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Amazônia Boliviana – Uma rota diferente à caminho de Machu Picchu


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O relato que segue abaixo é sobre minha ida a Rurrenabaque, na Amazônia Boliviana, como uma rota alternativa à tradicional subida para o mochilão pra Machu Picchu, via Bolivia.

 

Em novembro de 2011 finalmente realizei meu sonho de fazer meu mochilão pra Machu Picchu, ficando exatos 30 dias na estrada. A ideia era fazer a tradicional subida: BH – Sta. Cruz de La Sierra – Cochabamba, La Paz, Copacabana, Puno, Cuzco, Machu Picchu, Arequipa, San Pedro Atacama, Sta. Cruz de La Sierra, BH.

Mas, frente às opiniões de quem já foi, e pelo tempo disponível, resolvi mudar a subida, e conhecer a Amazônia. Melhor ainda pela Bolívia, frente ao câmbio favorável. O relato que segue abaixo é uma sugestão de rota pra quem estiver subindo pela mesma rota e quiser ter uma aventura fantástica pela Amazônia Boliviana, no passeio que se tornou um dos grandes altos da viagem.

 

 

Dia 01:

BH/SP/Santa Cruz de La Sierra (Viru Viru) - Fiz o trecho até Sta. Cruz todo de avião. Com todo respeito ao Trem da Morte, quis poupar tempo da longa viagem de ônibus e trem entre o Brasil e o país andino. Gastei apx. R$500,00 comprando os trechos de ida e volta. Valia a pena eliminar o Trem da Morte do meu roteiro por mais uns 2 a 3 dias de viagem em efetivo turismo (lembro-lhes que é minha opinião).

Saí de BH a tarde. Após conexão em Guarulhos, outro voo e, então, Santa Cruz de La Sierra. Cheguei de madrugada na cidade (Aeroporto Internacional Viru Viru), peguei um taxi e dormi numa pousada nas proximidades do aeroporto nacional de Sta. Cruz (Trompillo). Paguei apx. 50 bolivianos por algumas horas de sono. Economizei no taxi, pois consegui carona do aeroporto até o centro da cidade.

*Dica: Se quiser começar a economia por aí, durma no aeroporto internacional mesmo (Viru Viru), encostado na mochila. É movimentado e seguro. Parta de manhã direto pro aeroporto nacional (Trompillo), pois esse fica fechado à noite.

 

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Dia 02

Santa Cruz de La Sierra/Cochabamba/Trinidad/Rurrenabaque – Eu ainda não sabia ao certo como chegar em Rurrenabaque. Apenas sabia que teria que voar até Trinidad, pois o tempo era muito curto para fazer este trecho por terra. Quando no aeroporto nacional de Santa Cruz ainda, uma agente de viagens da Amaszonas (companhia aérea boliviana) conseguiu montar um itinerário pra que eu chegasse ainda de manhã em Rurrenabaque (ou simplesmente Rurre). Pagando o equivalente a 196 Dollares, fiz todo o trecho acima mencionado. De Sta. Cruz a Trinidad, com a escala em Cochabamba pela TAM (não confunda com a nossa brasileira TAM. Lá, isto significa as iniciais de Transporte Aero Militar). Depois de Trinidad segui para Rurrenabaque em conexão no avião da Amaszonas.

 

Saí de Santa Cruz 9 da manhã e já estava em Rurrenabaque 12:30. Ao descer no aeroporto, encontrei um ônibus com um placa indicando que iria pro centro da cidade, por um custo de 10 pesos. Não pensei duas vezes e fui logo entrando.

