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Alô, pessoal!

 

Pode parecer piada, mas acabei de descobrir a existência desse site, enquanto faço uma pesquisa de preparação para uma viagem que farei agora no final de janeiro. Há alguns meses que convivo com a vontade de compartilhar uma inesquecível viagem que fiz em agosto de 2013 para os países mencionados no título do tópico. Espero que o fato de a viagem não estar tão “fresquinha” não faça tanta diferença para vocês. Como estou chegando agora por aqui e não sei ainda o estilo do fórum, vou tentar não tornar esta leitura muito cansativa e detalhista.

Aqueles espetaculares 17 dias foram devidamente curtidos em Barcelona (4), Roma e Tivoli (3), Spoleto-Itália (1), Hvar-Croácia (2), Berlim (4) e Moscou (3). Fui com um amigo aqui do Rio, Allan, porém outras pessoas nos encontraram aqui e ali pelo caminho.

 

PASSAGENS e TRANSPORTE

 

Na teoria, a viagem começou a ser planejada no início do ano. Na prática, por volta de abril, quando não deixamos passar uma promoção publicada no site Melhores Destinos: Rio-Barcelona-Rio pela Iberia (faça o IberiaPlus) a R$ 1.600. Após a compra, começamos a distribuir a quantidade de dias pelas cidades, levando muito em conta o valor das passagens internas que pesquisávamos em sites como o Edreams (voos de custo mais baixo). Não vou lembrar exatamente dos valores, mas as melhores opções foram:

 

Vueling (rende pontos no IberiaPlus): BARCELONA – ROMA

Carro alugado na Hertz: ROMA – TIVOLI – SPOLETO – ANCONA

Jadrolinija (barco): ANCONA-Itália – HVAR-Croácia

EasyJet: SPLIT-Croácia – BERLIM

Air Baltic: BERLIM – MOSCOU

Vueling (olha os pontos aí outra vez!!): MOSCOU – BARCELONA

 

HOSPEDAGEM

 

Exceto em Barcelona e em Hvar, onde seguimos sugestões de amigos, a hospedagem foi toda programa por meio do site Hostelworld. Levamos muito em conta na pesquisa o fator banheiro privativo, mesmo em quarto coletivo. A configuração ficou a seguinte:

 

BARCELONA: Hostal River (carinhosamente apelidado durante a viagem de hostel horrível) – quarto barulhento para 2, banheiro conta gotas compartilhado. Turisticamente bem localizado (bem próximo à Plaça de Catalunya).

 

ROMA: Alessandro’s Palace Hostel – quarto confortável para 4, bom banheiro privativo, boa recepção, boas dicas de locomoção e, de certa forma, boa localização. É bem próximo ao Termini, local de concentração do transporte público romano.

 

SPOLETO: Athena Hotel – quarto confortável para 2, bom banheiro privativo e uma bíblia no criado-mudo. rs Ah... e o mais importante naquele momento: estacionamento a 4 euros.

 

HVAR: Luka’s Lodge – Quarto apertado para 2, microbanheiro privativo, porém com excelente localização e um clima muito legal!!! Aliás, tudo nessa cidade é alto astral, incluindo o dono do hostel – o Luka – que parece fazer questão de recepcionar cada viajante que acaba de chegar ao paraíso.

 

BERLIM: Baxpax Downtown Hostel – Ótimo quarto para 3 (um amigo se juntou a nós), com um bom banheiro privativo. Esse foi o melhor hostel da viagem. Aliás, quando o assunto é infraestrutura e organização, Berlim é nota 10. Dicas de transporte, citytours, bares, restaurantes e noitadas... E o melhor de tudo: fica no Mitte, bairro mega perto de quase tudo indispensável de se conhecer na cidade. Metrô a menos de 1 km.

 

MOSCOU: Hostel Dom – Quarto privativo, banheiro compartilhado, calçados obrigatoriamente deixados no hall de entrada (ou carregados até o quarto) e paredes.. ops... divisórias que não isolam o som de um espirro, que dirá de dois amigos recém dominados por uma garrafa de vodca. E eu achando que a bíblia no criado-mudo em Spoleto seria o único aviso de “comporte-se” que nós receberíamos durante a viagem. rs

 

Obs.: está sendo ótimo recordar a viagem desta maneira, mas já é tarde e estou bem cansado. Amanhã eu continuo... Se para vocês for divertido e engraçado 10% do que foi para mim, já vai valer.

