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Chile (incluindo cidades fantasmas), Bolívia e Peru em 30 dias, com muitas fotos e lista de gastos


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Tudo começou quando eu contei pro Gustavo que queria conhecer o tal Salar do Uyuni de que tanto falavam, e então aproveitar para emendar com o deserto do Atacama e com o Perú O Gustavo já tinha ido pro Perú no ano anterior (2013), mesmo assim topou a empreitada. A viagem começou como a de todo mundo, vendo muitas fotos, escutando muitos relatos de amigos que já tinham feito a mesma viagem e lendo muitos deles no Mochileiros.com. O roteiro é um clássico dos mochileiros, mas queríamos fazer algumas coisas diferentes, como visitar umas cidades fantasmas e ir para o litoral do Perú.

 

Assim, o roteiro ficou:

30/08 – São Paulo – Santiago/Chile

31/08 – Santiago – Calama

01/09 – Calama (cidades fantasmas) – San Pedro de Atacama

01/09 a 04/09 – San Pedro de Atacama

05/09 –Tour para o Salar do Uyuni (3 dias)

07/09 – Uyuni – Potosi – Sucre

09/09 – Sucre – La Paz

13/09 – La Paz – Copacabana

15/09 – Copacabana – Puno – Arequipa

17/09 – Arequipa – Cusco

20/09 – Cusco – Ollantaytambo – Águas Calientes

21/09 – Machu Picchu

22/09 – Águas Calientes – Cusco

23/09 – Cusco – Lima

24/09 – Lima – Ica – Huacachina

27/09 – Huacachina – Ica – Lima

28/09 – Lima – São Paulo

Câmbios utilizados:

CLP R$ 0,0040

Bs R$ 0,3302

PEN R$ 0,8198

DOLAR R$ 2,2980

 

30/08 – São Paulo – Santiago/Chile

O voo da TAM saiu do Aeroporto de Guarulhos às 20:30h, chegando em Santigo às 22:30h no horário de lá (-1 hora em relação ao horário de Brasília). Como nosso voo para Calama só sairia às 7h da manhã, amargamos a noite toda nas (des)confortáveis cadeiras do aeroporto. Tentamos deitar no chão mas o frio não deixou. As cadeiras do andar em que estávamos estavam todas ocupadas, mas acabamos achando algumas livres no primeiro andar do aeroporto (que era mais frio ainda! Kkkk). Quando deu 5h da manhã fomos despachar as mochilas (eles só deixam despachar com no máximo duas horas de antecedência) e tomar café da manhã na Dunking Donuts dentro do aeroporto mesmo.

 

Gastos

- Voos São Paulo-Santiago-Calama-Lima-São Paulo, para 2 pessoas = R$ 2.245,90

- Café da manhã na Dunking Donuts dentro do aeroporto de Santiago, para 2 pessoas = R$ 17,90

 

31/08 – Santiago – Calama

Chegamos em Calama às 9h e ...surpresa...o aeroporto não tem casa de câmbio! Tínhamos pouquíssimos pesos e teríamos que achar uma casa de câmbio na cidade. Pegamos um taxi para o Hotel Dom Alfredo e no caminho fomos notando quase um bairro inteiro de casas todas iguais, que depois soubemos que são casas de funcionários das mineradoras da região. A cidade é toda plana, cor de areia e seca. Bem-vindos, vocês estão no deserto!

O hotel que ficamos era bom, limpinho e com uma ducha muito boa. O check in era às 15h, mas nos deixaram entrar às 10h. Queríamos ter feito o passeio às minas em Chuquicamata (eu queria muito ver aqueles caminhões que têm pneus com 4m de altura), mas as visitas são apenas de segunda à sexta e estaríamos na cidade somente no domingo. As visitas são agendadas pelo site: http://www.chileturcopec.cl/zona/calama/paseos/visita-chuquicamata

