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Intercâmbio em Londres + Paris, Bruges, Bruxelas, Amsterdam, Praga, Cracóvia, Budapeste e Roma


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Auschwitz – O Retrato da Maldade do Ser Humano

 

Um dos motivos que queríamos conhecer a Cracóvia é porque a cidade foi um dos palcos de uma das guerras mais crueis da história da humanidade. A Segunda Guerra Mundial.

 

Digo uma das mais crueis, pois foi nessa guerra que um dos homens mais influentes da Alemanha, Adolf Hitler, institui um estado Nazista onde uma das principais atrocidades era dizer que todos aqueles que não eram dignos de viver, deveriam morrer. Só assim a Alemanha teria uma raça pura e forte para conquistar o poder perdido com a guerra anterior (primeira guerra mundial). Quem eram os indignos? Judeus, deficientes e doentes mentais, prisioneiros de guerra soviéticos, homossexuais, maçons, testemunhas de jeová e ciganos. E para exterminar todos os “indignos” só construindo lugares extremamente grandes onde essas pessoas poderiam ser utilizadas como trabalhadores escravos e serem mortos das formas mais crueis que se pode imaginar. E foi então que surgiram os campos de concentração por toda a Europa. E o maior campo de concentração estava localizado ali na Polônia, a mais ou menos 1 hora de carro da Cracóvia – Auschwitz - e era pra lá que estávamos indo.

 

Chegando em Auschwitz

 

Depois que tomamos o café da manhã super especial na casa do Mike, ele nos levou até a rodoviária para pegarmos o ônibus que nos levaria direto para Auschwitz.

 

Parênteses: Naquele dia o tempo estava muito bom.Sol e céu azul, então coloquei menos casacos do que eu deveria. Se arrependimento matasse...Explico melhor depois!

 

O Mike nos ajudou a comprar as passagens e disse para a mocinha do caixa que queria 2 passagens para Auschwitz. Ela nos disse que havia um ônibus que estava indo pra lá em 20 minutos. Compramos as passagens, que se não me engano foi uns 16 Zlots (Ida e volta) e seguimos para a plataforma e verificamos que o nosso ônibus não era na verdade um ônibus e sim uma van de uns 12 lugares.

 

Combinamos com o Mike que quando voltássemos, eu enviaria uma mensagem pra ele do Mc Donald’s e ele viria nos buscar.

 

Entramos na Van, escolhemos sentar nos bancos de trás pq tinha um pouco mais de espaço para a Paula. Ela mede 1,80 né, então ela sempre saia em desvantagem...rsrs.

 

A viagem durou uma média de 1 hora, mas em um momento da viagem o vidro de trás parecia estar com uma frestinha aberta e vinha um vento gelado bem no nosso pescoço. Só Jesus! Não conseguimos dormir, porque estava bem desconfortável ali.

 

Descemos bem em frente à entrada de Auschwitz I. Andamos até a área da bilheteria e compramos uma visita guiada. Após às 15h você pode conhecer o local gratuitamente e sem guia. Mas achamos que um lugar com tanta história, deveria ser conhecido com um guia. Pagamos 40 zlotys pelo ingresso que incluia a visita guiada à Auschwitz I e II com duração de aproximadamente 4 horas. No site http://en.auschwitz.org/z/, você pode ter mais informações sobre valores e horários das visitas.

 

 

O Início de um dos “tours” mais angustiantes da minha vida...

 

Nós esperamos um pouquinho e eis que a nossa guia apareceu. Ela era polonesa e o inglês dela estava meio difícil de entender. Tinha muito sotaque. Até a Paula que fala inglês muito melhor do que, estava com dificuldade de entender algumas vezes. Fora que não parecia que ela estava muito satisfeita naquele emprego. Não estou dizendo que ela deveria ser uma guia sorridente, até porque naquele lugar não tinha como, mas que tivesse um pouco mais de empolgação com a coisa, mas tudo bem!

