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ARGENTINA e CHILE: 8 cidades em 3 meses - fotos, dicas, impressões e gastos totais


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Tudo começou com um sentimento de monotonia. Haviam passado vários meses desde a última viagem e já estava batendo aquela vontade de ver lugares novos, voltar a ter experiências diferentes. Uni esse sentimento à antiga meta de aprender espanhol e assim nasceu o mochilão! ::hãã::

 

A ideia inicial era escolher uma cidade para ficar por bastante tempo, mas eram tantas opções atraentes que foi impossível eliminar algumas delas. Fui acompanhada de meu marido parceiro de viagens e, em maio deste ano, embarcamos rumo a uma aventura de 3 meses inesquecíveis entre a Argentina e o Chile.

 

mochilao-america-do-sul.jpg

 

Vale lembrar que uma viagem longa assim só foi possível porque tanto eu quanto ele somos nômades digitais, ou seja, podemos trabalhar pela internet enquanto viajamos. Inclusive, pra dar tempo de cumprir com as obrigações profissionais e aproveitar bem os lugares, as trips precisam ter uma duração maior mesmo.

 

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Eu e o Pedro a caminho de um dos passeios pelo Atacama

 

Por que esses três meses foram tão incríveis?

 

O que era inicialmente apenas um break na rotina e uma desculpa para aprender espanhol, acabou se transformando em uma viagem linda e cheia de surpresas. Meu preconceito com cidades grandes foi embora, caminhei entre paisagens espetaculares do Deserto do Atacama e pude ter um novo olhar sobre nossos vizinhos argentinos e chilenos, muito além da rasa impressão de quem os recebe nas praias de Floripa todos os verões.

 

O mochilão teve de tudo: cidade grande, média e minúscula; paisagens urbanas e naturais; frio e calor; passeios independentes e com agências; avião, trem, ônibus, metrô, bicicleta e muita caminhada; noites em casas inteiras só pra gente e também madrugada em claro no aeroporto. Muito perrengue e muita felicidade! Sem dúvidas, foi uma das melhores viagens que fiz. ::love::

 

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Curtindo as Piedras Rojas, uma atração bem popular em San Pedro de Atacama

 

Nosso roteiro

 

Não montamos um roteiro fechado antes de embarcar, apenas selecionamos algumas cidades que queríamos conhecer na Argentina e no Chile. Preferimos decidir quantos dias ficar conforme os lugares nos agradassem e oferecessem boas opções de hospedagem e alimentação.

 

Começamos pela Argentina, chegando de avião em Buenos Aires. Gostamos tanto que resolvemos ficar 26 dias, pois há muito o que se fazer por lá! Depois pegamos um trem até Rosário e dedicamos 3 dias para ela. A próxima parada foi Córdoba, onde chegamos de ônibus e passamos uma semana. Seguimos para Mendoza em uma sofrida viagem de quase doze horas de ônibus ::dãã2::ãã2::'> Ah, mas como tudo valeu a pena! A cidade é encantadora, daquelas que você tem vontade de ir ficando e ficando... ficamos 15 dias.

 

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O charmoso Calçadão Sarmiento, bem no Centro de Mendoza.

À esquerda é possível ver uma canaleta que faz parte do sistema de irrigação da cidade.

 

Mendoza fica bem no oeste da Argentina, pertinho da fronteira com o Chile. Por isso, foi nosso último paradeiro na terra dos hermanos. De lá, pegamos mais um ônibus para Santiago. O cruzamento da fronteira foi meio traumático, porque o Chile é super cauteloso com a entrada de alimentos no país. Tínhamos grãos e vegetais na mala, não declaramos porque achamos que em quantidade pequena para consumo próprio não teria problema, mas nos fizeram deixar tudo e quase tomamos uma bela multa por isso. Fica a dica para não tentar entrar no país com comidas não industrializadas :!::!::!:

 

Santiago foi a nossa estadia mais longa, totalizando 1 mês - dentro desse período, fizemos um bate-volta nas vizinhas Valparaíso e Viña del Mar. Queríamos mesmo era ter ficado apenas 3 semanas em Santiago e outras 2 semanas no Atacama, porém os altos preços do deserto nos fizeram desistir rapidamente dessa ideia. Já se encaminhando para a reta final do mochilão, fomos de avião para a parte mais esperada da viagem: San Pedro de Atacama. Lá passamos 6 dias tão intensos que jamais esquecerei.

 

Finalmente, voltamos para Santiago e "dormirmos" no aeroporto. O próximo voo, de volta para Buenos Aires, saía às 6h da matina. O ideal teria sido voltar de Santiago direto para Florianópolis, mas compramos a passagem com ida e volta por Buenos Aires e, mesmo nossa tarifa sendo do tipo flexível, a alteração custaria em torno de mil reais. Como não compensaria, resolvemos voltar para BsAs, que tanto gostamos, e aproveitar nossos últimos 3 dias na capital argentina.

 

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Resumo do roteiro

 

Não vou falar sobre todos esses lugares agora para o post não ficar muito longo. Tenho várias informações, dicas, impressões, fotos e vídeos de cada cidade, então depois vai ter muito conteúdo novo sobre o mochilão no blog e lá no Youtube! Vou selecionar algumas coisas pra compartilhar aqui no Mochileiros também :wink:

 

E qual foi o lugar que eu mais gostei? Impossível escolher apenas um, então vou destacar três:

 

- Para cidade grande: Buenos Aires. Santiago é excelente e tem algumas vantagens, mas a capital do tango parece ter uma alma própria e expressões culturais que podemos perceber em cada esquina. Realmente me conquistou!

