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Sob pressão indígena, Peru revê decreto


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Fonte: O Estadão

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090611/not_imp385860,0.php

 

Sob pressão indígena, Peru revê decreto

Lei que causou onda de protestos e 30 mortes é suspensa por 90 dias

Efe, AFP e AP, LIMA

 

O Congresso peruano aprovou ontem - com 57 votos a favor, 48 contra e 1 abstenção - a suspensão por 90 dias da lei que trata da utilização de recursos da região amazônica, contra a qual os indígenas do país estão protestando há mais de um mês. A lei permite a exploração de gás e petróleo na Amazônia peruana. Segundo os indígenas, ela abre uma brecha para que multinacionais "expropriem" as riquezas de suas terras.

 

A suspensão tem como objetivo apaziguar o movimento indígena. Além do partido governista, apoiaram a medida o conservador Unidade Nacional, o fujimorista Aliança pelo Futuro e o independente Aliança Nacional. O opositor Partido Nacionalista Peruano queria a revogação definitiva da lei.

 

O debate no Congresso foi convocado com o presidente Alan García sob pressão. Na sexta-feira, choques entre policiais e indígenas deixaram mais de 30 mortos e abriram a pior crise do governo García. A ação foi criticada pelos vizinhos, o Peru teve de se explicar na Organização dos Estados Americanos (OEA) e a ministra da Mulher e do Desenvolvimento Social, Carmen Vildoso, renunciou.

 

Ontem, indígenas voltaram a bloquear a estrada que passa por Yurimaguas, a 1.400 quilômetros de Lima, após uma trégua temporária. A construtora brasileira Odebrecht informou que suas obras na região de Bagua ainda estavam paralisadas por causa do toque de recolher estabelecido no local.

 

Os choques entre nativos e policiais também se tornaram o pivô de uma troca de insultos entre García e o presidente boliviano, Evo Morales.

 

O líder peruano acusou Evo de incentivar protestos de movimentos indígenas na Amazônia peruana. "Um governante de um país próximo e vizinho enviou mensagens incandescentes a populações indígenas dizendo que eram vítimas de uma exploração tremenda e um esquecimento absoluto", disse.

 

Segundo o presidente peruano, a mensagem foi transmitida durante a 6ª Cúpula Continental de Povos e Nacionalidades Indígenas, realizada em maio na cidade de Puno, na fronteira com a Bolívia. Teria sido nessa cúpula que os indígenas decidiram bloquear estradas.

 

"(Durante o encontro) falou-se em levantamento indígena e em insurgência", disse García. Em um comunicado, o governo boliviano negou que Evo tivesse qualquer vínculo com os protestos no Peru.

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