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Natal/RN e Arredores - 8º a 13º e último dia


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brprms,

 

obrigado pela gentileza! o Brasil tem muito para descobrir por isso acredito q ainda vou curtir muito! [8D]

 

Quanto a Portugal, estás â-vontade; quando estiveres a pensar em visita-lo, diz-me que eu tento orientar-te o melhor possivel; nao temos as paisagens tropicais do Brasil mas temos outro tipo de paisagens tb elas mt bonitas e a nivel de História tem muito que ver; castelos, aldeias e vilas antigas, tem de tudo! [;)]

 

Abraço.

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4º DIA - João Pessoa

 

Depois de 2 horas de sono, foi com algum cansaço que me meti na van que iria levar-me à cidade de João Pessoa.

O início do caminho foi reservado a um pequeno cochilo mas como a van ia cheia de brasileiros e vocês são bastante faladores, acabei por não ter condições para continuar com o meu cochilo, de maneira que resolvi olhar pela janela a observar a paisagem.

Enormes extensões de terra, onduladas aqui e ali, davam a entender que estava numa zona onde a agricultura era rainha. Foi uma imagem que ficou retida na minha mente; ver a terra coberta de vegetação com vários coqueiros pelo meio, transportava-me para o mundo das novelas brasileiras onde no grande sertão se vêem manadas de bois que pastam pelos campos. Havia alguns locais inclusivé, que faziam lembrar a selva, devido à enorme quantidade de vegetação que não permitia ver mais nada além das primeiras árvores. Todo este verde entrou na minha memória e dificilmente a irei esquecer. Esta mistura de cores, com as ondulaçoes do terreno e os coqueiros a balouçar ao vento, no meio de campos verdejantes onde bois brancos pastam, é uma imagem que não deixa ninguém indiferente.

Chegados a João Pessoa, visitámos o Hotel Globo, uma construção ao estilo colonial, de onde podemos admirar o rio paraíba que ali faz uma curva, claro está, no meio de abundante vegetação.

Perto do Hotel Globo, está uma das muitas igrejas de João Pessoa; não me recordo do seu nome mas é uma igreja bastante curiosa. Está pintada de fresco, em branco e cor-de-rosa e é uma reconstrução da original, entretanto practicamente destruída. Sabendo do seu valor histórico as autoridades locais reconstruíram-na, tentando manter o máximo possível da sua estrutura original. Desta forma ainda se podem ver certas partes em pedra, bocados do chão original e urnas, numa divisão, assim como embutidas na parede, sendo uma delas uma espécie de frasco com os supostos restos mortais de uma criança que viveu no séc. XVI.

Segui caminho para o centro da cidade, podendo admirar as casas de estilo colonial, restauradas e de cores vivas, como o amarelo, o verde e o azul. É bom ver que em vez de se destruir o passado, preferiu-se reconstruir, dando um ar mais agradável á cidade. Estes edifícios coloridos, associados ao verde das árvores que se vêm por todo o lado, fazem da cidade de João Pessoa uma cidade onde dá gosto estar. Ou não fosse esta cidade a segunda mais arborizada do mundo, logo atrás de Paris.

O convento de S. Francisco foi o monumento que se seguiu; este convento impressiona logo pela sua fachada, ricamente trabalhada, e pela sua torre coberta de azulejos. Entrando, podemos admirar um tecto pintado onde surgem figuras desde padres a bispos, assim como as suas paredes, revestidas de azulejos portugueses, que contam a história de José do Egipto. O púlpito é feito de talha dourada e segundo soube, é único no mundo! O pátio interior faz lembrar os pátios mouriscos, devido aos seus arcos e no primeiro andar, podemos ver o local onde os monges se sentavam, quando havia missa, separados do "mundo" por uma espécie de grades em madeira.

Regressando ao presente, foi tempo de ir até à ponta do Seixas, o extremo oriental das Américas. Dali temos uma vista esplendorosa de todo o litoral de João Pessoa, com o mar a adquirir várias tonalidades, desde o azul escuro, passando pelo verde esmeralda e pelo castanho.

Almocei numa praia da cidade; não sei o seu nome mas sei que fica numa avenida enorme, repleta de restaurantes e, como não podia deixar de ser, de coqueiros. Talvez por ser dia de semana, não estava quase ninguém na praia, o que me deu a sensação de estar numa praia deserta, repleta de coqueiros. A água morna, era um convite ao mergulho, coisa que fiz sem pensar duas vezes!

