Corredor rodoviário poderá ligar Pantanal ao Deserto do Atacama

Brasil planeja estímulo ao turismo rodoviário na América do Sul. MTur e MRE discutem iniciativas para incrementar a chegada de visitantes a partir da estruturação de um corredor terrestre

O uso do Corredor Rodoviário Bioceânico, que ligará Campo Grande (MS) a portos no Norte do Chile, passando por Paraguai e Argentina foi assunto de reunião realizada nesta quinta-feira (13), em Brasília, entre representantes do Ministério do Turismo e o diplomata João Carlos Parkinson, ministro da Secretaria de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas do Ministério das Relações Exteriores.

Outras ações para reforçar o fluxo turístico terrestre entre Brasil, Argentina, Paraguai e Chile também foram discutidas durante o encontro. As medidas devem incluir estímulos ao transporte e à circulação de passageiros, além do mapeamento do potencial turístico e de investimentos e a agilização de processos aduaneiros para o ingresso de visitantes.

O secretário executivo do MTur, Daniel Nepomuceno, destacou vantagens de se incentivar a chegada de turistas sul-americanos ao Brasil por via rodoviária. “A gente pode crescer bastante no turismo nacional com o estímulo a visitas de cidadãos de países vizinhos. Há a possibilidade de um crescimento muito rápido com essas rotas regionais”, apontou.

Partindo de Campo Grande, o corredor seguirá até Porto Murtinho (MS), de onde, por meio de uma ponte a ser construída, permitirá a ligação ao Paraguai, à Argentina e ao Chile. O secretário nacional de Integração Interinstitucional do MTur, Bob Santos, vislumbrou avanços na oferta turística do roteiro. “Pode-se criar um produto ligando a área mais alagada do planeta, o Pantanal, à área mais árida do planeta, o Deserto de Atacama”, sustentou.

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Representantes do MTur e MRE discutem iniciativas para incrementar a chegada de visitantes por um corredor terrestre na América do Sul | Foto: André Martins/MTur.

Santos informou que o MTur negocia a facilitação aduaneira com a Polícia Federal, a fim de ampliar o uso de aparelhos que utilizam reconhecimento facial. João Carlos Parkinson, por sua vez, previu o aumento na procura de destinos nacionais por sul-americanos. “O turista vai entrar no Brasil pelo Centro-Oeste, podendo chegar ao Pantanal e às praias do Nordeste muito mais rápido”, frisou.

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Área do Pantanal brasileiro | Foto: Flávio André/MTur.

As propostas devem ser apresentadas na próxima reunião do Grupo de Trabalho que coordena a implantação do Corredor, nos dias 26 e 27 de março em Santiago, no Chile. O projeto completo do percurso inclui ainda um trajeto ao Porto de Santos (SP), permitindo a ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico para o transporte de cargas.

TURISMO RODOVIÁRIO – O estímulo à utilização do modal terrestre é uma das metas do MTur para 2020. O trabalho envolve a construção de terminais rodoviários nas 30 rotas prioritárias do Programa Investe Turismo, uma iniciativa conjunta com a Embratur e o Sebrae que promove a estruturação e a divulgação de destinos estratégicos. O órgão também pretende criar linhas de ônibus saindo de aeroportos para essas rotas e também cidades do entorno dos terminais.

Texto: André Martins/MTur.

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4 comentários em “Corredor rodoviário poderá ligar Pantanal ao Deserto do Atacama”

  1. Tenho o mesmo pensamento: de trem seria o ideal. Mais barato e melhor para transportes, tanto de carga como de passageiros e menos poluidor. Neste continente tem que pensar em trem, não em rodovias.

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  2. Muito bom terem iniciativa de implementar o turismo, unir os países num trabalho conjunto. Só seria melhor se fosse de trem, hoje tão mais barato para construir, rápido e tão usado nas grandes cidades. Fora a questão do impacto ambiental, bem menos poluente.

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  3. E eu achando que modal rodoviário é coisa do século passado… Ferrovias não seriam muito mais eficientes pra carga e passageiro? Pra esse governo nunca né. Melhor sempre desmatar mais, poluir mais.

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