 

- Cidade menor e tranquila: Mendoza. Vinhedos, olivícolas, praças quase vazias e a espetacular Cordilheira dos Andes logo ao lado são praticamente uma terapia diária. Apesar dessa cara de cidadezinha do interior, lá tem supermercados grandes como o Carrefour e uma ótima infraestrutura.

 

- Paisagens naturais fodas: San Pedro de Atacama. O deserto é louco, sem conforto, gratificante e parece outro planeta. É muito difícil descrever, só mostrando mesmo!

 

https://1.bp.blogspot.com/-d4MH3X7pkvs/V7UbW6DryiI/AAAAAAAACNU/-LbcUbRGgoQSridu1_MhA5jxihzeBBJvgCLcB/s640/geysers-del-tatio-atacama.jpg

Geyser del Tátio, um fenômeno impressionante lá do Atacama

 

Como levar dinheiro, como economizamos e quanto custou

 

Para economizar, fizemos algo bem arriscado: levamos todo o dinheiro em espécie. Compramos os pesos argentinos no Brasil e levamos reais para comprar pesos chilenos em Santiago, onde a cotação é melhor. Como somos bem cuidadosos, não fomos roubados e não perdemos nenhum centavo. Abrir conta em bancos argentinos não é tarefa simples para turistas e aqueles Travel Cards cobram taxas que preferimos eliminar. A alternativa seria usar cartões brasileiros de débito ou crédito internacional, que cobram 6,38% de IOF, então acho que levar tudo em cash foi o melhor que podíamos ter feito mesmo. Também tínhamos o cartão de crédito para o caso de emergências, que felizmente não ocorreram. Para quem é um pouco mais conservador, uma boa opção pode ser levar uma parte do dinheiro em espécie e o restante em cartões.

 

Alguns bancos oferecem serviços especiais (sim, com taxas) para saque em moeda local no exterior, vale a pena conferir onde você possui conta corrente. Vi várias agências do Itaú e Santander em praticamente todas as cidades que fui, então esses bancos podem ser boas opções para uma viagem como a minha.

 

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Avenida Apoquindo Oriente, em Santiago do Chile. Lembro que nessa avenida mesmo tinha uma agência grandona do Itaú!

 

Outra estratégia que nos ajudou a economizar bastante foi se hospedar por Airbnb - explico como funciona o Airbnb e dou outras dicas de hospedagens baratas nesse artigo. Usávamos as cozinhas das casas onde ficamos para preparar a maioria das nossas refeições e, como estávamos em casal, o valor de quartos privados geralmente saía mais barato do que dormitórios em albergues.

 

Quanto aos gastos propriamente ditos, vou fazer um post mais detalhado, mas já posso adiantar que gastei em torno de R$7.300 no total - em média R$2.434 por mês, incluindo todas as passagens (aéreas, de trem e de ônibus entre cidades), hospedagens, alimentação e passeios turísticos. Excluí desse valor alguns gastos pessoais como lembrancinhas, cursos e consertos que precisei fazer. Esses valores não incluem os gastos do meu marido!

 

Algumas conclusões que tirei dessa viagem

 

- É muito fácil aprender espanhol. Não em um nível fluente, claro, mas o suficiente para conversar é tranquilo e até gostoso de falar. Eles usam umas expressões bem engraçadas ::lol4::

 

- Conhecer os países vizinhos é bom pra quem ainda não tem muita experiência e quer experimentar uma viagem internacional. É possível sair da nossa fronteira sem correr grandes riscos, porque o idioma e muitos hábitos são bem parecidos, estamos a poucas horas de distância de casa e o visto também é super facilitado dentro do Mercosul.

 

- Viajar por muito tempo é gostoso, mas bem cansativo se as estadias forem curtas - tipo menos de duas semanas. Ficar se mudando cansa por exigir carregar toda a bagagem, cruzar fronteiras, gastar várias horas (e dinheiro) com o deslocamento, se instalar na nova casa, pesquisar novas opções de hospedagens, passagens e etc. ::essa::

 

- Todo brasileiro que curte viajar deveria visitar pelo menos uns dois países aqui da América do Sul. Eles são bonitos, com temperaturas agradáveis, oferecem ótimas opções de entretenimento e são mais baratos do que outros destinos populares entre os brazucas. Também é muito interessante ver hábitos parecidos com os nossos e ao mesmo tempo com suas peculiaridades.

 

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Galera curtindo chimarrão e violão em um parque de Córdoba, na Argentina

 

Espero que esse resumão tenha conseguido passar pelo menos um pouquinho do quão incrível foi a viagem!

 

Esse artigo foi postado originalmente lá no meu blog, o Mundo de Viajante, com o título Mochilão na Argentina e no Chile: resumão dos 3 meses de descobertas pela América do Sul.

 

Se tiver alguma dúvida sobre a Argentina e o Chile, pode comentar aqui embaixo ou através do blog que eu vou fazer o possível pra tentar ajudar :wink:::otemo::

 

Um abração e boas viagens para nós!

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