Membros Pedro85 Postado Dezembro 19, 2014 Membros Postado Dezembro 19, 2014 Olá pessoal! Parabéns ao fórum já encontrei aqui muita informação útil! Sou português e no passado mês de Julho viajei para o oeste dos Estados Unidos para fazer uma road trip. A viagem foi feita com mais 13 pessoas (todos brasileiros) e com uma minha guia, que também ela era brasileira (vivia em Los Angeles)... Coloquei o relato no meu site (http://www.pedropt.com/sonhosdooeste) mas vou copiar para aqui para que possam ler e tirar as dúvidas que quiserem! --------------------------------------- Os preparativos da viagem começaram algumas semanas antes da mesma se iniciar. Sendo cidadão europeu não necessitava de visto para entrar nos EUA, apenas de tirar o Passaporte Eletrónico Português (PEP) e a da requisição do ESTA, que é feita on-line e tem um custo de 14$. Decidi levar algum dinheiro comigo por isso na semana anterior da viagem, pedi ao meu banco para trocar Euros por Dólares e algumas Libras, dado que ia fazer duas escalas em Londres. Dia 15: Porto - Lisboa - Londres - Los Angeles O dia começou bem cedo e adivinhava-se longo. Levantei-me de madrugada e apanhei o Alfa Pendular em direção a Lisboa. Já no aeroporto, formalidades de embarque (bagagem, e etc) e o avião parte para Londres. A companhia escolhida pela agência foi a British Airways. Era também a primeira vez que pisava solo britânico, se é que se pode dizer isso quando se está num Aeroporto, mas desta vez a escala em London Heathrow foi curta, só deu tempo para trocar de terminal e almoçar algo rápido antes de embarcar. Parti então para Los Angeles, uma viagem de cerca de 10 horas que, para quem não andava de avião há anos, revelou-se bastante cansativa. O Avião saiu por volta das 16h40. Durante o voo, um comissário de bordo passou pelo corredor a perguntar quem estava interessado em preencher um papel azul e branco (mais tarde soube que se chama "customs declaration"), mas ignorei, uma má decisão como vou revelar a seguir. Chegado a Los Angeles, por volta das 19h30 locais, deu para ter uma noção do clima peculiar que se vive na cidade pois apesar de estar calor, a cidade estava coberta de nuvens. Saido do avião, e com aquela sensação de pisar o solo americano pela 1ª vez, dirijo-me à fila da emigração a todo o gás. Quando chega a minha vez, o polícia (bem ao estilo americano, alto e gordinho) pergunta-me pela “customs declaration” e eu sem fazer ideia do que era. Manda-me então preencher uma declaração e voltar lá. Lá fui eu às informações, e com a ajuda da empregada preencho a tal declaração, com os meus dados pessoais, morada onde ia ficar, valor a declarar, entre outras coisas. Entretanto foram chegando pessoas de outros voos, por isso quando volto para a fila tive de esperar cerca de 1 hora! Chega a minha vez, agora com um polícia bem mais simpático, entrego a declaração (não me perguntaram pelo ESTA), pergunta-me o que vou fazer lá, onde vou ficar, quanto tempo vou ficar, entre ourtas questões. Depois de me tirar as impressões digitais de todos os dedos das mãos e algumas fotografias ao rosto, dá o aval para a minha entrada nos EUA. Uffff, finalmente! Vou buscar a bagagem, entrego o papel a outro polícia e finalmente chego ao hall do aeroporto internacional de Los Angeles, mais conhecido como LAX! Tinham-me avisado que o guia da minha viagem ia estar presente com um cartaz, para que a possa reconhecer. Numa primeira vista não encontrei mas depois de correr todo o Hall (que não é assim tão grande), lá vi o cartaz e a pessoa que serviu de minha guia para toda a viagem. Apresentações feitas, é feito o transfer para o hotel, que ficava bem perto do aeroporto (cidade de Hawthorne). Dia 16: Los Angeles O primeiro dia em Los Angeles começou bem cedo, à semelhança do que aconteceu durante toda a viagem. 