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Vanuatu: Vulcões ativos, praias virgens, cachoeiras e rios cristalinos


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598dcd34f047a_MaryRocha-NZEGANovaZelndia.jpeg.97cfaf10d1a94d48797b9be5cc8730ec.jpegPoucos meses atrás não fazia muita idéia sobre o país. Tinha visto algumas imagens de glance, sabia que era quente e úmido, fazia parte das diversas ilhas próximas a Nova Zelândia e que possuia um vulcão. Era só! Estava viajando com o marido e a filha de 4 anos e estávamos procurando um lugar quente para fugir um pouquinho, ainda que fosse por uma semana, do intenso frio da Nova Zelândia no inverno. A idéia era colocar os pés para cima, debaixo de um coqueiro, sentindo a brisa quente lhe abraçando como se fosse um gigante cobertor. Foi daí que nesta minha busca, descobri que a Air New Zealand estava com promoções para Vanuatu e de todas as ilhas que pesquisei, esta seria a mais barata para a família. Comprei as passagens sem hesitação.

 

Meses depois, ouvimos que o país tinha sido atingido pelo Ciclone Pam, um dos ciclones mais fortes da história e que a devastação tinha coberto quase 90% da Ilha de Vanuatu. Entrei em pânico porque sabia que as passagens não seriam ressarcíveis e quase desistimos da viagem.

 

Ainda bem que não o fiz. Realmente o sensacionalismo da mídia pode atrapalhar qualquer plano de viagem. Ao chegar no pequeno aeroporto de Port Vila, capital de Vanuatu que significa “Land Eternal” (eterna terra) com uma população de pouco mais de 45.000 pessoas, fomos brindados com aquele bafo quente. Yeah! Era isso que estava buscando! A missão da viagem estava 50% completa aqui, calor, sol e óculos escuro. Pegamos um taxi local em direção ao resort reservado e notamos que não havia faróis, o pequeno trânsito era um pouco caótico, haviam peruas para todo lugar como forma de transporte público, porém não conseguimos visualizar muita destruição conforme os noticiários. E o sorriso dos locais estava ali, estampados. Foi a primeira coisa que me despertou. Me senti extasiada com aquele ambiente e fechei os meus olhos, contemplando aquela coisa gostosa no ar!

 

Se existe um lugar no mundo que parece ter encontrado a fórmula da felicidade, esse lugar é Vanuatu. Quando recebi o primeiro sorriso de um local, senti que foi tão genuíno, tão natural, que confesso que quase chorei. O meu corpo quase se estremeceu de tanta alegria. Senti-me em casa, acolhida. Me senti feliz.

 

Localizado na Oceania, na região denominada Melanésia, o território de Vanuatu é formado por 83 ilhas que ocupam o arquipélago das Novas Hébridas. O país não possui fronteiras terrestres, e as nações mais próximas são as Ilhas Salomão e Fiji. Da Nova Zelândia, a viagem durou pouco mais de 3 horas, com vôo direto de Auckland para Port Vila.

 

O resort que reservamos era digno de cartão postal, praticamente uma vila dentro de Port Vila, com o seu próprio campo de golf, praia particular para fazer caiaque e iatismo e todas as facilidades que um bom resort oferece. Curtimos esta atmosfera no primeiro dia, mas chegamos a conclusão, que se fosse para mergulhar na cultura local e mostrar a minha filha o que realmente era o país, teríamos que nos estender além do Resort. Alugamos um buggy e lá fomos explorar a ilha, que rodado inteira, totalizava 130km.

 

Fui percebendo que Vanuatu era muito mais do que um local para relaxar debaixo de coqueiros. O país é abençoado por praias virgens, cachoeiras e rios cristalinos conhecidos como “Blue Roles”. Aqui você tem um dos melhores picos para mergulhar e fazer snorkeling no seu mar profundamente azul e límpido. Para quem é fã do programa americano Survivor, perceberá que uma de suas edições foi filmada aqui, com praias paradísiacas e florestas intocadas.

 

Esta viagem de buggy nos proporcionou a oportunidade de visitar vilas e interagir um pouco mais com os locais que falam diversos dialetos. Na verdade, apesar de Vanuatu possuir 113 dialetos distintos, a maioria dos quais ainda falados em alguma ilha, o processo de colonização criou três línguas oficiais: francês, inglês e bislamá que é falado pela maioria. Percebemos também que na cidade, muitos estabelecimentos comerciais tinham os australianos como proprietários e numa destas conversas, nos sugeriram a conferir o vulcão em Tanna, o quão tinha lido algo a respeito no início das minhas pesquisas sobre o país.

 

Foi a melhor sugestão que poderia ter tido. Para chegar em Tanna, você precisa pegar um aviãozinho teco-teco com no máximo 10 passageiros e a viagem dura cerca de 1 hora. Um pouco antes de desambarcar, você já tem uma idéia do vulcão e consegue ver de longe as larvas borbulhando. Chegamos no local, deixamos nossas malas no pequeno lodge e seguimos numa pick up pela estrada de terra.

 

Depois de quase 2 horas sendo sacudidos para cá e para lá, chegamos no pé do vulcão e ao descer do carro, já se ouvia o trambor enfurecedor das larvas. Tinha visto alguns documentários de pesquisadores que chegavam bem próximo as atividades vulcânicas, mas me ver ali com a minha filha de 4 anos e meu marido era surreal. Você segue numa pequena trilha até o topo e o barulho ensudercedor quase te paralisa. Todavia, ao ver a minha filhota andando e cantarolando sem se importar muito com o estrondo, resolvi seguí-la.

Admirar a força das larvas borbulhando e pipocando após o entardecer com suas cores laranjas e vermelho, acompanhado pelo barulho retumbante mostrando o poder da natureza calou a boca do grupo de australianos que nos acompanhava. Foi certamente uma das experiências mais fabulosas que tive na minha vida e que certamente ficarão na minha memória para sempre.

 

É ótimo quando não criamos expectativas. Quando comprei o nosso ticket para Vanuatu, não esperei que fosse me apaixonar por esta pequena ilha com pessoas que invadem a sua alma com o seu belo e mágico sorriso e que me fez relembrar que a felicidade não está baseada em quanto dinheiro ou sucesso você tem, mas em admirar as pequenas magias (ainda que seja num simples sorriso) que acontecem ao seu redor todos os dias, mas estamos muito ocupados para perceber isso. Vanuatu definitivamente conquistou o meu coração!

 

Mary Rocha - http://www.nzega.com[/color][/size]

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  • 2 anos depois...
  • 4 meses depois...
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Ei Mari. Obrigada por compartilhar sua experiência! Estou planejando ir para Fiji e então vi que Vanuatu está no caminho pra quem sai da Austrália. rsrsrs.... Estava em dúvida se incluía ou não mas com seu relato já decidi. #irei
Gostaria de tirar só uma dúvida! Vc lembra qual empresa que operou o vôo para Tanna? Estava olhando com a Air Vanuatu mas gostaria de saber de outras possibilidades. Obrigada!

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  • 2 anos depois...

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