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SUDESTE DO MÉXICO (CHIAPAS, CAMPECHE, TABASCO, YUCATÁN), UM MEXICA FAZENDO UM ROTEIRO POUCO TRADICIONAL


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Há dois anos e meio me cadastrei neste site e, como mexicano, tento ajudar aos que perguntam sobre o meu país e, quando possível, combinar alguns passeios. Muitas vezes dei a minha opinião da rota tradicional e tirei algumas dúvidas de San Cristobal de las Casas e Palenque, mas nunca tinha ido para essas cidades.

 

Conversando com muitos amigos mexicanos e estrangeiros, me disseram que Chiapas era um lugar muito lindo e que valia muito a pena. Faz anos estava tentando viajar para esse estado, mas nunca dava certo. Finalmente surgiu a oportunidade de viajar para esse estado em janeiro de 2015 e fiz o possível para fechar essa viagem, pois era uma vergonha que muitos estrangeiros conhecessem essa região e eu não. Como tinha duas semanas, decidi ir para Mérida também, e finalmente adicionei Tulum ao roteiro. Fechei a viagem com dois amigos: Irving, yucateco e Diego, argentino, a quem veria em Palenque. Comprei as passagens pela Interjet, saindo da Cidade do México para Tuxtla Gutiérrez o dia 10 de janeiro e voltando 25 de janeiro desde Cancun.

 

Logo de comprar as passagens comecei traçar a rota baseada no roteiro tradicional de San Cristobal de las Casas para Tulum, mas decidi adicionar alguns locais que são pouco visitados e conhecidos pelo turismo internacional e que valem muito a pena (decidi excluir a clássica Chichén Itzá, só voltaria para ver o equinócio). Com ajuda de amigos meu roteiro final ficou assim:

-10/Jan: San Cristobal de las Casas, San Juan Chamula, Zinacantán.

-11/Jan: Chiapa de Corzo, Cañón del Sumidero, Mirantes do Cañón e Parque de la Marimba (Tuxtla Gutiérrez).

-12/Jan: Comitán, El Chiflón.

-13/Jan: Lagoas de Montebello.

-14/Jan: Palenque (day off).

-15/Jan: Palenque (Ruinas, Misol-Há, Agua Azul)

-16/Jan: Yaxchilán, Bonampak.

-17/Jan: Villahermosa, Ciudad del Carmen.

-18/Jan: Calakmul.

-19/Jan: Uxmal, Kabah.

-20/Jan: Mérida, Dzibilchaltún.

-21/Jan: Celestún.

-22/Jan: Progreso, Chicxulub.

-23/Jan: Ek Balam.

-24/Jan: Tulum.

-25/Jan: Volta desde Cancun.

 

 

¿QUAL ERA O OBJETIVO DESTA VIAGEM?

 

Para esta viagem eu tinha cinco objetivos principais:

1. Conhecer Chiapas, pois era um dos lugares que mais vontade tinha de conhecer faz muitos anos.

2. Visitar Calakmul, sítio arqueológico maia no meio da selva, muito difícil de chegar por contra própria.

3. Voltar para Uxmal: sempre falei nos fóruns que Uxmal era meu sítio arqueológico favorito de Yucatán, mais do que Chichén Itzá, e tinha vontade de voltar.

4. Voltar para Tulum: Tulum é o lugar que mais gosto da Riviera Maia e queria voltar para fazer uma homenagem à amizade que surgiu aí faz dois anos em um encontro de viajantes.

5. Visitar amigos, que fizeram esta viagem muito especial, ajudando com dicas, hospedagem e passeios.

 

Chegou a data da viagem, mas o problema era que meu voo decolava às 7h00 e não tinha transporte público para ir ao aeroporto, então pedi pro meu pai que me levasse, chegando lá duas horas antes. Fiz o check-in e o voo para Tuxtla Gutiérrez decolou pontualmente.

 

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Em Calakmul, no topo da estrutura I, admirando o mar de árvores e a pirâmide coberta de vegetação

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10/Jan: San Cristobal de las Casas e o misticismo chiapaneco

 

Assim que cheguei ao aeroporto peguei uma VAN da OCC para San Cristobal de las Casas (S210) e em uma hora cheguei à cidade. Fui caminhado da rodoviária para o hostel e no trajeto vi um cara que tinha marcado para ver na Cidade do México, mas não conseguimos. Cheguei ao hostel Puerta Vieja, perto da Praça Central e da Catedral; como ainda era cedo para fazer o check-in deixei a mala no guarda-volume e fui dar um rolé.

 

San Cristobal de las Casas foi a capital de Chiapas até o século XIX, mesmo assim ainda é a cidade cultural mais importante do estado, e se caracteriza porque quase a metade da população são indígenas tzotziles. Dei um passeio em alguns pontos tradicionais como o Parque Central, as ruas para pedestres Real de Guadalupe e 20 de noviembre, a Catedral, a Igreja de Santo Domingo y a feira de artesanatos e o mercado principal. Quando me afastei do Centro para pegar uma van para San Juan Chamula vi que as ruas são tão parecidas quanto uma cidade mexicana normal.

 

Peguei uma combi para San Juan Chamula ($20) e cheguei em 20 minutos. O principal atrativo deste povoado é a Igreja; para ingressar tem que pagar $20. Quanto entrei pude ver que nas paredes tem vitrines como vários santos, e em frente de cada vitrine tem uma mesa com veladoras acesas. No chão tem famílias de joelhos ou sentadas rezando em frente de velas de várias cores (principalmente amarelas, verdes, brancas e pretas) no idioma original deles. O cheiro da fumaça é intenso, mas talvez da um ar místico ao lugar, pois se sente muita energia. Também fui testemunha de uma cerimônia onde estavam trocando as roupas de San Andres Apostol, ao ritmo da música e as orações das mulheres e crianças; a cerimônia finalizou como os homens dando um brinde com pox (bebida destilada de cana de açúcar, tipo cachaça). Foi impressionante pra mim, pois é uma mistura das tradições católicas com as tradições tzotziles. Nota: está proibido tirar fotos no interior da igreja, se forem descobertos podem ser presos ou bater em vocês, pois eles acham que as câmeras roubam as almas deles, então nem tentem mostrar uma câmera.

 

Sai da igreja e fui ao mercado para almoçar, o prato foi bolinhas de carne com sopa e legumes, por $45. Logo peguei uma van para retornar a San Cristobal e ir para o outro povoado tzotzil: Zinacantán. Em SCDLC peguei uma van ($16) e logo de 25 minutos cheguei ao povoado tzotzil rodeado de montanhas e vegetação.

 

Zinacantán tem duas igrejas parecidas à igreja de Chamula, onde se fazem cerimônias similares, pois nas igrejas tem um altar com milhares de velas e veladoras acesas, mas com diferença de que tem bancadas para se sentar, enquanto em Chamula a igreja carece deles. Infelizmente também está proibido tirar fotos, mas eles são mais acessíveis do que os chamulas, pois permitem tirar fotos aos moradores do povoado; enquanto em Chamula também está proibido tirar fotos ao moradores. O que mais gostei de Zinacantán foi o ambiente tranquilo e as belas paisagens das montanhas. Peguei um táxi coletivo para San Cristobal (S18) e logo de fazer umas compras no mercado de artesanatos fui para o hostel e fazer o check-in. Paguei $280 por duas diárias em um quarto coletivo de 14 leitos. Gostei muito do hostel, é bem tranquilo e os leitos confortáveis.

 

Logo de descansar um pouco fui caminhando pela rua Real de Guadalupe para ver o pôr do sol na Igreja de Guadalupe. Subir os degraus foi cansado, mas valeu a pena, pois desde esse ponto se vê o sol se ocultando atrás das montanhas enquanto as luzes da cidade acendem. Quando escureceu voltei para o centro e jantei num restaurante chamado la Parola, na rua Miguel Hidalgo ($ 45). Voltei para o hostel e logo de conversar com uma galera que estava no hostel fui dormir para recuperar energias e continuar com os passeios.

 

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Rua para pedestres Real de Guadalupe em SCDLC

 

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Igreja de San Juan Chamula, onde se fazem rituais sincréticos

 

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Igrejas de Zinacantán

 

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Mulheres tzotziles e a tecnologia

 

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Vendo o pôr do sol desde a Igreja de Guadalupe

 

 

 

11/Jan: O Cañón del Sumidero é melhor visto desde as alturas.

