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05/07/2009 - Expedição Mochileiros ao P. N. do Caparaó


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  • Colaboradores

[t3]Expedição Mochileiros ao Parque Nacional do Caparaó[/t3]

 

Obs.: O início do relato foi escrito pelo Marcos, eu apenas finalizei!

 

Após um longo período tentando combinar uma trip com o meu amigo PauloBR, desde que nos conhecemos no Chile, conseguimos, graças a ajuda do Kaabah, organizar uma nova expedição de mochileiros (1-05-2009-expedicao-mochileiros-ao-pico-parana-t33746.html), desta vez com pessoas novas e como destino o Parque Nacional do Caparão, na divisa MG/ES.

 

O Kaabah fez a reserva no parque e decidimos fazer uma travessia pelos Picos da Bandeira, Calçado e Cristal. Agora era só esperar chegar o dia de embarcar para Belo Horizonte e de lá rumarmos para Alto Caparão/MG. Na última hora o Thiago, amigo do Kaabah se juntou a nós e conseguimos fazer uma reserva para ele também.

 

1º dia – 04.06.2009 – SP/BH

 

Trabalhei nesse dia ate as 15 horas, meu voo para BH sairia as 18:20 em Guarulhos (consegui uma promoção da ocean air e o voo para BH compensou em detrimento da viagem de carro ou ônibus, aliás hoje está mais barato viajar de avião do que de ônibus pelo Brasil. E uma boa notícia também: a Azul estará fazendo vôos pra BH a partir de agosto/2009). Cheguei em BH – Confins por volta das 19:30, peguei o ônibus até o centro de BH e o Paulo, ótimo anfitrião por sinal, já me esperava no ponto final. Fiquei na casa do Paulo, jogamos conversa fora e fomos dormir cedo pois no dia seguinte iríamos começar nossa jornada até o Parque.

 

2º dia – 05.06.2009 – BH/Alto Caparaó.

 

Acordei cedo e fui com o Paulo ao mercado comprar as ultimas coisas que faltavam para mim e para ele. Arrumamos as coisas e fomos ao ponto de encontro com o Kaabah e o Thiago, em um posto de gasolina na Av. Cristiano Machado, abastecemos, calibrei os pneus do carro, o Kaabah e o Thiago chegaram e caímos na estrada por volta das 13 horas.

 

Íamos pela estrada, rindo com as piadas do Thiago, sobre mineiros e capixabas, e todos rindo de meu sotaque de paulista. Quando um outro motorista avisa sobre o pneu. Pneu murcho, trocamos o estepe e paramos no primeiro posto para arrumar o pneu. Lembram que eu falei um parágrafo acima que calibrei os pneus? Então com minha delicadeza de um neanderthal eu danifiquei o pino e ele foi vazando do posto até ficar na roda... Pneu arrumado, bronca tomada, caímos na estrada de novo.

 

Na estrada uma cena típica do clássico filme “Encurralado”, um caminhão, com um motorista doido, passando todo mundo na estrada em alta velocidade, acerta em cheio o retrovisor do Paulo, um susto, mas graças a Deus somente um espelho quebrado sem maiores conseqüências. Que trocamos logo depois na próxima cidade a beira da rodovia.

 

Após esses contratempos, chegamos em Alto Caparaó, paramos para um lanche. Deu inveja do mexidão que o Paulo trouxe de casa! Em seguida fomos para o Parque. Pagamos a entrada e estadias (R$ 15,00/pessoa, isto inclui 2 pernoites R$ 6,00/cada e R$ 3,00 de entrada para cada), deixamos o carro na Tronqueira, mochilas nas costas, lanternas na cabeça e iniciamos a subida até o Terreirão por volta das 20 horas.

 

A lua estava quase cheia o que facilitou nossa subida e em 1 hora e 10 minutos atingíamos o Terreirão. Montamos nossas barracas e por volta das 10 horas fomos dormir, ao menos tentar. É impressionante como existe farofeiros em qualquer lugar, num ambiente como aquele com frio, uma garoa fina e pessoas indo dormir cedo, pois a idéia de todos era acordar para ver o nascer do sol, alguns idiotas fazem barulho em demasia, como se estivessem em suas casas, não se importando com o direito dos outros. Uma pena, que no Brasil esse tipo de turista se prolifera a cada dia. É algo inexplicável, por que tanta vontade de ficar gritando?

 

3º dia – 06.06.2009 – Alto Caparaó – um dia de muitos cumes.

 

Após uma noite “maravilhosa” acordamos as 3 e meia da manhã, fazia frio, mas nada insuportável. Iniciamos a subida até o bandeira pouco antes das 4 da manhã e em 1 hora e 20 minutos o Paulo atingiu o cume, eu cheguei um pouco depois e o Kaabah e o Thiago uns 15 minutos após.