7h45 normalmente era a hora combinada para partir. Tive que me adaptar à comida e principalmente ao pequeno almoço, algo aliás que acabou por se revelar menos custoso do que o esperado. Troquei os tradicionais leite com cereais ou leite com aveia pelos ovos mexidos, bacon, fruta, panquecas, pães, doces, cafés americanos, entre outros. Só houve algo que nunca fui capaz de comer ao pequeno almoço e que estavam disponíveis quase sempre: hamburgers. De resto, dou razão aos americanos, de facto com um pequeno almoço mais recheado, ficamos com outra disposição para o resto do dia. Outro dado engraçado foi o facto de, neste pequeno almoço, ter falado em inglês com pessoas do meu grupo de viagem, e que minutos depois passei a conhecer. Apresentações do grupo (14 pessoas apenas) e da guia feitas, partimos de visita a Los Angeles. Passamos pela cidade de Santa Monica onde paramos para tirar algumas fotografias. A seguir partimos para uma das zonas mais conhecidas de Los Angeles, Beverly Hills, um bairro bastante rico e conhecido do cinema/séries, e onde vivem vários famosos. Visitamos a zona equivalente à que se chama em Portugal por Paços do Concelho, o antigo edifício de entrega dos Óscares e o local onde foi fundada a cidade de Los Angeles. Depois seguimos para Hollywood Boulevard, uma zona que dispensa apresentações. Para além do Teatro Chinês, Madame Tousands, Walk Of Fame (Passeio da Fama) que possui as estrelas estampadas nos passeios, das marcas das estrelas do cinema no cimento, entre outros, pode-se encontrar o Dolby Theatre, local famoso de entrega dos Óscares. O local fica também muito perto do lettering Hollywood, bem conhecido mundialmente. Seguimos para a Universal Studios (visita opcional de 85$), situados na zona das montanhas a norte de Los Angeles. Foi uma agradável surpresa pois é um parque constituido pelas mais variadas atrações do cinema. Passamos a tarde no parque, mas o meu conselho para quem faça intenções de o visitar é que reserve o dia inteiro. O preço é de 85$, vale bem o valor, mas é muito extenso, impossibilitando a visita à maioria das atrações apenas numa tarde. Dei uma volta geral aos estúdios e visitei algumas atrações: Casa Assombrada, Show dos animais, assisti a uma demonstração sobre como são feitos os efeitos especiais no cinema e por fim assisti ao espetacular “Waterland Show”, com excelentes atores proporcionando um teatro bem real. Deu tempo ainda para visitar as tradicionais lojas de souvenirs e comprar recordações para levar para Portugal. Dia 17: Los Angeles - Palm Springs - Joshua Tree park - Laughlin De manhã, após tomarmos o pequeno almoço, saímos em direção ao deserto do Mojave. Muito bonito foi ver a extensão da cidade de Los Angeles, visto da parte sudeste. Paramos em Palm Springs, uma cidade considerada como Oásis no deserto, e famosa pelas suas águas termais. O calor já se fazia sentir por esta altura, a diferença de temperatura para Los Angeles foi bem notória. Depois disso paramos um pouco mais à frente em Palm Desert, uma zona comercial onde tive oportunidade de fazer umas compras no Target (cadeia de supermercados americana) e visitar a Best Buy, conhecida cadeia americana de venda de produtos electrónicos, onde acabei por comprar um Chromecast. Estive quase para perder a cabeça e trazer um Surface Pro 3, fica bem mais em conta que em Portugal. Logo a seguir almoçamos na Home Town Buffet, mais uma cadeia americana mas desta vez de restaurantes self service. Após o almoço partimos para o Joshua National Park, um parque situado no meio do deserto e que se caracteriza por ter um tipo de cacto denominado de Joshua Tree e rochas arredondadas de baixa altura. Estava muito quente por esta altura, depois de uma rápida paragem seguimos em direção à cidadede Laughlin. Depois de várias horas de viagem, paramos então nesta cidade situada na extremidade Sul do estado do Nevada, junto ao rio Colorado. É uma pequena cidade que foi projetada a