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Carnaval em hotel de selva na Amazônia (esquema-patrão)


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Ressalva: esta viagem passa longe, muito longe do esquema mochileiro. Foi esquema-patrão quase total. O custo foi alto, muito alto, tão alto que eu quero esquecer. Na verdade, já esqueci os valores exatos. Amem.

 

A lembrança, que é o que vale, permanece (e haverá de permanecer!) é integralmente positiva.

 

Dentre as opções que considerávamos para o feriado de Carnaval, passar o período na selva era uma delas. Já estivéramos em Manaus no ano anterior, e um dos passeios que fizemos foi um bate-volta ao Ariaú, hotel de selva pioneiro (e decadente). Deu vontade de curtir a coisa na selva.

 

Sem ilusões: Amazônia é cara. Hotel de selva na Amazônia é caro. Há opções mais em conta sim. Mas, nessa primeira experiência, optamos por um “tradicional” (e consequente sacrifício das contas).

 

Fizemos uma pré-seleção, onde excluímos os mais luxuosos e demos preferência estrita aos mais enfurnados na selva. Uacari nos pareceu ser o mais enfurnado e era nossa primeira opção. No entanto, a logística para chegar até lá era bem complicada ($$$), sobretudo considerando nossa disponibilidade limitada: tinha de ser no feriado de Carnaval. As passagens da Azul, única que voa até Tefé (de onde parte um barco até Uacari) estavam caríssimas e, consultando uma agência, eles disseram que não havia saídas no dia em que queríamos.

 

Optamos então pelo Juma Amazon Lodge. Tinha lido a dica da agência Viverde no blog do Ricardo Freire e, sei lá pq!, de fato era mais em conta fechar com eles do que diretamente com o Juma. Fechamos e deu tudo certo.

 

Fora o Juma, chegamos em Manaus na sexta de noite e dormimos no Ibis. O pacote de Juma inclui transfer aeroporto-hotel em Manaus-Juma-Manaus (onde vc for ficar). O hotel em Manaus é por sua conta.

 

No sábado de manhã a van foi lá nos buscar no Ibis. Para chegar ao Juma é uma saga: a van nos pega e deixa no porto, onde pegamos um barco para cruzar o rio. É onde se pode observar o famoso encontro dos rios. Do outro lado, pegamos novamente uma van, que nos leva a outro rio. E lá, finalmente, pegamos outro barco, que dessa vez nos deixa no Juma. Tecnicamente fica no município de Autazes. O trajeto todo dura pelo menos 3 horas. Distâncias amazônicas são isso aí!

 

No nosso caso o trajeto durou um pouco mais, pq o barco do trecho final tinha algum problema e atrasou. Mas fomos entretidos pelo Armênio, que tem uma barraquinha estrategicamente lotada na área de embarque. Que é tb onde ele mora há décadas, desde que saiu de Montes Claros (se não me engano), MG. Ele adora uma prosa, levou a galera toda para ver as frutas que ele planta e colhe. Ver e provar! Figura ímpar, o Armênio. Se vc for ao Juma, não perca a chance de para na barraca dele para comer um côco e trocar uma prosa.

 

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Um nativo, estava sempre lá perto do restaurante

 

Chegamos ao Juma já praticamente na hora do almoço. Fomos conferir as instalações antes de almoçar. Os quartos são espaçosos. Três camas, varanda. Banheiro simples, que atende muito bem. Passarelas interligam os quartos com restaurante, redário, áreas de embarque/desembarque (que também são áreas para mergulhar no rio), etc.

 

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Na cheia as árvores ficam assim

 

Dica: leve chinelos. Ou relaxe e ande descalço. Eu levei somente tênis, tendo a coisa da selva na cabeça. Acabei andando descalço pelas passarelas do Juma.

 

Depois do almoço já rolou o primeiro passeio. O pacote inclui passeios de manhã e de tarde. Os passeios dependem da quantidade de dias que vc ficar. Esse primeiro passeio foi passear de canoa. Partimos do Juma de barco (todos os passeios incluem saída de barco, o que, por si só, já é um passeio; ao menos para mim!) que levava as canoas a reboque. Em algum ponto ele para e lá vamos nós remar as canoas. Em dupla. Muito agradável, a maior paz.

 

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Canoas ao entardecer

 

Na volta tem um lanchinho de fim de tarde. Haja comida: café, almoço, lanche da tarde e janta. Tudo incluso. Bebidas exclusas, mas a preços decentes, considerando a distância em que estamos da área urbana.

 

As refeições são esquema buffet. Sempre havia um peixe de rio (pirarucu, tucunaré, tambaqui), além de outras opções mais internacionais. Comida muito saborosa. As mesas são dividas em grupos, e cada grupo tem um guia, o que acaba limitando um pouco a interação com outros hóspedes: vc fica limitado ao seu grupo nesses momentos.

 

Não tivemos muitos problemas com mosquitos. Geralmente eu ficava na varanda no entardecer lendo alguma coisa na rede. A bicharada da selva estava sempre por lá -- geralmente insetos, pequenos voadores, morcegos. Mas, conforme a noite chegava, os bichos ficavam bem chatos, era hora de ir para dentro do quarto. [aliás, se vc tem aversão a bichos, a selva evidentemente não é seu lugar].

