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1º Mochilão! 21 dias na Patagônia argentina e chilena - jan/2017 - Buenos Aires, El Calafate, El Chaltén, TDP, Ushuaia


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E aí, galera! Passamos ,eu e Thiago (member/Thiago%20Dias%20V), 3 semanas entre Patagônia Argentina e Chilena em jan.2017 e vamos tentar contribuir aqui com nosso relato, já que foi aqui no Mochileiros que conseguimos tirar praticamente todas as nossas dúvidas, desde roupas apropriadas, até bons supermercados, e fazer nosso próprio roteiro, baseado no de várias pessoas massas que tem por aqui.

 

E por que a Patagônia?

Há uns 4 anos eu vi uma foto do lago Pehoe em TDP e fiquei encantada. Em 2014 fiz um amigo argentino que me apresentou El Chaltén e foi amor à primeira vista. Em 2015, logo quando conheci o Thiago, introduzi o sonho da Patagônia nele também kkk Daí, em maio do ano passado, decidimos que tava na hora de começar a colocar o sonho em prática. Foi quando começamos a planejar.

 

O primeiro problema foi a vestimenta. Vivemos onde faz sol de preparar para o inferno uns 360 dias por ano. Logo, não se oferta quase nada de frio e o que tem não esquenta muito ou é feito de materiais não indicados para esse tipo de viagem. Tivemos que comprar todas as roupas e calçados por lojas online (Decathlon, CotsWold Outdoor e Alpinetrek, sendo as duas últimas lojas europeias)

Descobrimos como nos vestir adequadamente aqui: como-vestir-se-em-locais-frios-sistema-de-camadas-anorak-fleece-underwear-t32962.html

O que calçar? Aqui: botas-quais-comprar-t27581.html

Com mochila, barraca, saco de dormir não nos preocupamos, pois uns amigos que fizeram TDP em 2015 emprestaram tudo pra gente. <3 Mas indicamos coisas leves e sacos de dormir que esquentem bem.

 

O que cada um levou de vestimenta e calçado:

Duas camisas dry fit (Thiago levou 3) techfresh (Quechua);

Uma camisa segunda pele (eu levei duas) (Wedze);

Uma calça segunda pele (Wedze);

Um fleece mais fino (Ayacucho BlizzArt 3-1) e um fleece mais grosso (Quechua Forclaz 500);

Uma calça fleece (Quechua);

Casaco corta-vento impermeável (Ayacucho BlizzArt 3-1), muito bom;

Calça corta-vento impermeável (Montagne, que compramos em Buenos Aires mas se mostraram um desastre, o que será relatado mais à frente);

Shorts (só usamos em Buenos Aires);

Chinelo de dedo;

2 pares de meias liners (Lupo Dry);

2 pares de meias de lã merino (Bridgedale); [vejam a importância de boas meias quentinhas aqui: meias-t11589.html]

Bota impermeável (Scarpa Kailash GTX), excelente;

2 toalhas de secagem rápida - uma grande e uma pequena (Nabaiji).

2 mochilas de ataque (Forclaz 20 air).

 

As meias, botas e o corta-vento 3 em 1 vieram da Irlanda com uns amigos que estavam lá. Segunda pele, fleece, toalhas e as duas mochilas de ataque compramos no site da Decathlon. Mochilão, isolante térmico, saco de dormir, bastões de trekking e barraca pegamos emprestados com os mesmos amigos que trouxeram nossas coisas. Levamos poucas meias pois tentamos lavá-las quando ficávamos em hostel.

 

Não temos do que reclamar de nada que compramos (exceto da calça impermeável da Montagne) e só levamos o essencial. Todos foram úteis em algum momento. Mas os mais importantes são o corta-vento e as botas.

Uma bota boa vai salvar seu pé de muito sufoco e, muito provavelmente, sua vida também. Em terrenos pedregosos, como a Loma del Pliegue Tumbado e a Laguna de los Tres, é muito importante ter o calçado certo. Vimos gente de tênis por lá, mas não deve ser o mais seguro e confortável (ainda mais na Laguna de Los Tres, pois no dia que fizemos a trilha choveu na noite anterior e se formou um córrego na trilha, o que a deixou meio escorregadia). É claro que também você não vai deixar de fazer só por isso.

Mas mais uma vez indicamos a bota. Eu nunca tinha usado uma e amei a minha. É uma bota realmente boa. Não precisou nem amaciar e se mostrou impermeável sempre. Passamos por lama, rio e chuva e ela se manteve intacta.

O casaco fleece é que se você não usar só vai passar frio mesmo. E com o vento de lá só fleece não resolve muito em locais abertos. Mas é bem útil pra dormir. E confortável!

Durante o dia dá pra ficar de boa só com dry fit se estiver mais quente ou segunda pele e corta-vento se estiver um clima mais frio.

 

Seguro Viagem

Fizemos pela Mondial, saiu R$ 293,52 para os dois. Não usamos (ainda bem haha). Sempre que um dos dois começava a reclamar de qualquer sintoma que fosse a gente já tirava a bolsinha de medicamentos da mochila e tratava logo o problema.

 

Itens diversos

Acho importante também relatar o que levamos ou o que compramos lá que acharíamos que seria importante para as nossas trilhas e nossa rotina na viagem, ainda mais pra quem está preparando um mochilão pela primeira vez:

Medicamentos:

Levamos analgésicos e antitérmicos (Dipirona ou Novalgina e Ibuprofeno), Simeticona (Luftal), anti-inflamatório (Nimesulida, para prevenir futuras crises de garganta), antialérgicos (Loratadina, Prometazina ou Fenergan, Decongex e Dexametasona), para enjoo e vômito (Bromoprida), relaxante muscular (Ciclobenzaprina ou Miosan), para cólicas (Buscopan e Ácido Mefenâmico ou Ponstan), Dexpantenol para hidratação de lábios, nariz e dedos (o famoso Bepantol, mas compramos genérico porque o preço do Bepantol é absurdo).

Desses o que não pode faltar são os antialérgicos, principalmente os mais fortes como Fenergan e Dexametasona, pois nunca se sabe em que momento da viagem você pode ter uma crise alérgica séria, mesmo sem nunca ter tido algo parecido antes, por motivos como alguma comida exótica que você nunca comeu ou picadas de insetos. Como ambos temos rinite alérgica, também levamos antialérgicos mais brandos para esse fim.

Kit primeiros socorros, higiene e relacionados:

Esparadrapo e gaze (para curativos e para cobrir possíveis calos e bolhas nos pés), álcool 70 e clorexidina 2% (como antissépticos para limpeza de feridas), talco, repelente de insetos, protetor solar para rosto e corpo, tesourinha de unha, xampu e condicionador (um frasquinho de 100 mL cada que desse para toda a viagem).

Diversos:

Um rolo de fita tipo silver tape, saquinhos tipo zip lock, uma lanterna de mão e uma de cabeça, pilhas, um fogareiro pequeno, uma panela leiteira pequena (fazíamos a comida e nos campings comíamos nela mesmo), câmera fotográfica cybershot, apito, corda, duas doleiras (uma pra cada, para guardar boa parte do dinheiro e o passaporte, evitando risco de perda ou roubo), comidas como leite em pó, sopa instantânea, aveia, atum enlatado, macarrão (expresso 3 minutos mas não é tipo miojo hahaha), purê de batata, barras de proteína e sal.

 

Gastos

Gastamos cerca de R$ 6500 no total. Sem aéreo. Levamos R$ 3500 em espécie e cartão de crédito com R$ 3000 de limite.

Menos de 1/3 foi com hospedagem e o resto foi transporte, entradas de parque, passeios e alimentação.

Podemos dizer que o que mais deixa caro é o deslocamento, principalmente na Argentina. As passagens de ônibus na Argentina são todas caras. Nenhuma, por mais que seja perto, custa menos de 100 R$. Então, se a intenção for deixar a viagem mais econômica, desloque-se menos. Ou vá de carona.

Dentro da cidade, táxi só em último caso. Na viagem inteira só usamos táxis 3 vezes, uma saindo do Aeroparque, outra indo e voltando do Glaciar Martial e outra indo pro aeroporto de Ushuaia (que com disposição dá pra ir a pé).

Alimentação dá pra salvar fazendo no hostel. Não deixamos de comer fora, mas também não saímos esbanjando. Só comíamos fora quando a preguiça ou cansaço batiam forte. Em Ushuaia a única coisa que comemos fora foi um sorvete na Freddo, que por sinal tava bem caro.

Passeio pago foi só a Pinguinera na Isla Magdalena mesmo.

 

Pra uma viagem de 3 semanas e na Patagônia podemos dizer que foi até econômico rs

 

Passagens aéreas

Como somos de Fortaleza e compramos as passagens com milhas, não temos como informar valores de voos, somente das taxas (que por sinal, a taxa de embarque da volta para o Brasil foi bem cara, R$ 290,82 por pessoa), e o valor da volta de Ushuaia a Buenos Aires (R$ 1529,42 para os dois). Passamos dois dias em Buenos Aires pra fazer câmbio e terminar de comprar nossas roupas para trekking, pois vimos que câmbio na Patagônia não é bom.