Chegando no centro de Rurrenabaque, que é pequena, parei na rua principal e segui o mapa que tinha fotografado no próprio Google Maps. Fui direto a agência contratar meu pacote na agência Fluvial Tours (sugestão do Fred, do Mochileiros.com) para o dia seguinte. Escolhi o Pampas Tour, um passeio que contempla uma vivência nessa área da floresta. Há também o Jungle Tour, recomendado para quem aprecia mais pássaros, tentar ver onças, etc. Pode-se até hospedar em tribos indígenas na região. Como minha pesquisa apontava o passeio nos Pampas como mais interessante (Jacarés, cobras e etc), segui pro passeio nos Pampas, de 3 dias (pode se ficar menos ou mais dias. Três são o ideal para conhecer tudo, sem correria). Paguei pelo pacote 800 bolivianos. Isso inclui transporte e alimentação. Tive ainda um gasto extra com a entrada no parque, de 150 pesos (paga-se na entrada do parque, no dia posterior). Pacote fechado, fui achar hospedagem e curtir Rurre.

Rurrenabaque é uma cidade muito aconchegante. Pequena e charmosa, andar pelas ruas, visitar as feirinhas e almoçar à beira do rio Beni, é algo realmente mágico, mesmo estando sozinho. Após achar hospedagem numa pousada tranquila e muito confortável (60 bolivianos, eu acho) andei por todo o centro até parar num moto-taxi. De lá, paguei 10 bolivianos e segui para o Oscar’s Pool, um clube no alto da cidade, que tem piscina, sinuca, vídeo-game, bar, etc (38 bolivianos a entrada). Lugar fino pra Balada. Fui num dia vazio, mas deu pra curtir o local, tomando Pacena e resenhando com uma turista irsaelense que trabalha no local. À noite, de volta ao centro da cidade, achei um evento que acontecia na praça principal. Após curtir um pouco o movimento (pq a música era terrível, sertanejo de duplas brasileiras beeeem antigas), segui para o bar mais famoso da cidade, Mosquito’s Bar. Muito gringo por lá, eu era o único brasileiro no momento na cidade, pelo que o pessoal disse. Aliás, lá não é um local muito visitado por brasileiros. Porém , é destino certo pra Irsaelenses, Canadenses e Europeus em geral, que também aproveitam do câmbio boliviano. Me diverti bastante, mas fui embora não tão tarde, porque no dia seguinte, começaria o Pampas Tour.

*Dica: o Mosquito’s Bar também é albergue. Pra quem curti o estilo de albergue do Loki Hostel,não pense duas vezes. Descobri isso tarde...).

**Dica: Apesar de ter escolhido a agência Fluvial Tours, há na cidade uma diversidade grande de outras agências para o serviço. Recomendo a pré-negociação via internet, para combinar o dia de saída do tour, preço, etc.

 

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Dia 3

Partimos cedo de frente da Fluvial Tours, empresa que contratei para o pacote (recomendo). Seguimos de jipe por umas duas horas, até a cidade de Santa Rosa. O grupo era formado por um brasuca (eu), um casal de australianos, um casal de canadenses, um irlandês, e posteriormente um boliviano, além do guia local. Depois de almoçar em Santa Rosa, seguimos até as margens de um rio, onde aguardamos a chegada do nosso barco para continuar viagem. São mais duas horas de barco rio acima. No início, a gente se assusta com a quantidade de jacarés. São tantos, que a gente até se “acostuma” com a presença deles.

No meio do caminho, uma parada estratégica para nadar com os Botos Cor de Rosa. Muito legal a experiência. O difícil é relaxar e consegui nadar num rio onde se vê tantos jacarés. Risos! Mesmo com os guias afirmando ser seguro, impossível evitar um pouco de tensão.

Ao chegar no Eco Lodge da Fluvial tours (são vários eco-logdes, das várias empresas de turismo na cidade de Rurre), uma cerveja para relaxar. As instalações são rústicas e bem simples, elevadas do chão (para evitar animais dentro). Apesar da simplicidade extrema, não tenho o que reclamar. Água gelada naquele calor infernal da Amazônia só faz bem. Fizemos ainda mais um passeio de barco para avistar a natureza. De noite, um jantar é servido e cama!