 

Na primeira noite, depois da janta tem uma palestra na sede principal. Essa sede principal é onde vc é recebido, é onde funciona o bar, é onde se faz social, é onde rola o lanche da tarde. A palestra fala um pouco da Amazônia, da região, do Juma, dos passeios e etc. Varia de guia para guia. Assisti partes de palestras de outros guias e vi diferenças. São todas interessantes.

 

No segundo dia o passeio da manhã foi caminhada na selva. Bem tranquila, bem interessante. Basicamente para conhecer a flora e, claro, caminhar na selva amazônica. De vez em quando alguns porquinhos (selvagens?) apareciam pelo caminho. Da primeira vez deu susto na galera, depois todos curtiram.

 

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Um selvagem!

 

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Frutos (?) da floresta

 

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Ponha sua mão e as formigas virão

 

Depois do almoço, fomos curtir um pouco do rio. O Juma tem um deck bem convidativo.

 

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De tarde o programa era pescaria de piranha. Todo mundo ganha seu anzol para se aventurar na empreitada. Nessa época de chuvas tem menos peixes dando mole. Sei que ninguém pescou nada, ahahaha. E olha que tentamos em diversos lugares. Mas outros grupos pescaram, e várias. E nos ofereceram na janta. :)

 

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O que é rio e o que é terra?

 

Outra coisa bacana da pescaria é o por do sol que se assiste de dentro do barco, no meio do rio. Momento de contemplação.

 

Nesse dia teve passeio de noite tb, depois da janta. Focagem de jacarés. Não tem muitos (lugar de ver vida selvagem é no Pantanal), mas nosso guia conseguiu pegar um filhote para a turma "turistar" (tirar foto, tocar, etc.).

 

No terceiro dia acordamos cedo, de madrugada, para passear no rio e ver o sol nascer. O problema era que não havia céu aberto para ver o sol nascer. Ainda assim, é um momento de beleza ímpar.

 

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Depois do café fomos fazer outra caminhada na selva, seguida de um churrasco (inclusive com peixe de rio na brasa!). Esquema-patrão é isso aí! A curtição incluiu ainda um mergulho pelo rio. Só não pode ter medo das piranhas.

 

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Nesse cotoco tem vermes...

 

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... e os vermes viram churrasquinho (e sim, a galera come)

 

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Churrasco "normal"

 

De tarde seguimos para uma casa de um caboclo. Tem algumas coisas pra vender, tinha uma mega cobra, cupuaçu, como é feita a farinha de mandioca (bem interessante!), etc. Mas o maior barato por lá era a Brigite, uma anta muito amável.

 

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Brigite

 

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Cupuaçu, um vício

 

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Brigite nadando para não nos deixar partir!

 

De noite rolou uma caminhada na selva. Fomos de barco para outro lugar e fizemos uma trilha circular na selva. Boa parte do grupo amarelou, fomos somente eu e duas meninas (nosso grupo eram 10 pessoas), além do guia e do barqueiro. Recomenda-se usar proteção anti-cobra (esqueci o nome) para as canelas, eheheheh. A trilha foi bem tranquila, na verdade. Mas é um grande barato você estar na selva, de noite, só de lanterna. Na volta, já perto do fim, é que vimos uma tarântula do tamanho de uma mão. No meio da trilha, peluda. Paradona. Muito bonita.

 

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Tarântula!

 

Quarto dia era o último dia cheio da viagem. Novamente acordamos cedo e tentamos ver se rolava nascer do sol. Nada, nublado de novo.

 

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Nosso grupo foi embora nesse dia (as partidas são geralmente de manhã, depois do café), nos juntamos a outro. Fomos conhecer uma gigantesca Samaúma, uma árvore monumental de 300 anos. Acho que ficava +- uma hora de barco. No meio do caminho começou a chover, e a intensidade foi aumentando. Qdo chegamos na Samaúma, chovia pesadamente. Até descemos e curtimos um pouco, mas era chuva demais. Ficamos pouco tempo e logo voltamos.

 

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A Samaúma monumental

 

De tarde havia outra programação originalmente, mas topamos tentar novamente a pescaria de piranha. Novamente fracassamos, ahahahaha. Mas nosso guia conseguiu pescar duas, uma delas de tamanho acima da média. Jantamos a piranha.

 

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Piranha!

 

O quinto dia foi um dia de viagem. Depois do café da manhã fazemos o check-out e começa o longo caminho de volta até Manaus. Choveu pesadamente qdo cruzamos novamente o encontro dos rios.

 

No caminho, no meio do rio, paramos numa criação de pirarucus. Os bichos são sinistramente fortes. A galera coloca uma isca (um peixe!) amarrada num barbante para atiçar os pirarucus a darem saltos. Qdo eles conseguem abocanhar a isca, vc não tem como evitar: eles são mais fortes.

 

Depois disso, chegamos ao outro lado e a van nos deixou no aeroporto. Passamos a tarde tomando cervejinhas no lugar mais em conta que encontramos no aeroporto reformado (e quase sem opções) de Manaus, até pegar o voo de volta ao Rio.

 

Mais um feriado explorando alguma coisa pelo Brasil!

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