 

Roteiro

Pré-Patagônia

07.01 – FOR-AEP: Dia em aeroportos, avião e câmbio no Aeroparque;

08.01 – Buenos Aires: Compras na Montagne, Obelisco, Plaza de Mayo/Casa Rosada, Feira de San Telmo, Puerto Madero;

09.01 – Buenos Aires: Câmbio e Bosques de Palermo, ou Como perdemos um dia no banco e tomamos o maior e mais inesperado banho de nossas vidas;

Parte 01 - Patagônia Argentina

10.01 – AEP-FTE e o melhor cubierto da vida;

11.01 – El Calafate: Perito Moreno e ida a El Chaltén;

12.01 – El Chaltén: Loma Del Pliegue Tumbado;

13.01 – El Chaltén: Chorrillo Del Salto;

14.01 – El Chaltén: Laguna Capri e Campamento Poincenot;

15.01 – El Chaltén: Glaciar Piedras Blancas;

16.01 – El Chaltén: Laguna de Los Tres e volta para Calafate;

Parte 02 - Patagônia Chilena

17.01 – El Calafate-Puerto Natales: compras de comidas para Torres Del Paine;

18.01 – Puerto Natales-Torres Del Paine: ida ao Campamento Paine Grande, ou Como tudo começou a dar errado;

19.01 – TDP: ida ao Campamento Italiano;

20.01 – TDP: ida ao Campamento Las Torres Central, ou Como deu realmente tudo errado;

21.01 – TDP-Puerto Natales: Recarregar as energias;

22.01 – Puerto Natales-Punta Arenas: Visita aos pinguinos na Isla Magdalena;

23.01 – Punta Arenas-Ushuaia: o dia inteiro num ônibus; ::mmm:

Parte 03 - Voltei, Patagônia Argentina, meu amor ::love::

24.01 – Ushuaia: Recarga de energias;

25.01 – Ushuaia: Glaciar Martial;

26.01 – Ushuaia: Parque Nacional Tierra Del Fuego;

27.01 – Ushuaia: Parque Nacional Tierra Del Fuego e volta para Buenos Aires;

28.01 – Buenos Aires: Livraria El Ateneo, Floralis Generica e volta pra casa.

 

Pré-Patagônia

Dia 07 – FOR-AEP: Dia em aeroportos, avião e câmbio no Aeroparque;

Saímos de Fortaleza pela Latam, chegamos a Guarulhos e almoçamos no Vivenda do Camarão, Terminal 2. Comida boa e o único restaurante que não pedia nosso rim em troca. Um prato de filé de peixe tava uns 20 e poucos reais.

Passamos mais um tempão lá e, finalmente, fomos pro Aeroparque. Quando chegamos o Banco de La Nacion de lá ainda estava aberto (fecha meia-noite e abre às 06h) e com uma cotação muito melhor do que esperávamos. 5,60 PESOS ARGENTINOS POR REAL!!! Fizemos câmbio e tentamos pegar um Uber até o hostel, mas eles não aceitam corridas saindo de lá. Saímos, pegamos um táxi na rua com um taxista nada gentil e super grosseiro :roll: e chegamos no Hostel Suites Palermo. A reserva de um quarto privado foi feita pelo Hostelworld. Quando chegamos, eis a surpresa: o quarto não tem ar-condicionado.

Nem ventilador.

E tava um calor pior do que o de Fortaleza. ::dãã2::ãã2::'>

 

Dia 08 – Buenos Aires: Compras na Montagne, Obelisco, Plaza de Mayo/Casa Rosada, Feira de San Telmo, Puerto Madero;

Tomamos café (bem fraquinho. Café, leite, pão, doce de leite, manteiga, geleia, cereal, suco) no hostel e fomos à Montagne procurar umas calças impermeáveis que ainda não tínhamos. Escolhemos essa loja porque o Thiago viu durante a pesquisa que tinha um preço relativamente bom e as coisas eram boas. Lá compramos as calças e neck cuellos (aquele paninho multiuso pra pescoço, nariz que não sei como chama no BR).

Compramos um cartão SUBE - cartão para se utilizar os ônibus e o metrô da cidade, e só se pode utilizar esses serviços com o cartão, já que não aceitam passagem paga em dinheiro - num kiosco, recarregamos na estação e pegamos o metrô (Subte) até o Centro. Fomos ao Obelisco, almoçamos por lá, descemos caminhando para a Plaza de Mayo/Casa Rosada e seguimos para a Feira de San Telmo (maravilhooosaaaaa), onde compramos luvas e gorro de lã, a um preço bem camarada (já que não pretendíamos mais comprar equipamentos caros, tentaríamos nos virar com as luvas de lã mesmo). Passamos num mercadinho chino e compramos o melhor doce de leite!!!! Bom e barato. INDICO. La Serenisima Estilo Colonial. Vende em qualquer mercado. Pegamos a recomendação do menino que não sei o nome (Olá :D ) do Patagônia Colossal (ótimo relato. Eis o link: patagonia-colossal-ushuaia-tdp-el-chalten-calafate-e-buenos-aires-22-dias-em-abril-de-2014-t96868.html)

Descemos para Puerto Madero, Puente de La Mujer. Super lotado. Deve ser a beira-mar da galera de lá.

Voltamos para o hostel e depois jantamos na Pizzaria Kentucky, perto do hostel. Funciona 24h e a pizza tem uma massa bem boa. Grossinha, mas crocante. Magia argentina, acho. Mas o que chamam de calabresa por lá na verdade é salame, então foi meio estranho para quem curte pizza de calabresa no Brasil. rs

 

Dia 09 – Buenos Aires: Câmbio e Bosques de Palermo, ou Como perdemos um dia no banco e tomamos o maior e mais inesperado banho de nossas vidas;

Quando fizemos o câmbio no aeroporto, no dia que chegamos à cidade, tentamos fazer para pesos chilenos também, mas o cara do banco falou que só era possível no mesmo dia da ida para o Chile. Como iríamos por Calafate, de ônibus, e só uns dias depois, não ia dar certo. Então ele falou que poderíamos tentar nas casas de câmbio do Centro.

Fomos ao Centro e ficamos perguntando a um cambista e outro. O problema é que eles não trocavam de real para pesos chilenos direto. Primeiro cambiavam para peso argentino e depois para chileno e a cotação de peso argentino tava tabelada nos 5 (enquanto no banco estava 5,6) por real. Foi aí que tivemos a brilhante ideia de cambiar os R$ por AR$ no Banco de La Nacion da Plaza.

FOI A PIOR IDEIA DE TODAS!

Entramos no banco e tinha uma filinha. Então resolvemos ficar lá porque a fila não tava assim tão grande.

SÓ QUE NÃO ANDAVA. ::grr::

Em suma, passamos a tarde inteira no banco!

Lá a gente fica numa primeira fila para triagem e só depois vamos para a fila de cambiar de verdade. Nessa triagem acho que tinha só 1 ou 2 funcionários. Um deles desmentiu o cara do aeroporto e tirou nossa ilusão de trocar por chilenos lá mesmo, pois, segundo ele, estrangeiro só pode trocar por peso argentino (o que até faz sentido).

Depois de uma tarde perdida, e de ver que burocracia inútil também é comum na Argentina, encontramos um peruano muito gente boa (que falava super rápido e não entendíamos quase nada) que trocou os pesos argentinos por chilenos pra gente, numa cotação excelente de 200 pesos chilenos por real (que já tinha virado pesos argentinos). O sufoco foi na hora de trocar. Quando ele me dá os CLP e começo a contar, a polícia começa a ficar de olho e vir pra cima da gente e eu só pensando na manchete “brasileiros presos em flagrante realizando câmbio negro em Buenos Aires::mmm:

Daí ele levou a gente pro prédio dele pra disfarçar e eu já desconfiada achando que iam pegar a gente no caminho e levar todo nosso dinheiro! Felizmente deu tudo certo e indicamos o peruano! Ele fica numa esquina da Florida, +/- no nº 100, tem cara de peruano, é baixinho e gente boa ::cool:::'>

Passado o sufoco de câmbio e uma quase prisão, pegamos um Subte de volta à Palermo e fomos para os bosques. No caminho a gente viu uma família de papagaios lá nas árvores! Em pleno turbilhão de Buenos Aires! Pensamos na importância das zonas verdes em áreas urbanas e ficamos ali um pedaço amando os bichinhos.

 

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Foi então que vimos que o céu tava ficando meio escuro, sentimos umas gotinhas beeeem leves, mas só pensamos “ah, não vai chover logo” e seguimos para o Planetário. Chegamos lá e... fechado! Parece que esses espaços culturais fecham às segundas. Ficamos admirando os patinhos no lago e DO NADA, BEM DO NADA MESMO, começa a cair uma chuva daquelas de cinema, com aqueles pingos gigantescos que doem quando batem na pele e um vento chicoteando. Eu e Thiago somos míopes de doer e a chuva encharcou tudo nosso, inclusive os óculos. Então, além de tudo, estávamos cegos!