O dia terminou na foz do rio Paraíba, na praia fluvial do Jacaré, onde podemos assistir a um por-do sol espectacular; há quem diga que é o mais bonito do Brasil, mas eu, tendo presenciado apenas este, não posso dar opinião!

Posso sim, tentar descrever os momentos que são vividos enquanto o sol se põe.

As pessoas vão chegando e ocupam quer os bares, quer os mirantes; o ambiente è calmo, com o rio a deslocar-se vagarosamente em direcção ao mar e até o vento parece ter feito uma pausa. Na outra margem vê-se uma abundante vegetação, que dá ao local uma pequena semelhança a um qualquer rio amazónico. Até que a certa altura começa a fazer-se ouvir uma música; musica suave, saída de um saxofone; "Bolero" de seu nome, Ravel o seu compositor. Olho para o sol que começa a perder força e distingo, no meio do rio, uma embarcação onde um homem, de pé, toca saxofone. Vai-se aproximando da margem, à medida que o sol vai baixando e somos envolvidos numa atmosfera mágica; só se ouve a música, ninguém se atreve a falar. O homem sai do barco, o sol torna tudo alaranjado e a superfície da água torna-se dourada. Sobe umas escadas e na esplanada aguarda-o um outro homem, este com um violino e juntando-se ao som do saxofone, o ambiente fica ainda mais espectacular. Já não se vê o sol na sua totalidade; já podemos olhar de frente para o mesmo pois vai perdendo cada vez mais a sua luminosidade, ganhando um tom alaranjado. Ninguém se mexe; até o rio parece aguardar que o sol desapareça para poder continuar o seu caminho e voltar a ser a atenção de todos; fixo o astro-rei até que este é "engolido" pela vegetação e a música pára, seguida de uma salva de palmas por todos os que tiveram o privilégio de assistir e este espectáculo fenomenal. Tudo volta a adquirir o seu aspecto normal e todos parecem acordar de um sonho.

E é assim, com a mente ainda confusa perante este espectáculo - que não sei se foi real - que regresso a Natal, com vontade de passar umas férias em João Pessoa. Ainda por cima depois das beldades que vi no calçadão e na praia da cidade!!! [:D] [8D]

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5º Dia - Galinhos

 

Este dia estava reservado para aquele que foi o melhor passeio; pelo facto de termos ido apenas seis pessoas e por todas as paisagens que pudemos admirar, sem vermos mais ninguém num raio de quilómetros!

Este paraíso chama-se Galinhos! Um espectáculo!

Para lá chegar, tivemos de atravessar uma estrada em muito mau estado, com buracos que faziam lembrar crateras de meteoros. À nossa volta encontrava-se um lago salgado, de onde se extraía o seu sal. Pudemos observar que com o vento, nas margens, o sal se ia acumulando, criando autênticas bolas de espuma salgada, que chegam a atingir o tamanho de um carro.

Hora de deixar o carro e seguir viagem de barco; sim, porque para chegar a Galinhos é necessário barco, uma vez que há um rio que resolveu intrometer-se pelo meio!

A imagem é a de que estamos em plena amazónia; a diferença é o calor que não é tão húmido. Mangais parecem sair da água, enquanto várias aves molham o bico tentanto refrescar-se do calor que se faz sentir. Á medida que avançamos, começámos a ver dunas que vêem morrer no rio e que não deixavam ver o que se encontrava do outro lado.

Passámos por umas salinas, onde um navio se encontrava atracado; entrámos no mesmo para poder admirar o enorme monte de sal que fazia lembrar umas dunas brancas e que vistas de longe, nos enganaram a todos.

Por fim chegámos a uma praia de rio maravilhosa. Não se via ninguém, a areia estendia-se à nossa frente por vários metros até umas dunas enormes, onde o vento levava a areia consigo. A areia era virgem, parecia não ter sido pisada desde que o mundo foi criado e havia zonas em que fazia lembrar as areias movediças, já que ficávamos dentro dela quase até aos joelhos.

Caminhámos em direcção as dunas, enormes por sinal, e à medida que avançávamos, o vento atirava-nos com a areia com uma força tal que, olhando para a paisagem que nos rodeava - areia, água e vegetação - pareciamos uns colonos acabados de aterrar num planeta novo.

