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Subindo o Marumbi... E chegando ao Pico Paraná?


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Subindo o Marumbi... E chegando ao Pico Paraná?

 

Travessia? Quem me dera!

 

 

 

31/10/2009 foi a data em que segui rumo ao tão desejado Conjunto Marumbi, acompanhado dos velhos companheiros Lucio e Diógenes (vulgo Boca) e o novato João, que tem algumas viagens na bagagem, porém estreante no grupo.

 

Era 05hs quando levantei para finalizar minha tralha e seguir para recolher o pessoal. Pouco depois das 06h estávamos com o pé na estrada, rumo à capital Curitiba.

 

De Curitiba seguimos rumo a Porto de Cima, via Estrada da Graciosa. Eis que tivemos nosso primeiro imprevisto. Um pneu furado! Quem conhece a estrada deve saber que não é nada fácil trocar um pneu ali. Muitas curvas, quase nenhum acostamento, estrada estreita e muitos apressadinhos. Cruzei a estrada e parei no único ponto que era possível, com metade do carro no barro e a outra na estrada. Sinalizamos, iniciamos o processo, vimos um carro atolar poucos metros atrás, pois, assim como o nosso carro estava parado no barro, finalizamos a troca e felizmente seguimos até Porto de Cima sem nenhum outro imprevisto.

 

Já passava das 13hs então resolvemos almoçar na Pousada Dona Siroba. Uma hora e meia depois, de barriga cheia, acertamos com o pessoal da Pousada de deixar o carro no estacionamento, arrumamos nossa tralha e seguimos caminhando em direção ao Centro de Visitação Prainhas, à aproximadamente 3km.

 

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Todo esse caminho é feito margeando o Rio Nhundiaquara, onde o pessoal aproveita as águas geladas que vem da serra para se refrescar. O tráfego de pessoas é relativamente intenso, principalmente as Kombis que levam e trás a galera do Boia-Cross (uma ótima dica, eu já fiz).

 

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Uma hora mais ou menos de caminhada (passava das 15h30) chegamos ao Centro de Visitação Prainhas. Nesse ponto o pessoal que desce do Caminho de Itupava faz o “check-out” e quem irá subir o Itupava ou ao Marumbi, “check-in”.

Foi aqui que tivemos nosso momento brochante. Assim que nos aproximamos da casa, um dos senhores, o mais jovem, disse: “Onde vocês pensam que iam?”. Calmamente respondi que sabia dos procedimentos de cadastramento e que assim que terminado, seguiríamos ao Marumbi. Rispidamente respondeu: “Não vai subir ninguém! Já tem 60 dias que o IAP está em greve, não tem nada lá pra cima, está tudo fechado”.

Nos entreolhamos e acreditei que fosse alguma brincadeira, já que algumas pessoas vinham caminhando sentido Marumbi/Itupava -> Centro de Visitação. Mas não era. O Itupava estava “funcionado”, mas o Marumbi não. O senhor mais velho disse que não havia ninguém cuidando da Estação Marumbi, que o camping estava abandonado, etc. Tentei ainda argumentar, disse que tínhamos percorrido 400 km só para fazer isso, mas foi em vão.

 

Assim como outros que ali estavam também com intuito de subir, começamos a caminhada silenciosa de volta a Porto de Cima. Os ficaram quatro calados por boa parte do caminho, até que alguém criou coragem e fez a pergunta: “O que vamos fazer?”. O Boca quase que imediatamente solta: “Vamos pra praia!”. Gargalhamos. O calor de uns 35° realmente fazia desta uma boa idéia, porém estávamos preparados (e com dinheiro contado) para montanha.

 

Então pensei, já que estamos aqui, porque não o Pico Paraná?

Um sorriso tímido surgiu no rosto do pessoal. Não era o Marumbi, mas pelo menos não voltaríamos de “mãos abanando”.

 

Pegamos o carro sem pagar à diária e seguimos para Morretes para arrumar o pneu. R$10 mais tarde, subimos a Graciosa e seguimos sentido Registro – SP. Logo logo a Serra do Itibiraquire preenche todo o pára-brisas do carro. Como é bom olhar aquilo de novo.