 

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Mas o pior ainda estava por vir... rs No dia anterior a gente tinha andado muito e com chinelo de dedo. Daí no fim do dia os pés tavam bem fodidos. Como eles seriam bem exigidos nas trilhas, resolvemos que no outro dia iríamos de bota. Rerere

A bota era impermeável. O problema é que os dois estavam de shorts e a água entrou toda por cima, transformando as botas em verdadeiras piscinas para nossos pés!

Ainda tivemos que voltar pro hostel a pé, porque táxi nenhum queria pegar a gente e o que tínhamos no SUBE não dava pra duas passagens nos ônibus kkkkkkk

Já tínhamos feito check out no hostel, mas o recepcionista (brasileiro. Flávio ou Fabiano. Alguma coisa com F. Obrigada, amigo) foi super gente boa e deixou a gente fazer uma bagunça na sala com nossas coisas e usar o banheiro pra tomar banho e se recompor. A gente só tinha levado as botas e chinelo de dedo e elas ainda tavam encharcadas. Então era só chorar e esperar que secassem no hostel de Calafate kkkkkkkkkkk

Saímos para comprar umas empanadas na El Secreto. Uma mini padaria que fica na Av. Santa Fé e tem essas empanadas MARAVILHOSAS, super recheadas e crocantes. Por 22 pesos cada. Voltamos pro hostel, pegamos nossas mochilas e nossas botas que estavam pesando 5 kg o par e pedimos um Uber pro Aeroparque, pois o voo sairia de madrugada. O Uber deu quase o mesmo valor do táxi, uns 100 e poucos pesos.

 

Parte 01 - Patagônia Argentina

Dia 10 – AEP-FTE e o melhor cubierto da vida;

Viajamos de chinelo de dedo e com as botas molhadas dentro de sacolas plásticas como bagagem de mão :cry: . Pegamos o voo com a Latam argentina no Aeroparque com conexão em Ushuaia e, por fim, El Calafate. O que pode ser dito é que a Lan pareceu péssima! O lanche foi péssimo (um único biscoito de limão, um mini alfajor e um bombom de amendoim horríiiiiiivel!), os espaços super apertados (muito mais que em aviões da Gol) e no voo final não teve nadica de nada de lanche. Acho que só água!

 

O aeroporto de Calafate é longe da cidade. Uns 20 km, acho. Então só rola ir de van ou táxi. Pegamos uma van pela Ves Patagonia no próprio aeroporto. Custou 160 pesos por pessoa, eles deixam na porta do hostel/hotel e não precisa reservar antes. Lá na hora tem essa e outras empresas disponíveis. Os táxis custam uns 400 e tantos pesos (pelo que lembro), então deve valer a pena para grupos de 3 ou 4 pessoas.

Chegamos ao Hostel Del Glaciar Pioneros e já sentimos o vento patagônico nos pés ::Cold:: A recepcionista olhou pra gente e pros nossos pés descalços com um jeito meio estranho :roll: E aí vem outra surpresa...

Reservamos duas camas em quarto compartilhado pelo Booking, daí a recepcionista disse que o Booking tinha jogado pra quartos separados e agora ela não tinha mais o que fazer, pois o hostel tava lotado! Fiquei meio P na hora, mas já tava bem preocupada com as botas, então deixei pra lá. No fim nem fez muita diferença, porque dormimos na mesma cama. ::hahaha::

Para nossa alegria, tava um dia lindo, ventando pra caralho (como sempre) e bem ensolarado. As botas ficaram num gramado secando e fomos almoçar, comprar comida para El Chaltén e as passagens para Puerto Natales, já que para El Chaltén e Perito Moreno compramos tudo antecipadamente com a Caltur (72 dólares por duas pernoites no hostel Pioneros del Valle em El Chaltén, 99 dólares pelas passagens de ida para El Chaltén e volta para El Calafate e 55 dólares das passagens de ida ao Perito Moreno e volta a El Calafate).

Pesquisamos em todas as empresas na rodoviária e o preço da passagem de Calafate para Puerto Natales variava de 450 a 500 pesos. Compramos para o dia 17, às 08h, com a Turismo Zaahj por 500 + 10 pesos, que são como uma taxa de embarque da rodoviária de Calafate que você tem que pagar em cada viagem.

Almoçamos no 9405 e indicamos mais pelo melhor cubierto da vida! Eles servem um pão maravilhoso com uma bebidinha cítrica muito boa (até hoje não sei se ali é só limonada ou tem algo mais kkkkk). O almoço até que tava bom, mas o cubierto era excepcional kkkkkk Ah, pedimos truta e cerdo com vegetais e os pratos custaram cerca de 200 pesos cada.

Fomos ao supermercado La Anonima e compramos algumas comidas já para El Chaltén, pois a gente leu por aqui que lá não tem quase nada e é tudo caro. E é bem assim mesmo!

Ao voltar para o hostel, ficamos extremamente aliviados ao ver que as botas, que estavam bem molhadas quando chegamos, secaram bem e poderiam ser usadas normalmente no dia seguinte, na ida ao Perito Moreno.

 

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Dia 11 – El Calafate: Perito Moreno e ida a El Chaltén;

Nos enrolamos no café e saímos correndo do hostel para a rodoviária com medo de perder o ônibus para o Perito Moreno, que saía às 9h. Detalhe: a rodoviária tem umas escadinhas chatinhas pra você subir de mochila, mas nada horrível. Como dito acima, fomos no ônibus da Caltur para o Perito. Várias empresas fazem o trajeto, que dura umas 2h e custa uns 200 e tantos pesos (o trecho) + a entrada no parque, que pra integrantes do MERCOSUL é 250 pesos.

 

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Na entrada do parque pagamos o ingresso, ouvimos as instruções da galera que trabalha lá e recebemos folhetos informativos e saquinhos para lixo. Daí eles saem, o ônibus segue mais um pouquinho e a gente começa a ver aquele negócio gigaaaaante, lindo pra caralho e ter um heart attack. ::love::::love::::love::

Decidimos não contratar nenhum passeio. Tudo que envolve gelo é caro pra cacete e eu ainda não tava segura sobre o impacto ambiental dessas caminhadas no gelo. Então, ficamos nas passarelas. O impacto ambiental é mínimo (embora tenhamos achado uns lixinhos embaixo das passarelas como tampas de garrafas PET e pedaços de pacote de biscoito) e o bolso também agradece hehe

 

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Nas passarelas você pode escolher entre 5 caminhos e seguir.

 

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Vão desde o acessível, com elevador e tudo, até o mais difícil, que é pelo bosque (acho). Começamos com o que vai pela costa do lago e foi maravilhoso. Estar pertinho daquele negócio gigantesco com seus milhares de metros de extensão, dezenas de altura e milhares de anos de existência é de uma sensação única na vida. Se a viagem acabasse ali, eu já voltaria plena.

 

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E ali ainda era só o começo da Patagônia <3

Paramos por um momento pra comer e ouvir os sons dos pedaços do glaciar se desprendendo e afundando no Lago Argentino quando aparece uma corujinha beeem pertinho!

 

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A vista central das passarelas.

 

Voltamos para a parte dos ônibus e compramos uns hambúrgueres num café de lá. Foi gostosinho e até que não muito caro, uns 100 e poucos pesos cada. Entramos no ônibus, mas querendo ter virado uma pedrinha do Glaciar (rs) e voltamos para Calafate.

Chegamos à rodoviária, pegamos nossas mochilas no escritório da Caltur (a moça que vendeu as passagens pra gente, Yamila, foi super atenciosa e disse pra gente deixar tudo lá, porque se fosse pegar no hostel não ia dar tempo) e pegamos outro bus, agora para El Chaltén.

A viagem dura 3 horas e, quando tá chegando, a gente já sabe que vai ser foda. O Fitz Roy já começa a dar o ar da graça e tudo que você quer é só amar aquilo ali!

 

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Daí quando a gente chega no povoado vê logo UM MOCHILÃO ESCULPIDO EM MADEIRA NO MEIO DA CIDADE! :D

O motorista do ônibus deixou a gente no hostel Pioneros Del Valle (os dois tem parceria e rola até um descontinho se comprar as passagens pela Caltur e se hospedar lá). Dessa vez não teve nenhum imprevisto (aleluia), só que eles tavam sem mapa da cidade mesmo, mas pegamos um no Centro de Informações no outro dia.

Jantamos no hostel e fomos dormir, porque o outro dia prometia rsss

 

Dia 12 – El Chaltén: Loma Del Pliegue Tumbado;

A Loma. Ai, a Loma...