 

Auschwitz I

 

Começamos a visita em frente a entrada que dizia Arbeit Macht Frei (O trabalho liberta), que ironia não? O trabalho liberta para aqueles que seriam por muito tempo escravos e mortos.

 

Auschwitz I virou um museu, onde são mostrados mapas dos lugares de onde os judeus e outros refugiados eram caçados e levados para lá. Os Nazistas percorriam os diversos lugares da Europa atrás dos judeus, lugares como Reino Unido, Budapeste e Roma estavam marcados no mapa, mas nada se comparava a Polônia pela quantidade de judeus que vivia naquele país.

 

Além de informações como quantidade de pessoas que foram levadas para aquele local e consequentemente foram mortas ali, você podia saber como as pessoas chegavam ao local e como “viviam”.

 

Inicialmente todos que desembarcavam em Auschwitz passavam por uma triagem e ali as famílias começavam a ser desfeitas. Imagine você chegar em um lugar com a sua família e de repente todos deveriam ficar separados. Inicialmente a triagem era para separar homens de mulheres, posteriormente crianças, jovens e idosos e por último aqueles que tinham alguma capacidade de realizar serviços braçais daqueles que estavam doentes ou impossibilitados. Normalmente estes últimos eram mortos logo na chegada. Para os alemães não justificava aquela pessoa viver, já que ela não “servia” para absolutamente nada.

 

Durante essa fase da visita, me deparei com uma sala onde estava dispostos objetos pessoais que chegavam com aquelas pessoas. Malas com os nomes escritos, roupas, óculos, sapatos, muletas. Todos esses objetos estavam em uma parede de vidro enorme. Era uma quantidade absurda de objetos e foi ali que eu comecei a sentir uma angústia e um aperto no peito. Eu ficava imaginando aquelas pessoas chegando ali, sem saber muito bem o motivo de estarem ali ou que seria do futuro delas.

 

Depois de ver esses objetos, foi mostrada uma parede de vidro somente com as latas do veneno que era utilizado para matar as pessoas dentro das câmaras de gás. O cyclon B. Ali, naquele momento a angústia aumentou de tal forma que me deu uma vontade enorme de sair correndo daquele lugar. Eu não conseguia parar de pensar em como o ser humano podia chegar naquele nivel de crueldade. Não eram animais (e nem os animais merecem um tratamento assim). Eram pessoas, tinham uma vida, uma história e que por um pré conceito perderam suas vidas. Triste demais.

 

Tínhamos terminado o nosso tour em Auschwitz I e a nossa guia deu um intervalo de 20 minutos para irmos até Auschwitz II – Birkenau.

 

O intervalo era mais do que bem vindo. O clima estava tão pesado que nada melhor do que sentar e deixar os pensamentos voarem por um tempo.

 

Compramos um chocolate quente (feito com água..rs) e esperamos a nossa guia próximo ao ponto de encontro que ela havia falado.

 

Ficamos ali e vimos que já tinha dado o horário. Quando olhamos bem a nossa volta o lugar estava meio vazio, olhei para a cara da Paula e: “Fomos esquecidas pela nossa guia”. Vimos que não éramos as únicas. Um casal que estava no nosso grupo também estava meio perdido.

 

Bom, resolvemos pegar o ônibus para Auschwitz II sozinhas, já que não ia adiantar ficarmos ali paradas. O ônibus estava incluído no ingresso e a estação é em frente à entrada do museu. O trajeto durou em torno de uns 5 minutos.

 

Auschwitz II

 

Quando chegamos em Auschwitz II, não vimos o nosso grupo e tentamos nos aproximar de um outro grupo que estava fazendo a visita em inglês. Mas a guia simplesmente disse que não poderíamos ficar ali e que deveríamos procurar o nosso grupo. Eis que láááá no final avistei a nossa guia (a bota branca que ela usava ajudou a identificar..rs). E nós corremos, corremos e conseguimos alcançá-la. E eu não me aguentei né? Cheguei para a guia e disse que era um absurdo ela não ter nos esperado e nem ter se dado conta que não estávamos lá. Gente, no tour gratuito que fizemos em Paris o guia contava e se preocupava com o grupo. Ali que era pago era a Bangu? Faça-me o favor né? Soltei os cachorros no meu inglês macarrônico (já disse que meu inglês fica péssimo quando estou nervosa..rs) e seguimos com o tour.

