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Falae pessoal, tudo blz?

 

Após me inscrever no site, e encontrar por aqui grandes parceiros de viagens, chegou minha vez de entrar pra turma dos relatos, começando pela travessia mais recente que fiz, agora na Páscoa (Serra Negra + Rui Braga juntas).

 

Preparativos:

 

Para que essa travessia seja bem sucedida, alguns pontos são essenciais. Vamos a eles:

 

- Obter autorização prévia do PN de Itatiaia para realização das Travessias, através do site http://www4.icmbio.gov.br/parna_itatiaia/

- Obter informações com o PNI sobre as condições das trilhas e locais de acampamento;

- Definir se a trilha será feita com ou sem guia;

- Procurar seguir todo o cronograma definido, respeitando principalmente os horários;

- Levar kit de primeiros socorros, mochilas cargueiras (para distribuição correta de peso), roupas de frio e alimentação leve;

 

Nessa etapa, gostaria de deixar meu grande agradecimento ao Augusto, que me ajudou com todas as dicas possíveis sobre essas travessias, já que nos baseamos basicamente em seu relato (e no relato do Sandro também) para concluirmos as travessias.

Como fizemos as travessias sem guia e sem GPS, nos baseamos nos relatos e mapas da região (levamos impressos para consulta).

 

A viagem:

 

Dia 1:

Eu e Wagner saímos do RJ na quarta à noite (na companhia do meu amigo Washington, que teve a árdua missão de nos levar até Maromba e retornar com meu carro para o RJ – isso pq, como a Val e o Marcelo não encontraram mais passagens para Itatiaia ou Resende, e para chegar em Maromba via ônibus é bem complicado, vendi a minha passagem e do Wagner e optamos por “resgatar” a Val e o Marcelo em Cachoeira Paulista, e de lá seguir pra Maromba).

Chegamos em Maromba às 04:30hs, e acampamos na Fazenda Santa Clara (R$ 15,00/dia), local de encontro com os outros companheiros que fariam a trilha (Marcelle, Emílio, Estela, Michelle e Eduardo).

 

Dia 2:

Acordamos e aguardamos a chegada do pessoal, o que atrasou um pouco o início da nossa caminhada, pois o carro do Emílio apresentou alguns problemas no trajeto até Maromba.

Às 13:30hs iniciamos a caminhada, na pousada onde a mãe da Marcelle ficou hospedada, seguindo em direção a Cachoeira do Escorrega. Na bifurcação de subida da Cachoeira, seguimos à direita pela ponte, seguindo pela bifurcação da direita por um pequeno trecho de estrada de terra e uns 50 mts antes do término dela, que vai dar em uma casa, saímos à esquerda até cruzar uma cerca de arame e dali para frente foi só seguir morro acima. Após 30 minutos de subida, encontramos um ponto de água, o que só aconteceu novamente 3 horas depois (um ponto de água fora da trilha, indicado por uma placa).

Após um longo percurso de subida, por mais 1:30hs, optamos por acampar em um grande descampado que encontramos, de frente a face norte da Serra Negra, já que pelo horário avançado que iniciamos a trilha não conseguiríamos chegar ao nosso destino pretendido para o primeiro dia, que eram as Cabanas do Aiuruoca.

Montamos acampamento, fizemos o jantar com a água que tínhamos disponível e fomos descansar para o segundo dia, pois teríamos uma grande diferença para tirarmos no dia seguinte.

 

Dia 3:

 

Acordamos sendo brindados com um magnífico nascer do Sol, pois estávamos a uma altura bastante elevada do nível do mar, e o Sol foi nascendo por baixo das nuvens....visão espetacular!!! ::hahaha::

Logo desmontamos acampamento e seguimos viagem rumo as Cabanas. Após 30 minutos encontramos uma fonte de água, onde limpamos nossos utensílios, fizemos nosso café da manhã e nos reabastecemos para continuarmos a jornada.

Após mais um trecho de subida (onde encontramos com o Felipe e um amigo, que fizeram a trilha no sentido do parque), e de termos seguido pela esquerda quando encontramos uma placa em uma bifurcação, chegamos à Ladeira da Misericórdia. Após descermos a Ladeira passamos por algumas cercas contornando o morro, até chegarmos a uma casa onde havia mais um ponto de água.

Ao final da descida chegamos em uma estrada larga de terra, onde seguimos novamente à esquerda, em mais uma subida, rumo a Pousada do Sr. Rangel.

Encontramos mais um ponto de água, próximo a uma casa de alvenaria, onde logo após fizemos uma pausa para descanso “forçado” devido a um grupo de bois que nos encarava no meio de nossa trilha... ::dãã2::ãã2::'>

Após contornarmos os bois seguimos pela estrada, que após uma entrada à direita no leva a Pousada do Sr. Rangel.

Após mais uma pausa para descanso e bate-papo com o Sr. Rangel, seguimos viagem rumo as Cabanas do Aiuruoca, onde decidimos que passaríamos nossa segunda noite.

Continuamos nossa subida, passamos por uma casa de madeira com um curral, onde deixamos parte dos alimentos em excesso que estávamos levando, para aliviar nosso peso, e no final da tarde finalmente chegamos as Cabanas do Aiuruoca, duas rústicas construções de madeira utilizadas pelos boiadeiros como abrigo quando na lida com o gado praqueles lados da serra, agora também é possível alugá-las ligando para o telefone (24)33871433.