Tomamos café e seguimos logo pro Centro de Informações, que fica ao lado da rodoviária. Lá dá pra saber sobre hospedagem, alimentação, pegar mapas, etc. Falamos que queríamos fazer a Loma e a moça disse que tínhamos que ir até o Centro de Visitantes do Parque, pois não é recomendado fazer a Loma em dia com previsão de chuva, neve ou muito vento. Lá a guardaparque autorizou, mas perguntou se estávamos preparados pra mudanças no clima e para o escurecer.

Felizmente, o dia novamente estava bonito e não teve nenhuma mudança brusca no tempo.

 

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Daí começamos a bendita trilha. PQP

Sou semissedentária e sofri horrores. :roll:

Era quase um calvário, mas ao mesmo tempo eu tava amando e achando tudo lindo!!!

 

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A trilha é entre 10 e 12 km (muda de um mapa pro outro rs) dura mais de 4 horas e é só subida. Uma subida sem fim. O desnível é de 1 km rs Mas não desanima porque é cheio de idoso e criança fazendo!

Começa numa área aberta, um descampado. Daí segue pelo bosque, passa por outro descampado, volta pro bosque e depois chega ao mirador. Depois do mirador é só pedra, pedra e pedra. De todos os tamanhos e num lugar todo aberto.

 

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A trilha é toda bem demarcada e, na parte das pedras que não dá pra demarcar, há umas estacas amarelas sinalizando o caminho. Então risco de se perder não tem.

Depois de quase morrer de cansaço e dor no joelho subindo, eis a vista:

 

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Passamos um tempo lá (esperando o Fitz Roy aparecer por trás das nuvens mas sem sucesso :() e voltamos. No meio do caminho a gente vê uma galera correndo na descida e com umas cargueiras e já olha pra trás desesperado ::ahhhh:: Na hora ninguém descobriu o que era, mas aí vimos que o tempo não tava mais tão lindo assim e era bom se abrigar. Quando vou colocar a calça impermeável (aquela nova comprada em Buenos Aires), o zíper da perna trava e não fecha mais :cry: Logo depois começa a cair umas gotinhas, mas coisa bem suave.

Ainda na descida, lá vem outra criatura correndo e com cargueira. Passa por nós e pergunta se estamos bem. É aí que notamos que é um guardaparque. Só consigo sentir inveja do condicionamento físico e do trabalho maravilhoso!

 

Passamos no mercado e as prateleiras vazias, quase todas. Tentamos comprar queijo, mas só tinha cremoso, salame, mas só tinha um estranho! ::mmm: Compramos uns pedaços de carne pra fazer (isso nunca falta na Argentina) e fomos jantar no hostel.

O planejado era ficar duas noites no hostel e, no outro dia, seguir para o Poincenot e montar acampamento lá. Só que na volta da Loma os dois estavam mortos e nenhum tinha estrutura para sair com mochilão no outro dia. Tentamos mais uma diária no hostel, mas estava lotado. Então, só aproveitamos bem a dormida, já que no outro dia estaríamos desabrigados.

 

Dia 13 – El Chaltén: Chorrillo Del Salto;

Café, arrumar as tralhas pra fazer check out no hostel (aqui o Thiago percebeu que a calça corta vento que ele comprou na Montagne, em Buenos Aires, estava começando a rasgar bem na virilha, perto do ziper, e não aparentava que iria parar de rasgar com os movimentos comuns de um trekking ::vapapu:: ) e lá fomos nós em busca de um teto.

TUDO LOTADO!

A única coisa que achamos disponível era uma cabana. Mais de 1500 pesos a diária!!!

Aceitamos a vida de sem teto e fomos almoçar pra tentar ir acampar na Laguna Capri. Fomos ao restaurante Ahonikenk, que pegamos a indicação aqui, (realmente bom e barato) e... Eles tem uns quartos em cima!

Já tínhamos visto isso no dia anterior e tentado lá, mas a moça disse que só no dia mesmo, pois lá não tinha reserva. Nem aparecemos antes porque ficamos pensando que já estava lotado. Depois do almoço entramos lá e... tinha vaga!

Era melhor que não tivesse!!!

Não era um hostel, era um muquifo só ::hahaha:: Tudo sujo. Tudo! Um povo super estranho, o lugar frio... Mas já havia sido pago (180 pesos por pessoa kkkk) e agora era só aceitar.

Então deixamos nossas coisas e, para não perder o dia, fomos para o Chorrillo del Salto.

É provavelmente a trilha mais simples de lá, mas o caminho é bem bonitinho. Uma parte é meio blé, porque você tem que caminhar pela estrada e os carros ficam jogando areia e poeira na sua cara. Depois de uns 3 km da placa inicial você chega numa cachoeirinha com uma água fria pra cacete ::Cold::

 

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Passamos um pedaço, voltamos e paramos pra tomar um sorvete na Domo Blanco. Provei o de Calafate, mas não simpatizei com o sabor. Na verdade não achei ruim, só achei outros melhores (tipo o lemon pie, que é ótimo). Jantamos pizza no Ahonikenk (a pizza é bem ok), subimos pro hostel e lá dividimos um relaxante muscular pra dormir de boa, porque a cama era bem barulhenta!

 

Dia 14 – El Chaltén: Laguna Capri e Campamento Poincenot;

Café na cozinha do chiqueiro, check out e vamos ao mercado comprar uns lanchinhos pro acampamento. Foi difícil! Compramos umas coisinhas num supermercado de lá, que não digo o nome porque não tem nome mesmo e porque nada era barato :cry: (mas fica no fim da primeira parte da rua principal e tem uma placa informando que é supermercado e lojinha de souvenirs). Lá vende umas frutinhas desidratadas. Lembro de ter visto banana, uva, pomelo e abacaxi, mas acho que tem outras. Organizamos as comprinhas nas mochilas e seguimos para a trilha.

No comecinho da trilha há o mirador do Rio de Las Vueltas, um dos rios que passa pela cidade de Chaltén.

 

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Há dois caminhos até o Poincenot. O da Laguna Capri e o do mirador Fitz Roy. Como a intenção era ver o Fitz mais de perto na Laguna de los Tres, decidimos pela Capri. Até o Poincenot são 8 km e 350 m de desnível. A Capri fica na metade do caminho. A dificuldade é média. Uma subidinhas aqui e ali, mas nada como a Loma kkkkkk

Quase chegando à Capri, olha só quem aparece:

 

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Admiramos um pouquinho nosso amigo e fomos ver a laguna. É bonitinha e dá pra ver o Fitz Roy (que é praticamente onipresente) atrás. Ficamos lá descansando um pouco (principalmente aliviando as dores nas costas causadas pelas mochilas cargueiras rs) e seguimos para o Poincenot.

 

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Pouco tempo depois chegamos ao acampamento, pois a parte até a Laguna é que é mais mais íngreme, depois é um terreno quase nivelado.

O acampamento, assim como o Capri, é no bosque. Protegido, pouco vento, mas não menos frio ::Cold:: Os espaços para as barracas são até bem definidos e há dois banheiros químicos (só papéis higiênicos podem ser deixados lá) e pás, pra quem preferir a mãe Natureza.

 

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Eles fedem bastante, mas não ficam muito próximos das barracas. Eu indico ir na mãe Natureza mesmo kkkkkkk Mas guardando o lixinho! A água potável é do Rio Blanco (acho que é esse), que fica lá ao lado. Pode beber sem medo (não usamos clorin e não passamos mal nenhum dia, fora que a água era ótima, bem geladinha), mas tem que ficar de olho se não tem nenhum sem noção lavando nada no rio ::putz::

 

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Foi a primeira vez que armamos uma barraca na vida. O manual da barraca informa que dá pra armá-la em 7 minutos. Demoramos mais de uma hora. Depois de tanta demora, armamos a barraca e, como vimos que já tava tarde pra seguir até a Laguna, decidimos ficar e só esperar pra saber se o tempo permitia nossa ida no outro dia ou não.

 

Dia 15 – El Chaltén: Glaciar Piedras Blancas

No dia anterior, no início da trilha, a guardaparque nos informou que só poderíamos subir até a Laguna de Los Tres se fosse naquele mesmo dia ou dois dias depois, pois no dia 15 a previsão era de vento de 120 km/h e chuva rs Então acordamos e ficamos sem saber muito o que fazer, pois mesmo no bosque estava uma ventania do caralho, que encheu a barraca de todo mundo com uma areia beeem fina. Pra completar, durante a noite tinha chovido e tava tudo uma lama só. Só choveu na noite seguinte, nessa noite da areia não choveu. Então, limpamos a barraca e os sacos de dormir e decidimos ir até o Glaciar Piedras Blancas. Desde o Poincenot a trilha é bem fácil, só uns 2 km e quase nada de subida.

 

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Aí do nada vem um vento suuuuuper forte e leva meus óculos pro meio do bosque :shock: A sorte foi que não quebrou, eu consegui acompanhar o vento levando e achei logo.

