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Planejando o que seria o destino da minha próxima viagem pelo Brasil, minha namorada logo sugeriu o que é minha grande paixão: o Nordeste! Bem sugestivo, porém nada objetivo da nossa parte com as inúmeras opções que temos nessa belíssima região. Pensamos um pouco mais até que surgiu uma ótima ideia dela, a cidade de Piranhas em Alagoas, onde conheceu ao assistir uma novela global, e que mostrava belas imagens da pequena cidade histórica e seus canyons.

 

Pesquisando mais sobre o lugar, descobrimos que a cidade de Piranhas fazia parte da chamada “Rota do Cangaço” e que a famosa foto onde as cabeças do Bando de Lampião e Maria Bonita foram expostas em praça pública pela primeira vez, foi feita exatamente nas escadarias da igreja matriz de lá. A cada informação que nós buscávamos dessa pequena cidade localidade em pleno Sertão alagoano, mais tínhamos certeza de que a escolha era certa.

 

Tentando descobrir qual o melhor meio para se chegar e como chegar, decidimos ir por Aracajú, capital do estado vizinho de Sergipe que tem quase a mesma distância para Piranhas que Maceió. As passagens estavam saindo mais em conta também, além de informações que as estradas de Sergipe estavam em melhor estado de conservação na direção que íamos seguir. Sim, optamos por alugar um carro em Aracajú e seguirmos de carro mesmo, independente do horário que chegássemos. Pegamos um voo saindo do Rio de Janeiro às 22h40min, chegando à capital sergipana por volta das 0h20min. Tínhamos reservado o carro antecipadamente por telefone na Hertz, a locadora não possui agência dentro do aeroporto, mas como já estava tudo agendado com eles previamente, eles nos buscaram no aeroporto com a van da empresa e nos levaram direto para a agência para resolver todas as questões burocráticas e buscar o carro. Pegamos a estrada por volta das 02h00min, munidos de um bom mapa turístico do estado que conseguimos no aeroporto e mais algumas informações que pegamos com o motorista da locadora de veículos, tínhamos em mãos o nosso GPS também, mas não se garanta nele. Indico que levem algum mapa maior também, pois pode ser que você não tenha a mesma sorte em encontrar o mesmo mapa no aeroporto ou ter as mesmas dicas que tivemos.

 

Chegamos a Piranhas no início da manhã, bem a tempo ainda de pegarmos o ótimo café da manhã da Pousada Marhiá, aliás, recomento muito essa pousada, fomos muito bem atendidos, é muito bem conservada, com o preço bem em conta. Trata-se de uma casa bem nova, onde a dona a transformou numa pousada, não recomento apenas para quem não irá de carro, pois ela não fica no centro histórico da cidade, onde ficam os principais restaurantes e atrações turísticas. Chegando à pousada, pedimos que a dona já tentasse marcar nosso passeio do dia, que seria o “carro chefe” da cidade, os famosos Canyons do Xingó. É recomendado reservar, mas nada com muita antecedência, os passeios são diários e saem em dois horários (08h00min e 13h00min). No nosso caso, optamos pelo passeio da tarde, pois eu precisava de um “cochilo” para recarregar as energias depois de mais de 5h dirigindo.

 

O passeio pelos canyons parte de uma espécie de uma “marina” na cidade vizinha de Canindé de São Francisco, de volta ao estado de Sergipe, que aliás, é uma constante esse travessia entre os dois estados, pois o Rio São Francisco faz exatamente essa demarcação e sempre você estará entre as suas duas margens, as escunas que realizam o passeio saem de um deck ao lado de um ótimo restaurante a beira-rio e apenas uma empresa realiza o passeio que custa R$ 50,00. O passeio pelo belíssimo São Francisco dura aproximadamente 4h, ida e volta até os canyons, tempo de sobra para um bom mergulho, infelizmente por questões de segurança a área de mergulho está limitada, mesmo assim você não deixará de nadar e aproveitar as quentes águas do “velho Chico”. No catamarã encontra-se serviço de bordo com direito a água, refrigerante, cerveja e caipirinha, bem em conta até para o tipo de atração. Um detalhe bem interessante que encontramos no decorrer do passeio, é o respeito e religiosidade do sertanejo quanto a sua crença por São Francisco de Assis, em diversos pontos do rio encontramos a sua margem em pontos estratégicos junto as pedras e paredões rochosos do rio.

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O programa ideal e talvez único na pequena cidade de Piranhas, são os diversos barzinhos e restaurantes que se encontram no centro histórico. A rua principal tem seu “trânsito” fechado e todos os comerciantes locais espalham, de forma até bem organizada, suas mesas e cadeiras por um grande largo. Opções para todos os gostos, mas a dica mesmo é no que comer, não deixe de experimentar todo e qualquer petisco com os peixes locais, principalmente para quem está acostumado apenas com os peixes de água salgada, nota-se muita diferença para o peixe de água doce, tão saboroso quanto, porém, muito particular o seu sabor.