 

Acordei cedo e logo de tomar o café da manhã fui pegar uma van ao lado da rodoviária para Tuxtla Gutiérrez, pois iria para o Cañón Del Sumidero mas primeiro veria uma amiga. Paguei $50 e desci num shopping perto do Centro de Tuxtla, onde fui ao encontro de Eva, a minha amiga. Logo de conversar pegamos o carro dela e fomos para os mirantes do canyon. É só pegar uma estada bem sinalizada e pagar o ingresso para o Parque Nacional ($60), mas como Eva é residente de Tuxtla pagamos a metade do preço :)

 

No Parque Nacional Cañón Del Sumidero tem 5 mirantes: La Ceiba, La Coyota, El Roblar, El Tepehuaje e Los Chiapa. A vista que se tem do canyon desde os mirantes é simplesmente impressionante, pois desde aí pode dimensionar o tamanho do mesmo e pode se ver os barcos que fazem o passeio no Rio Grijalva. O mirante com a melhor vista é El Tepehuaje, e por isso digo que as melhores vistas do canyon se têm nos mirantes; esse dia estava nublado, mas deu para admirar a beleza do desfiladeiro.

 

Voltamos para Tuxtla e fomos almoçar num shopping chamado Poliforum, onde almoçamos tortas de chochito (prato tradicional chiapaneco feito de carne de porco); despedi-me temporariamente da Eva, pois ela tinha assuntos por resolver, mas a veria na noite de novo, enquanto eu iria para Chiapa de Corzo para pegar o barquinho e fazer o passeio no rio Grijalva. Peguei um táxi coletivo e paguei $15.

 

Assim que cheguei a Chiapa fui para o embarcadouro, e a surpresa foi maior quando encontrei aí um amigo argentino chamado Germán, que tinha conhecido na CdM duas semanas atrás, ele estava passeando com uma família chiapaneca. Eu fui pegar o barco, cujo custo era de $190, mas me deram um desconto de $30 porque tinha visitado o Parque Nacional. O passeio começou e nos internamos no Rio Grijalva

 

O canyon é uma depressão formada pelo rio Grijalva durante milhares de anos; antigamente o rio não era navegável, mas como a construção da Usina Chicoasén o nível das águas se estabilizou e se tornou navegável. Vimos a ponte que comunica Chiapa de Corzo com Tuxtla Gutiérrez e logo nos internamos no coração do canyon, onde pudemos ver fauna nativa como peixes, macacos-aranha, crocodilos, urubus e outros. Estar no canyon é uma experiência inesquecível, pudendo se apreciar o trabalho feito pelo rio nas paredes do canyon e tem partes onde a altura é superior a 1000 metros. Vimos algumas formações como o cavalo de mar, a capela e a Árvore de Natal, que na época chuvosa se torna uma cachoeira, o recorrido finaliza na usina Chicoasén, uma das maiores do país e que gera energia elétrica; logo voltamos para o embarcadouro enquanto o clima esfriava.

 

Decidi caminhar um pouco pelo povoado e visitei a Igreja e a Praça Principal, onde tem um monumento de estilo árabe chamado La Pila, símbolo da cidade. Em janeiro acontece “La Gran Fiesta” em Chiapa, e a praça estava pronta para a festa, onde se tem a dança dos “parachicos” (disfarce típico do povoado). Como era tarde peguei uma van para o shopping e aí peguei o “Conejobús” que me levou para o Centro de Tuxtla Gutiérrez (Tuxtla significa em espanhol “lugar de coelhos”).

 

Tuxtla Gutiérrez é considerada uma cidade com poucos atrativos turísticos, destacando o Parque Nacional Cañón Del Sumidero, o zoológico Zoomat e o Parque da Marimba; decidi visitar o último. A marimba é um instrumento musical feito de teclas e lamelas de madeira percutidas com baquetas. Neste Parque se toucam músicas tradicionais mexicanas, cumbias, salsas e boletos acompanhados da marimba, muito bom para passar a tarde o dançar. No parque vi a Eva de novo e quando o show da marimba finalizou fomos jantar num restaurante chamado la Chía, onde comi os pratos tradicionais de Chiapas: cochito e sopa de chipilin com bolinhas de milho, muito gostosos. Quando acabamos Eva me levou a uma pequena rodoviária para pegar a van e voltar a San Cristobal ($50), me despedindo dela e agradecendo a ajuda que me ofereceu para conhecer um pouco da sua terra. Quando cheguei ao hostel fiz a mala e fui dormir, pois iria para Comitán muito cedo.

 

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Mirante el Roblar e o canyon

 

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Mirante el Tepehuaje, as melhores vistas do canyon são aqui.

 

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Admirando o canyon desde o mirante El Tepehuaje

 

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Mirante los Chiapa

 

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Cañón del Sumidero.

 

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Parque de la Marimba em Tuxtla Gutiérrez, ideal para passar a tarde

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12/Jan: El Chiflón e a surpresa da viagem: Comitán

 

Fiz o check-out e às 7h peguei o ônibus da linha OCC para Comitán ($64), fazendo duas horas de trajeto numa estrada cheia de árvores no primeiro trecho da viagem. Quando cheguei a Comitán fui caminhando para o Centro, pois no mapa se via próximo, mas estava afastado e como tem subidas e descidas nas ruas foi muito cansado. Cheguei ao Hotel Colonial e fiz o check-in, pagando $200 por uma diária. Tomei um banho e logo de tomar café da manhã fui para o Terminal la Angostura, localizado no bulevar Belisario Dominguez, perto do terminal OCC. Peguei uma van para Tuxtla Gutiérrez, pedindo descer em El Chiflón, pagando $35.

 

Quando cheguei a El Chiflón encontrei dois caras de Guadalajara chamados Luis e Hugo e contratamos um moto-táxi para chegar à entrada principal do parque, pagando $10. Pagamos $30 e começamos a trilha. El Chiflón é um conjunto de cachoeiras formadas no rio San Vicente, sendo a mais famosa a cachoeira Véu de Noiva, chamada assim porque tem a forma de um véu. O nome El Chiflón tem a origem no som gerado pelos ventos muito parecido a um assobio. Os três começamos caminhar, tirando fotos das cachoeiras El Suspiro e Asa de Anjo, mas como tinha muitos degraus para chegar à cachoeira principal, decidi ir mais devagar, pois eles estavam com pressa para visitar outro lugar. Logo de subir e descer quase 1.000 degraus cheguei ao mirante do Véu de Noiva, sentindo a brisa da queda d’água. Neste ponto pedi para os tapatios que me tirassem fotos na cachoeira, onde a água cai com muita força e você acaba molhado. Não existem palavras para descrever a beleza da cachoeira e o som gerado pela queda.

 

Neste ponto me despedi dos tapatios e caminhei mais de 800 metros pra acima para ver mais duas cachoeiras: Quinceañera e Arco-iris, muito lindas também e formando lagoas de cor azul turquesa. Subir os 800 metros é muito cansado, mas quando você vê o lindas que são acha que vale a pena o esforço físico. Para descer eu queria pegar uma tirolesa, mas a grana não dava para pagar :( No caminho fui tomando fotos das cachoeiras mais pequenas, tão lindas quanto o Véu. Queria entrar nas poças do Rio San Vicente, mas a água estava muito fria e fiquei menos de 5 minutos na água. Quando sai do parque comprei um suco de cana (igual ao caldo de cana brasileiro) e caminhei mais de 15 minutos para voltar a estrada principal, mas a van demorou muito e decidi pedir carona, sendo levado por um senhor muito simpático para Comitán.

 

Chegando a Comitán fui caminhando para o hotel, fazendo uma escala no Parque Central, muito lindo, rodeado de prédios coloniais bem conservados e com as ruas limpas demais. Fui para o hotel e descansei para recuperar energias e dar um passeio noturno pela cidade.

 

Comitán é um dos três Povoados Mágicos de Chiapas junto a San Cristobal de las Casas e Chiapa de Corzo, caracterizado pelas subidas e descidas nas ruas principais e pelas telhas nas casas. Caminhei por varias ruas e vi que estavam limpas e bem conservadas, e sempre que perguntava onde ficava X lugar as pessoas me respondiam com muita amabilidade. O que mais gostei do povoado foi que as ruas do Centro não tem sinais e os motoristas respeitam aos pedestres.