Passamos um pedaço lá no Piedras Blancas esperando pra ver se ainda rolava fazer a Laguna naquele dia, mas o vento não parou :( Então voltamos pro campamento e ficamos relaxando por lá, mas um pouco preocupados com o fato de poder não rolar ir até a Laguna se o vento continuasse muito forte.

 

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Dia 16 – El Chaltén: Laguna de Los Tres e volta para Calafate

A trilha que em 1,2 km conseguiu ser pior que a Loma com seus 10-12 km!

Choveu a noite inteira, o que deixou o terreno do acampamento aquela lama ótima. Quando acordamos tava fazendo muito, muito frio e a vontade era de ficar no quentinho da barraca, porque lá fora tava hostil ::Cold:: Mas era a última oportunidade de ir até a Laguna. Então só fomos.

Enquanto deixávamos tudo pronto na barraca, pra na volta da trilha, só desarmá-la e sair correndo, o frio tava cortante e, do nada, eu começo a ver uns pingos brancos no chão ::love:: Falo pro Thiago que é NEVE e ele, bem cético, diz que não. O tempo passa e os pinguinhos bem espaçados continuam a cair, até que ele aceita que É REALMENTE NEVE!!!!! (foi a primeira vez que vimos) Daí saímos do acampamento, começamos a trilha e o céu estava limpinho, aberto e com pouco vento!

Ah, o clima patagônico :D em menos de 24h presenciamos tempestade de areia, ventania de 120 km/h, neve e tempo limpo! Só lá mesmo <3

Do Poincenot para a Laguna são pouco mais de 2 km, mas quando a gente chega no km final lá vem essa placa:

 

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Bate logo o: caralho, vai ser fodido!

É só pedra. Em alguns momentos você precisa quase escalar. Em outros tem umas escadinhas de pedras. Mas esse último km é bem pesado e demora um pouquinho pra chegar. Eu, morta nas calças e tendo comido pouco no café, já tava bem cansada e demorando muito mais que os outros na trilha. Quase chegando ao fim da trilha se pode ver, na parte de trás, as lagunas Madre y Hija lá embaixo.

 

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Daí comecei a ficar aflita achando que não ia dar tempo de chegar à Laguna, voltar e pegar o ônibus de volta, que saía 18h e já era quase meio dia. Parei pra me recompor, subimos, subimos e subimos e chegamos a um local plano, enfim!

Só que não tinha Laguna ali ::lol4::

Tinha que subir mais um montinho de pedras soltas e, aí sim, estava lá a Laguna.

Foi a visão mais foda que já vi na vida!

É tudo gigantesco, a Laguna é um espelho de um azul liiindo e o Fitz Roy com todas as outras montanhas lá atrás é incrível!

Vale todo o esforço exigido e foi o melhor desfecho para El Chaltén, deixando aquele gostinho de ‘quero viver por aqui’.

 

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Voltamos super rápido para o campamento, escorregando algumas vezes, desarmamos a barraca, pegamos as mochilas cargueiras e fizemos a trilha de volta quase correndo. Recomendo fortemente usar bastões de trekking nesse tipo de trilha, principalmente na descida, pois seus joelhos agradecerão bastante depois. Na Capri vimos de novo um pica-pau. Pesquisei depois e parece que vive uma família lá. Durante a volta vimos que lá atrás o céu começava a ficar pesado, em cima do Fitz Roy, e vimos uma outra cena foda na viagem:

 

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Chegamos no povoado quase na hora da saída do último ônibus para Calafate (e com a calça corta vento do Thiago cada vez mais rasgada ::vapapu:: kkkkk) , pedimos carona ao motorista de ônibus que estava saindo do Pioneros del Valle até a rodoviária para dar tempo e voltamos às 18h :(

Em Calafate, fedendo bastante, só jantamos num restaurante que não lembro o nome, mas tinha uma milanesa boa e gigante por menos de 100 pesos. Vou tentar descobrir o nome pra colocar aqui. Passamos no La Anonima, compramos o café e os lanches da viagem para Puerto (que dura umas 5 horas) e voltamos para o hostel só pra dormir, sonhando com o Fitz Roy e já com saudades dessa cidade maravilhosa ::love::::love::

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Dia 17: Puerto Natales: Viagem de Calafate a Puerto Natales;

Saímos às 8:30 de El Calafate em direção a Puerto Natales com a empresa Bus Sur. A viagem dura umas 5 horas.

Na fronteira notamos que no Chile há muito mais rigor no controle fronteiriço do que na Argentina.

Enquanto todos descíamos do ônibus com as bagagens de mão conosco, um policial com um cão farejador investigava todas as mochilas e bagagens no compartimento de carga do ônibus, uma a uma. Tipo cena de filme. :shock: Nos surpreendeu porque na chegada à Argentina, no aeroporto, nem passaram nossas mochilas no aparelho de raio-x.

 

Enquanto o cão farejava por vários minutos as bagagens do ônibus, os policiais lá da alfândega confiscavam várias maçãs que estavam com a bagagem de mão de quem estava viajando com a gente. ::lol3::

 

Chegamos a Puerto Natales por volta de 13h e saímos em busca do hostel que reservamos (Refúgio Hoshken).

No caminho vimos que a cidade é bastante suja, tem uma atmosfera estranha e é bem vazia. Lembrou até o Brasil em certos aspectos, pela quantidade de lixo na rua (fato que mal vimos na Argentina).

Ao chegarmos ao hostel, nos surpreendeu a aura de lá. Uma galera bem zen, muito gente boa e bem alternativa kkkk

Ficamos num quarto compartilhado de 6 camas. As camas eram confortáveis mas não havia calefação, o que nos fez passar um pouco de frio à noite. O preço foi muito bom, então nem dá pra reclamar disso: 20000 CLP (100 reais para nós dois)

Deixamos nossas mochilas lá e fomos almoçar (16h da tarde rs) num restaurante de nome Grey Dog, tipo fast food mas que servia pratos também. Comemos um "salmão a lo pobre" :mrgreen: : um prato com um pedaço grande de salmão e muita batata frita, por algo equivalente a 25 reais ::otemo:: O atendimento não foi dos melhores, mas o prato era gigante e tava gostosinho.

Depois saímos à procura de mantimentos para Torres Del Paine. Procuramos a loja Itahue de frutos secos, que muita gente comenta aqui dos bons preços, mas chegamos ao endereço e não encontramos! No lugar da loja tinha uma casa kkkkk Até hoje não entendemos isso. Acabamos comprando numa quitanda do centro da cidade. Lá opções não faltam. É fácil encontrar locais que vendam e frutas que agradem (pode pedir pra experimentar). Voltamos ao hostel, arrumamos nossas mochilas, aproveitamos a internet boa de lá e compramos os ingressos para a Pinguinera Isla Magdalena para o dia 22 (130 dólares) e fomos dormir num gelo só. ::Cold::

 

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Dia 18: Torres Del Paine: o desastre do catamarã;

Madrugamos, tomamos café correndo, pagamos o hostel e fomos correndo pra rodoviária para pegar o ônibus das 7:30 a Torres Del Paine, com a Bus Sur (U$ 26,10, ou uns 83 reais).

Escolhemos (tentar) fazer o que muita gente recomenda, o circuito W começando por Pudeto. Ao comprar a passagem de ônibus você deve escolher se vai descer na Laguna Amarga ou no Pudeto.

Ao chegarmos ao parque, na portaria Laguna Amarga, pagamos a taxa de entrada (42000 CLP = 210 reais para nós dois), escutamos algumas instruções da guarda-parque de lá (inclusive enfatizando o trágico incêndio que ocorreu há alguns anos, e informando que era proibido fazer fogo com lenha, somente com fogareiros). Lá ela disse que o Catamarã grande estava funcionando (doce ilusão :cry: ). Recebemos mapas do parque e voltamos ao ônibus, pois iríamos descer no Pudeto.

 

No caminho todo vimos diversos guanacos :D e nos sentimos entrando no Jurassic Park. A sensação era essa. .

 

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Chegamos ao Pudeto 10:30 e iríamos aguardar o Catamarã, que saía por volta das 11h. O valor a ser pago para nós dois seria de 36000 CLP (R$ 180), mas esse valor nunca foi pago. :?

 

Obs: nos consideramos duas pessoas extremamente azaradas, e este dia serviu somente para confirmar mais e mais nossa teoria.

 

O que houve foi que quando estávamos indo para o cais para tomar o Catamarã, o motorista do nosso ônibus disse que o barco estava quebrado e que não iria mais funcionar neste dia, pois estava em manutenção. Próximo ao cais há uma cantina que vende alguns lanches e acredito que ele soube dessa informação por lá. Ficamos bastante confusos, sem entender como em menos de uma hora o catamarã que estava em perfeito estado (segundo a guarda-parque) tinha quebrado de repente. ::hein:

Confirmamos que tinha dado merda quando vimos as pessoas que estavam no cais voltando para onde estávamos, o estacionamento dos ônibus.