 

Até mais!

 

Ah! Como faço para inserir imagens?

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...continuando.

 

o DINHEIRO e a PAPELADA

 

Seguindo a dica de um amigo, fui até o Banco Cotação para fazer um Cartão de Viagem Rendimento. Achei as taxas elevadas, mas como foi algo que deixei para resolver muito próximo à data de embarque, não me sobrou outra opção. Levei também alguns euros em espécie e um cartão de crédito internacional devidamente habilitado previamente, o qual planejava utilizar apenas em emergências (até parece!!! rs). Planejamos um gasto (fora hospedagem) de 100 euros por dia. Para tentar reduzir o custo da viagem, transformei meu telefone em máquina fotográfica (exceto em áreas com wi-fi).

 

Além do euro, eu iria utilizar ainda kunas (Croácia) e rublos (Rússia), mas optei por sacá-los nos próprios países com o cartão Rendimento, que faz a conversão. Confesso que apenas rezei para as taxas não serem elevadas. Como bom carioca, evito bastante o ‘entra e sai’ de casas de câmbio com pacos de dinheiro (pacos mesmo!) Cada euro vale “bilhões” dessas moedas. Nada que torne o custo nesses dois países mais baixo (muito pelo contrário!).

 

Comprei aquelas doleiras para “esconder” dinheiro e documentos importantes dentro da bermuda. Na mala, uma pasta com tudo impresso: confirmações de reserva nos hostels; comprovantes de compra de todas as passagens; seguro viagem (Mondial Travel: cerca de R$ 250); extrato do cartão de crédito para comprovar limite disponível e passaporte. Nenhum dos países exige visto.

 

BARCELONA

 

Embarcamos no dia 8 de agosto. O voo, com rápida conexão em Madri, chegou em Barcelona no horário previsto, perto da hora do almoço. Cheguei a imaginar que passaríamos por algum estresse no desembarque na Espanha, por conta das frequentes notícias sobre brasileiros deportados de lá ainda no aeroporto sem motivo aparente. No nosso caso, felizmente, preocupação à toa. Além do passaporte, sequer solicitaram outro comprovante.

 

Do aeroporto de BCN, pegamos com facilidade um ônibus (confortável, ar condicionado e espaço para bagagem) até a Praça de Catalunya (se não me engano, custou cerca de 5 euros). Lá, uma amiga que eu não via há dez anos nos aguardava. Após o primeiro longo abraço, a primeira coisa que me chamou a atenção ali foi a presença de vários ônibus de turismo, daqueles abertos em cima, com audioguia, todos com um adesivo ‘wi-fi grátis’.

 

Da Plaça até o Hostal River, fomos caminhando pela Rambla (primeira impressão: uma rua muito cheia). Depois de deixarmos nossas malas no hostel horrível (que ainda não havia sido batizado por nós como tal), fomos caminhar pela cidade. Por estar morando lá há um ano, minha amiga já conhecia os caminhos. A prima do Allan, carioca, que já estava na cidade, se uniu ao grupo. Nos embrenhamos pelo vizinho Bairro Gótico – onde paramos para uma cerveja e uns tapas –, passando pelo calçadão da orla, contornando por fora o bairro de Barceloneta até chegarmos a um barzinho à beira da praia, ao lado de Los Cubos. Mais cervejas, mais tapas, atendimento ruim... Mais cervejas, sem tapas, o atendimento foi melhorando (ou seria a nossa percepção piorando?! rs)

 

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A noite chegou (que nada!! 21:30 e ainda havia Sol). Minha amiga “local” sugeriu uma boate ali perto. Voltamos ao “horrível” e, após um rápido descanso das horas de viagem e o primeiro banho no River, demos (Allan, especificamente) o merecido apelido ao local. Havia dois banheiros. O que eu usei, uma janela voltada para o vão interior do edifício, impossível de ser fechada, fez com que eu me sentisse no BBB (Big Brother Barcelona). O Allan, com certa privacidade, conseguiu se virar com o conta gotas que eles disponibilizavam no andar de cima.