 

17h58 estávamos preenchendo a ficha de entrada na Fazenda. Montamos acampamento, jantamos e nos planejamos para o ataque ao Paraná, logo pela manhã.

 

O sol ainda não tinha dado as caras e eu já estava pra fora da barraca preparando o desjejum, cappuccino, bolacha e pãozinho tipo bisnaga. Acordei o pessoal, arrumamos a tralha e munidos de lanternas iniciamos a caminhada.

 

Era 07h20 da manhã, uma hora de meia de caminhada, chegávamos ao Pico Caratuva. Ué, não iam para o Paraná? Resolvemos batizar o João! Nada como os bons degraus do Caratuva para isso. Hahahahahaha.

 

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Ficamos quase uma hora no cume aproveitando o lindo “mar de nuvens” para tomar nosso café da manhã. Assinamos o livro de cume e seguimos em direção ao A1 (primeira área de acampamento do Pico Paraná).

 

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Mais uma vez errei a descida desta encosta do Caratuva. É a terceira vez que faço esse caminho e não consegui acertar a trilha que acompanha a crista. Lá vamos nós novamente mata fechada adentro.

 

Uma hora de descida e chegamos a um riacho, calibramos nossos cantis e seguimos ao A1 onde não paramos, seguimos direto ao A2.

 

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Já era 10hs quando chegamos no A2. Paramos brevemente para comer umas barrinhas, recuperar o fôlego e seguir caminho debaixo de um sol ardente.

 

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Exaustos, as 11h10 galgamos o Pico Paraná! Pela primeira vez com tempo aberto (ou quase)! Encontramos algumas pessoas que tinham acampado no A1 ou A2 admirando o belo marzão de nuvens brancas.

O calor era demais! Todo mundo tomando muita água. Cada um estava com um garrafa de apenas 500ml, então chegamos ao cume com pouquíssima água.

Aproveitamos o máximo possível, almoçamos, exploramos o cume, dormimos, assinamos o livro e uma hora depois da chegada seguimos felizes de volta.

 

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A volta foi tranqüila. Paramos no A2 para pegar água e bem depois do A1.

 

Um fato engraçado aconteceu quando nos preparávamos para descer as famosas escadas. O João e o Boca desceram primeiro e nisso, um grupo chegou a base da escada antes do Lucio e eu iniciarmos a descida, então falamos que aguardaríamos eles subirem.

O Lucio e eu tomamos um pouco de água e ficamos conversando enquanto o pessoal subia. Eis que chega o primeiro rapaz, que parou uns 2 metros de nós pois logo atrás vinha uma guria, provavelmente novata. O guri ficou olhando pra gente por um tempo e disse: “Ei, você não é o Danilo lá do Mochileiros?” Respondi positivamente e ele se apresentou como João (eu acho), disse tinha postado algumas coisas sobre a Snake Alpinist dele no fórum. Conversamos por pouquíssimo tempo e cada um seguiu seu caminho.

 

Na bifurcação para o Itapiroca encontramos três pessoas que quase tomaram a trilha errada. Indiquei o caminho correto para o Paraná e continuamos nossa volta sem qualquer imprevisto.

 

Aproveitamos o resto da noite na fazenda e na segunda-feira de manhã seguimos de volta para casa.

 

 

É isso ai galera!

 

Abraços a todos.

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Eai Danilo, tudo certinho!!!

 

Nossa, lendo seu relato e relembrando os bons momentos que passei tanto no Marumby, Itupava e PP..hehe

Realmente, descer o Rio Nhundiaquara de boia é muito bom, pena que quando fiz isso, a minha boia estava furada ::lol4::

tive que termina nadando ::mmm: ..que sufoco!!!

Ali próximo tem o Salto dos Macacos, show de bola e rapidinho de chegar, de 1 a 2 horas de caminhada.. ótimas cachoeiras!!!