 

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Dia 4

Após o café da manhã, colocamos as galochas nos pés, fornecidas no local e seguimos para o passeio no Pampa Amazônico. É uma área muito bonita, e molhada! Risos! Após atravessar alguns pastos (que se escondem sob rio na época de chuva), começamos a andar em áreas alagadas (Pampas). Fomos atrás da Anaconda (Sucuri). Logo cedo, encontramos um filhote, de dois metros, e tiramos muitas fotos. Achar a cobra depende de sorte. O dia começou bem por acharmos cedo.

Em seguida, continuamos a saga, agora à procura de filhotes de jacaré. Não demora muito para encontramos um ninho. Outro momento para muitas fotos.

Após uma manhã inteira contemplando a natureza do local (vitória régias, jacarés, vegetação em geral) seguimos de volta para almoçar no lodge. À tarde, após breve descanso, seguimos para uma pesca de Piranhas Vermelhas. Outra experiência muito gostosa (literalmente). Após a pesca, um por do sol bacana num local próximo de onde nos hospedamos. À noite, após degustar as piranhas, saímos para observar a vida noturna, principalmente dos jacarés com seus olhos refletindo a luz das lanternas.

 

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Dia 05

Passeio de barco bem cedo para observar natureza (bem de perto, no caso do Jacaré) . No início da tarde, segue-se de volta para Santa Rosa onde, de volta no 4x4, seguimos para Rurre.

Já em Rurrenabaque, por volta das 17hs, tomei banho na própria agência (banheiro no quintal). Não animei pagar 300 bolivianos na passagem aérea para La Paz para o dia seguinte, já que a de ônibus custava a bagatela de 25 bolivianos. Além disso, economizei uma noite em albergue/hotel. Fomos, todos do grupo, ao Mosquitos Bar tomar uma cerva, onde fiquei até a hora do bus. Segui, junto com o boliviano do grupo (que por sorte era de La Paz, e me encorajo a ir de bus), a pé pra rodoviária (15 minutos andando). Mal o ônibus saiu da rodoviária, adormeci.

 

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*Dica: Vá de ônibus. É uma boa via de se economizar grana, e recuperar um pouco dos quase 200 dollares gastos pra se chegar a Rurrenabaque.

 

Dia 06: Rurrenabaque/La Paz - A viagem de ônibus merece um adendo. Apesar de ser longa a subida pra La Paz (15 horas apx.), o ônibus saí de Rurrenabaque apx 20hs, o que faz passar a maior parte da viagem dormindo. À noite, me lembro do ônibus passando por estradas lamentas, de chão. Nada demais. Porém, quando acordei de manhã, um susto. Achei que só veria a estrada da morte nas mediações de La Paz, mas me enganei. Os precipícios que o ônibus beiravam me deram arrepios. Fiquei com medo nos minutos iniciais. As vias eras tão curtas que, quando carros se encontravam, tinha que achar lugar com pseudo-acostamento para o ônibus passar. Teste pra cardíaco aqueles precipícios. Mas, por fim, consegui dormir de novo e relaxar. Afinal, sabia que nada adiantaria ficar acordado, segurando o ônibus com os olhos. Depois de duas paradas (uma por problema na estrada, e outra pelo ônibus) cheguei a La Paz apx. 15hs, sã, salvo e puta feliz por ter feito da primeira parte da minha viagem algo totalmente inusitado.

 

Daí pra frente, quanto ao roteiro, vocês já conhecem bem. Fica então a dica, a sugestão, para os que gostam de aventura e querem fazer um roteiro pleno de programação, como alternativa ao tradicional caminho brasuca, por Santa Cruz – Cochabama.

 

Dúvidas quanto ao roteiro, sigo à disposição.

 

Bons ventos!

 

Ps: Observe a época do ano. Essa não é uma opção no período de chuvas. Estive lá em setembro.

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