai, a corrida dificilmente ultrapassa 10 pesos, cerca de R$6,00, portanto, abuse desse meio de transporte. Lembre-se, se estiverem em 3, são seis reais dividido por 3 pessoas.

Na capita federal, existem hotéis em todos os bairros tradicionais: Sant Telmo- onde ficam algumas mansões, Recoleta- bairro conhecido pela existência de um cemitério que se transformou em um dos mais visitados pontos turísticos devido as celebridades que lá descansam, como Eva Peron. Porto Madero- bairro dos restaurantes finos, La Boca- onde encontramos o Camininto e o estádio do Boca Juniores, clube mais popular da Argentina e no centro, onde ficamos. Nas avenidas localizadas na região central, existem vários hotéis e albergues para todos os gostos e preços, nossa equipe ficou em um hotel da época de Grayskull, onde trabalhava uma camareira tão assustadora quanto o prédio onde estávamos hospedados. Como ela estava sempre acompanhada de um gato igualmente assustador, os apelidamos de bruxa do 71 e satanás. fazendo uma ligeira comparação com duas personagens do seriado Chaves ou Chavo, na língua local. Pagamos o equivalente a R$55,00 a diária em quarto triplo, 90 pesos argentinos com direito a varanda.

Buenos Aires é linda, charmosa e adora os brasileiros, tanto que, eles estão em todas as partes, o que pode facilitar e muito sua comunicação. O moderno e o antigo se misturam por todos os lados, nos causando a leve impressão de estar andando por uma capital européia já sabendo que chegaremos à Nova Yorque na próxima esquina.

O obelisco, cravado no meio da avenida mais imponente da argentina, a 9 de Julho, é parada obrigatória, assim como a Plaza de Mayo, o Palácio do governo (conhecido como Casa Rosada). Fazer compras nos calçadões do centro, como o da rua Florida, onde é possível encontrar roupas de couro por um preço camarada e jantar em Porto Madero ouvindo tango também basico. Vale a pena fazer um tour por dentro da Bombonera, estádio oficial do Boca Juniores, existe um museu muito interessante e você pode inclusive pisar no gramado pagando o equivalente a R$8,00.

Pegando o trem que sai da estação rodo-ferroviária Retiro rumo a Tigre, uma cidade da grande Buenos Aires, situa-se o parque Del La Costa, uma espécie de Disney argentina guardando-se as proporções, claro. Na região também é possível arriscar uns trocados nos milhares de máquinas disponíveis em um dos maiores cassinos do país. Vale a pena conferir, fica à uma hora de distancia da capital e a passagem não passa de R$1,5 ida e volta.

Mas o melhor de B.A está na parte que toca o estômago, com 58 pesos (cerca de R$35,00) pode-se comer uma bela parrijada (prato tradicional argentino com vários tipos de churrasco) para três pessoas. Os alfajores e os sorvetes da marca Fredo também são imperdíveis. Devido à alta do Real em relação ao peso, torna-se muito vantajoso viajar para aquele país. A noite em B.A é agitada, com muitas opções, porém só de quinta a domingo, fora desses dias, prefira um bom lugar para jantar.

Reserve pelo menos 5 ou 6 dias para conhecer Buenos Aires e, ande muito a pé, de ônibus e de metrô (que eles chamam de Subte e custa 90 centavos de peso, R$0,55), assim, além de conhecer lugares, você fica inserido na cultura e nos hábitos do povo local. Converse com os argentinos, ao contrário do que muita gente pensa, são muito educados e cordiais, além de treinar seu espanhol. É preciso ter consciência de que cultura, nunca é demais

Hora de pegar a estrada e cruzar o país de leste a oeste. Partindo de do terminal de ônibus Retiro, em Buenos Aires, embarcamos em um ônibus rumo a capital do vinho, Mendoza, no extremo oeste, na divisa com o Chile. São 14 horas de viagem, mas não sofra por antecipação, praticamente todas as empresa que fazem o trajeto, além de utilizar ônibus muito confortáveis, têm um excelente serviço de bordo, com direito a 3 refeições: janta fria, janta quente e café da manhã, caso viaje a noite. É aconselhável viajar sempre à noite, assim, você economiza com hospedagem, janta e café, afinal, somos mochileiros, lembra? Viajamos pela empresa Andesmar, ao custo de 138 pesos, aprox. R$80,00, os preços não costumam variar muito de uma empresa para outra.