Aí que todo mundo ficou com aquela cara de desorientação, sem saber o que fazer. Como iríamos começar o W e chegar ao camping que tínhamos reservado (o Paine Grande) se não tinha catamarã? :?

 

Obs: quem vai a TDP agora precisa ir com todos os campings ou estadias reservados previamente, e como iríamos acampar, tivemos que pagar duas noites das 3 em que ficamos lá, pois do lado oeste do W não há camping gratuito (o Grey e o Paine Grande são pagos). Tentamos reservar previamente os gratuitos que nos interessavam (Italiano e Torres) com 2 meses de antecedência e só conseguimos vaga no Italiano. O Torres (mais concorrido, obviamente, por ficar muito próximo ao mirador Torres, o ponto mais procurado em TDP) não tinha vagas para nossas datas e nem para datas próximas. Portanto, como dito no roteiro do relato, logo acima, ficaríamos no Paine Grande dia 18, no Italiano dia 19 e no Las Torres Central dia 20, e esse roteiro amarrado atrapalhou bastante, como vocês verão mais à frente.

 

Então começou uma reclamação geral em várias línguas e nenhum guarda-parque por perto para nos dar uma orientação oficial. Um casal japonês que não entendia praticamente nada de espanhol estava totalmente desorientado. Um espanhol veio até nós nos informar que o motorista do nosso ônibus poderia nos deixar na portaria Serrano (vide mapa abaixo para melhor compreensão da cagada no roteiro que aconteceu) e que de lá poderíamos ir andando até o Paine Grande ou o Grey, e esse mesmo cara legal tentou se comunicar em inglês com o casal japonês pra informar isso.

Pegamos nosso mapa e vimos que dessa portaria até o Paine Grande totalizaria uns 17 km de distância e ficamos preocupados pois o máximo que havíamos andado na viagem em um dia só foi no dia da trilha da Loma del Pliegue (24 km, contando ida e volta) mas foi com mochila de ataque e não com cargueira nas costas com barraca e sacos de dormir como estávamos em TDP. Nisso já vimos que o roteiro da viagem estava já todo cagado, pois neste dia pretendíamos ir até o glaciar Grey e voltar ao Paine Grande, e com os 17 km de trilha até chegar ao acampamento isso seria impossível.

No fim, aceitamos a carona do motorista do ônibus mas já muito desanimados e com bastante raiva da desorganização do parque.

Ao chegar na portaria, um guarda-parque bem desinformado ou desorientado dava informações sobre como chegar ao Paine Grande dali mas sem informar nem saber nada de catamarã quebrado. Ele ainda nos disse, com um riso bem debochado, que de lá até o camping o vento estava contra a gente e não a nosso favor, e as previsões indicavam ventos com velocidade de 75 km/h. Nada está tão ruim que não possa piorar. :x

No mapa que postei abaixo, o caminho em roxo foi a trilha que fizemos até chegar ao Paine Grande (e a trilha pontilhada em marrom no Lago Pehoe seria o caminho via catamarã, que duraria por volta de meia hora). O informado no mapa é que tal trilha demora 5 horas, mas vimos em Chaltén que nosso ritmo é mais lento que o dessas previsões de mapa e o Thiago previu que chegaríamos em umas 7h a 8h (um caminho que originalmente seria de meia hora ::essa:: ). Considerando que começamos a trilha umas 12h, o dia seria todo só para chegar aonde iríamos dormir, com o risco de, se ocorresse algum contratempo, não chegar ao camping antes do anoitecer ::putz:: (no roteiro original chegaríamos ao camping umas 12-13h, armaríamos nossa barraca e seguiríamos rumo ao glaciar Grey).

 

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Começamos a trilha com aquela cara de depressão e com aproximadamente 13 kg nas costas cada um. Todos que começaram a mesma trilha com a gente já estavam se distanciando enquanto a gente fazia paradas para ajeitar a mochila cargueira e a calça corta vento do Thiago que continuava rasgando mais e, com o vento que vinha contra a gente, ela não estava cortando tão bem o vento assim rs (por causa disso, colocamos uma silver tape no buraco da calça, que ficou uma cola depois, que na hora de tirar quase não sai e em Ushuaia rendeu uma história bem engraçada ::lol3:: )

 

Andamos e andamos e andamos por um descampado, por uma hora, duas horas, três horas, e a paisagem quase nunca mudava.

 

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Quando a trilha começou a ter uns desníveis, o tempo passou a mudar e a ventar bastante contra a gente. Em certos momentos de subida, a trilha era bem estreita e o vento era tão forte que tínhamos que sentar pois a possibilidade de cair matagal abaixo era real.

Após umas subidas e descidas, voltamos a um descampado e o vento não parava de tentar derrubar a gente. Ventava cada vez mais forte e de repente começou a chover também. Numa dessas rajadas o Thiago se desequilibrou e caiu. Ficamos pensando se era melhor parar pra esperar o vento diminuir mas já estávamos bastante atrasados, as horas iam passando e a possibilidade de chegar ao camping depois do anoitecer estava ficando cada vez mais real. Então, só seguramos um a mão do outro e continuamos a andar contra o vento em rajadas, mais devagar ainda que o normal devido ao fator climático. :(

 

Em um desses momentos enfim conseguimos avistar um conjunto de montanhas ao nosso lado direito (e acredito que dava para ver as Torres lá no fundinho), o que foi um alento, pois nos fez pensar que estávamos perto do destino. Sendo que continuamos andando mais e mais e nenhum sinal do lago Pehoe (aquele mesmo que iríamos percorrer rapidamente de catamarã e chegar logo ao nosso camping).

 

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Enfim o vento deu uma trégua e depois de mais ou menos umas 6 horas e meia de trilha, e de uma subida, chegamos ao mirador do lago Pehoe. A placa do mirador informava que ainda faltava 3 km até o camping. ::putz:: Nesse momento um arco-íris aparecia acima do lago. A visão era linda mas estávamos tão preocupados em chegar logo ao camping que nem aproveitamos muito.

 

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Descemos o mirador, andamos mais um pouco e chegamos ao lago. Despencamos de cansaço no chão, já não tínhamos mais água para beber (durante essa trilha inteira só tinha um ponto de abastecimento de água, no início dela, que era o rio Grey - vide mapa -, mas quando passamos por ele ainda tínhamos uma quantidade razoável de água) e ficamos lá descansando um pouco para recuperar um pouco as forças. Um grupo de brasileiros estava às margens do lago, viu nossas caras de morte e perguntou se não precisávamos de ajuda ou de um pouco de água, e disse que estávamos perto do camping, faltava só mais um pouco.

Ah, eles também disseram que tinham chegado este dia e que a eles foi informado que o catamarã estava quebrado mas um barco menor ia transportar quem fosse chegando até o Paine Grande. Chegaram depois do horário o qual chegamos ao Pudeto e já estavam com barraca armada no Paine Grande muito antes da gente. Pense na raiva que deu na gente o fato de ter havido um descaso completo e uma desinformação sem tamanho no momento que o catamarã quebrou. Se soubéssemos que teria um barco menor, nem que fôssemos esperar mais, teríamos esperado e talvez ainda desse certo visitar o glaciar Grey. ::vapapu::

Depois dessa notícia irritante, continuamos a trilha e, o que dá pra dizer é que, quanto mais perto ficava, mais longe parecia estar. O vento voltou a castigar um pouco e numa rajada entortamos um dos nossos bastões de trekking.

Mais um desnível meio fodido à frente (mais devido às circunstâncias de cansaço e sensação de dia perdido), o relógio já marcava 20h, descemos e chegamos, enfim, às 20:30, ao refúgio e camping Paine Grande (e o desespero já estava tão alto que nem entramos pela entrada em si, passamos por debaixo de uma tábua de madeira que tem lá escrito "não ultrapassar" rs e andamos por um matinho que só ao chegar ao fim dele vimos que havia uma placa de "não andar por aqui, área em recuperação" :roll:).

Depois do check-in corremos para a cozinha para pegar água para beber (a água que sai das torneiras e dos chuveiros é potável), começou a anoitecer e armamos nossa barraca num vento forte, e o que ajudou foi estarmos ao pé da montanha. Fizemos a janta perto do horário limite de fechamento da cozinha, tomamos banho próximo ao horário limite de fechamento para limpeza dos banheiros com chuveiros (lá há dois banheiros, um com chuveiros, com água quente, e outro com os vasos sanitários) e fomos dormir, com aquele cansaço e aquela sensação de que TDP começou da pior maneira que poderia ter começado. :cry:

 

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Dia 19: Torres Del Paine: ida ao camping Italiano e certeza de que o Grey ficou para a próxima viagem;

 

Depois do desastre do dia anterior, quando dormimos, combinamos que não iríamos mais ao Grey pois ficaria corrido e puxado demais subir ao glaciar, descer ao Paine Grande novamente (22km de ida e volta, contando a ida até o refúgio Grey) e andar mais 7,6 km ao Italiano. Ou seja, num dia andar quase 30 km, algo que não fizemos nenhum dia na viagem. Mesmo que fôssemos somente ao mirador Grey iria ficar bastante puxado e apertado, contando nosso ritmo lento de caminhada. Então acordamos um pouco mais tarde este dia, fizemos check-out no camping e fomos rumo ao camping Italiano, bastante frustrados pois a intenção principal em TDP era ver o glaciar Grey e as Torres, e devido ao problema com o catamarã e ao roteiro amarrado demais por conta da obrigatoriedade das reservas, visitar o Grey ficou inviável.

