Membros prfs99 Postado Abril 10, 2013 Membros Postado Abril 10, 2013 FERNANDO DE NORONHA – 5 NOTES NUM PARAÍSO - By Paulo Ferreira Introdução: Estivemos em Fernando de Noronha entre 17/11/2012 e 22/11/2012. O relato foi publicado um pouco tardiamente por falta de tempo mas espero que seja útil para quem deseja se aventurar nesse indescritível paraíso. Portanto, vamos lá. O arquipélago possui uma ilha maior – Fernando de Noronha – e as chamadas ilhas secundárias, não habitadas. Noronha possui dois “hemisférios”: o mar de dentro, voltado para o continente e o mar de fora , voltado para o oceano. O arquipélago tem origem vulcânica e o tempo (e bota tempo nisso) moldou formas surpreendentes e surreais. Três das praias mais lindas do país estão lá. A vida marinha é exuberante, enfim: é beleza que não acaba mais !!! No entanto, Noronha demanda um tanto de disposição física, mas a recompensa salta aos olhos. O isolamento favorece a preservação mas torna mais caros os produtos e serviços. Uma garrafa de água de 1,5 l custa de R$ 3,30 a R$ 3,70 um humilde picolé de frutas de R$ 6,00 a R$ 7,00. Sugestão: comprem no continente itens como barras de cereal, chocolates e biscoitos. Pagamos duas taxas: a TPA (Taxa de Preservação Ambiental, que pode ser paga antecipadamente via internet), no valor de R$ 43,20 (atualmente é 45,60) ao dia, e a Taxa de ingresso ao Parque Marinho, no valor de R$ 65,00 (que pagamos em um quiosque próximo ao Bosque Flamboyant. Ao pagar essa última, você recebe na hora uma espécie de passaporte (no formato de um cartão de crédito) válido por dez dias; sem ele você não ingressa na área do Parque Marinho de Noronha. Confesso que essa última não me passou pela goela! Ficamos sabendo sobre mais essa taxa quando chegamos à ilha. Ah, sim, é bom pagar a TPA via Internet para evitar transtorno maior na chegada ao aeroporto. A seguir, farei um relato diário, destacando os pontos altos e as agruras pelas quais passamos em nossa estada na ilha. Dia 1: Nosso vôo, vindo de Recife, atrasou 3h, por conta de um problema “no sistema”, segundo palavras dos atendentes. Chegamos à ilha às 16:15. Na descida , nossa primeira visão foi a Baia dos Porcos, com o Morro Dois irmãos em destaque. É de arrombar a retina! Uma vez em solo, enfrentamos uma enorme fila para a apresentação do nosso “visto” de entrada (leia-se comprovante de pagamento da TPA). Recuperamos as malas e fomos ao encontro do receptivo que nos aguardava. Chegamos à Pousada Magia às 16:45, onde fomos muito bem recepcionados pela Daisy. Pousada simples, situada a 10 minutos a pé da Vila dos Remédios (espécie de Centro de Noronha). Deixamos as malas no quarto e corremos para aproveitar o que resta da tarde na Praia do Cachorro, onde chegamos a tempo de ver um belo por-do-sol. “Almojantamos” no Ousadia da Ilha, um self-service que funciona até às 22:00 a 34,90 o kilo. Comidinha honesta e fresca. Recomendamos. Depois fomos contratar os passeios na agência Blue Marlin. Arrependimento total, conforme explicarei mais adiante. Dia 2: Escolhemos esse dia para fazermos o Ilhatur. Para quem nada conhece de Noronha, aconselho que comecem por esse passeio pois ele fornece um panorama geral das principais praias, piscinas naturais e belos mirantes. Depois, reserve um dia livre para visitar e permanecer mais tempo onde gostar mais. Foi aí que ocorreu o primeiro problema com a Blue Marlin: quase uma hora de atraso. O guia Moisés alegou que o pneu da 4X4 estava com o pneu “arriado”. Já começamos “bem”, mas vamos em frente. O passeio iniciou na Baia do Sueste, onde fiz flutuação com snorquel (minha esposa não quis ir). Fomos uns 400m mar adentro doidos para ver tartarugas, arraias e, por sorte, tubarões. Nesse dia infelizmente, o