 

Nessa parte do tour conhecemos de perto os lugares que as pessoas ficavam.

 

Os alojamentos, se é que podem ser chamados assim, era simplesmente um galpão onde foram construídos triliches com tijolos e madeira. Só isso. Nas “camas” dormiam em média de 12 a 15 pessoas amontoadas umas com as outras. O chão na época, não tinha azulejos ou pedras, era barro puro e quando chovia aqueles que ficavam na primeira cama tinham que conviver com a água que inundava o local.

 

Banheiros também eram indignos. Simples buracos feitos um ao lado do outro sem qualquer privacidade e sem qualquer higiene. Os soldados nazistas faziam prontidão enquanto a pessoa fazia as suas necessidades e ai daquele que ultrapassasse o limite de tempo estipulado para utilizar o banheiro.

 

Banhos, não eram diários e quando tinham, a água que era utilizada nos chuveiros era envenenada para que as pessoas não pudessem beber e matar a sede.

 

Mas o local que mais me marcou foram as câmaras de gás. O lugar que foi planejado para ser feito o extermínio em massa. As pessoas eram levadas ao local e achavam que tomariam um banho, pois eram totalmente despidas, ao entrar, os soldados fechavam as portas e jogavam o veneno pelo teto. O cyclon B ao ser aspirado, entrava nas vias respiratórias e as pessoas acabavam morrendo por asfixia em poucos minutos. E o que faziam com os corpos? Simplesmente queimavam ou até mesmo enterravam em buracos enormes onde as pessoas eram jogadas lá dentro.

 

Durante todo o trajeto vimos diversas homenagens às pessoas que perderam suas vidas ali. Rosas, coroas de flores, velas e afins.

 

O nosso tour estava acabando e o frio estava aumentando. A cidade parece que tem um clima triste. O Sol que reinava na Cracóvia estava meio escondido ali e pelo fato de não ter colocado os meus 4 casacos costumeiros (sim, eu praticamente usava 4 casacos...rs) estava morrendo de frio. A luva não esquentava, o casaco não esquentava...O frio era demais. Depois que chegamos na Cracóvia descobrimos que a temperatura estava em torno de 5° graus...Uiii.

 

O tour terminou, pegamos o ônibus de volta para Auschwitz I e fomos procurar como fazíamos para voltar para a Cracóvia. Encontramos o ponto de ônibus que levava direto para a rodoviária da Cracóvia e iriamos pegar o penúltimo horário. O preço da passagem era de 10 zlots. Mas um ônibus nunca demorou tanto pra chegar...O frio estava congelando os meus ossos e o cansaço mental estava acabando comigo.

 

A experiência de ter conhecido Auschwitz nunca vai sair da minha memória e ao escrever esse relato, por vezes parei para tomar fôlego e escrever...Mas uma viagem não é feita somente de momentos alegres e paisagens bonitas, também serve para você refletir na sua vida e ser grata por vivê-la imensamente, enquanto as pessoas que estiveram naquele local não tiveram a mesma oportunidade que você.

 

Fotos disponíveis no posto do meu blog: http://gabypelomundo.blogspot.com.br/2013/02/auschwitz-o-retrato-da-maldade-do-ser.html

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Querida Gaby! ( desculpe pela intimidade) é que adoreii seus relatos, li todos e amei!

farei minha viagem exatamente igual a sua ate a Polonia.

 

estu pensando em ficar 3 dias em londres, 3 em paris, 2 em bruxelas, 2 em amsterdam,2, frankfurt, 2 monique, 2 berlim e 3 em varsovia.