 

A trilha ao camping Italiano é simples, com alguns desníveis tranquilos, no meio de um bosque de lengas, e ao lado esquerdo da trilha se tem uma visão fantástica do Cerro Paine Grande e do glaciar Francês, e do lado direito há o lindo lago Skotsberg.

 

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Quase chegando ao Italiano, avista-se um rio bastante caudaloso (acredito que se forma das águas do glaciar Francês, e tem uma água bem geladinha e gostosa) e uma ponte. Logo mais à frente há outro leito de rio e outra ponte, e se chega ao camping Italiano.

 

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Logo na entrada do camping há a guarderia e o guarda-parque estava do lado de fora. Ele pede o papel da reserva no camping e depois disso já libera a gente para armar a barraca.

Neste camping não há chuveiro, somente umas 4 casinhas com um vaso sanitário gigante sem descarga rs lembra um pouco o banheiro do camping Poincenot em El Chaltén (e era tão podre quanto), embora aqui sejam 4 casinhas e lá só duas.

Daqui se pode subir até o Mirador Francês e depois o Mirador Britânico. Como de início já cogitávamos fazer um circuito em U em vez de um W, descartando a subida no Valle del Francês (devido ao roteiro de 4 dias), não nos programamos para fazer essa subida, mesmo com o desastre do dia anterior. Preferimos ficar descansando na barraca para focar a energia na subida para as Torres no último dia do roteiro. Ao final do circuito nos arrependemos de não termos subido um pouco o Valle del Francês. ::putz::

À noite dormimos com o som gostoso do rio que estava vizinho ao camping.

 

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Dia 20: Torres del Paine: ida ao campamento Las Torres passando pelo Los Cuernos;

 

Choveu durante a noite anterior e o forro da barraca estava aquela cagada. Acordamos cedo, tomamos café, com aquela preguiça de clima congelante, desarmamos a barraca (sujando tudo que estava por perto com a lama que impregnou nela rs) e saímos rumo ao campamento Las Torres Central por volta de 10h.

 

Esse trecho tem um desnível tranquilo, não muito cansativo, e você tem, durante praticamente quase todo o percurso (que é looongo), a visão do belíssimo Lago Nordernskjöld ao lado direito da trilha.

 

O céu estava bem pesado do lado de onde saímos e mais aberto para onde iríamos, o que nos deixou com medo de vir aquele toró com aquele vento patagônico maravilhoso por trás de nós.

 

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No meio da trilha, já perto do Los Cuernos, o caminho chega à margem do Nordenskjold. Parece uma praiazinha dentro de TDP, sendo que o movimento das ondas é bem diferente, muito mais frenético do que o que se vê normalmente nas praias brasileiras, e com ondas baixinhas.

 

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Pouco depois chegamos ao Los Cuernos, e achamos o camping mais esquisito do parque até agora rs

As barracas ficam em cima de tablados de madeira suspensos por umas colunas, e são bem espaçadas entre uma e outra (pelo menos pelas barracas que lá estavam, notamos isso), e ao lado há a hosteria. Entramos lá para nos reabastecer de fontes de carboidrato e usar o banheiro de lá, descansamos 15 minutos e logo seguimos a trilha (meio sem identificar claramente onde era a continuação dela por conta do labirinto que foi essa passagem por esse camping kkkk), pois ainda havia muito chão até o Las Torres Central.

 

Como o Los Cuernos fica mais ao nível do Lago, ao sair dele logo há uma subida íngreme de novo e o percurso continua a uma certa altitude elevada, mas também sem muitos desníveis. E a partir daí começou um calor desgraçado e o vento sumiu. Nos sentimos no litoral cearense mas com muitos kgs nas costas.

 

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Algo que notamos em TDP que foi melhor do que em Chaltén foi a disponibilidade maior de fontes de água durante as trilhas. Sempre há água corrente disponível lá, o que nos deixava menos preocupados. Algumas vezes era necessário enfrentar um rio caudaloso mas nada de muito sério ::otemo::

 

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Já perto do Las Torres há uma bifurcação com uma plaquinha, na qual um caminho é um atalho para o camping Chileno (e consequentementa ao Torres, que era o gratuito que nós precisávamos ter conseguido reservar para conseguir ver as Torres com mais tranqulidade, mas não conseguimos disponibilidade para lá a 2 meses antes da viagem).

 

Depois da placa damos adeus ao Nordenskjold, pois a partir daí ele some de vista, e o caminho dá lugar a uma trilha com pedras até o Las Torres. Nesse momento, um cara com jeitão de japonês, bem apressado e esbaforido, vem falar com a gente desesperado por água ::lol3::

Ele chega perguntando onde tem água potável e quanto tempo faltaria para ele chegar ao Los Cuernos (nisso já era umas 19h, e já estávamos há uns bons quilômetros e umas 3 a 4h do Los Cuernos). Oferecemos a garrafa reserva que nós tínhamos enchido há pouco tempo, ele começa a beber, aí nós dissemos que ele poderia ficar com a garrafa e ele, numa cena bem engraçada e com um delay parecendo de filme de comédia, olha para a gente surpreso e pergunta: "Tooodooo??!! ::hahaha:: ". Afirmamos que ele poderia levar e, enfim, ele sai correndo rumo ao Los Cuernos kkkk

 

Continuamos a andar e lá ao fundo dava pra visualizar o camping e a hosteria, mas parece que quanto mais perto, mais longe estava rs

Desde a primeira vez que avistamos a hosteria, demoramos mais de uma hora para chegarmos ao local rss

 

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Na entrada da hosteria e do hotel há um quiosque de venda de comidinhas e lá há um aviso com os horários de saída do ônibus do Las Torres até Laguna Amarga, que seria o ônibus que precisávamos pegar sem precisar andar a portaria do Parque, onde havia os ônibus de saída de volta a Puerto Natales.

 

Não lembro exatamente o horário do último ônibus (algo em torno de 16h), mas era algo bem apertado e que achamos que provavelmente não conseguiríamos fazer um bate e volta até as Torres e pegar o ônibus até Laguna Amarga a tempo, já que nosso ritmo de caminhada era lento e estávamos cansados. Do Las Torres até o mirador são 9,4 km, mais os 9,4 km da volta, fora a subida do mirador, seriam 18,8 km em um dia. Em nenhum dia no parque andamos tanto, e pelos nossos cálculos não daria tempo. Ficamos preocupados, pois não tínhamos mais reserva em nenhum lugar no parque, no dia 21 já tínhamos reserva em hostel em Puerto Natales e tínhamos que ir embora dia 21. Foi meio decepcionante achar que não iríamos ver as Torres (já não tínhamos visto o Grey), mas deixamos para decidir no dia seguinte, meio que já sabendo que não daria certo.

 

Enfim, por volta das 20h, chegamos ao camping, que é bem depois do hotel. Largamos as cargueiras no chão de tanto cansaço e fomos montar barraca e fazer a janta, com aquele clima de tristeza achando que não conseguiríamos ver, também, as Torres. Pelo menos, no trajeto que tínhamos percorrido até agora, vimos as paisagens belíssimas que aparecem nas fotos postadas aqui (além de um céu bem estrelado nesta noite...que pena que não temos uma câmera boa para registrar céus estrelados kkk)

 

Dia 21: Torres del Paine: A certeza de que TDP vai nos rever um dia e volta a Puerto Natales

 

Não colocamos despertador na noite anterior e acordamos meio tarde, já desistindo da ida até as Torres. Ficamos curtindo a bad na barraca e descansando olhando a dança de nuvens patagônicas no céu e admirando as Torres lá de longe, até meio dia, quando desmontamos acampamento e fomos até o centro de visitantes pegar a van até Laguna Amarga, para voltar a Puerto Natales.

 

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Na guarderia Laguna Amarga havia várias empresas de ônibus oferecendo a volta a TDP por 7500 pesos chilenos por pessoa, mais ou menos. Compramos lá na hora e chegamos umas 16h em Puerto Natales. Voltamos ao Refúgio Hoshken, e o clima zen de lá estava como nunca. Galera fumando e bebendo e tocando um instrumento que não consegui identificar o que era rs, e tinha um cara dançando uma dancinha muito engraçada. Nessa noite ficamos no quarto privado de lá e a cama afundava bastante, mas no geral é um canto que recomendamos, pelo preço e pela receptividade.