mar não estava bom (o “swell” estava atrapalhando) e não vimos grande quantidade de fauna marinha. O mar estava mexido e batendo. Mas valeu a experiência. O guia Moisés ia fotografando o grupo para depois, obviamente, negociar um “módico” valor pelas fotos. Quem não topar se submeter a isso pode vir com uma câmera própria ou alugar uma (R$ 50,00 ao dia). Como não tenho habilidade e paciência para fotos submarinas não fiz nem uma coisa nem outra. Em seguida, fomos contemplar a belíssima Praia do Leão, onde se destacam recifes e a Ilha do Morro do Leão, assim chamada por se assemelhar a um leão marinho deitado. A seguir: Baia dos Porcos. Imagem mais comumente associada à Ilha, sua visão do alto é de matar: a ilha Dois Irmãos (ou “Fafá”, numa alusão ao par de atributos de uma conhecida cantora paraense). O mar verde-esmeralda compõe com as rochas vulcânicas uma verdadeira obra-prima da natureza. Nem Dalí, ousaria! Permancemos por alí por uns 40 minutos e rumamos depois para a Praia da Cacimba do Padre, de onde se vê Dois Irmãos do lado esquerdo e ondas perfeitas. Aqui paramos para o almoço. Não me recordo o nome do restaurante; só sei que fica ao lado do restaurante das gêmeas. A conta não saiu barata (R$ 70,00) mas valeu a pena. A próxima parada foi o Buraco da Raquel. Calma, leitores: trata-se de uma rocha que possui uma fenda cavada pelas águas do mar! O nome vem de uma moça que era frequentadora do lugar. Não se pode descer até o buraco, mas a local é um belo mirante. Visitamos em seguida o Museu do Tubarão, que expõe varias arcadas dentárias e informações sobre o animal expostas em painéis. A alguns metros a frente do museu há umas esculturas que rendem fotos interessantes. Próxima parada: Baia do Sancho. A entrada e feita por um PIC (Posto de Informação e Controle) onde tivemos de apresentar o “passaporte” (aquele que não me passou pela goela). Simplesmente uma das mais belas visões de Noronha! Espetacular! Um imponente paredão rochoso intimida e fascina. Vegetação repleta de pássaros. O acesso é feito por escadas de ferro fixadas em uma fenda na rocha. Nesse dia, não quisemos cair na água, pois as ondas estavam fortes e havia correnteza. O PIC tem lanchonete, banheiro, lojinha e se pode alugar máscara e snorquel. Ah sim: aceita cartões! A última parada foi no Mirante do Boldró, que oferece uma belíssima vista da praia com o “Fafá” ao fundo. Aqui é um a galera se reúne para comtemplar o pôr-do-sol. Infelizmente o céu nublou m pouco e o espetáculo ficou para outro dia. Dia 3: Nesse dia fizemos o passeio de barco, que é feito pelo Mar de dentro. Outro passeio que sugiro que seja feito nos primeiros dias. Considero uma espécie de complemento do Ilhatur. Oferece a visão de algumas praias e ilhas do ponto de vista do mar de dentro. Pegamos o “transfer” até o Porto e de lá embarcamos no barco Alquimista. Uma comitiva de filhotes de golfinhos nos acompanhou durante parte do percurso. Passamos pelo Urro do Leão, uma cavidade em um paredão que produz um som semelhante a um urro quando as ondas penetram em seu interior. Em seguida pelas praias do centro, Boldró, Dos Americanos, do Bode, contornamos o morro Dois irmãos A parada para o mergulho de snorquel foi a altura da Baia dos Porcos. O ponto final do passeio foi na Ponta da Sapata a sudoeste da ilha. Mergulhamos para avistar a fauna marinha, embora o mar estivesse com visibilidade apenas razoável. Após alguns minutos na água, distante uns dois metros do barco, senti caibras e fiquei “travado” dentro d'água, tendo que voltar ao barco com a ajuda do guia. Possivelmente em consequência da tensão que isso me causou, senti náuseas e passei todo o tempo de retorno do passeio deitado no chão do barco. Foi meu grande mico