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Los Roques (Venezuela) e Aruba


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Decidimos por uma viagem à Venezuela sem muita antecedência aproveitando as milhas dos cartões. Inicalmente iríamos a Aruba, Curaçao e Ilha Marguerita. Los Roques nos apareceu de repente, nunca ouvimos falar. Como tínhamos poucos dias, tiramos Curaçao do roteiro e depois, já em Los Roques, por recomendação dos próprios venezuelanos, tiramos também Ilha Marguerita.

 

CARACAS

 

Chegamos à Caracas em 07/11/2009 com passagem de volta para 14/11. Alertados com a diferença dos dólares oficial e paralelo e a possibilidade de comprarmos passagens em bolivares, não tinhamos reservas nem para avião nem para hotel.

 

A chegada a Caracas foi decepcionante. Uma ante-sala de imigração imensa, com um também imenso out-door (in-door?) do Chavez. As filas são daquelas antigas, várias delas e vc escolhe uma e torce para que seja a mais rápida. Também são misturados os guiches de venezuelanos e estrangeiros, aumentando a bagunça.

 

Aí o free-shop, várias lojas separadas. Os preços são bem mais altos que os do free-shop de São Paulo. A espera das malas é a maior que já vivi. Aí vc pega as malas e vai para a sáida, enfrenta mais uma fila para passar pelo Raios-X e lá uma nova surpresa: mais um formulário a preencher. Saimos da fila, preenchemos o formulário e fila de novo.

 

Saindo, outra confusão. Uma pessoa nos esperava para levar-nos ao Aeroporto Nacional (uns 300 metros porta afora), mas ainda assim cambistas nos paravam e seguiam oferecendo bolivares. Só nos livramos deles ao sairmos do aeroporto. Em todos os lugares jovens soldados vestidos de verde-oliva a quem nos ensinaram evitar.

 

Ah, na área de desmbarque não há carrinhos para as malas. Vencemos estes 300m levando-as nos braços.

 

O nosso anfitrião nos levou a um pequena loja (uns 4m2) para fazermos o cambio de dolares para bolivares com o Miguel (miguelserrano10@gmail.com). Trocamos a US$1 = 5 bolivares, cambio que se repetiu em toda a viagem (o oficial, 1 US$ = 2,25). Como ainda não tinhamos as passagens para Los Roques cotamos com ele (Miguel que depois nos confessou chamar-se José). Pediu US$1600 por pessoa e eu disse que ia pensar. Deixei minha mulher numa lanchonete (no aeroporto não existem cadeiras, nem para passageiros nem para os atendentes) e comecei a correr a procurar passagens. Para o mesmo dia, nem pensar. O último voo para Los Roques havia saído há 30 minutos.

 

Em uma companhia, quando me agradava o horário de ida, a volta não servia. Fui então procurar a Rainbow, que fica em outro aeroporto, o Auxiliar, mais uns 800m à frente saindo do Nacional. Consegui reservar 2 passagens para as 8h do dia seguinte.

 

Para dormir o Erik (em Caracas 0416 7995045) me sugeriu o Hotel Catimar, perto dos Aeroportos. Por 240 bolivares a hospedagem e os translados de ida e volta, sem café-da-manhã.

 

O hotel não é dos melhores, a janela do quarto é mínima mas tem ar condicionado, tv e rede wi-fi para internet. O restaurante anexo é bonzinho, comemos muito bem a baixo preço. Mas é só para dormir, o lugar (Porto Viejo) é horrível. Fica longe de Caracas, desistimos de conhecê-la.

 

LOS ROQUES

 

No dia seguinte voltamos ao aeroporto Auxiliar. Paguei 900 bolivares cada passagem (O Miguel/Jose queria 1700) e voamos num avião pequeno com cara de quem serviu na 2a guerra. Quinze lugares, dois motores, turbo-hélice. Um calor imenso. Os controladores de ar individuais não funcionavam, o piloto deixou a sua janela aberta para refrigerar os passageiros até o avião conseguir altura de cruzeiro. Mas voou e não deu susto (pegamos o mesmo aparelho na volta), chegamos à Los Roques inteiros (minha mulher foi rezando os quarenta e cinco minutos de vôo). Ah, não te dão nenhum ticket para o voo de volta ("esta registrado no computador").