 

mais estou muita na duvida se dara tempo, 23 dias e queria muito conhecer estes paises..

anotei tudo aqui suas dicas pra usar.. só que queriamos ficar em hostels baratinhos e tentar conhecer o maximo de coisas possiveis.

 

obrigada pela ajuda!!!

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  • Membros

Oi Gaby,

 

Ficou muito legal o seu relato. Já li e reli várias vezes e ele está sendo muito útil no meu planejamento. Estarei embarcando para Londres no dia 28/03/2013 e estou nos preparativos "finais"... ::otemo::

 

Vou estudar na Kaplan também, só que na unidade da Leicester Square. Vi que a sua aula era a tarde de 13:00 as 17:45. Vc lembra se tinha outros horários e quais eram? Estou planejamento o meu dia-a-dia mas sem saber o horário da aula fica complicadíssimo... rsrsrs.

 

Em Paris vc e sua amiga despacharam alguns pertences para o Brasil. Como foi isso? Pagou algum imposto quando a remessa chegou ao Brasil? Qual o tipo de postagem? Foi enviado direto para sua casa ou vc precisou pegar em algum lugar quando chegou ao Brasil? Demorou quanto tempo para chegar?

 

Abs,

Cleide Machado

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Querida Gaby! ( desculpe pela intimidade) é que adoreii seus relatos, li todos e amei!

farei minha viagem exatamente igual a sua ate a Polonia.

 

estu pensando em ficar 3 dias em londres, 3 em paris, 2 em bruxelas, 2 em amsterdam,2, frankfurt, 2 monique, 2 berlim e 3 em varsovia.

 

mais estou muita na duvida se dara tempo, 23 dias e queria muito conhecer estes paises..

anotei tudo aqui suas dicas pra usar.. só que queriamos ficar em hostels baratinhos e tentar conhecer o maximo de coisas possiveis.

 

obrigada pela ajuda!!!

 

 

Oi Taty (intimidade é uma M...rsrsrs),

Então...Vc quer muito conhecer Bruxelas? Como vc tem pouco tempo acho que vc pode focar em cidades que tem mais coisas para ver. Não que eu não tenha gostado de Bruxelas, o povo de lá é muito mais hospitaleiro do que Paris, por exemplo, mas aconselho vc diminuir as cidades e aumentar o tempo em algumas. Sei que a gente fica com o pensamento de: "Será que vou voltar à Europa um dia?" e vai por mim...Quando a gente quer, a gente consegue

 

Eu fiz uma planilha contendo as atrações da maioria dos lugares que visitei. Lá tem valores (pode estar meio desatualizada), sites, informações de horários e localização. Se quiser, posso te mandar pra vc montar um roteirinho específico para os 3 dias.

 

Me manda um e-mail: gaby_palma3101@yahoo.com.br

Super bj

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Realmente. Gostei dos relatos e não vejo a hora de ler sobre Budapeste.

 

Entrei no post por causa da Cracóvia e Budapeste, que são lugares que passarei no próximo mochilão do meio do ano.

 

Oie...

Está chegando a parte de Budapeste, fique tranquilo.

De antemão já adianto...Uma das cidades mais bonitas da Europa...Pra mim, ela perdeu pra Praga..rsrs

 

Bjs

Gaby

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Oi Gaby,

 

Ficou muito legal o seu relato. Já li e reli várias vezes e ele está sendo muito útil no meu planejamento. Estarei embarcando para Londres no dia 28/03/2013 e estou nos preparativos "finais"... ::otemo::

 

Vou estudar na Kaplan também, só que na unidade da Leicester Square. Vi que a sua aula era a tarde de 13:00 as 17:45. Vc lembra se tinha outros horários e quais eram? Estou planejamento o meu dia-a-dia mas sem saber o horário da aula fica complicadíssimo... rsrsrs.

