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Aventura na trilha sem ajuda de roda e tração


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:arrow: FONTE: Gazeta do Povo

http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/esportes/conteudo.phtml?tl=1&id=917447&tit=Aventura-na-trilha-sem-ajuda-de-roda-e-tracao

 

Criada nos anos 90 e ainda em crescimento no Paraná, modalidade se inspira nas tradicionais provas de regularidade com jipes e motos

 

 

Quanto pior, melhor. O lema adotado nos enduros de automóveis foi pego de empréstimo por um pessoal que decidiu dar folga às máquinas, percorrer trilhas nas matas a pé e fazer disso esporte.

 

Ainda poucos no Paraná, os praticantes do enduro a pé destacam que não se trata de um descompromissado passeio na natureza. É uma batalha contra os próprios limites e contra o relógio. O vencedor, no entanto, não é quem chega em menos tempo, como nas corridas de aventura. O objetivo é a regularidade. Ou seja, cumprir a rota traçada conforme as indicações impostas em uma planilha, assim como nos raids de jipe.

 

Embora ainda pouco conhecido – e bastante confundido com o trekking (nome para qualquer ti po de caminhada, ao ar livre ou fechado, com obstáculos ou não) – o enduro a pé já possui competições nacionais. Uma delas é o Brasileirão, em que um dos campeões da edição deste ano é o curitibano (por adoção) Roberto Navas.

 

Na capital paranaense há dois anos, o gerente de projetos de 38 anos ainda não tem equipe local. Para disputar o nacional, realizado em junho no distrito de Ipiabas (RJ), integrou uma equipe mineira, a Camellos. “Já tenho mais de cem etapas feitas. Tinha final de semana que eu disputava até três provas”, conta.

 

Ao contrário das provas paranaenses, simplificadas para formar competidores, as trilhas em outros estados contam apoio tecnológico digno das grandes provas de rali de automóveis. “Usamos calculadora HP 48, Palm e equipamentos de navegação como o totem e o GPS. Em um rali mede-se distância em quilômetro por hora. Nós andamos em metro por segundo”, fala Navas. “O investimento pode chegar a R$ 1 mil. Ainda menos custoso que uma corrida de aventura”, compara o campeão brasileiro. (AB)

 

O enduro a pé nasceu no início da década de 1990 em Minas Ge rais, da vontade dos motociclistas percorrerem trilhas sem as duas rodas. O esporte ganhou adeptos em vários estados, especialmente em São Paulo. Estima-se que sejam hoje cerca de 4 mil participantes no país. No Paraná, a modalidade ainda é embrionária, com provas mais simples e curtas. Em Curitiba, cerca de 150 pessoas dedicam seus finais de semana às trilhas.

 

“O Paraná tem um potencial impressionante para o enduro a pé. Temos uma vegetação fantástica, em lugares próximos a grandes cidades”, diz o sócio da Trilha Pé Aventura (empresa de Curitiba que promove a modalidade), Silvio Joucowski.

 

Uma etapa dura, em média, duas horas e percorre 6 km mata adentro, com obstáculos naturais, como rios, subidas e descidas. O desafio aumenta nas provas noturnas. Bom competidor é aquele que passa nos pontos de controle (PCs) espalhados pelo trajeto no tempo estipulado pelos organizadores. Para aumentar o nível de dificuldade, os enduristas recebem a planilha em metros e precisam converter as distâncias em passos.

 

Por isso, é um esporte coletivo. As equipes são formadas de três a seis integrantes. Munidos de planilhas, caneta, cronômetro e calculadora (para a conversão metro/passada), cada um tem função bem definida. Ao cronometrista cabe ditar o ritmo da caminhada; o contador de passos faz exatamente o que o nome diz e o anotador calcula o tempo ideal para cada trecho.

 

“Exige concentração, tranquilidade, poder de decisão e ótimo trabalho em equipe. Não é uma gincana”, diz o diretor de provas do Campeonato Paulista de Enduro a Pé, Esdras Martins.

 

Quanto mais unidos os integrantes, melhor o desempenho da equipe. Nessa hora, um grupo familiar pode levar vantagem. “Monto planilhas no computador com dados da prova e treino em casa com minha esposa, meu irmão e meu pai, de 58 anos. O enduro nos deixou mais unidos”, fala Everton Tulio, 28 anos. Os quatro são a equipe Amolama e desde janeiro participam de etapas na região de Curitiba.

 

Participantes e organizadores das provas garantem que para estrear em uma prova de enduro a pé basta um mínimo de disposição para caminhar.“Uma coisa que aprendemos é manter o foco na planilha. Não dá para se afobar quando acontece o primeiro atraso. Prejudica o resto do desempenho”, diz Gustavo Müller, 27 anos, da equipe Johnny Walkers, formada por amigos de infância.

 

Serviço

 

Em Curitiba, a Trilha Pé Aventura promove provas de Enduro a Pé todo último domingo do mês. Mais informações: www.trilhape.com.br.

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