 

Jantei numa pizzaria e continuei com os passeios, visitando o Teatro Principal, a Igreja de Santo Domingo, a Igreja de São José (De estilo gótico), o Mercado Municipal e também me perdi pelas ruas para ver o lindo que é o povoado. Também tem um museu arqueológico, mas estava fechado. Talvez este povoado não tenha tantos atrativos quanto San Cristobal e pode se visitar em poucas horas, mas eu gostei muito da tranquilidade e amabilidade das pessoas, e muitos pontos que podem favorecer o desenvolvimento turístico no futuro, pois é um ponto neurológico para visitar os atrativos naturais do sul de Chiapas.

 

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Cachoeira véu de noiva

 

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Sendo molhado pelo véu de noiva

 

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Descansando e uma pequena cachoeira em El Chiflón

 

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Rio San Vicente

 

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Igreja de São José em Comitán

 

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Comitán é umo dos povoados mais lindos que visitei

 

 

 

13/Jan: Lagoas de Montebello entre barro e vegetação

 

Queria aproveitar o dia inteiro para visitar as Lagoas de Montebello, como a primeira van para as lagoas saia às 9h30 fui tomar café da manhã perto do bulevar Belisario Dominguez e logo fui caminhando para o terminal das vans 5 Lagos na rua 1 Sur Poniente, paguei $40 para chegar ao Parque Nacional. Logo de hora e mais de trajeto a van me deixou perto da lagoa Bosque Azul.

 

Quando cheguei estava chuviscando e o céu nublado, portanto a lagoa Bosque Azul se via muito simples, mas a paisagens ao redor dele eram lindas. Fui caminhando pela estrada principal até o mirante de duas lagoas mais: Esmeralda e Encantada. Neste ponto é possível contratar guias que fazem o recorrido visitando os lagos e lagoas de carro, de moto-táxi ou de camionete, mas como eu queria me internar na floresta, pedi para meu guia fazer a trilha a pé, pagando $200. Meu guia se chamava Rolando e me explicou que as cores das lagoas variam segundo a composição química das águas e a profundidade, pois a maioria tem mais de 50 metros de profundidade ::ahhhh:: .

 

No mirante visitamos três lagoas: Esmeralda, Encantada e Ensueño; mesmo que estava nublado, a lagoa Ensueño se via linda demais, pois a água era de cor azul turquesa, imagino que se o céu estivesse sem nuvens se veria mais linda. Logo entramos por um caminho de terra muito escorregadio por causa da chuva e do barro subindo um morro de mais de 100 metros, foi muito cansado, mas valeu a pena, pois cheguei a uma torre que funciona como mirante. A torre media mais de 25 metros e estava duvidando subir, mas peguei coragem e a subi. A subida dessa torre é muito perigosa, pois os degraus são tipo dos que tem as antenas e estavam oxidados. Quando cheguei ao topo pude ter uma vista maravilhosa do Parque Nacional e das lagoas, tudo cheio de árvores e o mais legal foi que o sol apareceu. Tirei muitas fotos e desci da torre para continuar a trilha.

 

Continuamos caminhando por vários corredores cheios de barro e o pior foi que eram subidas e descidas, por tanto tive ao menos 3 quedas e as minhas roupas sujaram demais com o barro e a água, mas o Rolando me ajudou muito para saber onde caminhar, mesmo que isso não impediu as quedas, hahaha. Conheci dois cenotes muito lindos (Pois é, em Chiapas também tem cenotes, mas está proibido nadar neles) chamados Água Zarca e Água Tinta, muito lindos. Logo de caminhar mais de uma hora entre barro e vegetação molhada chegamos à Lagoa Montebello e quando saia o sol adquiria cores azuis turquesa muito parecidas com as que se tem na Riviera Maia.

 

Neste ponto descansei um pouco para limpar as calças cheias de barro e conversei com uma senhora da etnia tojolabal chamada Zenaida, que me falou do estilo de vida deles e os problemas que têm quando o nível da água das lagoas aumenta (também aproveitamos para falar mal do nosso presiburro ::lol4:: ). Aqui me despedi de Rolando e queria voltar para a estrada principal, então pedi carona para uma família de Zacatecas que tinha alugado uma camionete e aceitaram, mas antes visitamos outra lagoa chamada Pojoj, muito linda e que tem uma ilha no meio dela e onde é comum gravar comerciais e anúncios da TV. Também pode se fazer passeios de barco, mas a grana estava curta e a família também não quis. Logo fomos para Tziscao, onde contratei um tour de moto-táxi por $150 para visitar os lagos restantes.

 

O primeiro ponto visitado foi o lago Tziscao, que tinha aumentado o nível de água, pois alguns postos estavam submergidos. Logo fomos para o lago internacional, onde são os limites do México e da Guatemala, sendo divididas por um fio no lago e por um cartaz que índica a divisão; neste posto você pode passar para o lado guatemalteco sem apresentar passaporte e fazer algumas compras, não tem postos de imigração nem alfândega porque a vegetação e os morros impedem transitar com liberdade para o interior da Guatemala. Logo visitei os 5 lagos, onde os três primeiros (La Cañada, Perol y Yashan) se tornaram um só por causa das chuvas, a vista desde o mirante é linda demais, os lagos rodeados pela floresta e cobertos de névoa se viam muito misteriosos (mas nesse momento esfriou muito). Visitamos mais dois lagos e o motorista me deixou na estrada principal para pegar a van e voltar para Comitán.

 

Quando cheguei ao hotel tomei banho e fui para a rodoviária, onde peguei um ônibus para San Cristobal, pois não tinha ônibus direto para Palenque e só podia chegar desde SCDLC. Em San Cristobal comprei a passagem para Palenque ($206), mas nos informaram que a estrada estava fechada, pois dias antes houve um tiroteio entre zapatistas e o exército e os zapatistas fecharam as estradas como protesto e também tinha risco de assaltos, então o ônibus iria por outra rota. Como tinha comprado a passagem sai da rodoviária às 01h15.

 

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Lagoa Esmeralda

 

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Lagoa Ensueño, a mais linda

 

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Vista do Parque Nacional e las lagoas

 

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Mas para ter a vista anterior, você tem que subir os degraus de uma torre velha

 

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Também pode visitar um pedacinho da Guatemala sem apresentar passaporte

 

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Admirando os três lagos

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14/Jan: Descanso obrigatório em Palenque

 

O ônibus pegou uma estrada bem longa, pois passamos perto de Tuxtla Gutiérrez, Coatzacoalcos(Veracruz) e Villahermosa(Tabasco). Fizemos mais de nove horas e cheguei a Palenque às 9h30, estragando meu plano de visitar Yaxchilán e Bonampak. Como estava chovendo muito forte esperei mais de meia hora na rodoviária e quando a chuva parou um pouco fui procurar lugares para hospedagem, pois o Diego e Irving chegariam mais tarde. Logo de tentar em mais de 3 hotéis e hosteis encontrei um chamado Posada Águila Real, pagando $550 por diária num quarto para 5 pessoas (nós éramos 3, mas o preço tava bem em conta).

 

Levei consertar meu computador, pois uma peça quebrou e não conseguia carregar. Era meio dia e queria aproveitá-lo. Perguntei se era possível visitar as ruínas de Toniná, mas me disseram que ainda não era recomendável ir, pois para chegar pegaria a estrada que foi fechada a noite anterior e mesmo que estava aberta tinha risco de ser bloqueada de novo. Sem mais opções, decidi dormir e quando acordei fui para um Lan House para desperdiçar as horas vagas. Irving e Diego me confirmaram que chegariam às 5h do dia seguinte, pois não conseguiram pegar transporte desde Belize.

 

Quando senti fome fui para um restaurante chamado Q’Rico, onde jantei Gorditas (Bolinhas de milho recheadas) e torta de milanesa(sanduíche). Voltei para o hotel e dormi, pois meus amigos chegariam muito cedo e não queria ficar dormido quando eles chegassem.