 

Em Paris vc e sua amiga despacharam alguns pertences para o Brasil. Como foi isso? Pagou algum imposto quando a remessa chegou ao Brasil? Qual o tipo de postagem? Foi enviado direto para sua casa ou vc precisou pegar em algum lugar quando chegou ao Brasil? Demorou quanto tempo para chegar?

 

Abs,

Cleide Machado

 

Oi Cleide,

28-Mar...Tá chegando hein..rs. Imagino a ansiedade a flor da pele :-)

 

A Kaplan da Leicester Square é muito boa. Pertinho de tudo, inclusive do metrô. Dá até pra ir andando pro Big Ben (tipo uns 15 minutinhos).

Então, quanto aos horários...Tinha o horário da manhã tb (08 às 13h), mas não é você que escolhe...Isso é definido no seu primeiro dia de aula, onde você faz a prova de nivelamento. Eu lembro que tinham algumas pessoas que não curtiram muito o horário da tarde e pediram pra trocar. Eles tinham que ir à secretaria e fazer a solicitação, porém eles só foram atendidos dentro de 1 semana. Alguns só conseguiram mudar o horário para a última semana de aula...Eu acho assim, o tempo que você vai perder indo à secretaria e pedindo pra mudar de horário, você está fazendo novas amizades ou até mesmo visitando um museu. E se você cair pra estudar a tarde, pense nos pontos positivos...Você não vai ter que madrugar todos os dias, principalmente se quiser ficar num PUB até tarde na noite anterior..rsrs.

 

Quanto a saga do correio em Paris...

Nós realmente estávamos com medo de não ter ninguém que falasse inglês naquele lugar. Mas pra nossa sorte o sinhorzinho que nos atendeu foi super gentil e falava inglês. Ele nos ajudou a escolher a caixa adequada para remessa internacional e nos ajudou a preencher os formulários de envio. Super tranquilo. É só colocar o seu endereço e tudo bem. Ah! Se não souber o endereço de onde você estiver hospedada, é só vc colocar o endereço da sua casa no Brasil. Lembro que nós pagamos em torno de 70 euros (para 2 caixas). A caixa foi direto pra minha casa e não precisei pagar mais nada por isso. O prazo de chegada foi de 2 semanas. Tranquilo :-)

 

Bom, espero ter ajudado e respondido suas perguntas!

Qualquer dúvida, é só escrever :-)

Bjinhos e boa viagem!

Aproveite Londres por mim...

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Cracóvia – Fábrica de Shindler + Complexo de Wawel

 

Depois de termos enfrentado Auschwitz no dia anterior, só queríamos um programinha light para nos despedirmos da Cracóvia. Naquele mesmo dia às 21h iríamos para Budapeste, então tínhamos que aproveitar.

 

Como o Mike se ofereceu para nos levar para conhecer a cidade (de carro), nos demos ao luxo de acordarmos um pouco mais tarde, já que não teríamos que nos preocupar com condução. Depois do café da manhã preparado lindamente pela mãe do Mike, saímos para conhecer um pouco mais da Cracóvia.

 

Fábrica de Shindler

 

A fábrica era a nossa primeira parada. Depois de ter visto o filme A Lista de Shindler, me encantei e me emocionei com a história de um cara que resolve salvar mais de 1000 judeus do holocausto, simplesmente contratando-os para trabalharem na sua fábrica. A história é verídica e vale a pena ser vista. Então, já que eu estava na cidade onde a fábrica estava instalada, eu não podia perder a oportunidade de conhecer, não é mesmo?

 

A fábrica fica situada em 35 Rynek Glowny e a entrada custa 16 Zlots. Com a ajuda do nosso host compramos os ingressos e fomos conhecer o museu.

A fábrica foi transformada em um museu, onde conta a história dos judeus e a participação dos mesmos na segunda guerra mundial. Em algumas áreas você pode conhecer o escritório do Sr. Shindler e até mesmo ver as panelas que eram fabricadas na fábrica. Salas contendo objetos utilizados pelos judeus e até mesmo uma sala onde você se sente dentro da guerra. Chão de pedras, arames farpados e barulhos de bomba...Se ali que era tudo falso dava aflição, imagina viver no meio daquilo?