pensar em ser uma espécie de mini Las Vegas, com vários hotéis - casinos. Se já tinha achado quente enquanto estive no Joshua National Park, o que dizer de Laughlin! Um calor infernal, mesmo sendo final de tarde / início da noite mal se parava lá fora devido, em parte, ao vento quente típico dos desertos. Confesso que este foi o dia que menos gostei, não me sinto atraído por este tipo de ambientes mas serviu para conhecer. Ficamos no Hotel Aquarius. Dia 18: Laughlin - Williams - Grand Canyon Chegou o tão desejado dia, o da visita ao Grand Canyon. Este era um dos destinos obrigatórios nesta viagem sem o qual não a teria feito. Depois de tomar o pequeno almoço e fazer o checkout, partimos em direção a esta maravilha, seguindo a histórica Route 66. Durante o caminho via-se imensas casas em reservas indígenas, bem no isolamento do deserto, e algumas em que nem sequer cabos de eletricidade chegavam. Antes do almoço paramos na cidade de Williams, conhecida pela sua histórica estação de comboios. É uma típica cidade do oeste da Route 66, ponto de paragem obrigatório obrigatório e uma bela surpresa sem dúvida . Depois do almoço, partimos então para o Grand Canyon, parte Sul. Havia uma visita opcional de helicóptero sobre o Grand Canyon, cujo custo é de 199$. Apesar do valor não pensei duas vezes pois posso nunca lá voltar e arrepender-me de não o ter feito, por isso decidi sobrevoar o Grand Canyon de helicóptero! Como as fotos o demonstram, não existem palavras para descrever aquela sensação… Durante a viagem fomos ouvindo uma pequena explicação da mulher piloto enquanto ouvíamos uma música inspiradora à medida que sobrevoávamos aquela maravilha. O senão é que houve um engano da organização e o áudio estava em francês, em vez de inglês ou castelhano como estávamos a contar. Depois seguimos em direção à extremidade Sul (South Rim) do Grand Canyon, para o ver de perto. O Grand Canyon é o resultado de milhões e milhões de anos de erosão eólica e hídrica, formando uma expansão infinita de formas, cores e sombras. Ao fundo, algumas centenas de metros de altitude mais abaixo, pode-se ver o rio Colorado com uma tonalidade barrenta, devido à côr das rochas e terra que compõe o Grand Canyon. Estive lá cerca de 2 horas, tempo dividido para tirar fotografias, comprar recordações e sobretudo apreciar a beleza daquela paisagem. Existem vários caminhos para serem percorridos a pé, uns que seguem para a margem este e outros que descem mais para o fundo do vale. Infelizmente não tive tempo para os fazer mas ficará certamente para uma próxima oportunidade. Também se pode encontrar bastante fauna (não só neste parque porque nos outros parques que visitei também) sobretudo esquilos. No final da tarde acomodamos-nos no hotel da vila que ficava próxima do Grand Canyon, e fomos ao cinema ver um pequeno filme de cerca de 30 minutos. Confesso que estava à espera de outra coisa, um documentário a falar sobre a formação do Grand Canyon ou algo do género, mas acabei por assistir a um retrato do seu “descobrimento”. Na agenda para o futuro ficam dois pontos aos quais gostava de poder ter ido mas que, infelizmente, não houve tempo para tal: Hopi Point e caminhada até ao Rio Colorado. Dia 19: Grand Canyon (Desert View) - Monument Valley - Glen Canyon / Lake Powell - Kanab Fizemos-nos à estrada em direcção à parte leste do parque. Paramos então em Desert View para tirar mais umas fotografias e apreciar o Grand Canyon, desta vez desde a parte este. Os melhores sítios para isso são o denominado Navajo Point e a Watch Tower, que fica ao lado, e que foi construída há centenas de anos pelos indígenas. Só foi pena estar nublado e as fotografias não terem saído como o desejado. Depois seguimos em direção ao nordeste do estado do Arizona. Passamos por Tuba City e por outras reservas indígenas, parando para almoçar bem perto do nosso próximo destino, o Monument