Saímos em busca de uma casa de câmbio, pois tínhamos trocado somente um pouco de dinheiro ainda no aeroporto de Santiago e estávamos com quase nada. O hotel fica bem próximo a um shopping, o Mall Calama, então fomos até lá. Perguntei sobre casa de câmbio e nos informaram que só havia no centro da cidade. Pegamos um ônibus e fomos ao centro, só para descobrir que as casas estavam fechadas porque era domingo! Não tínhamos nos dado conta disso e não tínhamos dinheiro nem pra almoçar. Fomos andando de volta. Paramos num hotel chique pelo caminho e perguntei na recepção se trocavam dinheiro. Não trocavam, mas a moça me indicou o cassino que fica dentro do hotel. Lá eles até trocariam, mas só se jogássemos. Não, melhor não, vai que a gente gosta! Rs...rs... O Gustavo tentou sacar dinheiro do cartão dele e não conseguiu. Acabamos conseguindo sacar pesos do meu cartão, ao custo de uma bela taxa, mas foi o que nos salvou. Almoçamos no shopping mesmo, restaurante “Le Coin”, comida boa (o primeiro de muitos “lomos” que ainda viriam).

Voltamos para o hotel e dormimos, cansados da noite não dormida no aeroporto. Calama não tem absolutamente nada para se fazer (exceto a visita às minas), é uma cidade dormitório para os mineradores. Só escolhemos ficar ali porque de lá iríamos para as cidades fantasmas. À noite fomos buscar o carro que tínhamos alugado, pois não existem tours para essas cidades, e como são longe, só de carro mesmo.

Acordei da soneca com o Gustavo bravo com o a beleza do Banco Itaú. Isso porque antes de sair do Brasil ele informou ao banco sobre a viagem, mas na primeira tentativa de usar o cartão...surpresa!! O Itaú tinha cancelado o cartão dele!! Não dependíamos de cartões, claro, tínhamos levado tudo em dólares, mas o cartão era uma segurança, pra alguma emergência (como o saque que precisamos fazer).

 

Gastos

1 água no aeroporto de Santiago = R$ 3,55

Táxi do aeroporto de Calama até o Hotel = R$ 31,89

Hotel Don Alfredo (1 diária, para 2 pessoas, em quarto de casal com wc privativo e café da manhã) = R$ 131,54 - (http://hoteldonalfredo.cl/)

Ônibus para o Centro, ida e volta, para 2 pessoas = R$ 3,19

Almoço no “Le Coin” (dentro do shopping Mall Calama), para 2 pessoas = R$ 49,43

Táxi até o aeroporto, para pegar o carro alugado = R$ 27,90

 

01/09 – Calama (cidades fantasmas) – San Pedro de Atacama

 

Saímos às 06:20h (num frio de 5°) rumo a Pedro de Valdívia e Chacabuco e dirigimos 1:30h (estrada boa, deserto eterno) até a primeira cidade, Pedro de Valdívia. No caminho, à beira da estrada, várias pequenas construções, pequenos mausoléus, homenageiam os que morreram na estrada. Depois, pesquisando, descobri que uma das causas de tantas mortes nas estradas do deserto é o vento, que surge de repente e joga os carros para fora da estrada. Mais tarde veríamos essas homenagens também nas estradas da Bolívia e do Perú, mas não em quantidade tão grande como no Chile.

 

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Um pouco sobre estes dois lugares, no relato do Gustavo: “Entre o fim do século XIX e início do XX, existiam cerca de 200 povoados perto das jazidas de salitre no norte do Chile, eram mini-cidades, conhecidas como escritórios salitreiros. Pedro de Valdívia é um dos mais completos. Além das casas, havia um clube, hospital, igreja (único imóvel ainda não depredado), escola. Este é um dos lugares mais áridos do mundo, e pudemos perceber bem isso, vendo as árvores secas, o estado de conservação das casas e objetos, e principalmente no ar respirado. Chacabuco também foi uma dessas "oficinas", funcionou entre 1924 e 1940. Há até um teatro no local. Na década de 1970 foi utilizada como campo de prisioneiros políticos.”

 

O acesso “oficial” à cidade se dá por um portão que encontramos fechado. Então fomos margeando a cidade até um estacionamento de uma mineradora que funciona ao lado. Deixamos o carro lá (não havia placas proibindo o acesso à cidadezinha e não achei uma boa ideia perguntar ao homem da guarita se poderíamos entrar...eu tinha dirigido muito e ia ver aquele lugar de qq jeito!).