 

Los Roques é lindo! Mas é lindo mesmo! Mesmo do avião a imagem é deslumbrante. A água muda de cor várias vezes do verde claro para o azul profundo, passando por várias tonalidades de turquesa. As ilhas tem os mais variados formatos e há uma infinidade delas.

 

O aeroporto é engraçado. Numa cabine ao ar livre, como aquelas que vendem tiquetes em quermesses, vc paga a taxa do aeroporto, aguarda na frente de umas lojinhas que te tragam a bagagem e carregadores te oferecem levar tuas malas, em Los Roques os carros são proibidos. Como eu não tinha reserva o carregador me falou de várias pousadas, com qualidades e preços. Me recomendou uma, Ranchito Power (ranchitopower@hotmail.com), e nós pagamos pra ver. Fomos até ela, simples, mas a proprietária, Ana, uma italiana baixinha e atarracada, muito simpática, nos acolheu como se fossemos da casa, nos apresentou aos outros hóspedes - vários brasileiros - nos arrumou um quarto para trocarmos de roupa enquanto nosso quarto era liberado por um casal suiço que retornava a Caracas. 350 bolivares por pessoa/dia, com direito a café da manhã, geladeira com liquidos e lanches para o almoço nas ilhas, jantar e o passeio do dia. Tomamos o café da manhã, trocamos de roupa e partimos para o primeiro tour.

 

Os passeios saem do cais às 09:30h. As lanchas tem motores de popa possantes e parecem seguras, em bom estado de conservação. Os roteiros passam por várias ilhas, em cada uma delas desce alguém. O ajudante do barqueiro monta as barracas, deixa cadeiras e vem buscá-los no final do dia.

 

As ilhas são bem diferentes quanto aos atrativos e tamanhos: algumas parecem com aquelas das charges de naufragos, apenas um monte de areia e uma árvore, outras são maiores, com bar e restaurante. Uma é para vc observar tartarugas, noutra estrelas do mar, peixes tem em todo lugar. A pousada empresta mascara e snorquel. Na maioria das ilhas o mar é raso, vc anda bastante antes da água chegar à altura do peito, não há ondas ou são muito pequenas, até o som do mar é baixo. Nas ilhas apenas pequenos lagartos, do tamanho de lagartixas, esperando por algum resto de comida. Alguns cachorros também, mansos e acostumados, vem deitar-se à sombra da barraca.

 

E as cores que vimos do avião se repetem. Verdes e azuis que eu nunca vi em mar algum. A areia é branca, tão branca que os olhos chegam a doer. O sol é forte, a água é morna, bem salgada, transparente, mais limpa que muitas piscinas. Vc ve onde pisa, pode escolher onde não pisar. É impressionante. Mas não se arrisquem: protetor solar e sombra da barraca. O sol é muito forte e não fosse a brisa constante o calor seria insuportável.

 

Crasky, Francisky, Cayo Pirata, Nosdiski são os nomes de algumas das ilhas. Todas são bonitas. Algumas, na maré cheia, quase desaparecem. Com execessão de Gran Los Roques, onde ficamos, todas são inabitadas.

 

Ficamos 3 dias, duas noites, três passeios. Às 17:00 do terceiro dia voltamos ao aeroporto e retornamos à Caracas. Três dias que valeram por muitos. Los roques faz bem aos olhos, é dificil esquecer. Na cidade, o contato com os habitantes, tranquilos, simples e simpáticos, é muito bom. À noite, é comum as rodas de cadeiras na rua onde os moradores conversam e aproveitam a brisa fresca. Em Los Roques não há carros apenas caminhões de lixo e água. Até as bicicletas são raras.

 

Agradecimentos à Ana, ao Tutcho - faz-tudo da pousada que nos acompanhou a todos os lugares, resolveu todos os problemas e facilitou demais a nossa estada. Abraços ao jovem e simpático casal brasileiro, Marina e Tadeu, que estiveram sempre conosco, nos alegraram e nos fizeraam lembrar dos nossos filhos. Do Erik falo depois.