 

 

 

15/Jan: Palenque, Agua Marrom (Azul) e Misol-Há

 

Diego e Irving chegaram às 5h e logo de conversar por horas dormimos mais uma. Quando acordamos decidimos fazer o roteiro clássico de Palenque (ruínas e cachoeiras). Ainda estava chovendo e logo de perguntar em várias agências e fazer contas vimos que sairia mais em conta pegar um transporte que nos levasse para esses lugares, pois de conta própria seria mais caro e perderíamos tempo. Em frente da rodoviária fechamos o transporte, pagando $ 170 pela transportação aos três lugares. Uma van nos levou para o sítio arqueológico, pagando $30 ao “ejido” (terreno administrado pelas comunidades indígenas) e $64 para ingressar ao sítio arqueológico.

 

Palenque foi uma das cidades mais importantes durante o período Clássico e foram construídas muitas pirâmides, templos e monumentos no meio da selva. O governante mais famoso de Palenque foi Pakal, pois ele conseguiu consolidar o poder da cidade e construiu a maioria dos templos do sítio. Hoje em dia um 90% do sitio está coberto pela selva e quando você caminha por alguns corredores é possível ver algumas construções no meio do mato.

 

O primeiro ponto que visitamos foi a praça central, onde ficam as seguintes edificações:

- Templo de las Inscripciones: onde foi descoberto o túmulo de Pakal com a famosa máscara de jade e o sarcófago que tem inscrições da morte do governante e a chegada dele ao inframundo.

- Túmulo da Rainha Vermelha, esposa de Pakal.

- O Palácio: conjunto de quartos onde se tomavam as decisões políticas, destacando uma torre muito alta, sendo o coração administrativo do conjunto.

- Templo de la Calavera.

 

Na Praça Central o pessoal ficou maravilhado ao admirar as construções, pois os maias aproveitaram as colinas para cimentar os templos e também se sente uma energia indescritível. Visitamos o Palácio, onde os quartos tem o clássico estilo arquitetônico maia de arcos e hieróglifos. Visitamos o Conjunto de las Cruces, onde destacam o Templo del Sol, o Templo XIV, o Templo de la Cruz Foliada e o Templo de la Cruz, subindo este último e tendo vistas maravilhosas da Praça Central e do Conjunto.

 

Descemos por um corredor e visitamos o Grupo do Norte, onde destaca o Templo Del Conde, logo passamos por uma ponte pênsil que passa em cima do rio Otulún e onde se formam umas cachoeiras muito lindas. Saímos do sítio e visitamos o museu, onde são exibidas peças encontradas aí, sendo a mais importante o sarcófago de Pakal numa sala que explica os detalhes das inscrições e hieróglifos que a pedra tem. Ao meio dia pegamos a van com o resto de grupo e fomos para Misol-Há.

 

A estrada para Misol-Há é montanhosa e cheia de curvas muito fechadas, mas as paisagens que se tem são muito lindas. Chegamos a Misol-Há (queda de água em língua maia), pagando $10 ao ejido e $20 do ingresso. Na verdade eu tinha poucas expectativas dessa cachoeira, pois tinha visto fotos na internet e se via muito simples. Mas essa ideia mudou quando a vi em frente de mim, pois tinha muita água e força da queda me fazia arrepiar e a garoa molhava as roupas, gostei muito dela. Logo passamos por uma gruta que está atrás da queda de água, onde ficamos molhados e pudemos tocar a cachoeira. Pegamos a van de novo e visitamos o último ponto do passeio, as Cascadas de Agua Azul.

 

O motorista nos avisou que talvez por causa da chuva as cachoeiras não teriam uma cor azul. Pagamos $15 ao ejido e $30 para visitar as cachoeiras. Quando chegamos pudemos comprovar que não eram azuis, pois tinha uma mistura de verde e marrom por causa da chuva e os sedimentos que caiam dos rios Otulún, Shumuljá y Tulijá. Mesmo assim a força da queda de água surpreende muito, o som da queda me fez lembrar a Garganta do Diabo em Iguaçu. Também tem uma área reservada para nadar, mas ninguém tinha vontade. Logo de tirar fotos e visitar os outros mirantes almoçamos numa das barracas e as 17h30 pegamos a van para voltar a Palenque.

 

Em Palenque descansamos um pouco e na noite fomos a um bar para brindar pelo reencontro e pelas viagens. Voltamos para o hotel com algumas geladas para continuar o brinde, só que eu dormi mais cedo, pois o dia seguinte faria o tour das ruínas na selva lacandona.

 

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Templo de las Incripciones e Túmulo da Rainha Vermelha

 

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Com Diego e atrás o Templo de las Inscripciones

 

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Gran Palácio

 

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Templo do Sol e Templo XIV

 

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Cachoeira Misol-Há

 

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Cascadas de Água Marrom (Azul na primavera e outono)

 

 

 

16/Jan: Yaxchilán e Bonampak, ruinas no meio da selva lacandona

 

Às 6h chegou a van e passou por mais pessoas em diferentes hoteis de Palenque, incluindo uma família italiana, um casal russo e duas mexicanas. Ainda estava escuro e chovendo muito, o motorista pegou uma estrada cheia de curvas para chegar a Yaxchilán (O passeio o contratei no hotel, pagando $650 com café da manhã e almoço inclusos). Logo de hora de meia de trajeto chegamos a um restaurante tipo buffet, que tinha o básico de um café da manhã e podia comer a vontade tudo o que quiser (por isso não consigo emagrecer ::dãã2::ãã2::'> ). Logo de mais uma hora de trajeto chegamos ao povoado de Frontera Corozal, na beira do rio Usumacinta, onde tem muito intercâmbio comercial com a Guatemala (na outra beira do rio), também é ponto de entrada de imigrantes que vão para os Estados Unidos.

 

Pegamos um barco no embarcadouro e logo de alguns problemas com o motor começamos a travessia no rio, onde pudemos ver algumas aves, árvores típicas da região e crocodilos. Logo de 45 minutos chegamos ao embarcadouro de Yaxchilán, que estava destruído por causa da chuva. No sítio uma galera de 6 pessoas contratamos um guia, pagando $50.

 

Yaxchilán em maia significa “Pedras Verdes” e foi um das cidades mais importantes da região, aliada de Tikal e inimiga de Palenque. O guia nos explicou que o sítio alcançou o maior esplendor nos reinados de Pássaro Jaguar IV e Escudo Jaguar II, sendo o primeiro quem mandou construir a maioria dos prédios e templos do sítio, onde foram gravadas muitas cenas e passagens da vida dele. Visitamos os três conjuntos principais: A Acrópole Menor, a Acrópole Maior e a Grande Praça, destacando o Edifício 33, muito decorado e onde tem gravados no teto e nas estelas (pedras lisas com gravados) os acontecimentos destacados da vida de Pássaro Jaguar IV e os edifícios onde morou a elite yaxchilteca. Quando finalizou o passeio voltamos para Frontera Corozal e almoçamos num restaurante na beira do rio Usumacinta.

 

Pegamos a van e fomos para Bonampak, que fica perto de Yaxchilán. Na entrada contratamos um guia por $50 e nos explicou que Bonampak significa “Paredes pintadas” em maia, e foi uma cidade artística e cultural. O principal atrativo do local são umas pinturas distribuídas em três quartos, onde se relatam as batalhas que o governante Chan Muwan II ganhou para os seus inimigos com ajuda de Yaxchilán, aparecendo nos murais os guerreiros que lutaram e dançantes e músicos que comemoraram a vitória. Para chegar ao Templo das Pinturas tem que subir a Acrópole, um conjunto de estruturas com degraus muito pequenos e escorregadios. Descer é muito perigoso e tem que ser pouco a pouco e com cuidado.

 

Voltamos para Palenque e chegamos depois das 18h30, estava chovendo muito forte por não dizer que o céu estava caindo. Diego e Irving descansaram o dia todo e na noite fomos jantar e arrumamos as malas para partir o dia seguinte.

 

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Embarcadouro no Rio Usumacinta para pegar o barco a Yaxchilán

 

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Estrutura 33 de Yaxchilán

 

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Estelas de Yaxchilán

 

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Pinturas de Bonampak

 

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Pinturas de Bonampak

 

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Praça Central de Bonampak, os degraus da Acrópolis são as mais perigosas para descer

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17Jan: Villahermosa, a cidade entre as águas e Cidade do Carmen

 

Saímos cedo do hotel e fomos para a rodoviária, Irving iria para Campeche e Diego e eu iríamos para Villahermosa, pois ele pegaria seu voo lá e eu pegaria o ônibus para Ciudad Del Carmen, além de visitar a uma amiga chamada Juani. Nos despedimos e pegamos a camionete da ADO, que fez uma parada no Aeroporto de Villahermosa. Quando chegamos a Villahermosa esperamos uns minutos a chegada de Juani, quem nos recebeu de braços abertos.