Se você quiser mais informações sobre o horário de funcionamento da fábrica, acesse o site: http://www.krakow-info.com/schindler.htm

 

Almoço de Despedida...

 

De todos os lugares que praticamos o couch surfing, a Cracóvia foi de longe a que se destacou em termos de hospitalidade. Não que nos outros lugares os nossos hosts não foram gentis, longe de mim...Annabelle na Bélgica foi uma fofa, como já disse antes. E Camille e Antoine literalmente cederão o apartamento deles em Paris. Mas eu não sei, o clima ali na Cracóvia era diferente.

 

A mãe do Mike fez questão de fazer um almoço com pratos típicos da Polônia. E como sempre, a mesa estava linda. Um almoço digno de rainhas, com entrada, prato principal e sobremesa. Experimentamos a típica sopa de beterraba. Achei gostosa, mas bem condimentada. Experimentamos também uns rolinhos de repolho com carne moída e arroz...Uma delícia. E como sobremesa strudel de maça e outras delicinhas. Gente, estava mais do que satisfeita. Enquanto almoçávamos conversávamos com os pais dele. Em especial com o pai dele que falava inglês muito bem. E como ele gostava de conversar...Disse que tinha muita vontade de vir ao Brasil e que simplesmente amou o CD que demos pra ele (inclusive colocou para tocar durante o almoço). Queria saber sobre a economia, política, tudo sobre o Brasil...Chegou o ponto da mãe do Mike ter que pedir pra ele parar de falar e comer porque a comida estava esfriando...hahuahuahuahau.

 

Passado o almoço perfeito que tivemos, o Mike nos levou para conhecermos o complexo de Wawel.

 

Complexo de Wawel

 

Antes de viajar eu simplesmente não sabia como falar Wawel. Tentei de tudo, Uáuel, Vauél e até mesmo Uável...Mas eis que o noss host nos ensinou...pronuncia-se Vavel, o W tem som de V lá.

 

O complexo fica no topo de uma colina e abriga um castelo e uma catedral. Como o dia estava super, hiper, mega chuvoso e não tínhamos todo o tempo do mundo, não compramos o ticket que dava direito a entrar de fato no castelo. Ficamos só pelo lado de fora mesmo. Mas já valeu a visita! Apesar da neblina e claro, do frio o lugar é lindo!

 

A Cracóvia é conhecida por inúmeras lendas e uma das lendas mais famosas é sobre o Dragão que vivia em uma caverna ali nos arredores do complexo de Wawel. Rege a lenda que havia um dragão que aterrorizava a população da Cracóvia e ninguém tinha coragem de matar o tal dragão. Eis que o rei do local informou que aquele que conseguisse matar o dragão se casaria com sua filha. Então, um carinha bem humilde, mas muito esperto teve um plano. Ele fez uma ovelha gigante com peles, encheu a ovelha falsa de enxofre e colocou na entrada da caverna do dragão. O dragão com o olho maior do que a barriga, comeu a tal ovelha, mas o enxofre fez a barriga dele arder tanto que ele foi até o rio Vistula e bebeu tanta água, mas tanta água que acabou explodindo...Mocinho esperto não?? Rsrsrs. Até hoje a tal caverna do dragão fica aberta à visitação e na porta fica a escultura de um dragão que solta fogo. Nós não fomos à caverna, porque não ia dar tempo. Mas andei lendo relatos de pessoas que foram e acharam bem legal.

 

Praça Central

 

Quando saímos do complexo, descemos e fomos para a praça central da Cracóvia. A praça é bem bonita e abriga a igreja de Santa Maria e o mercado central.

A igreja tem uma arquitetura bem peculiar. Ela não é simétrica, como a maioria e tem uma das torres maior que a outra. E para explicar o motivo, tem mais uma lenda...rs. Rege a lenda que a construção das torres foi fruto de uma aposta entre dois irmãos, princípes. Venceria quem conseguisse erguer a torre mais alta. Um deles venceu, é óbvio, embora hoje já nem se saiba quem foi.