 

Ahhhhh...ruínas...adoro!! Bem como descreveu o Gustavo, uma cidade completa, entregue à poeira e à secura. Foi inaugurada em 1931 e despovoada em 1996, devido à alta contaminação que emitia a salitreira. É como se, de uma hora para outra, tivessem decidido abandonar a cidade, como numa emergência. Até os aparelhos de radiografia ficaram no hospital. É tudo tão seco que embora a cidade esteja abandonada, nos imóveis não há sequer uma teia de aranha, um inseto, nadinha mesmo.

 

Andamos muito por lá, visitamos o clube, a escola, o hospital, a igreja e várias casas. Na escola ainda se pode ver os desenhos infantis pintados nas paredes e algo que me emocionou, alguns brinquedinhos presos numa árvore no quintal. No hospital, as paredes da ala da maternidade são repletas de inscrições sobre pessoas que nasceram ali, muito interessante.

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Saindo de lá fomos até a outra cidade fantasma, Chacabuco, que fica a uns 30 min de distância. Lá paga-se para entrar. Pelo fato de ter sido abandonada em 1940, está bem mais destruída, mas restauraram um pouco do teatro, que é a única construção onde se pode entrar. No último andar há um pequeno museu. Gostamos mais de Valdívia, pelo silêncio total, por não ter uma alma viva na cidade toda. Já em Chacabuco, mal chegamos e chegou uma excursão de escola em seguida, acabando com a graça. A esta altura já estava 30°C, lembrando que saímos de Calama com 5°C.

 

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Chegamos de volta a Calama no final da tarde, trocamos dinheiro no centro da cidade, almoçamos no Bavária (comida mais ou menos, não vale o preço) e fomos para o aeroporto devolver o carro. Curioso o estacionamento do aeroporto, lotado de pick-ups vermelhas, carros das mineradoras, com uma espécie de antena gigante na traseira, que depois um guia nos explicou que são sinalizadores para que os carros possam andar nas minas, por conta dos caminhões gigantes. Nestes caminhões o motorista só consegue enxergar a partir de 30m de distância, então o carro tem que estar com esse sinalizador apontado para cima, para denunciar sua presença nos arredores do caminhão.

 

Lá mesmo no aeroporto compramos os transfers para San Pedro de Atacama, no balcão da empresa Licancabur, que fica dentro da área de desembarque. Há transfers saindo o dia todo, até o horário de chegada do último voo que é por volta das 22:30h.

 

A essa altura do campeonato meu nariz já estava quase em carne viva, respirando o ar mais seco do mundo! Dica: leve Rinosoro para hidratar o nariz a toda hora e lenços de papel. Um truque que aprendi para aliviar o desconforto foi apertar as duas narinas ao mesmo tempo e fazer movimentos circulares, como se fosse uma massagem, por uns 20 segundos. Alivia bem.

 

Gastos

Entradas em Chacabuco, para 2 pessoas = R$ 15,94

Aluguel do carro, 1 diária = R$ 119,63

Combustível = R$ 81,71

Almoço no Bavária, para 2 pessoas = R$ 63,78

Transfers para San Pedro de Atacama, empresa Licancabur, para 2 pessoas = R$ 79,72

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01/09– San Pedro de Atacama

A viagem até San Pedro de Atacama (SPA daqui pra frente) durou 1:30h e foi ótima, a paisagem do deserto é linda. O transfer vai deixando cada um no seu hotel então já deu pra ir conhecendo um pouco do vilarejo. Todas as construções são rústicas, mesmo as mais chiques. Tínhamos reservado um quarto compartilhado com mais 3 pessoas, duas alemãs e um brasileiro, o Bruno, que conversou muito com a gente, acho que estava com saudades de falar português.

 

Ficamos no Hostel Mamatierra (http://www.hostalmamatierra.cl/en/), simpático, limpo, com boa ducha, embora o espaço do banheiro seja bem pequeno. Dica: nos fundos do hostel há mais um banheiro, este bem espaçoso, muito mais confortável.