 

Villahermosa é uma cidade localizada entre dois rios: Carrizal e Grijalva, e constantemente sofre de enchentes, pois é a capital de Tabasco, o estado mexicano que tem 1/3 parte da água doce do México, mas isso ajuda para ter muitas áreas verdes, o que em alguns bairros me fez lembrar os bairros de Curitiba. Villahermosa, como cidade petroleira, também não é uma cidade turística, mas nas redondezas tem muitos lugares para serem visitados, como os pântanos de Centla, as fazendas de cacau, sítios arqueológicos maias e olmecas, etc. Logo de conhecer os bairros nobres da cidade e alguns prédios do governo estadual, fomos tomar café da manhã em um restaurante tradicional chamado El Eden, onde comemos alguns dos pratos típicos do estado como pozol, tamal de pejelagarto (peixe endêmico da região), sopa de feijão e chipilin e mais.

 

Logo visitamos o Parque Museu La Venta, remanente da vegetação tradicional, onde a primeira parte é um zoológico com animais típicos da região como macacos, jaguares e mais felinos. Logo entramos na área arqueológica a céu aberto, onde estão expostas peças traídas do sítio arqueológico La Venta, como cabeças gigantes (as famosas cabeças olmecas) e outras com formas humanas e de animais, tudo no meio do mato e de um pântano onde são criadas tartarugas e crocodilos, vale muito a pena essa visita, pagando $35 os mexicanos e $40 os estrangeiros.

 

Logo visitamos o mercado da cidade, onde Diego fez algumas compras (chocolate, doces, etc.) e finalmente me deixaram na rodoviária, onde esperei mais de 25 minutos na fila só para comprar o bilhete de ônibus para Ciudad Del Carmen, para que afinal me dissessem que a compra deveria ser realizada em outro guichê (PQP, quase joguei a mala no rosto deles). Me despedi de Diego e Juani e peguei o ônibus da ADO, chegando a Ciudad Del Carmen três horas depois.

 

Antes de chegar à cidade passamos por uma ponte que comunica o continente com a ilha de quase quilômetros. Na rodoviária meu amigo Adán estava me esperando e daí fomos à casa de outro amigo chamado Otniel, com quem conversamos sobre a nossas vidas. Logo de conversar por alguns minutos pegamos o carro do Adán e fomos dar um role pela cidade.

 

Ciudad Del Carmen é a capital econômica de Campeche, um dos principais estados produtores de petróleo do México, e a economia da cidade está baseada nas atividades petroleiras e comercias. Mesmo assim tem alguns atrativos como praias e passeios de barco na Lagoa de Términos. Nós visitamos a praia mirante da ponte El Zacatal, que estava iluminado e onde as cores mudavam a cada 15 segundos, logo visitamos o monumento de forma piramidal na entrada da cidade com o escudo da cidade no topo, o Centro Histórico (incluindo a Igreja da Nossa Senhora do Carmo) e o molhe da cidade, pudendo admirar a ponte e os barcos ancorados no mar. Logo fomos jantar tacos perto do centro e deixamos o Otniel na casa dele, voltando Adán e eu a casa e indo dormir cedo para visitar as ruínas de Calakmul o dia seguinte.

 

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Eu, a chota e o pejelagarto (peixe típico de Tabasco) em Villahermosa

 

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Eu e uma cabeça olmeca com capacete no Parque Museu La Venta

 

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Cabeça olmeca no Parque Museu La Venta

 

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Praça Central e Catedral de Ciudad del Carmen

 

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Onde eu tô?

 

 

 

18/Jan: Calakmul, o tesouro maia no meio da selva

 

Adán e eu saímos às 7h e pegamos o carro dele. Na estrada pude ver a Lagoa de Términos e o sol nascendo atrás dela. Logo de uma hora de trajeto chegamos a Sabancuy, pequeno povoado de pescadores, onde almoçamos na casa do filho dele. Continuamos o trajeto e logo de mais duas horas e meia de caminho chegamos a Conhuas, onde fica a estrada para o sítio arqueológico de Calakmul.

 

Para entrar a Calakmul fizemos dois pagamentos: na entrada pagamos para o “ejido” (igual do que em Chiapas) $112, a metade pelo carro e a outra metade pelas duas pessoas. Logo chegamos ao posto da SEMARNAT (instituição mexicana que vigia e protege as áreas naturais do México), pagando $61 por pessoa. Logo pegamos a estrada de mais de 60 km, onde pudemos ver alguns macacos, pássaros, pavões-azuis e um tapir. Algumas pessoas dizem que de manhã é possível ver muitos animais no meio da estrada e os mais sortudos já viram jaguares e outros felinos. Finalizando esse trecho chegamos ao posto do INAH, onde não fizemos pagamento pelo fato de ser domingo e sermos mexicanos (o ingresso custa $52).

 

Calakmul foi uma das cidades maias mais importantes do período Clássico, sendo a maior rival de Tikal, tendo mais de cem anos de guerra. Calakmul em maia significa “Cidade entre duas pirâmides adjacentes”, e quando perdeu o poder e influencia que tinha na região foi abandonada e com o passar dos anos coberta de mato. No trajeto para as estruturas pudemos ver alguns macacos-aranha pulando entre os galhos das árvores, espetáculo muito simpático.

 

Para chegar aos monumentos tem duas opções: fazer o caminho curto ou o caminho longo; a gente decidiu fazer o último e pudemos ver alguns templos e monumentos cobertos pelo mato, pois ainda não foram explorados pelos arqueólogos. Visitamos algumas estruturas do conjunto Utsiaal Kaan e a Praça Central, onde pudemos ver alguns templos e pirâmides. Daí fomos para a Estrutura I, uma das maiores pirâmides do sítio; logo de subir muitos degraus chegamos ao topo e tivemos uma vista maravilhosa da selva campechana, por parecia um mar de árvores. Pudemos ver a estrutura II, a maior pirâmide do mundo maia, coberta de mato. Descemos e fomos direto para a Estrutura II, onde a subida é mais complicada do que na Estrutura I, mas a vista desde o topo vale a pena, pois se podem ver outras estruturas do sítio alem do mar de árvores. Quando descíamos da pirâmide ouvimos as vocalizações dos bugios por mais de 5 minutos, devo confessar que quase fiquei surdo :P

 

Saímos do sítio e voltamos para Escárcega, eu estava muito contente por ter realizado o sonho da viagem, pois quando comecei traçar o esboço ia fazê-lo de conta própria, mas é muito complicado chegar de conta própria e Adán facilitou tudo. A viagem poderia ter finalizado aí, mas Yucatán me esperava.

 

Jantamos em um pequeno povoado ao lado da Lagoa Silvituc e quando chegamos a Escárcega nos despedimos, por Adán voltava pra terra dele, enquanto eu ia para Mérida, agradecendo tudo o que fez por mim durante a minha estadia. Esperei por 4 horas na rodoviária e às 23h50 chegou o ônibus para Mérida, pegando duas poltronas só pra mim :)

 

NOTA: se quiserem ir de conta própria, o mais recomendável e se hospedar em Escárcega e aí pegar um ônibus da linha Sur que vá para Chetumal e pedir ao motorista descer na entrada de Conhuas. O complicado aqui é chegar para o sítio, pois o táxi custa mais de $800, só compensaria se forem mais de três pessoas. O que muitos fazem é pedir carona para o sitio, mas tem o risco de esperar muitas horas para alguém chegar ou de ninguém chegar, pois o sítio é pouco visitado. Na volta é mais fácil pedir carona para os trabalhadores do INAH. Também tem tours saindo de Campeche, mas são muito caros.

 

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Estrutura II, uma das maiores pirâmides do mundo maia em Calakmul

 

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No topo da estrutura II em Calakmul

 

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Estrutura II de Calakmul

 

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O mar de árvores visto desde o topa da estrutura II

 

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Estrutura I em Calakmul

 

Escrevendo...