Confesso que subir as dunas, mesmo sabendo que do outro lado se encontrava o mar, parecia-me irreal, pois não conseguindo ver nada além de dunas de areia, achava difícil que de outro lado houvesse mais alguma coisa além de areia. E quando cheguei ao topo, fui confrontado com uma visão esplendorosa! Praias a perder de vista, "esmagadas" entre as enormes dunas e o mar verde esmeralda. É uma imagem poderosa. Não há pessoas, não há casas, não há bares, não há arvores. só areia e água. Lindo!

Olhando para trás via um areal branco enorme que perto da água adquiria uma tonalidade castanha - onde só se vislumbravam as nossas pegadas - e um rio de águas calmas e límpidas que, junto com a vegetação que lhe é característica, formava uma paisagem que não vai sair da minha mente.

Não se via ninguém! Aqui não há turismo! Só se ouvem os pássaros e o vento. Mais uma vez: Lindo!

De novo no barco, encaminhamo-nos para a aldeia de Galinhos; foram aparecendo os primeiros coqueiros, saídos da areia branca, e algumas habitações, quase todas de madeira. Ali respira-se tranquilidade. Não se vêm carros, nem muita gente nas ruas. A aldeia está organizada geometricamente, de maneira que é so seguir em frente desde o local de desembarque, até chegarmos á praia. Miúdos esperavam por nós para nos levar numa charrete, por ruas que, quando não são de areia, são uma mistura desta com pedras! Nem música se ouvia de dentro das casas, o que dava a entender que seria hora de descanso para os habitantes. Desconfio que seja descanso a toda a hora; não se via practicamente nenhum comércio, nem agricultura! Só mesmo a pesca.

As crianças, depois da escola, limitam-se a jogar a bola ou tentar pescar alguma coisa no rio. Mas perguntando-lhes se queriam sair dali quando fossem crescidos, a resposta era simples e curta: NÃO!

E eu entendo-os perfeitamente!

As casas são térreas, só há uma ou duas pousadas, mas acredito que com o tempo, este número vá aumentado. Aliás, a prefeitura local oferece terrenos para quem quiser investir ali.

Chegámos a praia! Coqueiros, um areal a perder de vista e uma pequena lagoinha de água salgada, que resulta da maré cheia, formam um quadro tentador. Sendo assim não resisti e perdi ali uma hora e meia sem dar por isso.

Uma das coisas que mais apreciei foi o silêncio, apenas cortado pelo barulho do mar. Practicamente não se vêm pessoas e as poucas que encontrámos, parece que circulam tentando fazer o menor ruído possível, com medo de pertubarem a calma que ali se faz sentir.Somos invadidos por uma sensação de relaxamento e só nos apetece ficar a dormir, até que a lua apareça.

Mas como o que é bom não dura sempre, chegou a hora de regressar. Voltámos a usar a charrete e pelo caminho deu até para ver uma mulher que saía do banho e passava em frente da janela em topless, com a maior das descontrações!!!

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6º DIA - PIPA

 

Comecámos por passar em Pirangi para ver o maior cajueiro do mundo. De facto é impressionante! Visto de cima, não conseguimos ver o chão; parece um autêntico tecto natural. Estando no meio dele, senti-me pequeno. Os ramos prolongam-se por uma extensão incrível, ainda por cima, no meio da areia onde aqui, em Portugal, é dificil crescer algo mais que vegetação rasteira. Começar no tronco principal e tentar seguir o caminho dos ramos, é impossível, tal a quantidade de caminhos que acabam por tomar; de repente, de um ramo, nasce outro que vira para a esquerda e depois nasce mais outro que segue pela direita... é uma árvore no mínimo curiosa! E o melhor é que dá frutos bastante doces!!!

De seguida fomos para a baía dos golfinhos. Aqui começa a fazer-se sentir a diferença entre o litoral sul e o litoral norte de Natal; este é plano enquanto o litoral sul é mais "acidentado". É constituído por inúmeras falésias que tornam as praias mais estreitas.

Na baía dos golfinhos temos uma vista sobre uma grande área de praia e mar; de um lado dunas cobertas de alguma vegetação e do outro uma falésia de cor viva, em tom castanho, que contrasta com o verde esmeralda do mar, e que vai aumentando de tamanho até se situar bem acima deste, com coqueiros e algumas habitações a embelezarem o seu cimo.

Com alguma paciência, conseguimos ver os "sujeitos" que dão nome à baía. Consegui avistar dois e registei o momento na minha camera digital, se bem que mesmo ampliando em 100%, o máximo que se vê são dois pontos negros.