 

ARUBA

 

Chegamos a Caracas e desembarcamos no Aeroporto Auxiliar. Pequeno, ali não há cambistas nem guardas verdes-olivas. Como já eram mais de 18:00h, resolvemos deixar para o dia seguinte a compra das passagens para Aruba. Teríamos de carregar as malas até o Aeroporto Nacional para fazermos um novo cambio com o Miguel/Jose e depois ir até o Aeroporto Internacional para procurar as passagens. Resolvemos passar mais uma noite no Catimar que, avisado, veio nos buscar.

 

Na manhã seguinte o carro do hotel nos deixou no Nacional e trocamos alguns dólares com o Miguel/Jose. Novamente arriscamos cotar com ele as passagens para Aruba. Ligou para várias pessoas e veio com o preço de 1800 bolivares por pessoa. De novo eu não quis, ele baixou para 1300. Fiquei de voltar.

 

A pé, do Nacional para o Internacional. De novo correria para compra das passagens. Na Venezolana entrei na lista de espera para o vôo das 12:30 e logo em seguida me venderam os tickets que precisava: 900 bolivares por pessoa. Na hora do check-in me cobraram mais 108 bolivares/pessoa como imposto. Também não dão recibo nem ticket da volta (aí tem coisa? claro que sim!). Embarcamos no horário.

 

Aeroporto pequeno mas simpático, o de Aruba. Como sempre não tinhamos reservas. Tentei entrar na internet mas no aeroporto não há sinal gratuito. Peguei umas anotações e dei o endereço da pousada Sunflower ao motorista de taxi. US$25 a corrida. Tinham um apartamento disponível para nós. A pousada tem 7 apartamentos.

 

Na internet, onde achei o endereço da Sunflower, diziam ser US$55/dia a estadia. A proprietária, uma holandesa com quem arranhei o inglês, me cobrou US$65 e eu não estava em condições de negociar. Aluguei também um Jeep Suzuki por US$35/dia. Como iamos ficar 3 dias paguei US$300. Ela não aceita cartões de crédito, pagamento em cash. O problema é que o Jeep estava imundo, sujo de terra e areia.

 

O apartamento é bom, parece que alguém mora ali, há vários objetos pessoais tipo livros, revistas, muitos pratos, copos e talheres. É confortável, perto de Long Beach, tem microondas, fogão elétrico, geladeira (grande, com freezer), cafeteira, sanduicheira, torradeira, tv, ar condicionado e, apesar do sinal fraco, rede sem fio para internet. O quarto tem uma varanda com mesa de alvenaria e espreguiçadeiras e a pousada tem piscina. Ela nos emprestou uma geladeira, esses coolers de plástico iguais aos de Los Roques, que abasteciamos com gelo, cervejas e refrigerantes e saíamos em busca das praias.

 

Apesar do mar ser o mesmo em relação às cores da água, Aruba não chega nem perto de Los Roques quanto à beleza, quantidade e variedade de praias. A única que nos chamou a atenção foi Baby Beach, no extremo sul da ilha, praia de águas calmas, cercada de arrecifes que formam uma pequena baia.

 

A ilha tem cerca de 30km de comprimento de Norte a Sul. O lado oeste da ilha é o habitado, acredito que no leste não existam praias. Uma única via corta a ilha inteira, passa por dentro das pouquissimas cidades e o limite de velocidade não passa de 60km/h. Não sei se cansados de tantos passeios de barco em Los Roques não procuramos nenhum tour em Aruba.

 

Aruba lembra Miami Beach, com construções exóticas, hotéis suntuosos, cores pastéis. O turismo é bem profissional, americanizado - nada de sorrisos, ninguém tenta ser simpático. Te atendem bem mas sem nenhum envolvimento, diferentemente de Los Roques. Como estávamos em um tipo apart-hotel fomos a vários super-mercados. Aruba não produz nada, tudo é importado pricipalmente dos EUA e da Venezuela. Mas vi coisas da Austrália e Ásia. A variedade de produtos lembra de novo os EUA. Os preços são pouca coisa mais baixos que no Brasil.