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19/Jan: Uxmal e Kabah, as joias da rota Puuc

 

Cheguei a Mérida às 5h e esperei na CAME (rodoviária) por mais uma hora, sai da CAME e caminhei para a TAME (Terminal de Segunda Classe), onde comprei uma passagem para Muna pela linha Mayab ($ 35), a cidade mais próxima a Uxmal. Logo de uma hora de viagem cheguei a Muna e me encontrei com meu amigo Daniel, que tinha visitado dois anos antes. Logo de conversar um rato peguei um quarto do hotel dele e me aprontei para começar os passeios.

 

Fui tomar café da manhã e às 10h esperei na parada o ônibus da linha Sur para Uxmal, mas uma senhora nos confirmou que foi cancelado esse horário. Voltei com Daniel e ele convenceu dois senhores que trabalhavam num hotel perto de Uxmal para me dar carona e aceitaram; logo de quase 30 minutos chegamos a Uxmal.

 

Caminhei para a entrada principal do sítio e na bilheteria fiz o pagamento de $ 140 ($64 do ingresso do INAH e $76 da CULTUR), para o estrangeiro custa $199. Logo de descansar um pouco comecei o passeio. Uxmal é um dos sítios arqueológicos mais importantes de Yucatán, pois é o máximo representante da arquitetura Puuc (caracteriza por conjunto de colunas, paredes lisas no interior e a porção superior das fachadas decoradas com mosaicos de pedra com formas geométricas como arcos, círculos e ornamentações).

 

O prédio principal é a Pirâmide do Adivinho, que segundo a lenda foi construída por um anão em uma noite. A pirâmide mede 35 m. de altura e na parte superior tem decoração Puuc e é a primeira estrutura a ser vista no sítio. Logo visitei o Cuadrángulo de las Monjas, uma praça cujos prédios têm decoração Puuc e algumas figuras da serpente emplumada (Kaan). Logo subi a Grande Pirâmide, desde onde se tem uma vista maravilhosa do sítio, destacando o Cuadrángulo e as pirâmides. Também visitei o Templo do Governador e a Casa dos Pássaros, outros exemplos de arquitetura Puuc. Muitas vezes falei nos fóruns que Uxmal é meu sítio arqueológico favorito de Yucatán, pois a arquitetura é mais linda e não tem muita gente nem o mercadão a céu aberto que Chichén Itzá tem.

 

Sai do sítio e às 13h30 peguei o ônibus da linha Sur para Kabah ($10), mas no trajeto fiquei dormido ::ahhhh:: e quando acordei vi que estávamos entrando no estado de Campeche. Pedi para o motorista que me deixasse no povoado mais próximo, mas me disse que nessa estrada não tinha povoado nenhum e só poderia me deixar em alguma parada de ônibus próxima... muito distante. Na estrada, sozinha e sem pessoas nem carros tentei pedir carona, mas nenhum carro se detinha ::vapapu:: . Logo de 45 minutos peguei de novo o ônibus para Kabah ($12) e não fiquei mais dormido no trajeto ::bruuu:: .

 

Paguei $47 para ingressar a Kabah, outro dos sítios da rota Puuc. Kabah em maia significa “Mão dura”, só pode ser visitado na área leste, onde destacam dois templos: o Codz Poop ou “Templo das Máscaras”, decorado com pedra caliça que simulam rostos humanos e o rosto do Deus Chac, um dos mais lindos que já vi, e o Grande Paço, feito de muitos quartos e colunas típicas do estilo Puuc. Do outro lado pode se visitar o Arco Triunfal, que indica o fim do sacbé (calçadão) que comunicava Uxmal e Kabah na época pré-hispânica. Tem outras estruturas cobertas pelo mato que não foram restauradas por causa de uma proibição, pois essa área é um parque nacional.

 

Na volta tive que esperar quase duas horas a chegada do ônibus, pois os horários estavam errados. Quando o ônibus passou por Uxmal vi que muitos turistas o pegaram e perguntei para eles o tempo que esperaram, me responderam que quase duas horas, pois também tinham os horários errados. Assim que cheguei a Muna jantei “salbutes” e “panuchos” (pratos típicos de Yucatán) e mais tarde fui jantar (de novo) com o Daniel, onde comi os nachos mais gostosos que comi na minha vida, mas era muito e não conseguir comer tudo. Logo fomos dormir, pois o Daniel me levaria para Mérida muito cedo.

 

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Pirâmide do Adivinho em Uxmal

 

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Fachada oeste do Cuandrángulo de las Monjas

 

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Vista de Uxmal desde o Paço do Governador

 

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Templo das Máscaras em Kabah

 

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Arco de Kabah

 

 

 

20/Jan: Dzibilchaltún e o cenote mais lindo que vi na minha vida

 

Às 5h saímos de Muna e chegamos a Mérida, mas primeiro fotos para o aeroporto deixar a mãe do Daniel, que voava para a Cidade do México. Logo fomos tomar café da manhã no mercado de Santa Ana, onde comi salbutes e sopa de lima. Daí fomos aonde trabalha Irving para deixar as minhas malas e também para dar um abração, pois era o aniversário dele. O Daniel me deixou perto do Zócalo e peguei uma van para o povoado de Chablekal ($ 7); assim que cheguei a Chablekal peguei um mototáxi ($10) que me deixou na entrada do sítio arqueológico de Dzibilchaltún. Paguei $101 ($62 INAH+$39 CULTUR) e deixei a mochila no guarda-volume, pois está proibido ingressar com mochilas, mas eles dão uma sacola para levar as coisas.

 

Dzibilchaltún em maia significa "lugar onde tem escrituras nas pedras", isso porque no sítio foram encontradas muitas estelas (pedras com gravados da vida cotidiana maia). Na Praça Central podem se admirar alguns templos e pirâmides que sobreviveram à destruição espanhola, pois com as pedras de alguns deles foi construída uma capela no meio da Praça. Quando subi uma pequena estrutura pude ver perto daí o Cenote Xlacah, um cenote a céu aberto que em maia significa “Povo velho”, aproveitei que tinha poucas pessoas para tirar fotos legais e apreciar a beleza dele, pois as águas são muito limpas e cristalinas, podendo se ver vegetação e muitos peixes.

 

Logo fui caminhando pelo sacbé (calçadão) e cheguei ao “Templo das Sete Bonecas”, chamado assim porque nas redondezas foram encontradas sete bonecas de pedra. Este templo parece uma casa com um portão central e duas janelas; este é um ótimo lugar para curtir o equinócio, pois esse dia o sol passa exatamente no meio da porta principal, o qual confirma que foi um sítio de observação astronômica. Voltei para o cenote entre nele, mesmo que não sei nada, o bom é que na beira é pouco profundo, mas as pedras são muito escorregadias e tem que aguentar o “ataque” dos peixes que mordem, :lol: . Fiquei no cenote por mais de uma hora e fiz algumas tentativas para nadar que fracassaram, ::lol4:: . Até hoje é o cenote mais lindo que vi na minha vida.

 

Logo fui visitar o Museu Maia que está ao lado do sítio, onde se expõem peças encontradas aí e tem uma reprodução de casa maia. Quando ia voltar para Chablekal um casal que conheci no cenote se ofereceu para me levar à estrada Mérida-Progreso, onde peguei uma van que me deixou no Zócalo e dei um role, visitando alguns prédios como o Palácio de Governo, o Palácio Municipal e a Catedral.

 

Às 15h fui para o trabalho do Irving e fomos a cada dele, onde a mãe dele organizou um almoço com pratos típicos yucatecos para comemorar o aniversário do meu amigo. Também chegaram Emanuel, o irmão do Irving (que conheci também no encontro de Tulum) e a esposa do Ema chamada Michele. Logo de almoçar decidimos dar um pequeno passeio noturno pela cidade.

 

Visitamos o Parque Las Américas, um conjunto de quatro praças onde se expõem estelas maias com os nomes dos países da América e os escudos, muito legal, também tem um auditório onde tem concertos e danças, uma fonte de arquitetura maia, muitos arcos triunfais iguais aos que vi em Kabáh, uma biblioteca e um área exclusiva para crianças. Saindo do parque comi uma marquesita, que é um crepe enrolado e duro recheio de queijo e algum ingrediente que pode ser doce ou salgado.

 

Logo fomos para o Paseo Montejo, uma das principais avenidas da cidade onde antigamente moravam as pessoas ricas da cidade; hoje em dia sobrevivem algumas mansões e casas que funcionam como bancos, museus e lojas. Pudemos ver de perto o “Monumento à Pátria”, que tinha visitado na viagem passado e daí caminhamos para El Remate, lugar onde nasce a avenida. Voltamos a casa e fomos descansar para continuar os passeios pela capital yucateca.