 

A subida foi tranquila, o Kaabah sentiu um pouco por causa da má alimentação feita na janta, mas nada que o impedisse de continuar. O tempo estava fechado, mas por alguns instantes a lua quase cheia (a lua cheia iria “encher” dois dias depois) iluminava o caminho quando as nuvens se dissipavam, fazendo desnecessário o uso das lanternas nesses instantes. Cruzamos com alguns grupos na subida, provavelmente os farofeiros de plantão.

 

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Ao chegar no cume o céu estava completamente fechado, apenas por uns instantes foi possível ver a paisagem avermelhada da alvorada. Depois fechou tudo de vez e mal se via uns aos outros. Ficamos até o dia clarear, já que o sol não nasceu. Nosso plano original de atacarmos os 3 cumes (Bandeira, Calçado e Cristal) estava começando a ruir, pois não era possível vê-los do bandeira, devido às nuvens. Descemos ate a bifurcação das trilhas e paramos num pequeno platô, mais abrigado para nosso café da manhã e na esperança de o céu abrir. Com o tempo daquele jeito era impossível "bater" as referências com as cartas topográficas que tínhamos em mãos.

 

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Ficamos parados por cerca de uma hora e após uma tentativa frustrada de preparar um capuccino, já que o Thiago derrubou a luva em cima da espiriteira, fazendo tombar o caneco e caindo água sobre o fogo, tornando impossível acendê-la novamente, decidimos abortar nossa missão. Iniciamos a descida até o Terreirão.

 

Vale frisar que a trilha até o pico da bandeira é super demarcada, com faixas amarelas pintadas nas rochas, além do enorme desgaste causado pela intensa utilização da trilha. Em alguns pontos é possível ver até 5 trilhas em paralelo. Apesar de toda essa “facilidade”, com o tempo ruim, muitas pessoas ainda acabam se perdendo. Aliás, dificilmente não se ouve histórias de pessoas perdidas. Por isso, a primeira recomendação dos guardas é para não arriscar a subida em caso de neblina.

 

Voltando ao nosso percurso (com o tempo ainda muito fechado), já quase chegando no terreirão ouvimos gritos de uma pessoa que parecia estar procurando por amigos possivelmente perdidos. Andando mais adiante deparamos com um cara que dizia estar procurando por 2 amigos. Segundo ele, os 2 haviam se separado do restante do grupo durante a descida. O rapaz parecia estar um pouco desesperado e cogitava o acionamento da brigada do parque. Neste momento já caiam as primeiras gotas de chuva e a temperatura estava bem baixa.

 

Continuamos andando ao som dos gritos desesperados e em pouco tempo chegamos no terreirão. Foi exatamente o tempo de chegarmos, pegar algumas coisas nas barracas e o céu desabar. Ficamos abrigados, contando piadas, rindo e comendo socol, na casinha onde tem os banheiros e as pias. Por volta de 11:30h ainda sob chuva, começamos a fazer nossos rangos. Aqui vale destacar as receitas de miojo do Kaabah e do Paulo. Respectivamente, Miojo com Sopa Vono, queijo parmesão e fiambre e Miojo com azeitonas pretas, queijo parmesão, sardinhas e tomatinho (tomate-cereja) (Esqueci algo Paulo?).

 

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Foi o tempo de almoçarmos para o céu começar a abrir. Como estávamos “dentro” da casinha, não vimos como o tempo estava limpo para o lado do pico da bandeira. Foi nessa hora que o Thiago saiu para ver alguma coisa e olhou para o céu: “Galera, o tempo está muito aberto!”. Saímos e presenciamos um céu completamente azul a leste, mas com um pouco de nuvens a oeste. Fomos dar uma volta para o outro lado do terreirão, de onde se tem uma linda vista do vale do rio caparaó e do pico do cristal. Tiramos algumas fotos. Conversa vai, conversa vem e o Thiago aparece com a idéia de atacarmos o Cristal sem passar pelo bandeira. Paulo também empolgou. Kaabah ficou com o pé atrás por não sabermos como seria uma parte da trilha que não estávamos avistando. Já era um pouco tarde para sairmos (13:00h).

 

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Um pouco desanimados por termos subido e não conseguido ver a bela paisagem, alguém sugeriu de fazermos um novo ataque ao bandeira. Agora o céu já estava completamente sem nuvens. Os quatro concordaram com a idéia.