Valley. O Monument Valley é uma zona conhecida pelas filmagens dos filmes do velho oeste sobre cowboys, e caracteriza-se por ser um vale com várias colinas de tonalidade vermelho escuro. Abrange a fronteira dos estados do Arizona e Utah, encontrando-se de igual forma em território Navajo. Pode-se ver nas fotografias mais abaixo a beleza da paisagem, fotografias tiradas desde o Lookout Point, propriedade dos índios Navajo. É possível fazer-se um percurso de jeep através das estradas de terra, vendo as rochas mais de perto, mas no nosso caso não o fizemos. Outros dois pontos que não tive tempo de visitar: Horseshoe Bend e Antelope Canyon. Seguimos em direção a Page, uma pequena cidade mais a Oeste do Monument Valley. À chegada passamos a bonita ponte que atravessa o rio Colorado, situada em frente à barragem de Page. Paramos algum tempo para observar o Lake Powell e mais à frente para sentir o Glen Canyon. Ao final da tarde, já no estado do Utah, chegamos a Kanab, uma pequena cidade conhecida como sendo a Little Hollywood, devido ao facto de ter sido cenário de vários filmes naquela zona. Antes de irmos para o hotel fomos visitar e jantar no Chuck Wagon Cookouts, uma espécie de aldeia de cowboys. Quando recebem grupos de média dimensão costumam fazer uma peça de teatro / filme com os visitantes, mas como o nosso era de apenas 14 pessoas acabamos por não fazer isso. De notar que, por esta altura, estávamos com o horário em vigor do estado do Utah, isto é, uma hora a mais que o resto da viagem. Dia 20: Kanab - Bryce Canyon - Las Vegas De manhã cedo, após o pequeno almoço, partimos para o Bryce Canyon, mais um parque nacional dos EUA que se encontra situado a Sul do estado do Utah (um pouco mais a norte de Kanab). O Bryce Canyon caracteriza-se por ter uma pedra calcária de várias tonalidades devido à sua composição e pelas suas “janelas“, formas essas provocadas pela erosão e pelos animais que lá habitam. A seguir paramos numa pequena povoação situada nos arredores do parque, onde almoçamos e apreciamos as atrações turísticas que lá haviam, isto é, o retrato de uma vila do faroeste americano. Depois do almoço partimos então em direção ao deserto do Mojave, não sem antes fazer uma pequena paragem na cidade de St. George, fundada pelos Mórmon e conhecida pela sua reputada Universidade de Dixie. A meio da tarde chegamos a Las Vegas, uma das principais atrações do nosso circuito. Las Vegas é uma das cidades mais conhecidas do mundo por ser considerada a cidade do pecado. É um mundo à parte que vive do turismo, onde os casinos, o jogo, a diversão e o facto de ser uma cidade que não dorme a tornam muito apetecível. Os seus hotéis na rua "The Strip" são peculiares pois retratam, na sua maioria, uma cidade ou zona do mundo conhecida. São autênticos shoppings com várias lojas. Ficamos num hotel sem grandes atrações, exceto o tradicional casino, o Tropicana. Ao fim da tarde / princípio de noite fizemos um mini tour aos principais pontos da cidade, para ficar a conhecer melhor. Percorremos Las Vegas Boulevard (principal avenida de atrações da cidade também conhecida por "The Strip") de Sul a Norte, parando em vários pontos, dos quais destaco três: o hotel The Venetian, que retrata a cidade italiana de Veneza, e possui lá dentro canais onde se pode andar de barco. O tecto de algumas zonas do hotel também parecem o céu aberto, muito realístico mesmo. Fizemos uma pequena paragem na “Gold and Silver Pawn Shop”, conhecida da série “Pawn Stars” do canal História (em Portugal a série chama-se “O Preço da História” e no Brasil “Trato Feito”). Um pormenor engraçado é o facto de não seguir a série, e só tive conhecimento da importância desta visita depois de regressar a Portugal. Daí também não ter fotografias. Mais a norte, estivemos na Fremont Street Experience, um rua de diversão onde ocorrem concertos e onde, a cada hora a