 

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Templo das Sete Bonecas em Dzibilchaltún, na porta central passa o sol o dia do equinócio

 

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Equinócio em Dzibilchaltún (A foto não é minha, a peguei do site http://www.yucatan.gob.mx)

 

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Casa de estilo maia em Dzibilchaltún

 

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Cenote Xlacah

 

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Cenote Xlacah

 

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Zócalo e Catedral de Mérida

 

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Escudo do Brasil no Parque Las Américas, em Mérida

 

 

 

21/Jan: Celestún, o lar dos flamengos

 

Acordamos cedo e fui com Irving para o Centro de Mérida, desci antes de chegar ao Zócalo e fui caminhando para o terminal Oriente, onde comprei a passagem para Celestún, pois queria ver os flamengos, e logo de mais de duas horas de trajetos cheguei a Celestún, onde comecei perguntar os preços dos passeios na ria, com preços entre $180 e $200. Paguei o passeio de $200, que saia da praia e o bom foi que as vagas no barco estavam ocupadas.

 

O barco começou o trajeto no Golfo do México, onde a cor das águas era verde esmeralda, depois de 20 minutos chegamos à desembocadura da ria Celestún, onde pudemos ver algumas gaivotas e pelicanos. Foi neste ponto onde a cor da água mudou de verde a amarelo, pois estávamos navegando no interior da ria.

 

Celestún destaca por ser o lar dos flamengos rosados, os quais moram na ria e se concentram aí principalmente entre os meses de novembro e janeiro. É importante não se aproximar muito a eles, pois podem se assustar, voar e se esgotar muito, e tardam muitas horas em comer e recuperar energia.

 

Quando chegamos onde estavam concentrados os flamengos as águas pareciam de cor rosa, pois as plumas deles são dessa cor. Todos os flamengos estavam descansando nas águas, caminhando com elegância e fazendo fila com toda a tranquilidade do mundo. Foi muito lindo ver essas aves. Acho que eram ao menos uns mil flamengos, mas dizem que em dezembro podem se contar mais de 5 mil flamengo nadando na ria.

 

Logo fomos para um manguezal perto da ria, onde pudemos ver algumas aves endêmicas da região e um molhe quase destruído e muito perigoso, pois havia risco de cairmos nas poças, onde tinha um crocodilo ::ahhhh:: . Mesmo que era possível nadar aí ninguém pegou coragem e mais sabendo que o crocodilo tava aí esperando jantar turistas descuidados :lol: .

 

Quando finalizou o passeio caminhei um pouco na praia e aproveitei para almoçar perto da Praça Principal. Peguei o ônibus para voltar a Mérida e só cheguei depois das 17h. Voltei a casa de Irving e como estava muito cansado decidi descansar e ficar em casa. Na noite jantamos uma pizza e fomos dormir cedo logo de uma interessante conversa.

 

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Gaivotas e pelícanos na desembocadura do rio Celestún

 

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Desfile de flamengos

 

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Desfile de flamengos em Celestún

 

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Crocodilo nas poças dos manguezais

 

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Águas verdes no Golfo do México

 

 

 

22/Jan: Progreso e a busca do asteroide assassino dos dinossáurios

 

Irving e eu fomos para o Centro e esperar umas viajantes peruanas que iam chegar ese dia, mas o voo atrasou e para eu não perder tempo fui pegar o ônibus para Progreso pela linha Autoprogreso, cujo terminal rodoviário fica na Rua 62 x 65 e 67. Paguei $33 ida e volta, e em menos de uma hora cheguei ao maior porto yucateco.

 

Progreso destaca por ser o principal porto do estado e ponto de chegada de milhares de turistas de cruzeiro, destacando no panorama visual o molhe de mais de um quilômetro de cumprimento. Caminhei pela praia e como era cedo tinha poucas pessoas, mas estava muito quente. Na praia vi muitas aves na procura de comida, e logo fui para o molhe turístico, que fica ao lado do molhe internacional, bem pequeno junto ao outro, mas que tem uma ótima vista do Canal de Yucatán, que separa o Golfo do México do Mar Caribe. No molhe vi muitos pescadores que competiam com as aves para pescar, um espetáculo engraçado.

 

Fui caminhando para o parque central e logo peguei um ônibus urbano para Chicxulub, um pequeno porto perto de Progreso que não tem atrativos turísticos, mas foi neste lugar onde o destino da terra mudou faz muitos anos.

 

Segundo as últimas pesquisas, foi em Chicxulub onde caiu o asteroide que matou muitas espécies terrestres, incluindo os dinossauros, faz 65 milhões de anos. Neste lugar se formou uma cratera que com o passar dos anos foi coberto pelo mar e pelas pedras, e foi quem fez que o solo yucateco fosse plano, de pedra caliça e responsável da formação de cenotes e redes subterrâneas de água doce. Visitei a praça principal, onde tem uma placa que “comemora” a queda do asteroide e o molhe onde se tem uma excelente vista panorâmica do Canal de Yucatán e o molhe de Progreso.

 

Voltei para Progreso e esperei a chegada do meu amigo Irving Valdez (outro, que me hospedou na casa dele faz dois anos) e Eliska, a namorada dele, que estavam voltando da Europa. Fomos para um restaurante chamado Eladios, onde pedimos umas geladas e obtivemos de graça pratos típicos yucatecos, lugar recomendável para conversar com os amigos e almoçar. Logo de uma longa conversa voltamos para Mérida, e me deixaram na casa do irmão do outro Irving.

 

Logo chegou a família inteira e entramos na piscina, onde fiquei por mais de uma hora, pois o clima estava quente e queria me refrescar. Na noite tínhamos o plano de passear com as peruanas, mas ficamos dormidos e só acordamos o dia seguinte.

 

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Molhe turístico e gaivotas

 

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Molhe internacional e praia de Progreso

 

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Algumas delícias da culinária yucateca

 

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Molhe de Chicxulub, neste lugar caiu o asteroide que matou os dinossauros faz 65 milhões de anos.

 

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Placa que "comemora" a queda do asteroide e a extinção dos dinossauros.

 

 

 

23/Jan: Ek'Balam, a cidade do jaguar negro

 

Como fiquei dormido a noite anterior acordei muito cedo e me despedi do Irving, o Emanuel e a mãe deles, pois esse dia iria para Tulum. Às 9h chegaram Irving V. e Eliska, que me acompanhariam à Riviera Maya, mas o carro quebrou e decidimos que era melhor eu ir sozinho. Me deixaram na CAME de comprei a passagem para Valladolid pela ADO ($178), pois a minha intenção era visitar um sítio arqueológico antes de chegar a Tulum, mas não era Chichén Itzá... era Ek’ Balam, outro sitio arqueológico pouco visitado pelo turismo internacional. Logo de mais de duas horas de trajeto cheguei a Valladolid e deixei as malas no guarda-volume da rodoviária (é de graça) e fui caminhando para o sítio de táxis coletivos, que fica nas Ruas 44x37.

 

Eu esperei por mais de 15 minutos e chegou um casal de alemães que também iam para o sítio. O custo do táxi é de $40, mas como não queríamos esperar mais decidimos pagar $50 por pessoa. O táxi pegou a estrada para Tizimín e logo de 30 minutos chegamos à entrada principal do sítio arqueológico.

 

Durante o trajeto fui conversando com os alemães, que se chamavam Carla e André, e decidimos fazer o passeio juntos. Compramos o ingresso para o sítio ($101) e caminhamos pelo calçadão até chegar às ruínas. Ek’ Balam é uma palavra maia que significa “jaguar negro”, mas na época de esplendor o sítio se chamava Talol, que foi fundada por Jaguar Negro ou Éek' Báalam. Com o passar dos anos se tornou uma cidade muito importante, mas foi conquistada pelos itzáes (habitantes de Chichén Itzá). Mesmo que foi uma cidade murada, hoje em dia só ficam algumas pequenas paredes.