 

Bares e Restaurantes dão o charme na noite de Piranhas

Em nosso segundo dia pela cidade, tínhamos decidido dar uma boa volta a pé pelo centro histórico logo cedo, passeio esse imperdível. Piranhas é realmente uma cidade encantadora, e em poucos minutos você tem um noção porque essa cidade é tombada como Patrimônio Histórico Nacional. As fachadas das casas são todas bem coloridas, a prefeitura em acordo com os moradores é responsável pela pintura, onde cada um escolhe a sua cor. Ainda encontram os a antiga estação de trem que hoje funciona como mercado de artesanato, onde podemos encontrar todo tipo de souvenir possível para levar de recordação da viagem, bem próximo encontramos a antiga Maria Fumaça que fazia o transporte de passageiros para a cidade. Com o mínimo de disposição, suba ao mirante onde se pode ter uma boa visão da cidade e da sua “praia”, algo em torno de uns 300 degraus, mas o visual vale bem a pena.

 

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Visual de um dos mirantes da cidade

Nesse dia reservamos a parte da tarde para o passeio pela Rota do Cangaço, sinceramente, era o passeio que eu mais esperava nessa viagem. Próximo a “praia” existe um deck onde podemos esperar pelo barco, o passeio pode ser feito por quatro empresas, todas com barracas próximas ao deck para vende-lo, ele dura em torno de 4h e tem saída todos os dias, com exceção da terça-feira, custa R$40,00. Como ainda tinhamos um tempo até a partida do barco, resolvemos apreciar uma cerveja e aproveitar o sol na tranquila praia de água doce do rio. A viagem começa dando uma breve parada no distrito de Entremontes, lugarejo com muita tradição em artesanato, bom lugar para levar aquela lembrança das rendeiras para a mamãe. Voltando ao barco, vamos para Poço Redondo, lugar onde Lampião e Maria Bonita sofreram a sua emboscada fatal. Tive a sorte de ficar amigo durante o percurso do barco, do simpático e muito solícito Egildo Vieira, que é simplesmente Secretário de Cultura de Piranhas, e iria guiar um grupo de turistas pela trilha, depois de um breve papo ele nos convidou a fazer parte do grupo, e logicamente aceitamos. Egildo é uma espécie de estudioso sobre o Cangaço, professor de história, com mestrado e doutorado, todos dando ênfase em História do Brasil e o Cangaço Brasileiro. Então, estávamos no lugar certo e na hora certa com o cara certo. Melhor que isso só se eu estivesse por lá em 1938, ou melhor, não seria tão bom, pois à bala “comeu solta” no meio dessa caatinga. A trilha é bem curta, dura em torno de 30 minutos, logo chegamos ao que foi o leito de um pequeno rio, local essa onde o Rei do Cangaço, sua primeira dama e seus soldados foram mortos. Caso você tenha a mesma sorte que nós tivemos, no local onde o barco para sempre existem guias de plantão, prontos a contar a história, mas talvez não tão rica de detalhes como a nossa. Na volta ainda tivemos tempo antes de embarcar de dar um bom mergulho no São Francisco, comer um ótimo bolinho de peixe e beber uma cerveja estupidamente gelada.

 

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Outras dicas: ir ao MAX – Museu de Arqueologia de Xingó. Ele já fica em Canindé do São Francisco. A região tem mais de 270 sítios arqueológicos. O MAX funciona de quarta a domingo, das 9 às 16h30 e o ingresso custa R$ 3 por pessoa.

 

Localizada entre Alagoas e Sergipe (a 12 quilômetros de Piranhas e a seis quilômetros de Canindé de São Francisco), a Usina Hidrelétrica de Xingó também pode ser visitada.

 

Deixamos Piranhas com a aquela sensação de missão cumprida, mas também com a sensação de que os dias naquela deliciosa cidade poderiam ter passado bem mais devagar.

 

Onde ficar em Piranhas:

- Pousada Lampião: (82) 3686-3335 / (82) 8867-3252.

- Pousada Lírio do Vale: (82) 36863145 / (82) 8855-9921.

- Pousada Maria Bonita: (82) 3686-1777

- Pousada Marhiá (82) 3686-1326 (Onde ficamos)

 

Onde comer em Piranhas:

- A Bodega: (82) 3686-1107 / (82) 8862-4022 (Onde comemos)

- Quiosque Beira Rio: (82) 3686-1318. (Onde comemos)

- Restaurante Armazém do Velho Chico: (82) 8865-2314 / (82) 8839-3269 (Onde comemos)

  • 2 semanas depois...

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