 

A igreja é bem bonita e vale a visita.

 

Ainda na praça passamos pelo Mercado Central. É um mercado enorme que vende desde artesanatos até souvenirs normais, como imã, cartões postais e porque não mini dragões?? É lógico que comprei o meu dragãozinho né? Sendo uma lenda tão forte da cidade, não podia deixar de ir embora sem o meu..rsrs.

Depois de visitarmos a praça, Mike nos levou para tomar o melhor chocolate quente da Cracóvia. Eu ficava meio receosa quando falavam em chocolate quente na Europa, tive muitas experiências ruins..rsrs.

 

Em Londres o tal chocolate quente era água quente com chocolate em pó (devia ser proibido chamar aquilo de chocolate quente).

Em Paris o chocolate quente era bem gostoso. Mas feito com leite e chocolate em pó.

No trem chegando em Praga mais um chocolate quente fajuto feito com água quente (cadeia neles..rsrs).

Em Praga o chocolate quente era delicioso e enorme...tinha até chantilly no topo. Tá, tá, meio enfeitado demais, mas estava ótimo (estava ganhando até o momento)

 

Mas foi na Cracóvia que eu tive o melhor chocolate quente de todos. O nome do local? Wedel. Localizado bem na praça central.

Nós entramos (o lugar é bem lindinho) e fomos super bem atendidos pela mocinha que trabalhava no local. Eu pedi um chocolate quente que vinha com uma bola de sorvete, mas fiquei na dúvida se o sorvete vinha dentro ou fora do copo. Mas chocolate quente com sorvete não tinha como ser ruim né? E não foi. O sorvete vinha dentro da caneca de chocolate quente. Gente, simplesmente delicioso...Vai pra Cracóvia? Passe no Wedel e tire suas próprias conclusões.

 

E estava chegando a hora de darmos adeus para a linda e hospitaleira Cracóvia. Voltamos para casa do Mike, fizemos as malas e fomos nos despedir dos pais dele. E a última fofice (se é que existe essa palavra) da noite foi a mãe do Mike ter feito sanduíches para nós duas levarmos na viagem e ter nos dado de presente colares que ela mesma fazia. Gente, me apaixonei por eles..rsrs.

 

Nos despedimos e entregamos um cartão postal do Rio de Janeiro para os pais do Mike e para o próprio Mike, como símbolo de gratidão e como forma deles terem uma imagem linda do Rio de Janeiro para guardar.

 

E lá fomos nós, mais uma vez encarar um trem noturno. O Mike nos levou até a estação de trem e ficou conosco até o trem sair. Gente, fofo demais.

Estávamos indo para Budapeste e nos despedindo daquela cidade linda e encantadora, que de fria só tinha o tempo mesmo, porque as pessoas....Ah...as pessoas eram as mais calorosas possíveis. Quero voltar à Cracóvia e conhecer lugares que não pude conhecer!

 

Fotos disponíveis no meu blog de viagens: http://gabypelomundo.blogspot.com/2013/02/cracovia-fabrica-de-shindler-complexo.html

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Oi Gaby,

 

Obrigada pelo retorno. Já estou no ritmo de contagem regressiva... rsrsrs. Ainda tenho alguns pontos para fechar e isso que está me deixando nervosa e ansiosa. Fico com receito de não terminar o que preciso fazer antes de chegar o grande dia. Enfim, vamos que vamos... No final tudo dá certo.. rsrsrs.

 

Sobre o horário das aulas, não tenho preferencia. O que sair vai ser de boa. Eu só queria mesmo saber antes para poder planejar certinho com o tempo que terei livre.

 

No inicio do seu relato da viagem vc diz que comprou um cartão telefonico ou um chip de uma operadora Londrina. Pode falar um pouco mais a respeito?

 

Obrigada,

Cleide Machado

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