 

Durante a noite fomos pesquisar como estava a situação dos ventos em Punta Arenas pelo site Windguru (pois ficamos sabendo por relatos no Mochileiros que a depender dos ventos o passeio até a pinguinera poderia ser cancelado) e vimos que estava ok e que provavelmente haveria passeio. Só então resolvemos comprar a passagem para Ushuaia, pois ainda não havíamos comprado, e reservar algum hostel para o dia 23 na cidade, pois só tínhamos reservas para o dia 24 e 25 (deixamos dia 23 em aberto justamente por conta da situação dos ventos, pois fazer a pinguinera era algo que queríamos muito).

 

A passagem para Ushuaia saiu 70.000 CLP pela Bus Sur e reserva em hostel estava muito difícil conseguir alguma barata. Havia poucas opções e todas muito caras. Só conseguimos reservar um quarto privado no hostel Yakush (pelo Booking), por 90 dólares ::toma:: . Com td certo e o roteiro fechadinho, fomos dormir.

 

Para finalizar o relato desse dia, só podemos dizer que em TDP o planejamento deve ser redobrado (e a sorte deve estar presente também rs...vide a quebra do Catamarã e outros fatos que já ocorreram no parque como pontes interditadas). Fomos achando que conseguiríamos fazer um W em 4 dias, mas em Chaltén já vimos que nosso ritmo é lento, e juntando td isso ao fato de que você deve entrar no parque já com todas as reservas fechadas, não conseguimos ver tudo o que pretendíamos ver lá. Não averiguaram nossas reservas quando entramos mas estava tudo lotado, então não dava pra reservar no dia, provavelmente...e é proibido acampar fora dos campings regulamentados, mas não vimos guarda-parques fiscalizando as trilhas em nenhum momento (diferentemente de Chaltén). Saímos de lá com mais experiência e com a certeza de que devemos voltar em breve para ver tudo que não vimos e mais um pouco (quem sabe um percurso “O” em muitos dias rs).

 

Dia 22: Ida a Punta Arenas e pinguinera Isla Magdalena

 

Acordamos por volta de 7h, tomamos café bem rápido pois 8:30 já pegaríamos o ônibus (pela Bus Sur) até Punta Arenas. O café da manhã do Hoshken é simples mas gostamos.

 

8:30 saímos. Já tínhamos comprado os ingressos pra pinguinera para o mesmo dia 22 e, com a confirmação de ventos não tão fortes pelo Windguru, fomos tendo a certeza de que teria passeio.

 

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A viagem de Puerto Natales a Punta Arenas dura em volta de 3 horas e meia. Por volta de meio dia chegamos a Punta Arenas e fomos direto à sede da Comapa receber os ingressos da Pinguinera. A Comapa fica perto do terminal da Bus Sur (em Punta Arenas não há terminal rodoviário como em Puerto Natales, então as empresas de ônibus desembarcam em suas sedes e lojas na cidade). De lá fomos andando até o hostel que havíamos reservado antes da viagem, o Hospedaje Costanera del Estrecho.

 

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Sobre o hostel, há uma história engraçada que ocorreu quando tentamos reservar. Tentamos contato direto com o hostel antes de viajar e vimos que no site deles havia um contato de Whatsapp. Tentei contato por lá e vi que os donos eram um casal de velhinhos bem simpático. A conversa foi meio confusa. Quem respondia os contatos era a Dona Teresita. Mandei inicialmente um pedido de preços e disponibilidade para os dias 22 e 23 de janeiro, ela só respondeu com um “hay vagas”, pedi para reservar e ela confirmou a reserva e depois não respondeu mais nada rs. Ficamos meio apreensivos por não haver um recibo nem nada para nos resguardar que realmente a reserva tinha sido feita (e, acostumados às reservas via booking e hostelworld, os quais sempre disponibilizam recibo de reserva, ficamos meio inseguros de que haveria um teto para nós no dia 22 rs). Devido a isso, pouco dias antes de chegarmos a Punta Arenas, enviamos um novo whatsapp a ela perguntando se a reserva estava confirmada e ela só disse que sim. Achamos isso meio desorganizado mas quando chegamos lá nos surpreendemos.

 

Lá, a Dona Teresita (bastante simpática) nos recebeu muito bem e notamos que ela anotava todas as reservas num livro ata comum, bem à moda antiga mesmo rs, mas estava lá tudo organizadinho e a reserva realmente feita haha (e, sendo feita assim, acabamos nos beneficiando de certa forma, pois pedimos reserva para dois dias pois não sabíamos se conseguiríamos a Pinguinera dia 22, então reservamos 22 e 23 e lá ela perguntou se seriam os dois dias e falamos que só precisaríamos de um dia mesmo...dessa forma não pagamos taxa de cancelamento de sites de reserva rs).

 

Nos acomodamos no quarto e lá encontramos uma brasileira (que esqueci o nome) e que estava meio presa na cidade pois o roteiro de viagem dela teve vários imprevistos e estava esperando o dia de viajar para Santiago.

 

Fomos procurar algo para comer e soubemos pela Dona Teresita que é comum muita gente que vai fazer a Pinguinera se hospedar lá, então ela chama pelo telefone alguns táxis e os hóspedes racham o valor no final. E, num jeitão bem de vó, ela nos deu meio que um recado bem firme, quando foi informar o horário que o táxi chegava: tres horas acá, chicos!

 

Antes de sairmos ela ainda nos entregou um mapinha da cidade com alguns locais para comer, supermercados, etc. Nos recomendou o restaurante Donde Mariano, e lá comemos dois pratos de filé de salmão saborosos por 71 reais no total. Algo inimaginável no Brasil (pelo menos em Fortaleza, onde o salmão é bem caro).

 

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Passamos em um supermercado para procurar chocolates e voltamos ao hostel. Às 15h os táxis chegaram e foi aquela gringalhada para o terminal portuário de Punta Arenas. Na hora de rachar o valor final foi aquela confusão matemática e de linguística com o pessoal que foi no nosso carro, mas deu tudo certo no final e o valor foi bem barato, algo como 2400 pesos chilenos.

 

No terminal já se formava aquela fila para entrar no barco que iria até a Isla Magdalena, e foi lá que me toquei que seria um passeio bem de “turistão” mesmo rs, mas tudo valeria a pena porque veríamos muitos pinguinos!

 

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Às 16h o barco parte e navega pelo Estreito de Magalhães por duas horas, chegando à ilha por volta das 18h. No caminho a gente leu que é comum encontrar alguns golfinhos e até baleias. Ficamos do lado de fora do navio e realmente observamos um grupo de golfinhos nadando e acompanhando nosso barco por um longo tempo. A turistada inteira batendo foto e a gente babando eles lá.

 

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No barco, quando sentamos, parecia que só tinha brasileiro. Nas cadeiras de trás da gente, uma família brasileira. Nas da frente, um casal brasileiro...brasileiros everywhere.

 

Ao chegar na ilha há uma trilhazinha demarcada por umas cercas de corda, que delimita onde podemos andar e a área de proteção aos pinguins. A trilha percorre boa parte da ilha, voltando até o local de atracagem do navio, e no caminho há algumas placas educativas falando sobre a espécie e etc.

 

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Aqui vale salientar que antes de comprarmos o passeio, pesquisamos se essa não seria uma forma abusiva de exploração animal, mas encontramos um artigo da Universidad de Chile que indica que a presença humana na ilha não interferiu na reprodução dos animais, então confiamos mais e achamos que não seria um passeio abusivo.

 

Enfim, ficamos babando os pinguins no comecinho da trilha, por vários e vários minutos (lá também dá pra ver albatrozes e cormoranes), e quando vimos, todo o grupo do barco já estava lá na frente e uma funcionária da Comapa começou a “tanger” a gente para acompanharmos o grupo, já que o passeio só deveria durar uma hora lá na ilha. Mas logo achávamos um grupinho de pinguins que nos atraía (inclusive um pinguim trekker) e novamente nos soltávamos do grupo principal de novo. Nisso, quando chegamos ao “final da trilha”, que é uma estrutura parecida com um farol na ilha, onde acho que lá dentro havia um centro de informações, quando tentamos entrar, uma pessoa lá de dentro disse que já estava fechado e que teríamos que voltar para o barco rss

 

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Por volta de uma hora de passeio depois, voltamos ao barco, chegamos a Punta Arenas umas 21h, pegamos um táxi e fomos para o hostel dormir para viajar a Ushuaia no dia seguinte.

 

Ah, no hostel da Dona Teresita foi onde dormimos nas camas mais confortáveis da viagem inteira kkk conforto lá não faltará.

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Nossa sofri junto com vcs no relato viu ... imagina fazer TDP e não ver o Grey e nem as Torres menina que triste..... infelizmente essas reservas deixam a gente bem amarrados ao roteiro né... não podemos fazer nenhuma mudança....
Eu irei fazer o mesmo roteiro que vcs agora em outubro.... mas em TDP começo pelas Torres.... tomara que de tudo certo
Valew pelo relato .. dicas.. fotos...

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