em Noronha (he,he,he!) De volta ao hotel, tomei um medicamento e fiquei repousando até que a náusea e a dor de cabeça passasse. O incidente comprometeu nossos planos para a tarde. Mas nem tudo ficou perdido. Almoçamos no Flamboyant e partimos para curtir as praias do Cachorro, Meio e Conceição. São as praias mais próximas da Vila dos Remédios. No final da tarde, o “ballet” dos pássaros vindo comer nas mãos dos pescadores bem perto de nossos olhos e o magnífico pôr-do-sol no Morro do Pico compensaram parcialmente os contratempos. Para fechar nosso dia, fomos ao Bar do Cachorro, na Vila dos Remédios, para assistir a uma apresentação do grupo de maracatú “Nação Noronha”. Adoramos. Soubemos do show por acaso, por meio de um cartaz fixado próximo ao bar que fica no Mirante do Boldró. Dia 4: Fomos a um passeio de NAVI, uma embarcação equipada com uma enorme lente no fundo destinada a visão submarina. O passeio foi precedido por um palestra bastante explicativa dada por um dos pesquisadores do projeto Navi. No interior da embarcação, sentamos em poltronas em torno da lente e o guia vai guiando nosso olhar para os animais que forem aparecendo. O passeio partiu do Porto e seguiu pelo mar de dentro. Mais uma vez a visibilidade do mar estava apenas razoável. Vimos enorme grupo de golfinhos, arraias, tubarões-lixa, diversas espécies de outros peixes, além partes de um navio e de um trator afundado. O passeio durou cerca de 1h30. Ao final, o guia distribuiu uma cartela ilustrada para assinalarmos as espécies marinhas que foram vistas durante o passeio. O preço foi um pouco salgado: R$ 180,00. Depois do Navi, fomos pegar o buggy que alugamos e partimos para revisitar alguns dos locais que mais gostamos quando fizemos o Ilhatur. O buggy era meio “veinho” mas resolveu. Valor da diária: R$ 120,00. O sistema de transporte da ilha até que é bom (taxis, ônibus novos, caronas), não sendo necessário, em tese, o aluguel de buggys. É que consideramos a questão a agilidade ao optar pelo “caidinho”(rs). Parar onde quiser, não esperar nem um minuto em pontos de ônibus e nem precisar apelar à caridade alheia, NÃO TEM PREÇO (he,he,he)! Revisitamos. entre outros, a Praia do Sancho, cujo mar nesse dia estava mais calmo. Fomos a Praia do Leão (que só tínhamos visto de cima no Ilhatur). Almoçamos mais uma vez na Cacimba do Padre, no mesmo restaurante do dia do IlhaTur. Pedimos o famoso peixe na folha de bananeira. Honestamente, não vi grande diferença de sabor não. Mas falavam tanto que não resistimos a curiosidade. A noite fomos de buggy visitar a sede do projeto Tamar, onde assistimos uma palestra sobre as tartarugas marinhas e visitamos as exposições. Dia 5: Até próximo do meio-dia, prosseguimos nosso passeio no “caidinho” alugado. Relaxamos na Praia do Porto, uma praia de águas calmas e límpidas, boa para pegar um sol e relaxar. Peguei a máscara e snorquel, caí na água e bastou avançar dois metros para ver vários peixes e tartarugas. À tarde, partimos para a primeira parte da Trilha do Atalaia (até a praia do Atalaia). Esse passeio foi nosso segundo motivo de aborrecimento com a Blue Marlin. No dia anterior, na sede da Blue Marlin, soubemos que não seria possível fazer o passeio completo no mesmo dia, devido à tábua das marés e que só seria possível fazer a segunda parte do passeio (Atalaia-Enseada das Caieiras) no dia seguinte de manhã cedo. “Entubamos” mas essa trapalhada da Blue Marlin e concordamos. O caminho até a Praia do Atalaia e super tranquilo e poderia ter sido feito sem guia. Mas existe fiscalização porque a permanência no lugar é restrita – em tempo e em número de pessoas - devido à tábua das marés e questões de preservação. A Praia do Atalaia possui piscinas naturais que permitem