[Resultado: não recomendo esse hostel. O preço, relativamente baixo, não compensou]

 

Após poucas horas, fomos barrados na primeira boate que tentamos entrar pois não estávamos vestidos adequadamente. Era necessário estar de camisa social. Só levei uma para a viagem inteira e relutei até o final da viagem para não ter que usá-la (antes tivesse me mantido firme... mas essa é uma história da parte russa da viagem). Enfim, uma boate substerrânea ao lado nos aceitou. Não vou lembrar exatamente o quanto paguei para entrar e por cada bebida lá dentro (eu não lembrava nem no dia seguinte. rs), mas comparada à do Rio de Janeiro, a noite de Barcelona, pelo menos ali, não me pareceu muito cara. Extrapolamos um pouquinho o planejamento do que iríamos gastar por dia – e assim foi 90% da viagem.

 

No dia seguinte, a ficha caiu: eu estava em Barcelona. Além de Berlim e Amsterdã (essa ficou para 2015), era uma das cidades que eu mais gostaria de conhecer. Apesar da ressaca, o bom humor e a empolgação foram se espalhando. A vontade de conhecer cada canto da cidade, mais ainda.

 

Voltamos, eu e Allan, à Plaça de Catalunya, passando pela Rambla (segunda impressão: rua cheia e chata, com vendedores te abordando o tempo todo). Lembram dos ônibus turísticos que comentei? Então... Fomos até eles. Se não me engano, custaram entre 15 e 20 euros para cada. Carinhos, mas obrigatórios. A vantagem é que eles circulam em intervalos de 10 minutos e você pode descer nas paradas, aproveitar os pontos turísticos um tempo e depois retornar. Basta não perder o ticket.

 

Descemos na Sagrada Família (segunda parada) e enfrentamos meia-hora de fila até o guichê. Entrada + audioguia + acesso a uma das torres (1h30 de espera) = entre 15 e 20 euros. Enquanto subíamos as escadas em frente à entrada, lembro do Allan comentar algo parecido com “não entendo porque as pessoas se emocionam tanto ao visitarem igrejas, catedrais...”. Menos de um minuto depois, ele: “po$$a! Me arrepiei!!!”. O elevador da torre quebrou e pegamos parte do dinheiro de volta. Esperamos à toa.

 

Próxima parada, Parc Guell. Após as ‘fotos clichês’, umas cervejinhas a preço de ouro no platô principal do parque para apreciarmos a maior quantidade de mulher bonita por metro quadrado que já vi na vida. Para fechar, exploramos o local mais um pouco. Só não vou dizer que a vista lá do alto é espetacular porque eu moro no Rio :lol:, mas o passeio é muuuito válido! Vê-se a cidade inteira.

 

De lá, decidimos aproveitar o fim da tarde para irmos ao Camp Nou, local que eu (viciado em Barça e Messi) mais queria conhecer. Chegando ao ponto do ônibus, Allan percebeu que havia perdido o ticket (lembrem-se da dica). Em uma viagem assim, você deve estar aberto a todos os tipos de situações, boas e ruins. Com isso em mente desde o início, transformamos a perda do bilhete em uma oportunidade de passeio. Uma caminhada pelo bairro de Gràcia até o metrô mais próximo (alguns quarteirões).

 

Infelizmente, chegamos alguns minutos após o fechamento do Camp Nou para visitação (17:30). Esse tipo de situação pode ser evitada com um planejamento minucioso no pré-viagem, mas como eu tinha uma amiga morando na cidade, a gente relaxou um pouco com BCN. No fim das contas, acabou sendo legal lidar com os imprevistos.

 

À noite, mais uma passagem pela Rambla (terceira impressão: rua infernalmente cheia, lotada de moços oferecendo drogas e moças oferecendo o corpo). O destinho era uma boate sugerida pela Carol, amiga que morava lá, mas acabamos indo para uma festinha rock na Passeig de Picasso (em frente à entrada do Parc de Ciudadella), dica que o Allan havia lido em um blog de viagens. Melhor decisão, impossível! Queríamos fugir do centrão turístico e curtir uma noite local. Preço justo e clima amistoso.