Montamos acampamento próximo às Cabanas, nos lavamos da maneira possível nas águas congelanteS da Cachoeira e fizemos o jantar felizes da vida por termos água em abundância dessa vez... ::otemo::

Após o jantar ficamos proseando por um bom tempo na barraca gigante em que dormiram Estela, Michelle e Eduardo, e após isso fomos dormir para o terceiro dia de caminhada que nos aguardava.

 

Dia 4:

Acordamos, tomamos café e levantamos acampamento para o longo caminho que nos esperava, pois já era o quarto dia de viagem e ainda tínhamos a Rui Braga pela frente.

Como nosso cronograma estava muito apertado, resolvemos seguir a dica que nos foi dada pelo Sr. Rangel e seguimos direto para a Pousada Alsene, ao invés de seguirmos a trilha original do PNI, que passa pela Invernada e segue rumo ao Abrigo Rebouças (com esse atalho, fizemos em meio dia o que levaríamos mais de um dia para fazer).

Para seguirmos direto para o Alsene, tivemos que pegar uma trilha que se inicia do lado contrário do rio Aiuruoca onde estávamos, então começamos o dia passando por dentro das gélidas águas do Aiuruoca, em um local bem próximo as Cabanas, onde uma trilha a direita nos leva em direção ao Alsene (a trilha original segue próxima aos Apiários que se encontram próximos as Cabanas).

Seguimos pela trilha, que se dividia em trechos de mata fechada e trechos de estrada aberta (sempre em subida) onde encontramos, após 2:30hs de caminhada um ponto de água (cheio de sanguessugas!!!)

Por volta de meio-dia chegamos enfim a Pousada Alsene (fechada pelo IBAMA por contaminar os rios da região com esgoto), onde descansamos um pouco e decidimos se iríamos continuar a travessia até a parte baixa do PNI (Rui Braga).

Após nossa pausa, seguimos rumo ao Posto Marcão, pela estrada que liga Itamonte ao Posto (estrada em péssimas condições para tráfego de veículos de passeio).

Por volta das 14:00hs chegamos ao Posto Marcão, onde algumas pessoas resolveram não seguir a trilha, por falta de condições físicas (a Marcelle teve uma virose estomacal) ou equipamentos adequados(Estela, Mi e Edu).

Nos despedimos de nossos companheiros e, às 14:40hs, devidamente autorizados, seguimos a difícil missão de fazermos a Rui Braga em um dia praticamente (nosso resgate nos esperaria em Itatiaia às 13:00hs do dia seguinte) eu, Wagner Marcelo e Val.

Após uma hora de caminhada por uma estrada larga, que apresenta até alguns pedaços de asfalto, iniciamos oficialmente a travessia Rui Braga.

O início da Rui Braga é bem marcado por totens (pedras menores colocadas em cima de pedras maiores, para indicar que estamos no caminho certo). Porém, ao decorrer da trilha, a vegetação se encontra bastante densa, a trilha está muito mal marcada e passamos por alguns percalços para conseguirmos chegar ao nosso objetivo do dia, que era o Abrigo Massena.

Após nos perdermos um bocado em uma região onde havia um charco (onde a Val afundou até a altura da coxa), passarmos por uma mata fechada ao anoitecer, e por capim elefante que nos cobria completamente já na escuridão da noite, foi com grande alívio que avistamos o Abrigo, às 19:15hs, mas praticamente sem estoque de água.

Montamos acampamento dentro do Abrigo, comemos o que foi possível sem água e fomos dormir para o último longo dia que teríamos pela frente.

 

Dia 5:

Acordamos bem cedo, e após avaliarmos o local à luz do dia, vimos que fizemos um caminho totalmente diferente do Augusto e do Sandro, pois não passamos (nem avistamos) as ruínas do posto meteorológico que eles relataram. Pelo menos nosso objetivo foi alcançado...:)

Seguimos por uma trilha ao leste, em direção ao Abrigo Macieiras, que eram nosso caminho para a parte baixa do parque.

Esse trecho apresenta uma trilha muito fechada, com charcos no início, depois mata bem fechada com taquaruçu e muitos espinhos pelo caminho, o que dificultou bastante esse último dia de trilha.

Após alguns machucados e muitos rasgos na roupa, chegamos ao final da travessia às 14:30hs, onde Washington já nos aguardava para nosso resgate.

 

 

Considerações Finais:

 

- Seguir os relatos do Augusto e Sandro se mostrou uma boa opção, principalmente na Serra Negra, onde a trilha está em condições muito melhores que a Rui Braga, mas, ao nos basearmos no tempo que eles gastaram para concluir cada trecho da travessia nos equivocamos, e se não fosse pelo atalho sugerido pelo Sr. Rangel, dificilmente teríamos conseguido concluir a Rui Braga.

- A Rui Braga, apesar de ter sido reaberta pelo PNI parece estar ainda abandonada, principalmente o trecho final, onde os espinhos tornam muito difícil a travessia.

- O PNI agora cobra por acampamento também na travessia (R$ 6,00/noite).

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