Mendoza é pequena e aconhegante, no inverno neva muito, no verão as paisagens são mais bonitas. Os preços dos hotéis não oscilam muito em relação a outras regiões do país. A maioria dos hotéis vendem pacotes turísticos fechados, com vans que te buscam onde estiver hospedado. O passeio Alta Montanha, é o principal e indispensável. Uma empresa te leva para conhecer o Aconcágua (montanha mais alta das Américas) passando por belíssimas paisagens encravadas no meio da cordilheira dos Andes. O tour passa por vários vilarejos andinos até a fronteira com o Chile. O passeio dura o dia todo e é o ponto forte da cidade. Os preços ficam em torno de R$50,00 por pessoa, sem almoço incluído. Outros passeios também são muito interessantes como caminho do vinho, rota tradicional que passa por algumas das mais de mil bodegas espalhadas pela província. Para aventureiros, existem várias opções que vão desde rafting e escaladas no verão até esquiar no inverno. Caso opte por uma dessas opções radicais, esqueça nosso orçamento inicial. Se você gosta de degustar um delicioso vinho, esse é o lugar, em alguns estabelecimentos, uma garrafa de vinho pode custar mais barata do que uma de água, aproveite

Hora de trocar dinheiro e embarcar para o Chile. Dica: enquanto estiver na Argentina, o melhor lugar para trocar dinheiro é o Banco de La Nacion, as taxas de cambio são melhores e é muito mais seguro. Jamais troque dinheiro com estranhos ou casas de câmbios clandestinas.

Se existe uma viagem que é aconselhável fazer durante o dia, é o trecho entre Mendonza e Santiago do Chile. A paisagem é impressionante, a rota é conhecida por caracóis andinos. São seis horas de viagem de um país para o outro e você não gasta mais que R$25,00 para cruzar a fronteira em uma das dezenas de empresas de transportes que fazem o trajeto. Outras dicas: Não esqueça aquele papel que recebeu da imigração argentina, lembra? Caso contrário, terá que desembolsar 50 dólares referentes ao pagamento de multa, não é permitida a entrada de frutas e nenhum tipo de alimento no país, portanto coma–as antes de chegar na fronteira.

Santiago é uma metrópole, com trânsito, metrô, e muita poluição, mas isso não tira o título de terceira melhor cidade da América do sul em qualidade de vida, perdendo apenas para nossas já conhecidas Montevidéu e Buenos Aires. Quando já estiver com pesos chilenos, perceberá que as notas terão vários zeros devido à inflação alta daquele país, isso dará a impressão de que tudo é mais caro, depois você irá perceber que não se tratava de impressão, as coisas realmente são mais caras do que nos outros países que passamos. Portanto, se queria economizar, essa é a hora. Fique em hotéis mais baratos, se possível claro, perto do centro existem muitos albergues onde se pode dormir por menos de R$50,00. Ande a pé, a cidade é pequena. Vale à pena subir no cerro San Cristóbal. De lá é possível avistar praticamente a cidade. A subida é feita por um trenzinho que eles chamam de funicular. O bilhete de ida e volta custa em torno de 5000 pesos, aprox. R$17,00 e você poderá apreciar a vista panorâmico o tempo que quiser.

Outros tradicionais pontos turísticos de Santiago são os prédios públicos como o Palácio de La Moneda, sede do governo chileno e palco da invasão pelo General Pinoche que deu início a fase ditatorial no país. Há dois quarteirões de distância, está a Plaza de Armas, local onde ocorre a reunião de pessoas da cidade toda e onde além da prefeitura, estão localizados vários museus, catedrais e restaurantes. Como nas outras capitais sul-americanas que passamos, em Santiago também há um brasileiros em cada esquina, portanto, se tiver que fazer algum comentários sobre alguém, xingar, ou seja lá qual for o desabafo, fale baixo, a probabilidade de alguém te entender é muito grande.

Já que estamos no Chile, por que não conhecer o outro lado dos oceanos, o Pacífico. A menos de 2 horas e meia de Santiago, estão localizadas duas importantes cidades litorâneas do país, Valparaíso e Vina Del Mar. Embora sejam consideradas praias elitizadas, é perfeitamente possível passear por ambas sem gastar muito e, o melhor de tudo, é possível conhecer as duas cidade em 1 dia, fazendo o conhecido bate-volta, partindo de Santiago pela manhã e retornando a noite em um dos ônibus que fazem o trajeto com saídas a cada meia hora. A maior empresa rodoviária do Chile, a Turbus, vende passagens de ida e volta por 5600,00 pesos chilenos, menos de R$18,00. Se tiver tempo e dinheiro, vale ficar mais alguns dias no litoral e curtir mais tranqüilo as praias chilenas.

Como US$1000,00 não dá cria, é hora de voltar. Do aeroporto de Santiago, partem aviões regulares para São Paulo e Rio de Janeiro, mas não é boa idéia, a não ser que tenha dinheiro escondido na meia ou um bom cartão de crédito. Como quem sai na chuva é pra se molhar, a melhor coisa a fazer é pegar um busão da Chile Bus por aproximadamente R$ 360,00 e relaxar durante os quase 4 dias de viagem até o terminal rodoviário do Tietê em São Paulo. Boa Viagem.

Editado por Visitante
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  • Membros de Honra

Blz Alan.

 

Boas dicas essas do relato hein.

Mas acho que a galera não tá lendo muito esse relato por causa do título.

 

Acho que se vc mudasse o título, colocando um de acordo com o lugar dessa viagem, ficaria mais legal.

Títulos genéricos como o seu não despertam curiosidade.

 

 

Abcs

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