a visão de uma boa variedade de peixes mesmo na superfície. O Morro do Frade, símbolo da praia é um dos mais conhecidos cartões-postais do Brasil. Muito gostoso mergulhar tendo ao fundo essa escultura que a natureza-Dali esculpiu. A noite fomos a pizzaria “Na moita”, que fica na margem da “rodovia” há uns 15 minutos do Bosque Flamboyant. É meio escondidinho, mas vale a pena procurar. Caso forem, fiquem atentos para não passar do lugar, pois as únicas identificações são um poste iluminado do qual pende uma pequena tabuleta em formato circular com o nome “Pizzaria Na Moita” e umas pedras pintadas de branco delimitando o “caminho”. Recomendamos sem restrições, tanto pelo ambiente – com muita área verde em volta - como pela qualidade da pizza que comemos. Dia 6: Acordamos cedo e fomos numa van da Blue Marlin ao local de onde partiríamos para a segunda parte da Trilha do Atalaia. A caminhada passa por paisagens de tirar o fôlego: o azul do mar e imensos paredões rochosos. Passamos pela famosa Gruta do Capitão Kid. Visitamos duas piscinas naturais, com boa variedade de peixes. O final da caminhada, com um longo trecho de pedras, termina na enseada de Caieiras. Retornamos do passeio por volta das 10:00. Após uma passada na pousada, partimos para uma visita às ruínas do Forte dos Remédios. Construção do século 18, do seu ponto mais alto, se tem uma belíssima visão do Morros do Pico e Dois Irmãos, das praias do Porto, do Cachorro, Meio e Conceição. No entanto, acho que o forte carece de informações mais detalhadas. Em seguida visitamos o interior da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, santa padroeira da ilha. Destaque para os entalhes representado as fases da Via Crucis. A construção está mal conservada, tal como o prédio administrativo próximo. A Vila dos Remédios padece de melhor conservação, que esteja à altura de sua importância na história da ilha. Almoçamos maaaais uma vez no Flamboyant e fomos para o hotel terminar de arrumar as malas. Partimos do paraíso às 16:50, no vôo da Trip, exaustos e felizes. Observações: - Nossas comprinhas de supermercado (água, frutas e outras coisas) foram feitas em sua maioria no supermercado “Breakfast”, que fica na Vila dos Remédios. Também tem o “Poty”, que no entanto fica longe da Vila. - Não fizemos o mergulho de batismo por várias razões, sendo a primeira delas o medo. Considero profundidade abissal o que estiver mais de dois metros abaixo da superfície do mar. Também tenho problemas respiratórios crônicos e tive medo de ter problemas. Enfim, são razões pessoais. O que me incomoda é que ouço muita gente propalando que quem foi a Noronha sem ter feito o mergulho de batismo na verdade não foi a Noronha. Embora concorde que grande parte dos encantos da ilha estão embaixo d'agua, considero exagero tal afirmação. As belezas de Noronha são para todos – medrosos, como eu, ou não. Munido de máscara e snorquel (itens de “primeira necessidade em Noronha) parta para a Praia do Porto, de águas tranquilas e verá boa variedade de peixes. Caso opte em fazer o mergulho de batismo, tenho uma recomendação baseada em comentários de pessoas que já mergulharam mais de uma vez por lá e em testemunhos feitos nesse espaço. Há uma certa unanimidade a respeito a empresa Atlantis. Existem também outras, no entanto, eu faria com essa. - Jamais voltaremos a contratar qualquer serviço junto a Blue Marlin. Conosco, deram um show de incompetência. BLUE MARLIN, NUNCA MAIS !!! Para terminar, Noronha é inesquecível, uma gema da natureza que temos o privilégio de ter em nosso território. Uma beleza que nos intimida e fascina. Iremos voltar certamente. Espero ter ajudado em alguma coisa. Citar
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