Parámos numa lagoa - para variar, não me recordo do nome - onde dei uns mergulhos em água doce, límpida e rodeada de vegetação; depois bebi várias "skol" (bebida fraca! Podemos beber, beber, beber. que so ao fim da 10ª é que começamos a sentirmo-nos tontos.) à sombra dos coqueiros para recuperar algumas forças, perdidas durante a minha incursão à "night" de Natal.

O passeio prosseguiu, primeiro pela areia, onde o buggy quase andou de lado ( aqui a praia faz-me lembrar as da minha cidade, com várias rochas) até um local onde não se podia prosseguir de carro, visto que ali terminava a areia e começava uma falésia, repleta de coqueiros, que fazia uma curva em "U"e seguia, rumo a Pipa. Entrámos num barco que nos levou para o outro lado, e seguimos caminho pelo cimo da falésia que nos permitiu ter uma visão panorâmica de todos os locais por onde passávamos. As estradas eram de terra com coqueiros de um lado e o abismo do outro. Víamos uma grande extensão de mar, com algumas tonalidades azul escuro a sobreporem-se ao verde esmeralda, víamos praias grandes na extensão e pequenas na largura, com rochas, vegetação e alguns coqueiros na base das falésias, como que a montar guarda, tentando evitar que o mar as atinja; e pudémos ver a curiosa praia do Amor, uma praia onde a areia e as rochas formam o desenho de um coração, daí o seu nome. A praia Ponta do Madeiro é um autêntico paraíso! Forma uma baía, repleta de coqueiros e demais vegetação, com resorts escondidos no meio: temos de descer vários degraus, o que se torna cansativo na hora do regresso, mas vale a pena. So vemos água e vegetação; aposto até que vi mais aves que pessoas! O silêncio só é cortado pelas aves e pela ondulação do mar, cujas águas mornas me atraíram para o seu seio, como as sereias faziam com os marinheiros! Chegámos ao buggy cansados da subida e até sugeri que voltassemos a descer para descansar lá em baixo, naquele paraíso; só que entraríamos num ciclo vicioso e arriscávamos passar ali o resto das nossas vidas, naquele sobe e desce!!!

Por fim chegámos á vila de Pipa. Aqui respira-se tranquilidade mas sempre com agitação! Parece contraditório mas é mesmo assim; a praia da vila é tranquila e estende-se ao longo da falésia, de onde vem musica dos bares que ficam encavalitados na mesma; a orla marítima só dá praia; as habitações está tudo na falésia, bem posicionadas para se admirar o por-do-sol. Face às rochas e aos barcos dos pescadores que estão por ali, tem praias melhores do que esta, a poucos metros da vila. No entanto esta praia permite ver o dia-a-dia dos habitantes e sempre estamos a meia dúzia de passos de um bar, para "abanar" o espírito e fazê-lo regressar à realidade.

A vila em si, tem ruas de pedra, sem passeios (pelo menos por onde andei), onde gente de todo o mundo e dos mais variados aspectos, convive no maior alto astral! É uma das coisas que salta à vista! Toda a gente sorri, não há discussões, caminha-se por ali com um sentimento de felicidade e tranquilidade. As casas e pousadas, tudo sem atingir a altura dos coqueiros, e muitas escondidas na vegetação, a música que ecoa por todo o lado, o calor, tudo ajuda a que sejámos invadidos por uma calma e uma vontade de deitar o stress da cidade para trás das costas. No entanto, não faltam lojas, bares e festas que dão a Pipa o agito que lhe é característico; só que esta própria agitação, insere-se tão bem em toda esta calma, que mesmo com todo este movimento, é impossível não conseguir descansar. Imaginem sair de um bar e serem envolvidos por todo aquele ar rústico que Pipa tem - onde o desenvolvimento chegou apenas "quanto baste" - sentir o calor bater-vos na cara e olharem à vossa volta e verem o verde da vegetação e o verde do mar! Como não havemos de nos sentir bem, aqui? Venha a próxima festa! [8D]

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É muito bom registrar nossos passeios. Cada vez que vou ao Nordeste é uma sensação ímpar. As belezas naturais associadas à simplicidade do povo do norte e nordeste é uma combinação que jamais podem ser esquecidas!

 

Parabéns pelo seu Relato, amigo!

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  • Membros

Seu relato é simplesmente perfeito eu q moro aqui lendo sinto-me como se esivesse no local.Pedroe spero q volte sempre para conhecer outros lugares e poder relatar p os demais!!!!!!!

Minha cidade não linda?

Eu fico imaginando no dia em q vc conhecer Jericoacoara (Ceará).

Bjinhos

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