 

A moeda de Aruba é o florim, mas esqueça, não é preciso trocar dólares. Em qualquer lugar, quando vc vai págar a conta, perguntam se prefere em dólares e florin e apertam o botão correspondente na registradora que te apresenta o total na moeda escolhida. E por sinal, agora em novembro/2009 a cotação do florim é de 1,75 por dolar. Como pagamos R$1,80 por dolar nem faziamos mais contas: arredondando, 1 florim = R$1. Quando não tem US$1 para dar de troco eles te devolvem 1,75 florim. A moeda de 50 centavos é interessante: é quadrada. Usem os seus cartões de crédito. O dolar do cartão é o mais barato.

 

A gasolina custou 1,98 florin/litro, mais barata que a nossa (só aceitam cash). Também não é muito importante já que, como disse antes, 30km e vc vai de um extremo a outro da ilha. O sistema é self-service, paga-se primeiro e a bomba onde está seu carro é liberada para o valor pago. As lojas de conveniência dos postos de gasolina são maiores que as nossas, tem vários produtos. As cidades, uma perto da outra, são Oranjestat - a principal, ou Downtown -, Noor - ao norte -, Savaneta - ao sul de Orangestat -. e Sint Nocolaas no extremo sul. As praias dos hotéis são livres para o público. Nos disseram que as piscinas dos hotéis também podem ser utilizadas por não-hóspedes mas não tentamos. Afinal com tantas praias quem quer piscina?

 

Os Cassinos merecem uma visita. Existem vários, em cada grande hotel há um. Eles presenteiam os iniciantes com alguns dólares para apostar nos caças-niqueis e carteado. Também dão para os turistas os baralhos já usados no Black Jack.

 

Compras, além das bugigangas de todo lugar nas feirinhas, roupas com preço razoável e eletrônicos a preço dos EUA.

 

A pousada cobrou US$15 para levar-nos ao aeroporto.

 

Mais um trauma na volta. O vôo para Caracas atrasou 3 horas e quase perdemos a conexão. Chegamos em Caracas em cima da hora, tivemos de sair - imigração, malas, alfândega - e entrar novamente - check-in, alfândega, imigração. E de novo a estupidez dos venezuelanos: tivemos de passar por dois Raios-x, um da polícia, outro da alfãndega, não sem antes sermos quase interrogados por um policial que pegou nossos passaportes e só não criou mais problemas por causa do carregador que falava a todo instante que éramos brasileiros e íamos à Varig. Já no avião o comandante avisou que o vôo iria atrasar 30 minutos porque a Guarda Nacional iria vistoriar as bagagens. Ao chegarmos ao Brasil verificamos que os lacres das nossas malas haviam sido rompidos mas não demos falta de nada.

 

Depois de um vôo cansativo, chegamos ao Brasil.

 

RESUMO

 

Com exceção de Los Roques, detestamos a Venezuela. Concordo que a criminalidade é difícil de ser combatida mas em Caracas ela parece institucionalizada. Ao menos nos aeroportos, havendo vontade, se poderia controlar e poupar os turistas. Ficávamos em constante pressão, quase medo, cada vez que entrávamos em um dos aeroportos. O povo dali, dos guardas aos cambistas, dos atendentes das companhias aéreas aos motoristas de taxi, todos, tentam te ludibriar. Pedi à comissária de bordo me avisar quando entrássemos no espaço aéreo brasileiro. Mandei o Chavez e a Venezuela pros quintos dos infernos.

 

Uma outra excessão: o Erik - http://www.pacotes-losroques.com.br, eric.gutierrez@avilatur.com.br, no Brasil 11 3937-1111 -, mesmo não ganhando nada conosco nos orientou e ajudou várias vezes. Quem quiser ir a Los Roques fale com o Erik. Ele inclusive pode evitar os problemas que tivemos com compras de última hora fazendo-as com antecedência e a bom preço.

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