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Fim de semana em Olinda


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Desde nossa primeira ida a Pernambuco que Olinda ficou no subconsciente para uma segunda vez. Daquela primeira vez, estivemos por lá por uma tarde. Menos que isso, na verdade. Eu diria que fizemos um reconhecimento do local. Gostamos, reservamos na memória, e esperamos uma outra oportunidade.

 

O “problema” é que, sempre que havia promoção para o Recife, optávamos por explorar outros cantos. As promoções rarearam (ou os preços incrivelmente baixos tornaram-se um pouco mais altos). Enfim, a vez de Olinda chegou. Estivemos lá em junho deste ano para curtir um fim de semana dedicado.

 

Olinda é cidade de casinhas coloridas, belas fachadas, ladeiras igrejas históricas. É lugar de tapioca do Alto da Sé. Lá também é lugar para curtir um belo visual. Tem Carnaval tradicionalíssimo também, mas não era época.

 

No longo tempo entre a compra da passagem e a viagem, a Gol cancelou tanto o voo de ida quanto o de volta, encurtando nosso tempo na cidade. Mas nada que afetasse muito. Curtimos bastante mesmo assim.

 

Chegamos na madrugada de sexta para sábado e fomos direto para nossa pousada em Olinda. Direto dormir, na verdade.

 

Acordamos cedo no sábado e saímos para desbravar a cidade. Subimos a Ladeira da Misericórdia, (re)vimos o Alto da Sé (naquele momento ainda começando a montar o dia). Entramos na Igreja da Sé (Igreja de São Salvador do Mundo), que da vez que estivemos estava fechada. Aproveitamos para curtir o visual extraordinário que tem de lá do alto. Vale a pena, não deixe de conhecer o visual que há atrás da igreja.

 

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Visual do alto da Sé

 

Fomos rever então o Convento de São Francisco, talvez a mais bela da cidade. Contribuição de meros R$ 2 para entrar e admirar uma vasta coleção de azulejos portugueses (painéis, na verdade), e belos trabalhos talhados em madeira. Trata-se de um complexo, que inclui a Igreja de Nossa Senhora das Neves, a Capela de São Roque e a Capela de Santana. É a igreja mais bacana da cidade, na minha opinião. Foi ótimo rever.

 

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Azulejos portugueses no Convento de São Francisco

 

Descemos até a Praça do Carmo, onde fica a Igreja do Carmo, que também estava fechada da outra vez que visitamos a cidade. Ficou reformando por anos, e foi reaberta recentemente. Também há cobrança de R$ 2 como contribuição. Nos arredores da praça é onde ficam majoritariamente os guias assediando turistas. Alguns vieram falar conosco, mas dispensamos tranquilamente.

 

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Igreja do Carmo

 

De lá seguimos para completar o circuito. Era hora de almoço, então o Mosteiro de São Bento, outra relíquia da cidade, estava fechado. Demos sorte de a Igreja de São Sebastião estar aberta para um batizado e pudemos conhecê-la. É uma igreja menor, mais simples.

 

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Mosteiro de São Bento – a igreja mais rica da cidade (fechada na hora desta foto)

 

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Igreja de São Sebastião, ao lado da Câmara de Vereadores

 

Seguimos por uma área mais largada da cidade em direção à Bica de São Pedro. Consta que é a bica de maior vazão da cidade, e que ainda serve à população. Estava seca.

 

Subimos de volta, passando pelo Museu de Arte Contemporânea (também fechado). Passamos pelo Museu do Mamulengo, que constava que estaria aberto num sábado à tarde e que todos gostaríamos de ver. Mas... também estava fechado (!). Revimos o Mercado da Ribeira, que tem coisas bacanas e souvenirs. E uma interessante mostra dos famosos Bonecos de Olinda. E, nos fundos, um bel visual da parte histórica da cidade. E assim completamos o circuito.

 

Fomos para a Sé saborear tapiocas e cervas. Fomos no momento certo, porque nessa hora uma chuva passageira desabou. A Tapioca da Vovó já era conhecida por nós e foi onde voltamos.

 

Depois de tapiocas, cervas e algumas comprinhas, fomos em direção ao Amparo. A Igreja de Nossa Senhora do Amparo estava felizmente aberta e pudemos conferir o interior dela. A Praça do Amparo se preparava para o São João que rolaria (novamente?) à noite.

 

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Largo do Amparo e preparativos para a Festa de São João

 

Mas logo a chuva desabou novamente e nos abrigamos numa tenda de festa de São João que estava montada por ali mesmo. A Igreja de São Joao, praticamente em frente à do Amparo, estava fechada.

 

Quando a chuva passou, embicamos para uma igreja mais distante, a Igreja e Mosteiro de Nossa Senhora do Monte . Fomos andando, dava coisa de 1km. Para chegar lá, passa-se por uma comunidade. Rolou alguma tensão, mas achei tranquilo, não percebi olheiros nem vi ninguém armado. Então me pareceu ok. Chegando na igreja, estava fechada. Só faltava ter andado até lá para nada! Fomos perguntar à freira se poderíamos visitar e lá foi ela abrir a igreja para nós. Muito bacana! A igreja de Nossa Senhora do Monte é a mais antiga de Olinda.

 

Voltamos de lá já em fim de tarde. Fomos direto para o Mosteiro de São Bento, onde nos foi dito (pelo ótimo Centro de Informações Turísticas!) que haveria missa com canto gregoriano às 18hs. E tinha mesmo. Vazia, quase ninguém. Tão quase ninguém que, no fim, só havia nós quatro por lá. Não me pareceu ser exatamente uma missa, e senti falta do que entendo ser canto gregoriano, mas foi ok, curtimos. Não é exatamente uma atração turística, é uma cerimônia religiosa. E foi coisa de meia hora (na verdade menos, já que chegamos depois do começo).