partir das 19h, as luzes apagam-se e começa a tocar música acompanhada por painéis de luz situados no teto. Dia 21: Las Vegas Normalmente diz-se que “What happens in Vegas, stays in Vegas” que em português significa “o que acontece em Las Vegas, fica em Las Vegas”, por isso não me vou alongar muito sobre este dia... Consegui visitar alguns hotéis como o Caesars Palace, Planet Hollywood, Excalibur, Luxor (Pirâmide do Egito), MGM, Paris, entre outros. Almocei na zona comercial sul da cidade, Town Square. Dei também uma volta na High Roller, a recém inaugurada roda-gigante, a mais alta do mundo. Quanto ao resto, o que se faz em Las Vegas fica em Las Vegas… Dia 22: Las Vegas - Death Valley - Bakersfield Um dia e pouco para visitar Las Vegas é insuficiente, a cidade é grande e só deu mesmo para visitar de fugida alguns hotéis. Seguimos de manhã cedo em direção à California, desta vez para visitar o vale da morte, Death Valley National Park. Adquiriu esse nome devido às várias mortes que ocorreram nessa zona durante a época da corrida ao ouro. Como o vale é bastante extenso e muito quente, as pessoas acabavam por perder-se e morrer de calor, no sentido literal. Não é aconselhável ir sozinho para este parque nem entrar em caminhos que não os oficiais. Depois de uma primeira paragem numa zona mais alta e bonita (ver na foto mais acima), seguimos para uma das zonas mais baixas da California, dos EUA e do mundo, o Badwater Point. São quase 100 metros abaixo do nível do mar. O calor era abrasador, por isso poucos minutos depois seguimos para Furnace Creek, onde almoçamos. Estavam cerca de 116ºF, isto é, 47ºC! Acho que foi a temperatura mais alta que senti em toda a minha vida... A seguir passamos ainda pelas dunas de areia de Stovepipe. Seguimos então para Bakersfield, cidade que ficamos a pernoitar onde onde usei o meu fato de banho pela única vez na viagem, na piscina do hotel. Depois do calor passado durante o dia, que bem soube! Dia 23: Bakersfield - Yosemite National Park - Modesto O dia foi, quase todo ele, dedicado à visita do Yosemite National Park, um dos parques mais visitados dos EUA. Desta vez saímos mais cedo pois a viagem em estrada ia ser mais longa que o habitual. Yosemite caracteriza-se pela sua vasta área de florestas, biodiversidade, formações rochosas de granito, assim como as suas pequenas cascatas de água. A parte da manhã foi dedicada à visita do Mariposa Grove, passando pelas suas árvores centenárias, entre as quais incluem-se as famosas sequoias gigantes. Após essa caminhada de cerca de 1 hora, e depois de paramos para comprar algo para um almoço leve, seguimos para o Yosemite Valley, onde se pode encontrar o Half Dome (“meia”montanha de granito) e as cascatas características da zona. Por fim seguimos para um centro turístico, uma pequena aldeia onde pudemos observar as cascatas mais de perto. A quantidade de água não era muita pois estávamos no verão e o ano não tinha sido propriamente chuvoso na zona. Confesso que, apesar de bonito, esta visita ao parque não foi tão entusiasmante como as outras. O facto de ter vivido vários anos em Andorra e ver dia após dia paisagens parecidas a esta se calhar deve ter pesado na minha opinião. Aquilo não me era estranho de facto, parecia um regresso ao passado. À noite ficamos em Modesto, outra cidade Californiana ao estilo da que tínhamos pernoitado no dia anterior. Dia 24: Modesto - San Francisco Saímos de Modesto bem cedinho para chegar cedo à cidade de San Francisco. Pelo caminho via-se bastantes campos com variados cultivos, entre os quais de uvas. Mais perto do destino, chegando ao vale, sentiu-se um cheirinho de Silicon Valley, considerado por muitos como uma zona motor da economia americana. Entramos em San Francisco passando pela cidade vizinha Oakland, a este da baía, atravessando a Bay Bridge. Deu para ver a antiga ponte, que está sendo desmontada em