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Dicas para Torres del Paine


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Foram 3 meses planejando o nosso trekking pelo circuito W de Torres del Paine (TDP) por 5 ou 6 dias. Quando faltavam 8 dias para pegar o avião rumo à Patagônia veio a notícia de que o Parque estava pegando fogo e que estaria interditado por tempo indeterminado.... putz!

Correria total! Remarcar hospedagem em outras cidades da Patagônia, distribuir esses dias que ficaríamos no Parque... mas a tristeza era grande – não iríamos conhecer um dos lugares mais espetaculares da Terra.

 

Quando já estava tudo rearrumado, surge a notícia de que o Parque seria parcialmente reaberto. Pronto, replanejando, remarcando, repensando tudo de novo, mas agora na maior felicidade do mundo, pois conheceríamos os famosos maciços de TDP.

 

Bom, são dois os pontos de partida para se chegar ao parque: Puerto Natales (Chile) e El Calafate (Arg). Chegamos à Puerto Natales vindo de Ushuaia (Arg) passando por Punta Arenas (Chile) – um dia inteiro de viagem. Chegamos a Puerto Natales à noite e fomos no Hostel Reymar, uma pousada beeeeeemmm simples, que serve um café da manhã beeemmm simples, mas que te recebe beeeeemmm demais. Inclusive, guardou nossa bagagem enquanto fazíamos o trekking por TDP. Recomendado por uma noite, nada mais.

 

Alugamos boa parte do equipamento necessário para se acampar. Fogãozinho, gás, barraca, colchonetes, os utensílios para cozinhar, etc. Pegamos o ônibus que te deixa em TDP e, logo na portaria, recebemos as recomendações de como se comportar no Parque. E, claro, compramos os tickets de acesso. Dali você paga para pegar uma van que te deixa próximo ao início das trilhas, na Hosteria Las Torres, são poucos quilômetros – algumas pessoas fazem esse caminho à pé.

 

De longe, ainda no caminho, já se avista as Torres. Fazia um dia lindo, mas curiosamente sobre o parque pairavam nuvens ameaçadoras. Isso de longe, por que quando chegamos e começamos nossa trilha o céu estava limpo e o visual era perfeito.

 

Nossa meta era chegar ao acampamento Refúgio Chileno. Caminhamos cerca de 3h, num sobe e desce com muito vento. Durante o verão com céu limpo e muito sol, caminhar durante o dia é muito agradável. Não é necessário nenhuma roupa especial – uma camisa, daquelas tipo segunda pele e pronto. Quando chegamos ao acampamento já estava ficando escuro, e aí sim começa a ficar friozinho. Montamos a pequena barraca, preparamos um delicioso miojo e fomos descansar.

 

No outro dia, logo cedo saímos em direção as Torres, chegamos lá e não havia ninguém. Uma paz, um visual incrível, beleza rara. Pra chegar lá em cima, na base das Torres, temos uma boa caminhada/subida desde o Refúgio Chileno, recompensada por aquele visual típico da Patagônia. Tem gente que acampa mais próximo, no acampamento Torres, aí depende do planejamento de cada um. Nossa ideia era montar acampamento no Refúgio, pernoitar, ir às Torres no outro dia, voltar e aproveitar a barraca já montadinha. E foi isso que fizemos.

 

Nós nos preparamos para passar um mês na Patagônia. Tanto a cabeça quanto o físico, pois sabíamos que as caminhadas seriam pesadas, desgastantes, mas pelo clima e pela beleza do lugar, valeria a pena. Bom, no terceiro dia em TDP, tínhamos em mente que andaríamos uns 15km e que demoraríamos umas 7h. Quando saíamos para pegar a trilha, um cara lá, desconhecido, disse que era tranquilo, corta o caminho por aqui e tal, tudo plano, 3 ou 4 horas e pronto. Putz... relaxamos, cantávamos pela trilha, parávamos o tempo todo.... nessa brincadeira, demoramos 9h para chegar ao acampamento Los Cuernos, exaustos, muuito cansados mesmo. Então, pra deixar claro, em TDP não existe trilha plana e a preparação mental é importantíssima. Mesmo depois de toda canseira, chegamos no camping e estava um super alto astral, o pessoal levou um violão e tava a maior curtição. Tomei umas cervejinhas (geladas – ficaram na sombra o dia todo) e curtimos muito o belíssimo por do sol.

 

No último dia de parque, desmontada a barraca, seguimos, agora mentalmente preparados, de volta à Hostería Las Torres, onde pegamos o caminho de volta a Puerto Natales, daqui fomos direto para El Calafate.

 

Dica I: quando estava planejando a viagem, pensei que os campings fossem mais rústicos. Mas eles tem uma certa estrutura: restaurante (bem caro), banheiros (o do Refúgio tava mais ou menos, mas o de los cuernos era limpinho), duchas, etc.

 

Dica II: o que levar de comida: castanhas, nozes, pistache e tal, uva passa, chocolate, barra de cereal para comer durante as caminhadas. Para almoçar e jantar levamos miojo, sardinha enlatada, pão, geléia e outros. Tudo contadinho, planejado por refeição e dia, para não carregar peso à toa.

 

Dica III: Caminhadas que duraram de 6h a 9h por dia. Era preciso estar preparado. Fisicamente e psicologicamente, pois, muitas vezes, seu cérebro é seu maior inimigo. A paisagem é deslubrante o tempo todo.

 

Dica IV: por todo o caminho, nas trilhas, há sempre uma fonte de água potável, proveniente do degelo, então não precisa se preocupar com a sede.

 

Dica V: pegamos dias maravilhosos, céu azul, pouco vento, calor (de dia). Mas isso não é o comum, vá preparado para calor e frio, muuuuito vento, chuva. Dizem que lá se pode passar por todas as estações do ano durante um único dia.

 

Dica VI: existe realmente um atalho entre o camping Los Cuernos e o Refúgio Chileno. E vale muito a pena pegar esse caminho - é bem demarcado como todas as outras trilhas e você corta um bom pedaço (não precisa passar pela Hostería Las Torres). Em alguns mapas tem as indicações.

 

Veja relato completo com fotos: http://nosotrosnaestrada.blogspot.com.br/2013/02/patagonia-chilena.html

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  • 10 meses depois...
  • 1 mês depois...
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Beto, nós fomos no verão, em janeiro. Mesmo sendo verão, fomos alertados que em TDP podia nevar, chover, fazer calorão, ventar muito, tudo no mesmo dia, pois como é praticamente na Cordilheira dos Andes era possível a alternância de microclimas. Talvez aqui no site do Mochileiros você encontre relatos de pessoas que foram em maio ou perto disso. Abraço. Nosotros na Estrada.

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  • 6 meses depois...

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