Em outubro fiz a Itupava com a dona encrenca e uns amigos, foi muito bom também!!!.. Não vejo a hora de chegar 19 e 20 de Dezembro para ir ao PP novamente, pois na última fez que fui (feriado de 7 de setembro), caiu um temporal que tivemos que aborta a subida, chegamos ao A1, acampamos e de madruga caiu o mundo..hehe

 

Ótimo relato, espero fazer uma trip contigo um dia!!!

Abraço

Alber

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  • Membros de Honra

Alberson,

Já ouvi falar dos Macacos mas não conheço ainda. Fiz o Itupava há muito tempo e o Marumbi fiquei, pela segunda vez, na vontade. Da primeira vez nós chegamos com um tempo muito bom, mas a noite o tempo virou e amanhecemos debaixo d'agua.

 

Comprei uma bota e preciso amacia-la, quem sabe não combinamos lá pro dia 19/20?! ::otemo::

 

 

Kaabah,

Bem que eu queria viu bicho! ::lol4::::lol4::::lol4::

Se eu morasse em Curitiba você pode ter certeza que todo final de semana eu cairia pra Serra, mas morando a 400 km é complicadíssimo, sem contar o bol$o. ::putz::

 

 

 

Abraços

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Poxa...será uma honra..hehe

Será que o IAP ainda está em greve? vi no site do CPM que eles irão subir o Marumbi amanhã!!! (bem q eles são de casa). Faz tempo que estou planejando subir lá novamente, o bom q é bem rápido.. quando fui fizemos em bat/volta, chegamos no Olimpo em 4 horas subindo pela linha vermelha e descemos pela branca, 2 horas... a visão de lá é muito show!!!

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  • Membros de Honra

Alber,

Não sei lhe informar heim... Perguntamos qual seria o tempo da greve e acho que disseram que até 10 de novembro já estava resolvido, mas não lembro ao certo.

O CPM tem contatos, é totalmente diferente de nós, pobres mortais. ::bruuu::

 

A idéia era exatamente essa, subir pela vermelha e descer a branca. Fiquei só na vontade :cry::cry::cry:

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  • Membros de Honra

Fala Daniilo !!!

Acho o que o Pico do Paraná tem umas das visões de montanha mais bonitas do Brasil. Eu havia combinado com um amigo de ir pra la,mas o cara acabou dando furo de ultima hora,fiquei muito puto . Coloquei a mochila nas costas e rumei sozinho pra lá.Tinha acabado de chegar de machu picchu e pensei : Se eu tive coragem de ir numa distância daquela sozinho, porque não ir sozinho ao PP que é o quintal de minha casa, e assim começou a minha vida de viajante solitário pelas trilhas e travessias do Brasil.Quando cheguei ao topo do Pico do Paraná,encontrei 3 nativos por lá,era 3 horas da tarde e os caras me convidarão para uma feijoada que eles iriam realizar lá no sopé da montanha, acredite se quiser,tinha até panela de pressão,rsrsrsr. Recusei ,é claro,eu tinha subido tudo aquilo com minha mochila e não ia perder a oportunidade de acampar la encima.Os caras disseram que a metereologia havia previsto ventos de 80 a 100 km por hora no pico.Armei minha barraca e enchi de pedras por dentro, amarei-a com cordas e esperei a tal tempestade, com o fiofó na mão ,é claro. O vento realmente veio,mas passou encanado no vale e acabou com um monte de barraca no sopé e comigo não aconteceu nada e ainda ganhei pela manha um espetacular visual do nascer do sol.

Parabens pelo relato.

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  • Membros de Honra

Divanei,

Fejuca na montanha eu já tinha visto com enlatado, agora, direto da panela de pressão é novidade pra mim! ::ahhhh::::lol4::

 

Ventaca ali naqueles morros não é novidade, já vi muita gente perder barraca por lá. Mas você foi corajoso heim?! Eu pensaria algumas vezes em acampar no cume do Paraná ::mmm:

Mas entendo o motivo... o visual é lindo! ::love::::love::::love::

 

 

Abraços

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