virtude dos estragos causados por um recente terremoto que assolou a região. Já na cidade, fizemos uma pequena paragem no junto ao Pier 3, porto junto à Bay Bridge e de frente à cidade de Oakland. A seguir fomos em direção ao centro da cidade passando, entre outros sítios, por Union Square (área financeira da cidade), Chinatown e os Paços do Concelho (San Francisco City Hall), onde fizemos uma curta paragem. Em seguida subimos até Twin Peacks, uma zona que possui duas montanhas com cerca de 300 metros de altitude, onde dá para ter uma vista panorâmica sobre a cidade. Fizemos uma pequena paragem também no “Golden Gate Garden”, mais concretamente junto à “California Academy of Sciences”. Dirigimos-nos então para a ponte “Golden Gate bridge”, sem dúvida uma das atrações e cartões de visita da cidade. Depois atravessámos a ponte Golden Gate e paramos para almoçar na pequena cidade de Sausalito que, tal como o nome o indica, possui bastantes raízes italianas. Depois do almoço fomos para San Francisco de Ferry, desembarcando no Pier 41. É um percurso bastante turístico, caracterizado por levar muitos turistas com bicicletas, como irei explicar mais à frente. A vista de toda a baía é esplêndida, desde o Norte, passando pela ilha de Alcatraz, cidades de Oakland e San Francisco, até à Golden Gate. Após isso, fomos para o hotel fazer o check-in, despedindo-me assim de todo o grupo que ao longo daquela semana e meia me acompanhou. Tendo a restante da tarde livre (já não restavam muitas horas), decidi visitar o Pier 39, o porto mais conhecido da cidade, que é caracterizado pelo seu comércio. É neste porto também que se situam os leões marinhos. Decidi também alugar uma bicicleta para fazer o percurso turístico do Pier 39 até à cidade de Sausalito, atravessando a Golden Gate. No meu caso só fiz metade do percurso, devido ao facto de já ter estado na cidade de Sausalito e de não ter tempo para fazer o percurso. No tempo restante, até à noite, decidi percorrer as ruas mais perto do mar, onde se pode já notar o nível acidentado das ruas de San Francisco. Dia 25: San Francisco - Londres Eis que chega o meu último dia da viagem. Tinha de sair do hotel até às 12h00 não tendo muitos sítios aos quais pudesse visitar, por isso decidi percorrer a Columbus Ave (rua espécie de diagonal sobre a cidade) até bem perto do edifício “Transamerica Pyramid”, no centro da cidade. Voltei a passar também pelo Pier 39. Depois de sair do quarto com a bagagem por volta das 12h00 e de almoçar, esperei pelo transfer para me levar ao Aeroporto Internacional de San Francisco, acabando desta forma a minha aventura no oeste americano. Não tive muito tempo para visitar a cidade sem outros sítios adjacentes de especial interesse para mim. Falo, por exemplo, das Universidade de Berkeley, Universidade de Standford e algumas sedes das maiores empresas de tecnologia que ficam situadas no coração de Silicon Valley, como é o caso do Facebook, Google ou Microsoft. Ficará para uma próxima oportunidade. Dia 26: Londres - Lisboa - Casa O voo saiu de San Francisco por volta das 17h00 mas devido à diferença de fuso horário, e à duração da viagem (cerca de 9 horas), cheguei a Londres, onde voltei a fazer escala, por volta das 11h00 locais. Como o avião para Portugal só iria partir às 20h30, decidi fazer uma visita relâmpago à capital do reino. Comprei bilhetes cerca de 1 mês antes para o Heathrow Express, que faz Heathrow - Paddington em cerca de 15 minutos. Em Londres comprei um cartão de 24 horas para andar livremente na cidade nas zonas 1 e 2, tendo custado 9£. Para não perder o lanço do que acontecia nos EUA, foram mesmo visitas relâmpago, parando em várias estações de metro e visitando vários lugares num curto espaço de tempo. Deu tempo ainda para me perder, enquanto não me ambientei ao funcionamento do metro, que mais tarde vim a descobrir que era semelhante ao