 

Já era noite quando saímos para reservar os passeios dos próximos dias. O hostel também faz os passeios, mas os preços das agências (claro) são melhores. Abertas até às 21h, elas ficam todas na mesma rua, a rua principal da cidade , Calle Caracoles. O que nos guiou na escolha foi o passeio para Piedras Rojas que eu queria muito fazer, mas não é um passeio fácil de achar nas agências, porque é bem longe e não tem todos os dias. Os outros são encontrados em todas as agências e vale muito a pena ir perguntando de uma em uma, achamos diferenças de quase 70%! Por fim entramos na última agência da rua, a Lickan Antay (http://www.lickan-antay.cl/), e fomos atendidos pelo simpático Sr. Jesus. Fechamos com ele Salar de Tara para quarta (03/09) e Piedras Rojas + Lagunas Altiplânicas para quinta (04/09). Ambos são passeios de dia inteiro.

 

Jantamos no “Abdalla”, ao lado do hostel, muito simples e gostoso. Comi duas empanadas deliciosas e há opções vegetarianas.

 

Dica: a cidade é cheia de lojas de artesanato e há uma espécie de rua específica de artesanato, perto da igreja. Se vc vai continuar a viagem para Bolívia e Perú vai encontrar os mesmos artesanatos, mas a preços melhores.

 

Gastos

Passeios, para 2 pessoas: 1) Salar de Tara (com café da amnhã e almoço) e 2) Piedras Rojas + Lagunas Altiplânicas (com café da manhã e almoço), na agência Lickan Altay = R$ 558,04

Jantar no Abdalla, para 2 pessoas = R$ 39,86

 

02/09– San Pedro de Atacama – Valle de la Luna

Tínhamos planejado irmos de bike até Pukara de Quitor, um sítio arqueológico que fica perto da cidade, super bem recomendado por quem já foi, mas fomos vencidos pelo calor e pelo ar seco. Só de pensar em andar de bicicleta nessas condições já desanimava! Perto do correio há um “Solmáforo”, que mede a incidência dos raios ultravioleta e mostrava que neste dia a coisa estava “peligrosa”.

 

No hostel tinha um grupo de franceses idosos, que fazia uma algazarra tremenda! Muito engraçado ver as senhoras saindo das duchas de meias e enroladas na toalhas!

Tomamos o café da manhã, muito bom por sinal (para os padrões de hostel), com salada de frutas e ovos e saímos para fechar os outros passeios. Fechamos o Valle de la Luna com a mesma Lickan Antay, para aquela tarde. Já o do Salar nem quisemos pesquisar, fomos direto na loja da Cordillera Traveller. Super recomendada por quem já foi, tem a vantagem de ter agência também em Uyuni, na Bolívia. Há agências que cobram mais barato, vimos uma onde sairia 8.000 pesos mais em conta, mas achamos melhor ir pela recomendação de muitos relatos que lemos, afinal seriam 3 dias no deserto, sem telefone, contando exclusivamente com o know-how da agência. E não nos arrependemos.

Fechados os passeios, fomos até a praça onde fica a famosa igreja, figurinha fácil em todas as fotos da cidade, mas pra minha decepção a igreja estava em obras. Tentamos tomar uma cerveja num local chamado “La Plaza”, mas descobrimos que eles não vendem bebida alcóolica se não for acompanhada de comida. Depois eu soube que não é só neste bar, todos os lugares são assim. Ficamos perambulando pela cidade, tomamos um café, compramos um postal, andamos na feirinha de artesanato onde comprei folhas de coca (que no final nem usei, tentei mastigá-las uma vez, sem necessidade, só pra ver que gosto tinha...blergh! blergh! blergh! É como mastigar folhas de boldo!!). Almoçamos no restaurante indicado pelo hostel, “Café Sol Inti”, com um preço bem bom para o lugar, e fomos pra agência esperar o passeio pro Valle de la Luna.

 

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A ida ao Valle de la Luna é feita numa van e paga-se uma entrada, não inclusa no valor do passeio. Declarado Santuário da Natureza e Monumento Nacional, fica a 19 km da cidade. Toda a região é o Salar do Atacama, e não o Deserto do Atacama como muitas pessoas pensam. O passeio começa por um caminho por dentro das rochas, ruinzinho de passar em alguns trechos e escuro (leve lanterna!!). Há também um trecho fabuloso, com dunas enormes, e as famosas “Três Marias”, formações rochosas moldadas pelo vento.

 

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