 

Emendamos então uma peregrinação por bares bacanas pelo caminho, com destaque para a tradicionalíssima (e ótima) Bodega do Veio.

 

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Bodega do Veio (o anexo)

 

Jantamos também na tradicional Casa da Noca, que serve apenas um prato: carne de sol com macaxeira e queijo coalho. Muita macaxeira. O que varia é o tamanho do prato. Pedimos um de 3 para nós quatro e deu certinho. Bem saboroso. O que achei estranho é que estava completamente vazia. Somente nós jantamos por lá durante a 1,5 hora em que estivemos por lá. Acho que por ser São João (e todo mundo no interior) e por ser janta (galera tem essa coisa de não jantar comida mais pesada). Sei lá, mas estava muito bom.

 

Ainda tinha dia para curtir, então fomos percorrer as ruas da cidade de noite para ver a iluminação noturna das igrejas e tal. É interessante, mas poderia ser bem melhor. Ainda curtimos uma festa de São João que rolava na rua do Amparo. Os bares da Rua do Amparo vão fechando relativamente cedo (Bodega do Veio, por exemplo), mas a galera é salva por duas bebidas locais potentes: o Pau do Índio e a Axè. São vendidas em casas praticamente uma de frente para a outra.

 

Enfim, a galera pediu arrego. Todo mundo queria dormir. Então fomos. Somos diurnos.

 

Domingo saímos de manhã para percorrer Olinda novamente. Meio que para refazer o circuito do dia anterior. Ainda esticamos novamente até o Mosteiro de São Bento para ver a missa (novamente não achei que era o canto gregoriano que eu tinha em mente), mas ficamos pouco tempo. Estava bem mais cheia naquela hora matinal e dominical.

 

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Palácio dos Governadores, que fica um pouco antes do Mosteiro

 

Demos sorte de passar pela Igreja da Misericórdia e estar aberta. Mais que isso: havia algumas freiras lá dentro fazendo o que me pareceu ser uma oração silenciosa. Momento muito bacana!

 

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Freiras em oração silenciosa na Igreja da Misericórdia

 

Esticamos até o Farol de Olinda. Também é necessário passar por uma comunidade mais pobre para chegar lá, mas também achei tranquilo. O Farol é fechado à visitação (já sabíamos disso), mas dá um bom visual e é uma simples esticada desde a Sé.

 

 

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Casinhas coloridas de Olinda

 

 

Depois de mais tapiocas na Sé, já meio que na hora do almoço, decidimos que estava bom de Olinda e que iríamos conhecer a Oficina Brennand. Era algo que queríamos ter conhecido da vez em que estivemos em Recife/Olinda, mas não abria nos fins de semana. Naquela ocasião, conhecemos o Instituto Brennand, que já foi algo espetacular. Soubemos que a Oficina agora abria aos fins de semana e partimos para lá no começo da tarde.

 

A Oficina também é espetacular. Acho que é daquelas coisas artísticas grandiosas a céu aberto que temos no Brasil (o ápice é o Inhotim) que os brasileiros realmente deveriam visitar ao menos uma vez, nem que seja para conhecer e saber que o Brasil tem aquilo. A Oficina é um espaço enorme que, além de todo o barato arquitetônico e paisagístico, uma série de obras de arte do artista Francisco Brennand. É espetacular.

 

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Oficina Brennand

 

Ficamos um tempo bacana por lá, percorremos tudo. Gostei especialmente das áreas externas (todas!) e da parte dedicada a pinturas e desenhos do próprio Brennand (na parte chamada Academia). Repito: é um lugar espetacular.

 

Já era meio de tarde quando fomos cumprir uma tradição nossa quando estamos em Pernambuco: comer no Entre Amigos, o Bode – o que fica perto do Aeroporto. Sempre ótimo (mas dói no bolso!).

 

E assim foi mais um fim de semana desbravando lugares pelo Brasil.

 

 

Observações gerais:

 

Recomendo muito o site Desbravando Pernambuco – busco informações por lá toda vez que vou a Pernambuco. A parte de Olinda é muito boa. O site oficial de Olinda também é muito informativo. No entanto, os horários de abertura das igrejas parece variar, melhor perguntar diretamente no centro de informações turísticas da cidade – que é muito prestativo! Fica bem na esquina dos Quatro Cantos.

 

O assédio ao turista é forte em Olinda. Guias, violeiros, flanelinhas, via de regra a galera é bem ostensiva. Mas basta responder com educação e firmeza que não há problemas. Aliás, pode ser algo bem interessante fazer uma visita guiada com um guia local credenciado. Não fizemos, mas esbarramos em algumas e nos pareceu interessante para quem dispõe de pouco tempo na cidade e quer conhecer o principal em algumas horas. Além disso, você certamente ouvirá histórias e verá detalhes que passam despercebidos numa visita independente.

 

De alguma forma, achei Olinda um pouco largada. Porém, lembrando de outras cidades históricas brasileiras, talvez não seja lá tão diferente. Em termos de centros históricos maiores, nada (que eu tenha visto) está tão esculhambado quanto o de São Luís (MA), mas é pena que tanto valor artístico e histórico (e tão visitado por estrangeiros) não tenha melhor tratamento.

 

Usamos uber em todos os trajetos. Cada trecho saiu por cerca de 30 reais.

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