do Porto. Os sítios que visitei foram essencialmente em Westminster: London Bridge, London Eye, Big Ben, St. James Park e Buckingham Palace. Parei também em Fulham Broadway, onde saí para ver o estádio do Chelsea. Regressei então para Paddington e de seguida para Heathrow onde, depois de alguma espera, embarquei em direção a Portugal. Cheguei algo cansado devido à maratona quase sem dormir desde San Francisco até Portugal. Foram umas férias bastante exigentes a nível físico, mas muito gratificantes. Sem dúvida a viagem da minha vida! Só recuperei do Jet Lag e principalmente da típica “depressão pós férias” umas duas semanas depois de tudo ter terminado. Deixo apenas algumas notas curtas em jeito de conclusão. - Os americanos são muito prestáveis, sabem como tratar os turistas, nada que não estivesse à espera porque já me tinham dito, mas mesmo assim é de realçar. Quando as pessoas entram nas lojas saúdam sempre o turista. Até nas caixas dos supermercados perguntavam "how are you?" ("Como estás"). - Existe muita diversidade e notei um grande respeito pelas várias culturas que existem no país. - A diferença entre sexos e idades é quase nula, tanto se vê homens a limpar o quarto como mulheres a pilotar um helicóptero! Vê-se pessoas a fazer o mesmo tipo de trabalho, tenham elas 18 ou 70 anos. Aqui em Portugal é impensável... - Há imensa gente idosa a trabalhar. Lembro-me de uma senhora, em Williams, que devia ter bem mais de 80 anos e trabalhava nas caixas de um supermercado. Outra curiosidade é o facto do empregado não necessitar de esconder os seus piercings ou tatuagens, ao contrário do que acontece em Portugal. - Os EUA são mesmo o país do fast food. Cadeias como o McDonalds, Jack In the Box, Burger King, entre muitas outras, vê-se às dezenas em cada esquina. Esta foi a minha maior dificuldade, primeiro porque sou muito esquisito com a comida e depois porque detesto fast food. Há anos que não ia ao McDonalds... Lá fui 3 ou 4 vezes! Mas tentava sempre arranjar restaurantes tipo buffet onde fica mais caro mas a alimentação é mais decentemente. No entanto adorei os pequenos almoços americanos. - Os obesos lá são mesmo obesos, está na cultura deles, é mesmo como vemos na TV. Gente de todas as idades com cintura de 2 metros era normal ver em cada esquina! - Em contra partida, os americanos parecem tratar muito bem os animais, se calhar melhor que se tratam a eles próprios, ao avaliar pela quantidade de "Pet Clinics" (clínicas veterinárias) em cada quarteirão. - Queda de um mito, ou talvez não, das pessoas que me perguntaram "Where are you from", todas conheciam Portugal, excepto um índio de 200Kg a quem lhe pedi uma informação e que encontrei quando ia a caminho do Monument Valley! (perguntou-me se ficava na França) Várias foram as pessoas que referenciaram Cristiano Ronaldo, é sem dúvida o principal cartão de visita do nosso país e talvez o português mais conhecido de lá. - Nos EUA existe muito a cultura das gorjetas, sendo hábito deixar cerca de 15% a 20% no mínimo ao empregado que nos atendeu. O valor das gorjetas varia consoante o tipo de trabalho e a satisfação do cliente. - O preço da gasolina é de facto muito barata quando comparado com o praticado na Europa. O preço do galão (cerca de 3,8 litros) variava entre os 3,50$ e os 4,20$, dependendo do estado e da localização. - Enquanto estive nos EUA usava o Wi-Fi para comunicar através do Skype para as redes fixas e móveis portuguesas, ficando o preço a apenas alguns cêntimos por minuto. --------------------------------------- http://www.pedropt.com/sonhosdooeste Espero que gostem. Qualquer dúvida que tenham podem perguntar... 1 Citar
Colaboradores hlirajunior Postado Dezembro 21, 2014 Colaboradores Postado Dezembro 21, 2014 Muito legal o relato Pedro, show de viagem. Estou indo para a California amanhã. Citar
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