 

No terceiro dia, tentamos entrar no Museu do Picasso. Impossível! Fila dando volta no quarteirão. Pulamos para o item seguinte que havíamos programado: Montjuic. Uns 5 euros para subir pelo teleférico, que parte ao lado de uma estação do metrô. Antes, porém, uma visita gratuita ao Estádio Olímpico e uma cerveja em frente ao Museu Nacional d'Art de Catalunya (fechado no dia).

 

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Ao final do passeio de teleférico, uma parada obrigatória: Castel de Montjuic. Local perfeito para um bate-papo (e mais cerveja) com a cidade aos seus pés, vista pelo melhor ângulo (ainda assim perde para o Rio. rs) Algo que me impressionou lá no alto foi a bandeira da Catalunha (aliás, é possível encontrá-la em pelo menos 10% das varandas e janelas da cidade). Imponente! Quando o relógio bater 21h30, os seguranças vão te expulsar do local. Acreditem!

 

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Meio borrachos, pero muy satisfeitos, voltamos ao hostel, cientes de que estávamos conhecendo uma das cidades mais interessantes do planeta. Mais à noite, uma circulada rápida pelo Bairro Gótico e os últimos brindes da noite, já que na manhã seguinte teríamos que entrar em campo, ou melhor, no Camp.

 

Més que un passeig! Sensacional! Extraordinário! Emocionante! Não lembro o preço, mas vale! Vale muito! O complexo Camp Nou é um senhor exemplo do que de mais competente um clube pode fazer para exaltar sua história e sua cultura. Troféus, camisas, fotos, vídeos, painéis interativos, obras de arte, uma ida ao gramado, aos vestiários, à sala de imprensa, às cabines de transmissão (como jornalista, fiquei maluco!) e, claro, uma baita loja do Barça ao final do passeio. Impossível sair sem comprar alguma coisa, nem que seja uma simples lembrança.

O orgulho catalão está cunhado no coração do clube e escrito na arquibancada: Més que un club. Na saída do estádio, reparei a existência de um cemitério bem ao lado. Claro! Pensei na hora: Barça para sempre!!

 

Se o clube de Messi, Iniesta, Ronaldinho Gaúcho, Figo, Stoichkov e tantos outros é um símbolo da cidade, não muito diferente acontece no plano artístico e arquitetônico. Mas nesse aspecto, reina apenas um nome: Gaudi (com todo o respeito a Miró). Por esse motivo, não podíamos deixar de conhecer uma de suas obras mais importantes: a Casa Batló. Entrar custa caro (cerca de 25 euros com audioguia), mas não tem como faltar. Gaudi foi ousado e funcional por natureza. Para os que forem das áreas de design ou arquitetura, creio que a visita será melhor ainda.

 

Esse tipo de passeio não dá fome apenas de conhecimento. Então, procuramos um lugar por perto para comer, não sem antes comprar os souvenirs para a família. O bairro é Eixample, algo como Leblon ou Ipanema, só que sem praia. Um pouco cansados da multidão de turistas, na qual estávamos incluídos ironicamente, nos distanciamos da rua principal. Encontramos uma rua sem trânsito de veículos, com vários restaurantes com mesas na calçada.

 

Após algum tempo, percebemos que haviámos parado em um reduto gay de Barcelona. Havia ali perto até algo como uma associação em defesa dos direitos homossexuais. Como não estava na programação e a fome era grande, nem lembrei de anotar o nome da rua (creio que seja próxima à Plaça de Tetuan), mas ali recebemos o melhor atendimento da viagem até então, excelente para nos depedirmos da cidade com chave de ouro.

 

Barcelona superou todas as expectativas, mas era hora de seguir adiante. Sabe aquela história de que todos os caminhos levam a Roma? Pois é! Só precisávamos esperar a manhã seguinte para partirmos. Mas isso é história para outro dia...

 

Até!

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