 

Logo de passar a muralha tem um arco muito parecido ao que existe em Kabah, e um conjunto de pirâmides que no interior tem vários quartos. Logo passamos pelo clássico Jogo de Bola (muito pequeno comparado com outros), mas desde aí pode se ver a maior estrutura do sítio: a Grande Acrópole, uma pirâmide de mais de 30 metros. Subimos ao topo da pirâmide e tivemos uma vista maravilhosa da região, que me fez lembrar de Calakmul. Desde aí se podem ver todas as estruturas do sítio e o topo da Pirâmide de Cobá, que fica a mais de 80 quilômetros de Ek’ Balam. Quando descemos pudemos ver umas esculturas de gesso que simulam um rosto com boca de serpente mostrando os dentes, e em cima dele estão o governador Éek' Báalam e os guerreiros com assas no canto direito.

 

Demos uma volta a essa pirâmide e pudemos ver algumas estruturas cobertas pelo mato. Logo visitamos e subimos a outras estruturas, como o Jogo de Bola e o Palácio Oval, chamado assim porque um dos cantos tem forma de oval. Desde o topo desta pirâmide é possível apreciar a Grande Acrópole e a Praça Central, uma vista muito fantástica também.

 

O plano era visitar também o cenote Xcanché, que fica perto daí, mas meu ônibus estava próximo a sair e os alemães estavam cansados, por isso decidimos voltar para Valladolid, mas esta vez fomos acompanhados por uma brasileira chamada Francisca, de Roraima, com que fomos conversando no caminho. Deu tempo para almoçar e me despedi deles no terminal, mas marcamos um encontro o dia seguinte, pois eles também iriam para Tulum. Logo de hora e meia de trajeto cheguei a meu lugar preferido da Riviera Maya: Tulum.

 

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Arco Triunfal de Ek'Balam

 

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A Acrópole de Ek'Balam

 

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Admirando os templos desde o topo da Acrópole

 

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Admirando a Praça Central e a Acrópole

 

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Nossa! Os maias querem me sacrificar!

 

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Pequeno passeio em Valladolid

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24/Jan: Tulum, o capricho da viagem

 

Cheguei a Tulum às 19h30 e fui caminhando para o hostel Tulum Naa, que fica a seis quadras do terminal ADO. Fiz o check-in ($ 300 por duas diárias) e como estava muito quente tomei banho e logo fui jantar tacos perto do hostel. Fui dormir cedo, pois queria chegar às 8h às ruínas de Tulum.

 

O dia seguinte estava pronto para visitar o sítio arqueológico, mas estava nublado e chovendo. Tomei café da manhã em um pequeno restaurante e logo peguei a van para o sítio arqueológico ($15) e ao descer fui abordado por vários vendedores que queriam me oferecer pacotes de passeio de barco e mergulho, mas achei muito caro. Continuei caminhando pelo calçadão e cheguei à entrada ao sitio arqueológico.

 

Paguei $64 pelo ingresso e logo de caminhar ao lado da muralha e entrei às ruínas que tinha visitado dois anos atrás. Tulum foi um importante centro cerimonial maia chamado Zamá na época de esplendor (Zamá significa “esplendor" em maia) e Tulum significa “muralha”. Recorri todo o sítio, mas gostei principalmente de três estruturas:

- O Palácio: A maior pirâmide do sítio, na época pré-hispânica era usada como faro, pois quando os navegantes maias viam as luzes acesas no topo da pirâmide, sabiam que deveriam ter cuidado para não baterem nos arrecifes.

- Templo de los Frescos, pois no interior tem umas pinturas bem preservadas.

- Templo do Vento, pois fica em um desfiladeiro ao lado do mar Caribe e a vista é de postal.

 

Também visitei a praia, cuja água estava quente e se via muito bonita, mesmo que estava nublado. Às vezes o sol saia e as cores do mar ficavam mais lindas, pois o Caribe se caracteriza pelos distintos tons de cor azul. Quando saí do sítio não pude evitar sentir saudades do grupo que visitou as ruínas faz dois anos em um encontro de viajantes, onde todos curtimos as belezas caribenhas e fizemos uma linda amizade que continua até hoje.

 

Logo de sair do sítio fui caminhando pras praias públicas e perguntei em várias agências o preço dos passeios de barco e snorkel. Logo de comparar decidi contratá-lo em Praia Pescadores, mas decidi esperar um pouco e caminhar pela beira do mar, tirando fotos e entrando na água. Logo voltei a Praia Pescadores e peguei o barco junto a outra mexicana, mas não era amigável.

 

O barco entrou no mar e logo de uns minutos passamos em frente do sítio arqueológico e as praias de Tulum, a vista é fantástica e, mesmo que estava nublado, parecia uma paisagem de postal. Logo fomos para os arrecifes e o guia nos perguntou se queríamos fazer snorkel, logo de duvidar uns minutos aceitei e pulei na água, mas como são sei nadar, pedi um salva-vidas e que o guia me acompanhasse. Pude ver a linda barreira de arrecifes que tem em frente das ruínas e um monte de peixes de todas as cores; infelizmente não vi tartarugas, mas fiquei satisfeito. Me cansei muito rápido, pois não estou acostumado e pedi para o guia me ajudasse para me deslocar na água. Voltamos ao barco e estava contente porque pouco a pouco vou superando meu medo à água, mas triste porque não levei câmera aquática para tirar fotos e filmar :(

 

Logo fui para Praia Paraíso e fiquei por duas horas abaixo da palmeira inclinada, descansando e admirando as belas “paisagens” que tinha em frente de mim (e não só as praias, houve algumas belas paisagens que também caminhavam e entravam na água, hahaha). Logo voltei para o hostel e marquei me encontrar com os alemães (Carla e André) que conheci em Ek’Balam.

 

Às 19h nos encontramos em frente do terminal ADO e esperamos também um casal francês que conheceram em Valladolid. Daí fomos jantar numa taqueria chamada “La Chiapaneca”, que fica perto da rodoviária, os tacos são bem baratos e muito bons. Logo fomos para dois bares (White Horse e La Malquerida), onde bebemos umas geladas, y nos despedimos, pois era tarde e esfriou muito, estava me congelando e precisava arrumar a mala, pois o dia seguinte voltaria a casa :(

 

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Templo do Vento visto desde a praia de Tulum

 

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A famosa palmeira que sobreviveu ao tempo, os furacões e os humanos

 

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Mesmo nublado Tulum sempre está lindo.

 

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As iguanas também gostam do sítio arqueológico

 

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A famosa palmeira de Playa Paraíso

 

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As águas do Caribe sempre são lindas

 

 

 

25/Jan: voltando a casa :cry:

 

Sai do hostel às 8h e como o ônibus para o aeroporto de Cancun saia às 9h aproveitei para tomar café da manhã numa lanchonete em frente da rodoviária. Às 9 chegou pontual o ônibus e logo de duas horas e uma escala nas rodoviárias de Playa Del Carmen cheguei ao aeroporto.

 

Faltavam 3 horas para a saída do meu voo pela linha Interjet, mas pude fazer o check-in e despachar a mala. Estive tentando pegar Wifi, mas infelizmente o aeroporto deixou de oferecer internet de graça (infinitum movil) e cobra $40 por 1 hora de Wifi, um absurdo ::vapapu:: (Bom que tinha os dados ativos ::bruuu:: ). Chegou a hora do embarque e às 14h30 o avião decolou. O voo foi tranquilo e pela janela pude ver o sítio arqueológico de Chichén Itzá e as cidades de Valladolid e Mérida.

 

Cheguei à Cidade do México à 16h45, mas como era domingo foi fácil pegar o metrô. Cheguei em casa cansado e morto, mas contente por ter realizado esta viagem tão bacana e como sofri depressão pós-viagem tive que fazer outra viagem a semana seguinte, visitando El Tajín, Papantla, Quiahuiztlán e Veracruz.

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Cris:

Valeu pelos elogios, o meu país tem muito por oferecer e mesmo que fiz uma rota baseada no clássico roteiro de San Cristobal para Tulum decidi adicionar locais pouco visitados. O povo mexica geralmente é muito receptivo (com algumas exceções) e as cidades históricas e sítios arqueológicos são fantásticos.

 

Daniel:

Na data que você foi é a melhor época para visitar Chiapas, imagino que curtiu demais.

O clima era variável em cada cidade. San Cristobal, Palenque, Montebello e os mirantes do Cañón estavam muito frios de dia enquanto Tuxtla Gutiérrez, Comitán e El Chiflón eram mais quentes, mas todos esfriavam na noite.

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