 

Arrumamos as mochilas, dessa vez com bem menos coisas, e por volta de 13:50h iniciamos o ataque. Sem peso e bem alimentados seguimos andando numa boa passada. Logo Thiago e Paulo foram distanciando. O difícil era caminhar e não parar toda hora para tirar fotos e apreciar a extraodinária paisagem. Kaabah, com suas 11 subidas ao pico da bandeira, disse jamais ter visto um tempo tão bonito e agradável. Simplesmente fantástico!

 

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Gastamos por volta de 1h 10min até o cume. Somente nós estávamos lá. Comemos alguma coisa enquanto tirávamos fotos e curtíamos aquele visual. Pemanecemos por volta de 1h e em seguida começamos a descida. Pelo caminho encontramos algumas pessoas subindo para ver o pôr do sol.

 

Neste percurso de volta, encontramos um cobra. O curioso é que é difícil encontrar esse tipo de animal naquela altitude (~2700m). Tiramos algumas fotos e continuamos a descida.

 

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Bem próximos ao terreirão já era possível ouvir e ver a bagunça que estava aquele lugar. O parque estava em sua lotação máxima. Era lua cheia! Além dos visitantes humanos, um outro tipo de visita é tradicional por lá: os quatis. Thiago e Paulo já estavam bem próximos das barracas quando de repente viram um quati fugindo com uma sacola de comida (lembra das mochilas mais leves? Então...) que o Paulo havia deixado no avancê da barraca dele. Correram atrás do bicho e, em vão. Até que a idéia funcionou: a intenção de deixar no avancê era para que os quatis não rasgassem a barraca pra roubar as comidas.

 

Olhamos em volta do acampamento e não parava de chegar gente. Tínhamos a certeza de que se passássemos aquela noite ali, não dormiríamos. Paulo sugeriu que descessemos até a cidade para procurar uma pousadinha.

 

Iniciamos a descida e fomos passando por vários grupos. Pessoas de todos os tipos: patricinhas, garotos vestidos com farda, outros com uma espuma embaixo da alça da mochila. Era a “nata” da farofa.

 

Descemos em 1h10min chegando a tronqueira por volta de 18:10h. Entregamos os cartões de controle na portaria e pedimos sugestões de pousadas na portaria do parque. Não faltam pousadas na cidade de Alto Caparaó. Decidimos ir para uma bem conhecida, que o Paulo já havia de hospedado: Pousada do Rui (R$ 30,00/pessoa). Fomos recebidos com a tradicional hospitalidade mineira. Nem nos acomodamos e o Paulo já perguntou logo pro Rui se ele tinha a cachaça da última passagem dele por lá. Além da “sede”, todo mundo estava com muita fome. A pousada também oferece uma janta (R$ 10,00/pessoa) muito boa. Ficamos até as 22:00h papeando, comendo torresmo e bebendo a cachacinha do Rui e logo em seguida fomos dormir.

4º dia – 07.06.2009 – Alto Caparaó – A volta pra BH.

 

No dia seguinte acordamos cedo, tomamos o café (incluído na diária) e caimos na estrada. Logo na saída, paramos para abastecer e lemos a curiosa lenda que deu nome a serra do Caparaó: Ó era nome de um boi muito bravo que vivia dentro da área do Parque e, um dia, 3 boiadeiros subiram a serra e conseguiram laçar o Ó . Para comprovar o ato de bravura caparam o Ó. Alguém saiu correndo pela cidade gritando: caparam Ó, caparam Ó, caparam Ó, ficando a região conhecida como Caparaó. Se é verdade ou não eu não sei, mas estava escrito!

 

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Ainda na volta, em uma de nossas paradas, pudemos saborear o famoso pão com lingüiça mineiro e também o pão de queijo com lingüiça.

 

Com certeza uma viagem que valeu muito a pena pelas novas amizades, risadas e pelo visual simplesmente indescritivel de uma região sensacional! O objetivo dos 3 cumes não foi atingido, mas a vontade de voltar e de fazermos mais trilhas aumentou!

 

É isso ae pessoal! Até a próxima! ::cool:::'>

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  • Membros de Honra
Marcos e Kaabah,

 

Parabéns, ficou bem legal o relato. Foi ótimo relembrar da viagem, um fds muito divertido, alto astral. Na próxima eu faço quati assado. :lol:

 

Haole, pena vc não poder ter ido, iria rir muito.

 

Abs,

 

Paulo

Imagino rapaz...essa eu fiquei devendo. :oops:

 

Na próxima eu faço quati assado. :lol:

 

Vou te falar que é bom pra caramba! hahahahahaha!

Quando eu fui dava pra fazer um rodízio de quati...hehehehe.Tinha uns 15 quatis com agente...

Eles fizeram "amizade" com minha namorada...e os bichinhos só faltavam seguir agente na trilha, achei muito engraçado.

 

Mas, voltando ao relato de vocês...não pegaram muito frio?

Abraço

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